154
Marina Silva:
Marcelo de
Moraes:
Marina Silva:
tudo que está no seu programa de governo é proposta da senhora? Não tem
mais nada a ser corrigido? Já foi feita uma nova revisão pra que a senhora não
tenha que novamente explicar um outro erro no programa de governo?
Quando eu lancei o programa nós fizemos questão de dizer que o nosso
programa era um programa vivo, que ele estava em movimento. Eu acho que
só as pessoas que têm... eh..., enfim, um pensamento excessivamente
cartesiano, é que podem imaginar que, eh, um processo complexo como esse
não tem mais complementariedade a ser feito. Nós estamos numa fase inicial,
em que fizemos um programa, depois, se ganharmos, se Deus quiser e o povo
brasileiro, nós teremos uma, um período de transição, nesse período de
transição novos ajustes terão de ser feitos, e quando chegarmos no governo,
aí, de posse da realidade, mais questões irão aparecer. De sorte que eu digo
pra você que o nosso programa é um programa em movimento. Agora, pior do
que ter um programa para colocá-lo em movimento no debate com os
diferentes setores da sociedade, educadores, médicos, agricultores,
empresários, juventude, movimento LGBT, quem quer que seja, são aqueles
que não apresentaram nenhum programa. E eu fico muito feliz porque nós
apresentamos o nosso programa e de repente todo mundo está debatendo o
nosso programa. Que bom que a Dilma, o Aécio e os demais, que ainda não
apresentaram o seu programa, pelo menos estão lendo o nosso e espero que
isso sirva de inspiração para que também apresentem o seu programa antes do
final da campanha, porque o risco de não fazê-lo é que eles não dão a
oportunidade a vocês de, tendo acesso ao programa, não às versões que vão
aparecendo ou sendo vazadas, não é, mas ao teor do programa que é
oficialmente lançado, poderem fazer esse cotejamento que legitimamente a
sociedade brasileira está fazendo e a imprensa está fazendo.
Candidata, boa-tarde. Eh... a senhora sempre deixou claro que queria fundar o
seu próprio partido, a Rede. Eu queria saber se a senhora, agora do PSB, se a
senhora for eleita, se a senhora vai manter o projeto de criar a Rede ou se a
senhora pretende ficar no PSB?
Quando eu estava fazendo a Rede Sustentabilidade, infelizmente foi um
projeto interditado, naquela oportunidade eu fui acolhida pelo Eduardo
Campos e pelo PSB, e a sugestão de fazer uma filiação administrativa
temporária foi do próprio Eduardo Campos, eh, rememorando que na época
da ditadura os partidos que não eram legalizados faziam, usavam desse
expediente, principalmente dentro do antigo MDB, e ele disse: “A senhora
pode fazer o mesmo em relação ao nosso partido”. E nesse momento, em que
o PSDB (sic) perdeu a sua mais importante liderança, que era o polo
estabilizador do partido, eu tenho uma solidariedade profunda com o PSB
para que eles possam encontrar o seu novo caminho, o seu novo polo
estabilizador. Eduardo era uma liderança forte, obviamente que o que ele
fazia, praticamente sozinho, terá que fazer, que ser feito agora, por várias
lideranças, tem várias lideranças se colocando agora nesse campo e, se eleita
Presidente da República, eu serei a presidente da República das forças
políticas que me elegeram e, principalmente, da sociedade brasileira. Por isso
eu estou dizendo que terei apenas um mandato, um mandato para poder fazer
as reformas, as mudanças que o Brasil precisa na política econômica, na
educação, na saúde, na segurança pública, na infraestrutura. Meu
compromisso é que o Brasil possa fazer jus às grandes vantagens
comparativas que ele tem, que não estão sendo tratadas adequadamente. É só