Território e Rede da União do Vegetal
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
TERRITÓRIO E REDE DA UNIÃO DO VEGETAL
Pamela Morales Arteaga
Dissertação de Mestrado
Brasília-DF: Dezembro de 2015.
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
TERRITÓRIO E REDE: O LUGAR DO VEGETAL EM BRASÍLIA
Pamela Morales Arteaga
Orientadora: Marília Luiza Peluso
Dissertação de Mestrado
Brasília-DF: Dezembro 2015
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
TERRITÓRIO E REDE: O LUGAR DO VEGETAL EM BRASÍLIA
Pamela Morales Arteaga
Dissertação de Mestrado submetida ao Departamento de Geografia da Universidade
de Brasília, como parte dos requisitos necessários para obtenção do Grau de Mestre
Geografia, área de concentração Produção do Espaço Urbano, Rural e Regional.
Aprovado por:
_________________________________
Marília Luiza Peluso, Doutora (GEA-UNB)
(Orientadora)
__________________________________
Neio Lúcio de Oliveira Campos Doutor (GEA-UNB)
(Examinador Interno)
__________________________________
Maria Geralda de Almeida, Doutora (IESA-UFG)
(Examinadora Externa)
__________________________________
Gloria Vargas, Doutora (GEA UNB)
(Examinadora Suplente)
Brasília DF _____de_____________de_____
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço minha orientadora, Dra.Professora Marília Peluso, pelo constante apoio e
fortalecimento de meu conhecimento, que através deste largo processo vem me
entregando as ferramentas necessárias para a conclusão deste trabalho, e também
pela paciência que teve no procedimento.
Agradeço ao Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, ao Departamento
Medico Cientifico e em espacial ao Núcleo Luz de Oriente por ter outorgado os
elementos necessários para o desenvolvimento deste trabalho, expressando meus
votos de gratidão.
Agradeço com muita gratidão a meu brother, colega e incansável questionador de
conhecimento Wallace Pantoja, com as longas conversas de perguntas sobre
ciência geográfica/psicológica/religiosa que, com certeza, vem agregar este novo
chapéu de geógrafa que visto.
Agradeço de coração a minha família que, mesmo estando a distancia sempre tem
sido um apoio constante em todos os caminhos que venho trilhando ao longo de
minha caminhada acadêmica e de vida.
Agradeço, a Renata pela criatividade que ela teve na criação das imagens que
aportam com arte visual do projeto.
4
Ficha catalográfica
Pamela Morales Arteaga
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Resumo:
Esta pesquisa trata do território e das redes geográficas da religião ayahusaqueira
União do Vegetal, em Brasília. Busca-se interpretar os objetivos da pesquisa que
foram; a construção do território da União do Vegetal, diferençando elementos
relevantes do território; debatendo a hierarquização do grupo na sua atuação
territorial e relacionando as percepções dos adeptos com suas práticas territoriais
em rede. As hipóteses que nortearam o trabalho foram; A construção do território
sagrado da UDV não se define apenas por contiguidade, mas por redes que
viabilizam trocas e aprofundam a unidade do grupo (sentido de lugar) em diferentes
pontos do território nacional, e As práticas agroecológicas e de preservação da
natureza se dão no território-rede da UDV em função da necessidade do “Vegetal”
hoasca, geossímbolo central na concepção e prática religiosa do grupo. Como
metodologia se utilizou a pesquisa-ação participante de cunho qualitativo, se
realizaram-se entrevistas em profundidade com 13% de os integrantes da sociedade
religiosa. Para alcançar esses objetivos foram utilizados conceitos de território-rede,
geossimbolo, ambiente e sentido de lugar. Como principais conclusões tem-se que o
território se constitui a partir da circulação da energia do grupo hierarquizado
religiosamente, da força da palavra do Mestre fundador da religião e do geossímbolo
“Vegetal”, resultado da união do mariri e da chacrona, plantas amazônicas. O projeto
de mundo está ligado à expansão em rede do ambiente para o ritual, indissociáveis
do território/lugar na UDV.
Palavra chave: União do Vegetal, Território/Rede, Lugar, Geossímbolo
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Resumen
Esta investigación trata del territorio y red geográficas de la religiones ayahuasquera
Unión de Vegetal en Brasília. Se busca interpretar los objetivos de la investigación
fueron; a construcción del territorio de la Unión de Vegetal, identificando los
elementos de territorio; discutiendo la organización jerárquica del grupo en su acción
territorial; relacionando las percepciones de los adeptos con sus prácticas
territoriales en red. Las hipótesis que nortearon el trabajo fueron; La construcción del
territorio sagrado de la UDV no se define apenas por continuidad, más, por red que
viabilizan las trocas y profundizan la unidad del grupo (sentido lugar) en diferentes
puntos del territorio nacional, como segunda hipótesis las prácticas agroecológicas y
de preservación de la naturaleza suceden en el territorio-red de la UDV en función
de la necesidad del “Vegetal” hoasca, geossimbolo central en la concepción y
práctica religiosa del grupo. Como metodología se utilizo la pesquisa-acción
cualitativa participante, se realizaron entrevistas en profundidad con 13% de los
integrantes de la sociedad religiosa. Para alcanzar esos objetivos fueron utilizados
los conceptos de territorio-red, geossimbolo, ambiente e sentido de lugar,
organización estructural y social. Las principales conclusiones son el territorio se
constituye a partir de la circulación de energía del grupo jerarquizada religiosamente,
la fuerza de la palabra del Lider fundador de la religión y del geosimbolo ”Vegetal”,
resultado da unión do mariri y de la chacrona, plantas amazónicas. El proyecto de
mundo está relacionado con la expansión en red del ambiente para el ritual,
inseparable territorio/lugar en la UDV.
Palabras claves: Unión de Vegetal, Territorio/Red, Lugar, Geosimbolo
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Abstract
This research deals with the territory and geographical network religions
ayahuasquera Union vegetable in Brasilia. It seeks to interpret the research
objectives were; to construction of the territory of the Union of Vegetable, identifying
the elements of territory; discussing the hierarchical organization of the group in its
territorial action; linking the perceptions of the followers with its local network
practices. The assumptions that guided the study were; The construction of the
sacred territory of the UDV is not defined just by continuity, again, by network that
make possible the trucks and deepen the unity of the group (meaning place) in
different parts of the country, as a second hypothesis agro-ecological and
conservation practices nature occurring in the territory of the UDV-red depending on
the need of "Plant" hoasca, central geossimbolo in the conception and practice
religious group. As the action research methodology participant was used qualitative,
in-depth interviews were conducted with 13% of the members of the religious society.
To achieve these objectives we used the concepts of territory-network geossimbolo,
environment and sense of place, structural and social organization. The main
conclusions are the territory is constituted from the circulation of group energy
hierarchical religiously, the strength of the word of the founder of the religious leader
and geosymbol "Plant" result gives do union mariri and chacrona, Amazonian plants .
The draft world is related to the expansion of network environment for the ritual,
inseparable territory / place in the UDV.
Keywords: Vegetable Union Territory / Red, Place, geosymbol
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Listado de Ilustrações
Figura 1.- Localização dos Núcleos da UDV em Brasília ................................Pág. 14
Mapa 1 - Percurso de José Gabriel em busca do “tesouro” .............................Pág. 22
Figura 2.-Representação do Mestre Gabriel .....................................................Pág. 23
Figura 3.- Mapa das Regiões da UDV ..............................................................Pág. 25
Figura 4 - Relação de criação entre as regiões da União do Vegetal..............Pág. 26
Figura 5.- Organograma Direção Geral da UDV................................................Pág. 29
Figura 6.- Organograma de Administração da UDV .........................................Pág. 31
Quadro 1.-Síntese Hierárquica e suas funções ................................................Pág. 31
Figura 7.- Localização Núcleo Luz do Oriente...................................................Pág. 35
Imagem 1.- Salão do Núcleo Luz do Oriente.....................................................Pág. 36
Figura 8.- Croqui Núcleo Luz de Oriente ..........................................................Pág. 37
Imagem 2.- Mariri em Ambiente Núcleo ............................................................Pág. 70
Imagem 3.- Chacrona Ambiente Núcleo............................................................Pág. 70
Imagem 4.- Mariri Plantado no Cerrado.............................................................Pág. 71
Imagem 5.- Mariri em Sistemas Agro Florestais ...............................................Pág. 71
Imagem 6.- Mariri em Ambiente Núcleo LDO....................................................Pág. 72
Imagem 7.- Laboratório Luz do Saber ..............................................................Pág. 78
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Epigrafe
“O espírito da profundeza tomou minha razão e todos meus conhecimentos e os colocou ao serviço
do inexplicável e do absurdo”. Ele me roubo fala e escrita sobre tudo que não estivesse a serviço
disto, isto é, da interfusão de sentido e absurdo que produz o sentido supremo.
Mas o sentido supremo é o trilho, o caminho e a ponte para o porvir. É Deus que vem não é o
próprio Deus, mais sua imagem, que se manifesta no sentido supremo. Deus é uma imagem, e
aqueles que o adoram devem adorá-lo na imagem do sentido supremo. (JUNG, 2013,p.229)
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Sumário
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 12
CAPITULO I CONTEXTUALIZAÇÃO DA UNIÃO DO VEGETAL (UDV)........................... 21
CAPÍTULO II TERRITÓRIO E REDE DA UDV EM BRASÍLIA ............................................ 35
2.1. NÚCLEO LUZ DO ORIENTE UMA APROXIMAÇÃO.............................................. 35
2.2. TERRITÓRIO E REDE DA UDV EM BRASÍLIA......................................................... 38
2.2.1. Rede de circulação das representações do território da UDV................................. 43
2.2.2. A força da palavra .................................................................................................. 50
2.2.3. Acionamento do território no contexto da UDV ....................................................... 56
CAPÍTULO III O LUGAR DO VEGETAL: EXPERIÊNCIANDO O NÚCLEO........................ 60
3.1. O SENTIDO DO LUGAR NA UDV: LUZ DO ORIENTE ............................................. 60
3.2. O VEGETAL: PLANTAR O AMBIENTE ..................................................................... 66
3.3. O PROJETO DE MUNDO NO LUGAR NÚCLEO................................................. 73
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................. 79
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................... 83
ANEXOS A.......................................................................................................................... 87
ANEXO B ............................................................................................................................ 88
APÊNDICE .......................................................................................................................... 89
11
INTRODUÇÃO
Falei em epopeia, e retorno a palavra para vos dizer que ela
marcará, sem dúvida, uma época, isto é, “o lugar do céu em
que o astro atinge seu apogeu”. Chegamos hoje, realmente,
ao ponto máximo de nossa obra.
Juscelino Kubitschek (1961)
Brasília, com seus traços modernistas, tem a sua paisagem urbana mais
visibilizada particularmente marcada pelas obras de Oscar Niemeyer. As palavras de
Juscelino Kubitschek trazem uma leitura que emula o moderno ao mítico, o profano
da racionalidade ao sagrado evocado nas imagens do céu e da epopeia. Um
mergulho na paisagem urbana revela também a possibilidade de pensar o moderno
como espaço altamente permeável ao sagrado, apesar da aparente oposição das
ideias.
É possível perceber a heterogeneidade do sagrado, consubstanciado em
religiões com forte apelo institucional e imagético, tanto no Plano Piloto, quanto no
Distrito Federal1. Na presença diversificada de grupos religiosos, encontram-se
católicos, espíritas, evangélicos, budistas, judeus, místicos, muçulmanos, maçons,
afroreligiosidades e sociedades ayahuasqueiras. Com suas marcas na paisagem,
igrejas, mesquitas, sinagogas, terreiros, vales2 e núcleos.
Assim estamos diante de uma organização espacial modernista, porém
marcada pela emergência de territorialidades religiosas e que evocam tradições
imemoriais, na medida em que os indivíduos e grupos sociais buscam novas (ou
reconstituir antigas) relações na vida urbana contemporânea, o que vai se refletir na
ocupação e organização espacial brasiliense.
Interessante notar que se o moderno significa, em grande medida, o controle
humano da natureza e sua exploração econômica, é justamente a natureza um dos
focos centrais das expressões do sagrado e das diversas religiões que têm como
sede a Capital do país. O que está em discussão aqui é justamente esta dinâmica
relacional entre território e ambiente a partir de uma posição religiosa/sagrada
1 O Distrito Federal é composto por 32 Regiões Administrativas (RAs), a RA I é chamada de Brasília,
onde se encontra o Plano Piloto e a maior parte da arquitetura moderna tanto nos projetos
concebidos por Oscar Niemeyer e no plano urbano de Lúcio Costa.
2 O vale do Amanhecer VDA, surge no ano de 1969 na cidade de Planaltina, cidade satélite [RA, VI]
de Brasília, fundado por Neiva Chaves Celaya e marcasse por um forte sincretismo religiosos, no qual
vários elementos de diversas origens articulam-se. Em sua composição encontramos elementos
oriundos do catolicismo, espiritismo, umbanda e da new age, havendo referencias as culturas inca,
maia, asteca, egípcia, grega, indiana e judaica .(OLIVERA, 2009, p. 37).
12
específica em um tempo moderno e um espaço que se realiza como apologia à
modernidade.
O território do Distrito Federal, ao expressar a diversidade religiosa e cultural,
convida a uma construção do diálogo entre as diversas religiões, assim como o
respeito das pessoas à liberdade de crença e de expressão. Essa característica é
relevante já que fornece uma base para análise da construção dos territórios na
Capital do país.
O presente trabalho busca analisar a constituição do território da União do
Vegetal (UDV), cujo núcleo de atuação será o Luz do Oriente3, enquanto referência
empírica, como fundamento da expansão articulada em rede de práticas territoriais,
tanto na escala local (Distrito Federal), quanto na escala global (organização
reticular do território religioso enfocado). O foco central da discussão será na escala
local de Brasília, a escala global, não será enfatizada nesta pesquisa.
A União do Vegetal é uma das religiões Ayahuasqueiras, como são
denominadas todas as religiões que têm como prática a ingestão do chá ayahuasca.
A partir de estudos bibliográficos, verifica-se que o uso ritualístico da ingestão
do ayahuasca é principalmente de origem indígena, utilizado por cerca de 70 grupos,
expandindo-se do Peru à Colômbia e à Bolívia. O Brasil ocupa o terceiro lugar na
forma de utilização ritualística, das quais surgem três religiões: a UDV, além do
Santo Daime e da Barquinha (LABATE; ARAÚJO, 2002, p.128).
Assim como indica Andrade (2005), a palavra original é “ayahuasca”, em
língua quíchua utilizada entre os incas e nações na confluência entre Amazonas e
Andes que significa “cipó da alma ou cipó do espírito para (...) designar a planta
com a qual fazem o chá. É por este (...) cipó que o índio sobe, entra em estado de
êxtase” (ANDRADE, 2005, p. 87).
A UDV foi fundada em Porto Velho (RO) por José Gabriel da Costa, soldado
da borracha que se dirigiu para o Amazonas, vindo da Bahia (Salvador) em 1944,
em busca de um tesouro. Inicia sua vida na floresta, conhece a sua mulher e casa-
se em 1947, em Porto Velho, onde se estabeleceu junto a sua família. Continua
trabalhando como soldado da borracha no Seringal de Junta, onde fica sabendo da
existência do chá. No 1º de abril de 1959 bebeu pela primeira vez o vegetal e passa
3 A União do Vegetal possui uma hierarquia baseada em Sede Geral (Brasília), Regiões
Administrativas e os membros se reúnem em espaços denominados núcleos, em um total 128
núcleos no Brasil.
13
a distribuí-lo. Desde esse momento é chamado pelos seguidores como Mestre
Gabriel. O primeiro núcleo, vale ressaltar, localizava-se na casa dele próprio. Porém,
a trajetória de vida do fundador da religião o levou a Brasília, onde faleceu,
marcando o espaço do DF para a sociedade religiosa. A partir do dia 1° de
novembro de 1982 a sede geral da UDV é trasladada à capital federal, para efeito de
melhor administração (RABELLO, 2012).
No Distrito Federal, a UDV difundiu-se por diferentes regiões administrativas
(RAs). Alguns de seus centros são: Sede Geral e Núcleo Príncipe Teseu, localizados
em Planaltina; Núcleo Estrela Matutina, localizado em São Sebastião; Núcleo
Canário Verde, localizado em Sobradinho; e os Núcleos Gaspar e Luz de Oriente,
que se situam em Brazlândia (UDV, 2013). Territorializada, a UDV, imprime no DF
um projeto de mundo simbólico-cultural e social a partir de suas ações, intimamente
entrelaçadas com a formação de uma representação de mundo, estratégias de
organização e um forte senso de pertencimento ao espaço.
Figura 1 - Localização dos Núcleos da UDV no Distrito Federal. Fonte: CODEPLAN, 2015.
Elaborado por Pamela Arteaga e Renata Fontenelle com base na pesquisa de campo.
Ao pensar o território da UDV, construído de maneira reticular, não podemos
deixar de observar que o homem e a mulher religiosos, relacionam-se com este
mesmo território de maneira não apenas utilitária e material, mas também afetiva e
imaterialmente (simbólica). Dessa maneira, o desafio interpretativo da organização
14
religiosa UDV e sua territorialidade, exige uma estruturação a partir de eixos
integrados. Os eixos temáticos para análise deste estudo serão: Território-Rede,
Geossímbolo, Ambiente e Sentido de Lugar.
A utilização destes eixos não é gratuita; parte de uma pesquisa exploratória
inicial, da organização da UDV. Na medida em que percebemos que organização do
território-rede, demanda um processo de identificação dos fundamentos dos
territórios, que neste caso são; linguagem, controle do espaço (territorialidade) e
hierarquização/circulação de energia a partir desses elementos espaciais
representativos para o grupo, estruturados em um ambiente construído que
repercute nos membros o sentido de pertencer a este território religioso, o que exige
uma aproximação com o debate do Lugar como Geossimbolo, evidenciando as
características centrais para o entendimento geográfico.
A base central deste projeto se dará na religião Centro Espírita Beneficente
União do Vegetal, especificamente no Núcleo Luz do Oriente, em função de
elementos geograficamente relevantes como caminhos interpretativos: a) as práticas
religiosas ligadas à natureza construída pelo grupo; b) a posição do núcleo no
território reticular; c) as relações que viabilizam a construção do território, como
projeto de mundo e sentido de lugar para os próprio membros; d) a reticularidade
religiosa na contemporaneidade e seus impactos na vivência humana;
Porém, aqui se fala de um território que é representado por um ator principal,
os membros da UDV; e esta ação consegue territorializar uma concepção de
vivência religiosa, expandindo-se pelo Brasil e por vários lugares do mundo.
Para apreensão do processo de expansão territorial da UDV a partir de
Brasília em diálogo com as dimensões das redes e do lugar, faz-se necessário
aproximar-se do debate interrogativamente. Para isso, elegeu-se o núcleo Luz do
Oriente como referente empírico, porque tem uma trajetória superior a 10 anos de
formação; entre os seus adeptos encontram-se uma pessoa que bebeu vegetal com
o Mestre Gabriel e foi um dos núcleos que se mostrou aberto a participar na
pesquisa, na medida em que esta pode aprofundar o entendimento do processo de
construção do espaço sagrado e a materialização de suas redes.
A pergunta que motiva inicialmente a pesquisa é: Como se organiza
territorialmente a União do Vegetal, em Brasília, bem como que projeto de mundo
emerge desta organização?
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A pergunta geral aponta para algumas questões da UDV que são: a) Quais os
elementos que conformam o território da União do Vegetal em Brasília? b) Que
conexões em rede o território da UDV viabiliza, tendo como elementos importantes,
nesta análise, o ambiente e lugar? c) Quais são as territorialidades que emergem
neste território-rede? Como tais territorialidades, no Distrito Federal, compõem o
projeto de mundo da UDV?
A pergunta geral demanda uma hipótese: A União do Vegetal se organiza a
partir um território em rede, do espaço local ao global, consubstanciando um projeto
de mundo ligado a práticas religiosas de base ambiental.
A hipótese geral se amplia em duas hipóteses específicas. Propõe-se:
1. A construção do território sagrado da UDV não se define apenas por
contiguidade, mas por redes que viabilizam trocas e aprofundam a unidade do grupo
(sentido de lugar) em diferentes pontos do território nacional.
2. As práticas agroecológicas e de preservação da natureza se dão no
território-rede da UDV em função da necessidade do “Vegetal” hoasca, geossímbolo
central na concepção e prática religiosa do grupo.
Tais hipóteses abrem a possibilidade para pensar alguns objetivos centrais a
serem perseguidos com a pesquisa.
Como objetivo geral, busca-se interpretar a construção do território da União
do Vegetal, como fundamento da articulação em rede de práticas socioambientais e
geossimbólicas, diretamente na escala local e indiretamente na global.
Este objetivo se desdobra em específicos:
1. Identificar os elementos do território da União do vegetal;
2. Discutir a organização hierárquica do grupo em sua ação territorial;
3. Relacionar as percepções dos membros com suas práticas territoriais
(socioambiental e geossimbólica) em rede;
Para o desenvolvimento da pesquisa, o percurso do método é centralmente
ligado à pesquisa-ação. Entretanto, sabemos que não é simples definir a pesquisa-
ação, haja vista que há diferentes formas de pesquisa-ação, bem como diferentes
aplicações para a mesma (TRIPP, 2005). Nossa pesquisa-ação é essencialmente
qualitativa e participante, tendo em vista a imersão que se realizará no Núcleo luz do
Oriente (DF), e definição do objeto de pesquisa.
Segundo Tripp (2005, p. 447):
16
[...] pesquisa-ação é uma forma de investigação-ação que utiliza técnicas de
pesquisa consagradas para informar a ação que se decide tomar para
melhorar a prática, e [...] as técnicas de pesquisa devem atender aos
critérios comuns a outros tipos de pesquisa acadêmica (isto é, enfrentar a
revisão pelos pares quanto a procedimentos, significância, originalidade,
validade etc.)
Portanto, enquanto pesquisa-ação de caráter qualitativo, precisa estar
tecnicamente embasada nos parâmetros científicos, em geral, e geográficos, em
particular. É importante ressaltar que a pesquisa de base qualitativa está centrada
no processo e não simplesmente no resultado.
O interesse desses investigadores está em verificar como determinando
fenômeno se manifesta em atividades, procedimentos e interações diárias.
Não é possível compreender o comportamento humano sem compreender o
quadro referencial (a estrutura) dentro do qual os indivíduos interpretam
seus pensamentos, sentimentos e ações. Portanto, a pesquisa-ação de
caráter qualitativo precisa estar tecnicamente embasada nos parâmetros
científicos em geral e geográficos em particular. É importante ressaltar que
a pesquisa de base está centrada em processos e não simplesmente em
resultado. (SOTRATTI; MARAFON, 2013, p. 196).
Esta ênfase no processo nos possibilita uma aproximação do cotidiano e do
sistema de referências simbólicas, sociais e espaciais utilizadas pelos membros do
grupo na organização da sua vida individual e coletivamente. Como procedimentos
metodológicos para o desenvolvimento da dissertação, destacamos:
1. Revisão Bibliográfica, para aprofundamento da discussão dos conceitos base e
do método, enfatizando a problemática do território, das redes, concepção de
natureza a partir dos membros e seu sentido de lugar; a) Não será uma revisão
exaustiva e sim operacional, ou seja, dar conta da amplitude do conceito
escolhido, tendo em vista sua articulação com nosso referente empírico; b) Os
conceitos serão desenvolvidos tendo em vista a sua a aproximação, haja vista
que nos próximos capítulos a pesquisa se guia a partir dos eixos conceituais
Território-Rede; Geossímbolo e Ambiente/Lugar; numa interpretação contextual
dos eixos; c) Não se ignoram outras conexões entre os conceitos, mas aqui
serão enfocadas conexões intimamente relacionadas com a União do Vegetal
alicerçando a interpretação proposta; d) Para esclarecimento dos eixos dentro
de uma perspectiva geográfica, faz-se necessário explicitar o que se entende
por território e sua aproximação com a geografia na perspectiva do lugar e do
ambiente;
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2. Pesquisa Documental: publicações oficiais da sociedade religiosa, arquivos
fotográficos pessoais de adeptos, audiovisuais de Mestres antigos.
3. Pesquisa-ação: conforme Thiollent (2004) consubstanciando em Lewin, a
pesquisa-ação tem como princípio a vivência de situações, diálogos, é a
submersão do pesquisador na realidade do investigado, tentando captar as
características mais sutis do grupo pesquisado" (LEWIN apud THIOLLET,
2004, p. 18). Trata-se de um método, ou de uma estratégia, de pesquisa
agregando vários métodos ou técnicas de pesquisa, com o qual se estabelece
uma estrutura coletiva, participativa e ativa ao nível de captação de informação.
(THIOLLENT, 2004).
4. Registro de Pesquisa: construção de registros de pesquisa, registros de
imagens na convivência cotidiana com o grupo em questão, sobretudo no
Núcleo Luz do Oriente, em Brazlândia e em viagem a Manaus (onde há um
número significante de núcleos);
5. Entrevistas:
5.1. Entrevistas semiestruturadas: foram desenvolvidas, no âmbito da
observação participativa, entrevistas com membros da sociedade religiosa e
Corpo do Conselho (CDC), para compreensão da visão global e diferenciações
internas no grupo. A indicação dos entrevistados se deu pela estratégia de
"bola de neve", ou seja, um entrevistado indica o próximo, o que permite inferir
um sistema de reconhecimento entre os mesmos acerca de quem tem maior
experiência e capacidade discursiva no grupo, o que se aproxima de uma rede
de confiança.
5.2. Entrevista em profundidade (MINAYO, 2006) com os mestres da UDV do
Núcleo Luz do Oriente, a partir da proposta de Etnometodologia (WATSON;
GASTALDO, 2015), desenvolvida por tópicos mais gerais, possibilita
construções narrativas mais livres e evidencia as questões territoriais na
perspectiva dos mestres que lideram o grupo em seu contexto cotidiano:
.
[...] se formos pesquisar os modelos pelos quais as pessoas agem em
determinados contextos, esses contextos são tão diversos e variáveis que
vamos ter sempre de recomeçar, sempre fazendo ajustes para cada
situação particular. [...] para estudar a ação social em contextos tão distintos
uma abordagem diferente seria necessária, uma abordagem que permitisse
máxima sensibilidade ao contexto (WATSON; GASTALDO, 2015, p. 20).
18
6. A interpretação sobre o material apreendido parte de uma abordagem
geocultural que, segundo Bonnemaison (2002, p. 105) é: [...] procurar definir
este espaço onde se aloja a cultura. Isto não é simples, pois a cultura não
organiza o espaço, mas o penetra. Ela desenha no solo uma semiografia feita
de um entrelaçado de signos, figuras e sistemas espaciais que são a
representação, arrisquemos a palavra “geossimbólica” da concepção que os
homens fazem do mundo e de seus destinos. Essa semiografia quadricula o
espaço de territórios que são sociais e, mais profundamente, culturais.
Nesta pesquisa se assumirá o processo de pesquisa participante.
Obviamente, a pesquisa-ação de caráter participante, implica um cuidado nas
anotações, no registro imagético, no desenvolvimento de entrevistas no percurso do
processo. Na medida em que, por um lado, corre-se o risco de enviesar o trabalho,
já que se está imerso no contexto do território da UDV. Por outro lado, esta posição
“de dentro” significativamente importante para apreensão de aspectos e elementos
que, de outro ou “de fora” não seriam percebidos e nem compreendidos.
Como assinala Velho, na observação familiar o pesquisador é o próprio
trabalho de investigação e à reflexão sobre o grupo pesquisado, evidenciando sua
cultura, convivência e características particulares, estando ele imerso no processo,
sendo favorável já que se tem um reflexo fidedigno da realidade social, mas também
saber manter a distância necessária para evitar o surgimento de complicações, onde
se acredite que se tem o conhecimento ou desconhecimento de familiaridade ou do
não familiar. Assim possibilitando uma investigação cientifica de consequências
radicais o questionamento central será o exame sistemático de seu próprio
ambiente. (VELHO, p 128, 2012), alcançando resultados que trazem uma
naturalidade ao processo investigativo, mas sempre mantendo a distância no
processo de análise da interpretação dos resultados.
Isso representa um alerta, nesta pesquisa, pois não se pretende colocar a
realidade submetida a uma teoria a priori. A forma de pesquisar a realidade implica a
participação da população como agente ativo no conhecimento de sua própria
realidade e possibilita-lhes adquirir conhecimentos necessários para resolver
problemas e satisfazer necessidades. A pesquisa, por ser ação, a própria forma ou a
maneira de fazer a investigação da realidade gera processos de ação das pessoas
envolvidas no projeto. O modo de fazer o estudo, o conhecimento da realidade já é
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ação; ação de organização, de mobilização, sensibilização e de conscientização
(BALDISSERA, 2001).
No âmbito da pesquisa-ação, desenvolver-se-ão entrevistas com os membros
da UDV (Cf. Anexos). A organização das perguntas partiu da própria pesquisa-ação,
que, em seu início, teve um caráter exploratório. Para o desenvolvimento das
perguntas se relacionam os objetivos pretendidos pelo projeto de pesquisa ao
cotidiano e vivência dos entrevistados, na tentativa de que as falas pudessem
comunicar elementos territoriais importantes, apesar de o termo “território” não ser
uma constante em grupos religiosos tais como a UDV.
O número de entrevistados não foi pré-definido. Embora pudéssemos realizar
no núcleo uma amostragem estatística, preferimos adotar uma "amostragem por
saturação" (TURATO apud PESSÔA; RAMIRES, 2013, p. 126), que consiste em
incluir sujeitos por critérios de homogeneidade ampla, fechando a amostra quando
as respostas vão se tornando excessivamente repetitivas.
Sendo assim, se realizaram um total de quinze entrevistas no Núcleo Luz do
Oriente, atingindo esta margem de repetitividade. Porém, também foi decidido
desenvolver uma "amostragem bola de neve", quando determinados membro e/ou
líder entrevistado, pela sua vivência na UDV. Neste caso, destacamos entre os
entrevistados: o Quadro de Mestre, uma Conselheira que teve a vivência com o
fundador do grupo.
Vale resaltar que na entrevista com os lideres do Núcleo Luz do Oriente, para
uma melhor aprofundamento e alcance dos objetivos de pesquisa, se apresenta 4
imagens do Núcleo Luz do Oriente que representa a convivência e os trabalhos do
espaço-território.
A primeira imagem mostrava o templo onde se realiza o ritual religioso; a
segunda imagem mostrava o trabalho realizado no plantio, onde mostrava um grupo
de pessoas trabalhando a terra e a quarta imagem era uma imagem de natureza do
norte do Brasil que não fazia referencia a seu núcleo, sendo um lugar desconhecido
para os lideres.
A ideia de apresentar essas imagens foi porque num dos eixos se analisa o
ambiente e se quer resgatar esse amor pelo lugar, como assinala Tuan, “topofilia” o
objetivo do autor é a representação do laço afetivo que se desenvolve com o
ambiente, em busca daquele lugar que traz um conforto uma segurança.
(TUAN,2012)
20
As respostas foram organizadas em eixos de interesse que se aproximam à
nossa proposição território-rede, geossímbolo, ambiente e sentido de lugar
interpretada numa dimensão geocultural (BONNEMAISON, 2002).
O registro imagético se deu ao longo da pesquisa-ação, com autorização da
direção geral, com o que se pretenderá apreender as relações simbólicas entre
território e sujeitos, bem como compreender os "geossímbolos" (BONNEMAISON,
1999) que evidenciam a unidade de grupo e são altamente valorizados. Destacando-
se, neste caso, os eixos já expostos.
O cruzamento das entrevistas (Cf. Anexo) com as impressões do campo e o
registro imagético, é a base empírica do desenvolvimento da pesquisa que, em
diálogo a posteriori com a conceituação proposta de base geográfica, possibilitou a
interpretação que, acredita-se, possui reduzidas incoerências e imprecisões.
No primeiro capítulo se fará uma contextualização da União do Vegetal
(UDV), identificando origens, caminhos e organização institucional e reticular. No
segundo capítulo se interpretará a construção do território da UDV em Brasília,
trazendo elementos como redes e organização reticular da UDV em Brasília. No
terceiro capítulo se interpretará a experiência do território da UDV, especificamente
a do Núcleo Luz do Oriente, explicitando as relações entre território-redes,
geossímbolos e o sentido de pertencimento que passa pelo ambiente e o lugar que
os membros vivenciam.
Nas considerações finais será realizada uma síntese das ideias
desenvolvidas, sinalizando para os limites da pesquisa, bem como seu caminho de
desenvolvimento.
CAPITULO I
CONTEXTUALIZAÇÃO DA UNIÃO DO VEGETAL (UDV)
21
Na contextualização se abordará o percurso do fundador da sociedade
religiosa, assim como também a formação institucional do Centro Espirita
Beneficente União do Vegetal, a consolidação da sua administração e as normas
que regem o centro.
1.1. A SAGA DO MESTRE
José Gabriel da Costa nasceu na Bahia, nas proximidades de Feira de
Santana, no dia 10 de Fevereiro de 1922, sendo o oitavo filho de uma família de 14
irmãos. Em 1943 sai de Coração de Maria, em direção à capital Salvador, em busca
de seu destino. Em 1944, alistou-se como soldado da borracha4, indo a trabalhar
aos seringais da Amazônia, onde inicia sua vida na floresta.
Mapa 1 - Percurso de José Gabriel da Costa em Busca do "Tesouro". Fonte: Observatório de
Desenvolvimento Regional - Ministério da Integração. Elaborado por: Pamela Arteaga e Renata do
Fontenelle, 2005.
Bebeu o vegetal pela primeira vez no dia 1 abril de 1959, em pleno coração
da floresta, tendo recebido o primeiro copo de vegetal de um seringueiro conhecido
pelo o nome de Chico Lourenço. Ao comungar o Vegetal Hoasca, o Mestre José
Gabriel, reconhece sua missão espiritual e passa a distribuí-lo, fundando esta
4 José Gabriel se integra a massa de nordestinos que se lançam como “brabos” (termino utilizado
para as pessoas que nunca cortaram seringa, nunca ando na floresta.) ele foi um desses homem que
aguda inteligência e destreza , que não somente conseguiu sobreviver como chego a ser considerado
pelos companheiros como “Tuxáua” (um seringueiro que cortava a maior quantidade de seringa na
região).
22
sociedade religiosa de base espírita, com o pensamento de torná-la uma referência
de seriedade e transparência, focada no respeito tanto às leis do país como às leis
espirituais (COSTA-BERNARDINO, 2011). Assim, em meados de 1961, ainda no
meio da floresta, anunciou a seus discípulos a criação da União do Vegetal (Rabello,
2012).
Mestre Gabriel, como é conhecido pela UDV, encontra no Vegetal (Hoasca) o
fundamento de sua busca. Neste sentido, há uma aproximação entre a religiosidade
indígena e a cultura nordestina na qual o Mestre foi formado. Fala-se em recriar,
como a UDV prefere, porque, segundo sua crença, Mestre Gabriel recebe “a missão”
do próprio Vegetal (RABELLO, 2012), no sentido de organizar e disciplinar seu uso
para fins religiosos em 1971.
Figura 2 - Representação do "Mestre Gabriel". Fonte: www.blog.udv.org, 2015
Utiliza-se o conceito de “recriação” ao invés de criação, já que se compreende
o uso do Vegetal como algo que pode ser constituído na história do ser humano, e
retomado, no Brasil, na concepção do grupo religioso. A UDV se recria, em 22 de
julho de 1961, em Porto Velho no estado do Acre, próximo às fronteiras com o Peru.
23
Como já anunciamos anteriormente, o território não se expressa sem um
elemento importante em sua formação como sistema que é o poder, assim como
sinaliza Raffestin (1993, p. 52):
O poder, nome comum, se esconde atrás do Poder, nome próprio .Esconde-
se tanto melhor quanto maior for a sua presença em todos os lugares.
Presente em cada relação, na curva de cada ação: insidioso, ele se
aproveita de todas as fissuras sociais para infiltrar-se até o coração do
homem. A ambiguidade se encontra aí, portanto uma vez que há “Poder” e
“poder”.
O poder é mais fácil de ser percebido, pois está sempre exposto, visível,
identificável, sentido. Ele é representado pelos aparelhos inerentes ao território,
forma acabada de território para controlar a população e a dominação do recurso.
Sendo assim, o poder é multidimensional, ele surge através das relações; é
intencional por ter finalidades prioritárias; é dissimétrico, pois está sempre exposto a
resistências.
Porém, este "poder" se manifesta a partir de "Poder", seja ele o "Vegetal",
seja ele um "lugar central". Por isto, para estruturação e melhor manejo da
sociedade religiosa, a Sede Geral do Centro Espírita de Beneficência União do
Vegetal é trasladada de Porto Velho para Brasília.
No censo de 2011 que foi realizado pela instituição, verificou-se o número de
15.502 sócios, dos quais se pesquisou a regiões brasileiras, assim como também
idade, sexo, escolaridade, estado civil. Foi possível observar a taxa de crescimento
do centro e as características de cada região que faz parte da instituição religiosa.
Isso permitiu perceber a necessidade de ter um sistema de gestão da informação do
centro, o que mais tarde se materializou em no REUNI.
No território nacional, além do DF, a UDV está presente todos os estados,
com destaque para: Rondônia (25 núcleos), Amazonas (11 núcleos), Acre (11
núcleos), São Paulo (13 núcleos), Minas Gerais (12 núcleos) e Bahia (11 núcleos)
(ABES, 2011, p. 37).
Em escala mundial, destaca-se a presença de núcleos nos Estados Unidos
(Washington, Flórida, Colorado, Califórnia, Novo México e Texas), na Espanha
(Cáceres), Portugal (Lisboa), Reino Unido (Londres) (BERNADINO-COSTA; SILVA,
2011, p. 41), além da Austrália (RABELLO, 2012).
24
Figura 3 Regiões do Brasil, Europa, EEUU, que tem União do Vegetal. Fonte: agenda UDV,
2015.
Da mesma forma a religião pode ser um sistema sêmico, na qual sua função
é assegurar uma intervenção nas relações que se estabelecem, como enfatiza
Raffestin: “Não insistiremos na natureza e no conteúdo dessa mediação a não ser
para dizer que os fatos religiosos não escapam da problemática relacional nem,
muito menos do poder, por consequência.” (RAFFESTIN, 1993, p. 119).
Como nos indica o autor (RAFFESTIN, 1993) a religião não escapa à
relação porque o fiel cria uma relação entre o "poder do território religioso" e sua
concepção de mundo, que não escapa ao referente territorial sagrado frente ao
mundo profano em que vive. O profano é o mundo onde ele exerce seu cotidiano -
de certa forma livre, mas também ameaçado por não percorrer o "caminho sagrado"
- de modo que é convocado para o interior do "território sagrado", que mediatiza sua
compreensão dos fatos políticos, culturais, sociais e econômicos. Então esses "dois
mundos", profano e sagrado, superpõem-se um do outro.
Percebe-se que há mais de 50 anos que a União do Vegetal começou sua
institucionalização, seu lugar, no sentido de busca de um refinamento de suas
virtudes morais, intelectuais e espirituais (RABELLO, 2012). Porém este objetivo não
pode ser alcançado sem uma mediação "sagrada sistematizada". Assim, a
organização desta sociedade religiosa, demandou órgãos de apoio e estrutura, uma
25
hierarquia conforme a seguinte: "Diretoria Geral do centro, estruturados geralmente
com um Diretor e um Vice-diretor, Coordenadores Regionais e Monitores em cada
um dos núcleos, pré-núcleos ou distribuições autorizadas de Vegetal" (BERNADINO-
COSTA, 2011, p. 11).
Figura 4 Relação de criação entre as regiões da União do Vegetal. Fonte: agenda UDV, 2015.
Toda essa estrutura organizativa permite que os adeptos participem das
ações do Centro, dando um suporte necessário para seu crescimento, expansão e
fortalecimento das áreas de atuação, espiritual e institucional. A última é o modo de
relação com o Estado e a sociedade, por meio de diferentes campos, como jurídico,
beneficente e científico.
"Mestre Gabriel" inicia a formação hierárquica da UDV, constituída por: Mestre
Geral Representante, Mestre Assistente Geral, Mestre Geral, Mestre Representante,
Mestre Assistente, Quadro de Mestre, Corpo do Conselho, Corpo Instrutivo, Quadro
de Sócios. Todos esses cargos foram criados por Mestre Gabriel, já na criação da
UDV, a exceção do Mestre Assistente Geral que foi criado no ano 1996 pelo o
Mestre Manoel Nogueira. A razão que motivou a criação deste cargo foi o
crescimento da UDV (BERNARDINO-COSTA, 2011). Em 1968, inscreveu-se a UDV
em cartório no território federal de Rondônia.
A religião, como a língua, pode também ser concebida como instrumento,
cujas funções são múltiplas e complexas. Aqui, percebe-se que predomina o modelo
26
de relação única, onde se tem um tipo de hierarquia que permite um discurso
homogêneo e a possibilidade de controle da sociedade religiosa porque se mantém
um discurso que minimiza o gasto de energia da coletividade, permite a
comunicação e maximiza a informação, uma estratégia desejável do ponto de vista
do poder central. (RAFFESTIN, 1993).
Para produção da comunicação em rede da UDV, é utilizada a ferramenta
REUNI (software de comunicação e informação do grupo), que integra e atualiza as
informações administrativas no território em rede da UDV. Desta maneira, podemos
argumentar que o próprio grupo já se organiza e se entende em rede, com conexão
entre os diversos núcleos, de maneira hierárquica, tanto no escala local, quanto
regional, nacional e global.
Numa primeira impressão, percebemos que este tipo de hierarquia pode ser
autoritário, pela forma como se estrutura, porém, os cargos não são vitalícios e
existe uma nomeação democrática dentro do Centro, questão que aprofundaremos
no decorrer do texto.
O Mestre Geral Representante é autoridade máxima dentro do centro e
realiza a supervisão em todo o Brasil e o Exterior. Ele é auxiliado pelos Mestres
Assistentes Gerais; em contato direto com este quadro de Mestres está o Mestre
Central, responsável pela supervisão de núcleos, pré-núcleos; e distribuição
autorizada de Vegetal. Na sequência, temos o Mestre Representante, que é
autoridade máxima local dos núcleos e pré-núcleos, os conselheiros5 auxiliam o
quadro de Mestre, o corpo instrutivo, sendo auxiliares do Quadro de Mestre
(RABELLO, 2012).
Fazer parte do quadro de sócios é o primeiro passo na hierarquia, já
demonstrando o compromisso de frequentar as sessões. A posição hierárquica é
uma posição aberta a todas as pessoas que demonstrem compromisso com a
sociedade religiosa, compreensão de seus valores, condutas e capacidade de
perpetuar as práticas rituais e propósitos religiosos. São convidados a alçarem maior
capacidade de compreensão espiritual, através da busca e do exame dos
ensinamentos e da doutrina. A ideia é de que, através do desenvolvimento individual
e na conquista da autonomia de pensamento, o ingresso seja útil à aquisição de
maior equilíbrio pessoal em todas as dimensões da vida.
5 Conselheiro é um grau que se da a pessoa que segue os ensinos e doutrina da UDV, reconhecida
como uma pessoa que esta na condição de auxiliar a outros irmãos.
27
Para que a comunicação do "sagrado" ocorra, é necessária a organização
complexa exposta, uma constante que se aplica à variabilidade de indivíduos e
lugares que se tornam parte da UDV. Logo, a produção e a circulação da mensagem
não são só mantidas, mas se expandem e de complexificam. Agora podemos fazer
uma analogia do capital constante com o trabalho religioso: “Capital constante +
capital variável = capital religioso complexo. De essa forma a comunicação do
sagrado é realizada por esse capital complexo: a produção e circulação de
mensagens no território de uma comunidade religiosa(RAFFESTIN, 1993, p. 121).
Obviamente, o processo não é tão lógico e estático como a "equação" pretende
captar, mas ela pode ser tomada como uma possibilidade, uma analogia, não um
regra da realidade vivida.
A UDV é aberta à participação de seus "discípulos" nos diversos trabalhos,
com fortes traços igualitários, tais como; o direito de todos serem corresponsáveis
pela obra, pois a ascensão na hierarquia é independente do status econômico,
político, intelectual ou social. Forma-se um sistema que é regulado por todos e evita
sobrepeso em poucos. Nota-se que por uma orientação do guia espiritual, Mestre
Gabriel, os adeptos também realizam mutirões para a construção de melhorias
materiais dos núcleos, realizando diversas atividades como, plantio, cozinha,
construção de infraestrutura, etc.
O legado de Mestre Gabriel, segundo os adeptos, é o convívio de um poder
material e de um poder espiritual na UDV, onde o primeiro obedece ao segundo.
Assim, desde o início, o cargo equivalente ao atual Mestre Geral Representante
conviveu com outros cargos. Também existe o cargo de conselheiro fiscal, que tem
por objetivo supervisionar o trabalho feito pela diretoria em cada núcleo. Um aspecto
a ser ressaltado é que nenhum cargo recebe remuneração pelo exercício,
conservando a natureza voluntaria do trabalho.
O funcionamento econômico se dá através de um boleto mensal pago pelos
sócios, que visa cobrir as despesas para manutenção dos núcleos, pré- núcleos,
distribuições autorizadas. As únicas pessoas remuneradas são as que fazem parte
do escritório da Diretoria Geral da UDV, localizado em Brasília, e os caseiros que
moram nos núcleos que, em geral, estão localizados em áreas rurais próximas á
cidades ou áreas ruralizadas no interior das cidades.
28
Para o melhor funcionamento do Centro, do ponto de vista administrativo, em
1989, foi criada a Diretoria Geral do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal
que está constituída da seguinte forma:
Figura 5 - Organograma do CEBUDV. Elaborado por: Bernardino-Costa e Mesquita, 2012.
A competência da Diretoria Geral, está centrada nas áreas materiais,
culturais, sociais, culturais, assistenciais e educacionais. Para um exercício mais
descentralizado a Diretoria é assessorada pela Coordenação de Relações
Institucionais, pela Coordenação de Comunicação e pela Comissão Científica e por
seis departamentos: Médico e Científico, Plantio, Patrimônio, Memória e
Documentação, Jurídico e Beneficência.
A Coordenação de Relações Institucionais tem por finalidade o contato com o
governo e as outras sociedades Hoasqueiras; A Coordenação de Comunicação
assessora a Presidência na comunicação com a imprensa; A Comissão Científica
contata pesquisadores de outras áreas de conhecimento, que não sejam da área
médica e farmacológica, pois esta se encontra sob a responsabilidade de
Departamento Medico Científico.
O Departamento de Plantio tem suas ações voltadas para o cultivo de duas
plantas Mariri e Chacrona, utilizadas na preparação do Vegetal, estendendo suas
preocupações para outras ações ambientais; O Departamento de Patrimônio visa
regularizar o patrimônio do centro em conformidade com as leis do país.
29
O Departamento de Memória e Documentação responsabiliza-se pela
pesquisa propriamente histórica do CEBUDV, pela guarda e conservação do acervo
documental; O Departamento Jurídico tem atuado em prol das conquistas legais e
institucionalização do uso do Vegetal no Brasil.
O Departamento de Beneficência promove ações assistências e
educacionais, tendo como público tanto os sócios como aos não sócios. Esta
estrutura foi desenvolvida pelo Mestre Gabriel como caráter participativo na
administração da UDV.
No momento que a sede geral do CEBUDV foi trasladada de Porto Velho para
Brasília, em 1 de novembro de 1982, devido ao crescimento, a sociedade religiosa
procurou a uniformidade tanto na transmissão dos ensinamentos quanto na
administração material. Assim sempre teve um cuidado e uma recomendação para
que o Quadro de Mestre mantivesse comunicação entre eles para assegurar a
manutenção do ritual.
Na década de 1970 a 1980, o Quadro de Mestres tinha reuniões que foram
chamadas de Conclaves e, posteriormente, Convenções. Nestas reuniões se
abordava a recordação dos ensinamentos do Mestre Gabriel, estudos e reformas
das leis ou outro acontecimento específico num núcleo. Com a expansão do grupo,
os Conclaves/Convenções perderam sua eficácia.
Nestes últimos 30 anos, desde a transferência da Sede Geral para Brasília,
sucessivas reformas administrativas foram incorporadas, com a finalidade de chegar
a uma estrutura funcional, que garanta condições, visando à preservação da
unidade administrativa, disciplinar e doutrinária. Atualmente a estrutura
administrativa, em sua dimensão espiritual, está constituída da seguinte maneira;
Administração Geral é composta pelo Quadro de Mestre do Centro, dirigida pelo
Mestre Geral Representante conta com os seguintes órgãos; Conselho de
Administração Geral (CONAGE), Representação Geral (RG), Conselho da
Recordação dos Ensinos do Mestre Gabriel (CREMG), Colegial Eleitoral,
Administrações Centrais (AC), Conselho de Administração Central (CONACE) e
Administração de Núcleo e Pré-Núcleos.
30
Figura 6 - Organograma da Administração Geral. Elaborado por: Bernardino-Costa, 2012.
Importa destacar a estrutura de organização não apenas para a ordenação
hierárquica do território, mas também para destacar ações territoriais tendo em vista
os interesses da UVD. Um exemplo que podemos destacar desta articulação para
modificação não apenas interna ao território, mas em estruturas sociais mais
amplas, com o por exemplo a legalidade, é pertinente a apresentação da breve
história de retirada do Vegetal da lista de Conselho Nacional de Entorpecentes-
CONFEN, explicitando a atuação em rede articulada do grupo.
Quadro 1 Síntese da Hierarquia e suas funções (UDV)
Departamentos
Função na Hierarquia da UDV
Responsável(eis)
Instrução e Doutrina
Trabalhar pela evolução do ser humano Mestres
Limpeza Geral
Higiene em todos os aspectos das Membros em geral
dependências do núcleo
Cerimonial Religioso
Fazer batismos e casamentos
Mestres
Beneficência
Auxiliar economicamente as pessoas que Membros em geral
estejam precisando
Patrimônio
Regulamentar e administrar os bens Membros em geral
patrimoniais móveis e imóveis
31
Memória
Documentação
e Zelar pela documentação visual do Membros em geral
núcleo
Plantio
Plantar e cultivar Mariri e Chacrona
Membros em geral
Jurídico
Zelar pela parte jurídica do núcleo
Membros em geral
Tesouraria
Zelar e administrar a parte econômica do Membros em geral
núcleo
Conselho Fiscal
Supervisionar o trabalho
departamentos e da diretoria
dos Membros em geral
Secretaria
Comunicar as decisões da diretoria geral, Membros em geral
realizar cadastros dos membros e
diversas autorizações
Elaborado por Pamela M. Arteaga. Fonte: Consolidação das Leis da UDV, 2013.
1.2 ARTICULAÇÃO HOASQUERIA PELA UDV AÇÃO DO DEPARTAMENTO
MEDICO CIENTIFICO
Pelo percurso histórico da utilização do vegetal num contexto religioso no
Brasil, o Centro se resguardo com as pesquisas do Departamento Medico Cientifico6
(DEMEC) tendo o apoio dos profissionais da área da saúde, sócios da UDV, que
confirmaram através de pesquisa, que a utilização do Vegetal é inofensiva à saúde.
Em 1977, se realizou uma pesquisa para ser acompanhada por clínicos gerais e
psiquiatras, em constante observação, vendo os aspetos sociais e comunitários. Em
1984 surge o Centro de Estudos Médicos, na cidade de Rio de Janeiro CEM pela
própria iniciativa de uns sócios do núcleo que formaram o centro de estúdios que
deu origem ao atual DEMEC. Em 1991 foi realizada pela iniciativa de alguns sócios
da área de saúde o Iº Congresso em Saúde da UDV, para o qual foram convidados
pesquisadores internacionais. Neste congresso foi lançada a proposta de realizar o
primeiro estudo do chá Hoasca em seres humanos. Em 1992 se inicia o Projeto
Hoasca que convida a nove centros universitários e institucionais de pesquisa do
6 O percurso histórico do Departamento Médico Científico da UDV foi extraído de uma edição do
jornal Altofalante, que foi feita como edição comemorativa dos 50 anos da União do Vegetal no ano
2011.
32
Brasil, Estados Unidos e Finlândia, com o suporte de Centro de Estudos Médicos de
União do Vegetal.
Em 1993 começa a coleta de dados para Projeto Hoasca, assim como
também ocorre o II congresso em Saúde da UDV, em Campinas/SP. Em 1995
acontece a Iª Conferencia Internacional dos Estudos de Hoasca, onde se
apresentam os resultados do Projeto Hoasca ao mundo cientifico e autoridades. No
período de 1997, o Conselho Federal de Entorpecentes (CONFEN) emite um
parecer desaconselhando, sem fundamentação cientifica, o uso de vegetal por
menores de 18 anos.
A UDV encaminha ao Ministério Público Federal a solicitação para realizar
uma pesquisa cientifica investigando os efeitos da utilização do chá por menores de
idade. Inicia-se a pesquisa que envolve 40 adolescentes frequentadores da UDV,
com idade entre 15 a 19 anos, das cidades de Campinas/São Paulo e Brasília, foram
comparados com 43 jovens das mesmas localidades que nunca utilizaram o chá. No
ano de 2004 foi divulgado o parecer cientifico da pesquisa com adolescentes. A
pesquisa concluiu que a saúde física e mental de adolescentes assíduos aos rituais
da UDV é semelhante a dos jovens dos mesmos extratos sociais, que nunca fizeram
uso do chá.
Porém se percebe que o Centro Espírita Beneficente União do Vegetal tem
um amplio trabalho e preocupação com respeito ao da utilização legal das plantas
que fazem parte de seu ritual e isso se reflete na fala do seguinte líder extraída da
pesquisa de campo;
[...] em um contexto histórico agora qual e o grande desafio e o preconceito
em relação ao vegetal porque ainda quando as pessoas ouvem falar
quando tem alguma informação com respeito as religiões ayahuasqueiras a
primeira reação é preconceituosa no sentido que e o entorpecente que e um
alucinógeno as pessoas são herdeiras do momento hippie então ainda não
compreenderam que na historia do ser humano existe muitas formas de
desenvolvimento espiritual que usam recursos de muitos tipos entendeu o
terreiro de umbanda por exemplo usa o charuto e a cachaça que queira o
não e usado também, na igreja católica se usa hóstia que e um sacramento
simbólico então e algo que e um apoio para as pessoas de referencia
simbólica para estabelecer sua ligação em Jesus e tal então na UDV existe
o chá ayahuasca o hoasca como todos falam que também tem essa função
de nos permitir ter uma concentração maior, mais até que as pessoas
entende isso só mesmo conhecendo de perto experimentando [...] (Líder 4,
Masculino,65 anos, bebe Vegetal à 15 anos)
33
Assim se percebe que a instituição religiosa assim como todas as religiões
ayahuasqueiras, tem uma preocupação com respeito a poder seguir comungando o
chá sem ser perseguido pelas autoridades nem de ser estigmatizados por causa de
que seu ritual religioso tem a utilização destas plantas. Também se percebem, que
tem ido crescendo com respeito a livre utilização do chá porque como se descreve
encima, vem abrindo as portas para pesquisas de cunho médico-científico, também
isso se reflete em ter um departamento encarregado de cuidar dessa parte.
Posto isto, vamos discutir os elementos que estão imbricados na organização
do território da UDV, suas dinâmicas especiais religiosas e sua reticularidade, a
partir de um referente empírico: O Núcleo Luz do Oriente, em Brazlândia, Distrito
Federal.
34
CAPÍTULO II
TERRITÓRIO E REDE DA UDV EM BRASÍLIA
O capítulo propõe uma interpretação do território do Centro Espírita
Beneficente União do Vegetal (UDV), a partir o Núcleo Luz do Oriente, um dos 6
núcleos atuais no DF, dentro os quais se encontra a Sede Geral desta religião.
Inicialmente se fará uma breve apresentação do núcleo, para daí discutir sua
organização territorial e reticular, bem como suas estratégias de ação
(territorialidades) que criam o sentido territorial religioso em questão,
especificamente na relação entre membros e ambiente, central para o projeto de
mundo da UDV.
2.1. NÚCLEO LUZ DO ORIENTE UMA APROXIMAÇÃO
O Núcleo Luz do Oriente está localizado em Brazlândia, Núcleo Rural
Alexandre Gusmão, Lote 1, Reserva G, Gleba 1, Brazlândia, em frente ao Parque
Nacional “Chapada Imperial”.
Figura 7 Localização do Núcleo Luz do Oriente, Brazlândia, DF. Fonte: Google Maps, 2015.
35
Imagem 1 Entrada no Núcleo Luz do Oriente. Autoria: Pamela Morales, 2015.
Quando se chega ao Núcleo, se nota-se a predominância do Cerrado
característico do Centro-Oeste, com muitas árvores, mas com elementos artificiais
típicos urbanos, como estacionamento. A primeira construção ao ingressar na
propriedade é o Templo, em formato de L, avarandado há jardinagem a frente e
atrás. Um salão grande, de construção, com ampla ventilação e portas. Do lado
direito do salão, em prédio contínuo uma sala pequena abriga a secretaria do núcleo
e ao lado dessa, a cozinha.
Seguindo, na mesma construção em L, estão - berçário, dormitório, casa de
reuniões sociais, além de banheiros. No ambiente externo e atrás do prédio principal
temos uma área de lazer: com campinho de futebol e um playground; Após estes
elementos encontra-se uma construção aberta, com teto, que abriga a casa do
preparo do Vegetal; tanto em frente quanto atrás temos agroflorestas: associação de
plantas diversas entre as típicas do Cerrado e de outros ambientes (Amazônia).
36
Figura 8 - Croqui da Propriedade do Núcleo e suas construções. Autoria: Renata Fontenelle,
2015.
O núcleo Luz do Oriente foi fundando em 27 de Setembro 2003, resultado da
integração entre UDV e outra religião hoasqueira, conhecida como Centro Espírita
Beneficente Ordem do Templo de Salomão (OTUS), que deixou de existir. Faz parte
da 8ª Região da UDV no Brasil e atualmente compõe-se de 139 sócios (ou
membros), abrigando, famílias em sua maioria. Em termos de renda, há uma
diversificação importante, de modo que, ao menos neste núcleo, não há um tipo de
seguimento social específico.
37
Um conjunto de elementos que são substanciais para se pensar a
organização territorial do núcleo específico e, em termos mais gerais, da própria
UDV. Importante ressaltar que, de muitas maneiras, o núcleo é uma síntese
geohistórica da religião e, ao mesmo tempo, impõe um projeto de futuro, como uma
solução de continuidade e expansão.
2.2. TERRITÓRIO E REDE DA UDV EM BRASÍLIA
Quando se opta por aproximar a UDV ao debate territorial, a escolha revela
uma forte impressão no processo de pesquisa pensar a partir do território parece
ser um meio de “abrir portas interpretativas” para a organização de coletivos no DF
que interferem sobremaneira na dinâmica de produção do espaço e, ao mesmo
tempo, implicam em dinâmicas cotidianas de experiência espacial bastante diversas
do que se supõe numa cidade moderna e modernizante.
O Núcleo Luz do Oriente, assim como todos os núcleos, possui uma
hierarquia de comando e corpus de organização sistemática que mantém as
condições humanas de realização do próprio espaço religioso.
Do ponto de vista hierárquico destacamos: que a eleição para cargos de
comando é feita a cada três anos, por votação dos membros. Há dois tipos de
votação. Uma que é feita pelo “Corpo do Conselho” e “Quadro de Mestres” para
eleição dos cargos de “Mestre Representante” e “Presidente”; a outra votação é
feita, por todos os membros, para os demais cargos/departamentos de Instrução e
Doutrina Espiritual; Plantio, Beneficência, Limpeza Geral; Cerimonial Religioso;
Memória e Documentação, Patrimônio, Médico e Científico; Jurídico; além de
Tesouraria, Conselho Fiscal e Secretaria (UDV, 2013, p. 33).
O Núcleo Luz do Oriente segue o modelo hierárquico da organização geral,
assim como os demais núcleos na forma de departamentos ocupados pelo quadro
geral de sócios e mestres (CF. Quadro 1, p. 31).
Há uma estrutura hierárquica e administrativa que pretende agir com
unicidade, mas também com clara circulação de relações de poder. Nesse sentido,
Raffestin (1993, p. 118) atenta que:
O fenômeno religioso não foi ao menos para os geógrafos, concebido em
termos de relações de poder. Em sua própria essência, o fenômeno
religioso é bem caracterizado pelas relações de poder, porque toda
38
concepção religiosa do mundo implica a distinção do sagrado e do profano
e é oposta ao mundo ao qual o fiel se dedica (RAFFESTIN, 1993, p. 118).
É para dar este tratamento mais efetivo sobre as relações de poder a partir do
território enquanto fundante do fenômeno religioso que principiamos a pesquisa. O
território da UDV em Brasília é marcado pelo exercício do poder imbrincado com o
“sentido de sagrado” e, também, com o projeto de mundo no espaço e no tempo
do grupo, numa tentativa de expansão do sagrado transfigurando o profano.
A especificidade espacial será tratada a partir do conceito de território já que,
segundo Rasffestin (1993), espaço e território não são conceitos equivalentes, pois o
espaço antecede ao território, este “se forma a partir do espaço, é o resultado de
uma ação conduzida por um ator sintagmático em qualquer nível. Ao se apropriar do
espaço, concreta ou abstratamente o ator ‘territorializa’ o espaço” (RAFFESTIN,
1993, p.143).
Os departamentos/cargos revelam um planejamento geoestratégico de gestão
do território, ação do ator sintagmático (1993) tanto ao nível local os núcleos
quanto ao nível mais geral, já que o modelo hierárquico se reproduz na totalidade.
É elucidativo, no que se refere a esta ação em unidade hierárquica e
programática, o que consta no “Boletim Regulamentar de Criação de Núcleos e
Distribuições Autorizadas do Vegetal”, parte do documento de acesso livre
denominado Consolidação das Leis (UDV, 2013, pp. 23-24):
Artigo 1° - A abertura de Núcleo será autorizada pela Representação Geral,
juntamente com o Quadro de Mestres da Sede Geral, mediante
requerimento do Mestre Central da Região, de acordo com os seguintes
critérios:
a) existência de no mínimo 3 (três) mestres, sendo que pelo menos um
deverá ter sido Mestre Representante, e 5 (cinco) conselheiros ou
conselheiras, totalizando, no mínimo, 50 (cinquenta) sócios;
b) o Núcleo de origem, em caso de desmembramento, deve estar: em dia
com os compromissos perante os Órgãos da Direção Geral, dispondo, este
de, no mínimo, 120 (cento e vinte) sócios;
c) aquisição prévia de imóvel, para formação do novo Núcleo, em nome
do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, Sede Geral, com
documentação previamente aprovada pelo Departamento Jurídico e
construção adequada aos trabalhos religiosos, ressalvado o direito de
manter casa de preparo de uso compartilhado;
d) o imóvel a ser adquirido deverá ter sua localização e instalação
atendendo à legislação ambiental;
e) o Núcleo de origem deve possuir área de plantio de Mariri e Chacrona
para atender suas necessidades, considerando ainda sua responsabilidade
com a manutenção do futuro Núcleo, até sua autonomia neste aspecto;
f) o Mestre Central da Região deve fazer uma avaliação do Quadro de
Mestres e do Corpo do Conselho do Núcleo em formação, inclusive quanto
39
à estabilidade familiar e profissional, especialmente do Mestre
Representante.
Parágrafo único - No requerimento do Mestre Central solicitando a abertura
de Núcleo deverá conter a relação de sócios que o comporá, o nome do
Mestre Representante indicado, a data de abertura, endereço completo da
localização, as condições de plantio de Mariri e Chacrona do Núcleo de
origem e o parecer do Coordenador Regional do Departamento Jurídico
confirmando o atendimento aos critérios presentes neste Boletim (Cf. no
Apêndice o Documento Integral).
Logo, há diretrizes e condições limitantes que, ao mesmo tempo,
padronização o modo de organização e expansão do grupo.
Entretanto, não se pode perder de vista que a constituição de um território
não se dá por mera vontade de um grupo ou agente sintagmático. Há um processo
histórico e; ao mesmo tempo, dinâmicas e contradições internas ao próprio grupo
que programa a expansão territorial. Além disso, não é o espaço como mensuração
e pontos (quase uma abstração) que se quer alcançar, mas acessar determinados
nichos espaciais, concretamente existentes.
Tinha algumas estruturas [...] ainda bem simples tinha o templo de chão
batido, ainda não tinha as janelas, não tinha reboco, as paredes eram de
tijolo. [...] Era bem diferente do que a gente vê hoje. [...] Veio na época da
fundação para o núcleo Mestre L, ele é uma pessoa muito dedicada sabe,
uma pessoa que chegou [...] como se já fosse dali há muito tempo porque
[...] chegou incentivando pelo próprio trabalho [...] a gente a plantar árvores
naquela área toda, então assim boa parte das árvores plantadas que a
gente vê lá, foi naquela época bem no início 2004, 2005. A gente fazia os
mutirões e ele era um entusiasta assim, para que a gente avançasse bem
nos trabalhos, mas a gente avançou bem na parte das obras logo no
primeiro ano (Líder 4, Masculino, 65 anos, bebe Vegetal à 15 anos).
O investimento coletivo no processo de desenvolvimento do Núcleo também
revela a relacionalidade entre os membros que é uma troca de energias, o uso da
linguagem de liderança e da atitude criadora pelo trabalho, além do encontro num
tempo e espaço de um projeto que se abria para o futuro do ponto de vista da UDV.
Raffestin (1993) explicita que, através de uma relação de dependência, há a
construção de elos de poder. Através do trabalho ou troca de energia o ser humano
cria um território para si e sua própria representação. Evidentemente, o território tem
como substrato o espaço, sendo uma produção a partir deste, inscrita em uma
relação de poder. O que fica explícito na fala de outro líder:
[...] nós nos reunimos em sessão por duas vezes [...] em reuniões e com
aprovação da representação e da diretoria geral da UDV, nós fundamos
aquele núcleo no dia 10 de fevereiro de 2004 [o trabalho de plantio relatado
40
anteriormente começou em 2003], com nome núcleo Luz do Oriente, sendo
uma unidade do Centro Espirita Beneficente União do Vegetal, então a
sociedade que a gente pertencia antes [Centro OTUS], a integração
conforme eu citei ela foi extinta, [...] praticamente todos os membros se
integraram a UDV (Líder 5, Masculino,45 anos, bebe Vegetal à 20 anos
grifos pesquisadora).
Há, portanto, dois aspectos que importa ressaltar aqui: a) a criação do núcleo
se fez no encontro entre a vontade dos membros do DF e a determinação da direção
geral da UDV, sem o qual não seria possível criar à revelia um núcleo; b) a
incorporação de outra sociedade espírita, a OTUS, que foi extinta oficialmente e
ocupava o mesmo espaço embora outro território que hoje é territorializado pela
UDV.
Não se sabe como foi o processo de assimilação do OTUS pelo Núcleo da
UDV, pois os líderes entrevistados pouco entraram nestes meandros e não era o
foco da entrevista, mas o fato de o líder da UDV ter sido da outra religião, demonstra
um processo de territorialização negociada, não sabemos se tensa embora o
“praticamente todos os membros integraram [...]” da fala do líder possa significar
uma dissonância como um aspecto importante na criação deste núcleo em
específico.
Evidencia-se aqui a importância da representação legitimada pelo grupo para
qualquer expansão territorial e nucleação do território. A representação diz respeito
tanto a expressão hierárquica quanto a imagem de mundo que se quer construir, ou
seja, o projeto. As falas dos líderes emulam esta representação relacional:
obediência e visão de mundo, hierarquia e projeto, no ato da criação do território
religioso.
Em termos de espaço o que é mais importante é nossa forma de interagir
entre nós que somos sócios [...] nos consideramos irmãos. [...] Como nós
interagimos que, para mim, faz a grande diferença, é que ao longo do
tempo percebo que nós construímos o jeito de ser, de pensar, de
imaginar nossos relacionamentos, a nossa forma de nos conduzir com
as outras pessoas; e isso se estende a questão do ambiente físico. [...]
Eu percebo que nós em essa nossa integração e interação entre nós, nós
também nos voltamos para pensar que espaço nós queremos então nos
definimos nosso espaço físico, espaço do prédio, do imóvel e também
definimos nosso espaço com base em nossa fauna de nossa flora
(Líder 6, Feminino, 57 anos, bebe Vegetal à 32 anos, grifos pesquisadora),
As representações de mundo consubstanciam uma abertura para o futuro a
partir do presente e, claro, da história da própria UDV. Partir de um entendimento de
fórmula pronta do grupo (o ator sintagmático) é empobrecer a dinamicidade concreta
41
das relações de poder que emergem e circulam no território em construção. A fala
do Líder 6 dá um caráter de construção, de processo em formação e, ao mesmo
tempo, dos membros que alicerçam experiência de viver e conviver.
As representações sociais que, para efeito desta pesquisa se configuram
como socioterritoriais são entendidas como:
um corpus organizado de conhecimento e uma das atividades psíquicas
graças às quais os homens tornam inteligível a realidade física e social,
inserem-se num grupo ou numa ligação cotidiana de trocas e liberam o
poder de sua imaginação” (MOSCOVICI apud PELUSO, 1998, p. 8).
Portanto, as representações não simples “decalques” da realidade, como um
mero encobrimento, na realidade se constituem como “‘ciências coletivas’ sui
generis destinadas à interpretação do real” (MOSCOVICI apud PELUSO, 1998, p. 8)
e usadas nas comunicações entre as pessoas (PELUSO, 1998, p. 8). De modo que
representar é reconstituir, retocar, modificar o texto interpenetrando percepção e
conceito (MOSCOVICI apud PELUSO, 1998, p. 8).
Para compreender o território da UDV nota-se que a representação assume
um papel importante no entendimento do processo de constituição dos núcleos, já
que qualquer projeto no espaço revela uma imagem reconstitutiva desejada de um
território. Essa representação se dá através de relações que contém códigos
semânticos que são, fundamentalmente, produzidos, mantidos ou transformados a
partir das relações de poder, que pode ser pensado como “(...) a parte intrínseca de
toda relação, multidimensionalidade e imanência do poder em oposição à
unidimensionalidade e à transcendência” (RAFFESTIN, 1993, p. 53).
Então, para que se estabeleça uma relação de poder tem que existir essa
troca de energia ou de informação que é múltipla e circulante, inerente às relações.
Segundo Raffestin (1993), podemos afirmar que todo tipo de relação supõe o
exercício do poder, mesmo que este não apareça claramente, sempre vai estar
presente e vai participar de qualquer tipo de conexão que se estabeleça dentro de
um grupo.
Nas relações territoriais que se estabelecem, Raffestin (1993) faz referência a
três processos relevantes em todo processo relacional:
a) uma troca de energia, um trânsito de informação entre as partes sendo um
processo que se repete infinitas vezes independente se a troca é material ou
42
imaterial (RAFFESTIN, 1993). Esse processo envolve múltiplas relações que não
vão aparecer nessa troca. Por exemplo, se colocamos esta perspectiva como
elemento para o entendimento de grupos religiosos, percebemos que se podem
estabelecer múltiplas relações que não são apenas de cunho religioso. Ao contrário,
se estabelecem-se diferentes tipos de relações que se articulam para além da estrita
troca religiosa, seja o que isto signifique. Há agregação de outras relações em rede
que poderiam ser rastreadas em termos políticos, econômicos, morais, sentimentais,
este estudo se concentrará nas relações territoriais, o foco central da pesquisa.
b) O segundo ponto interessante é que na linguagem já existe o poder, porque a
linguagem não é neutra. Quando você analisa a sociedade religiosa da UDV,
percebemos que existe um código de linguagem pré-determinado hierarquicamente,
seja pelo Mestre Gabriel, o fundador, seja pelo topo da hierarquia ou pelas
lideranças do grupo que, estruturando um discurso de “natureza do mundo”, reforça
a própria manutenção da hierarquia fundadora.
c) O terceiro elemento é que só se pode falar em poder na relação tempo e espaço,
já que os homens são os únicos capazes de acionar o poder num tempo e espaço
determinados, ativando diferenciações relacionais.
Aprofunda-se a discussão destes três processos que fundamentam o território
no item a seguir.
2.2.1. Rede de circulação das representações do território da UDV
Um dos aspectos bem evidenciados pelos membros no Núcleo é a
importância da comunicação e da circulação de informações no âmbito da religião
partilhada, na medida em que, através desta um corpus de saber autorizado é
apreendido. Soma-se a isto o aspecto da gestão do território, suas representações
sociais partilhadas e desenvolvidas e a orientação do projeto de mundo, só possível
em uma religião tão abrangente através de redes.
Os núcleos eles estão interligados, têm uma relação direta com a sede geral
e a organização. Para ser melhor foi divido por regiões, então um núcleo
compõe uma determinada região e esta administrada pelo Mestre Central
Representante. Então [...] quando chega no núcleo tem um Mestre
Representante que esta aí conduzindo os trabalhos (Membro 1, Feminino,
34 anos, bebe Vegetal à 4 anos).
[A comunicação] da sede geral e das administrações [é] por e-mail e
telefone, o mestre representante tem o dever de manter contato com o geral
43
e assim o geral tem a responsabilidade de manter contato com o mestre
representante. Então assim eu sei que existe uma administração regional,
uma secretaria uma tesouraria regional [...] Então a melhor forma de
comunicar é por email, whatsap, teve um tempo que era avisado as
pessoas por telefone, e as que não tinha telefone era avisado de forma
pessoal (Membro 2, Masculino,42 anos, bebe Vegetal à 11 anos).
Bom, a primeira conexão que são todos da união, a pessoa que é da união
pode participar de sessão em outros núcleos, basta pegar uma autorização
(Membro 4, Masculino, 56 anos, bebe Vegetal à 21 anos).
Então tá eles são separados mais eles trazem a mesma compreensão, todo
mundo esta ouvindo a mesma doutrina, os mesmo valores, então acho que
na essência, são todos iguais, mais obvio que cada um tem sua
particularidade (Membro 5, Feminino, 19 anos, bebe Vegetal à 15 anos) .
As falas trazem um aspecto bastante cotidiano da circulação interna de
informação e um sentido de unidade doutrinária em grande parte simbólica que
se faz através desta circularidade, melhor dizer reticularidade, que garante o
exercício do poder. Para Raffestin (1993, p. 120):
A religião, como a língua, pode também se concebida como um instrumento
cujas funções são múltiplas e complexas. Instrumento de comunicação, mas
também, e até mesmo na essência, um instrumento de comunhão,
manipulado pelas organizações.
Dois aspectos precisam ser esclarecidos, ainda que concorde globalmente
com a proposição de Raffestin (1993), de que a) religião “pode” ser um instrumento,
mas não podemos reduzi-la a tal, especialmente no desenvolvimento desta
pesquisa; b) a manipulação supõe que o projeto de uns é imposto a todos, mesmo
sem estes o saberem, como uma ideologização. Porém, é mais complexo o
processo de “assimilação” do projeto na relação entre indivíduos e o conjunto da
UDV.
Entretanto, ao destacas as múltiplas e complexas funções da religião e sua
perspectiva comunicativa e de comunhão, a ideia do autor esclarece o essencial das
falas proposta e aponta para o necessário debate das redes de comunicação e
comunhão para o território da UDV.
O conceito de redes, nos últimos anos, tem sido amplamente utilizado para
entender o território, de modo que, para alguns autores, tais como Raffestin (1993),
Haesbaert (2004) e Dias (2005) são indissociáveis. Sendo assim, podemos pensar
as redes, como expressão material e imaterial da circulação, já que:
44
Falaremos de circulação cada vez que se trate de transferência de seres e de bens
lato sensu, enquanto reservaremos o termo comunicação à transferência da
informação. Dito isso a noção de circulação é sem duvida mais geral que a de
comunicação, pois engloba tudo o que é mobilizável (RAFFESTIN, 1993, p. 200).
Aqui o autor enfatiza que o homem é o ator que mobiliza essa circulação de
bens materiais ou de comunicação, processo que representa a imagem do poder
que circula. Independente da mobilidade utilizada pelo ator, este sempre será
confrontado por uma rede. “A rede faz e desfaz as prisões do espaço, tornando
território: tanto libera como aprisiona. É o porquê de ela ser um ‘instrumento’ por
excelência do poder” (RAFFESTIN, 1993, p. 204). Para Dias (2005), o conceito de
rede tem ênfase na conexão da informação e como se dá essa mobilidade, tendo
um processo de integração e de exclusão. Ao que acrescentará de centralização e
descentralização de poder.
A caraterística da instantaneidade da informação das redes da informação
emerge através de produção e novas formas no processo histórico. Processos de
produção, de integração financeira e de integração da informação. Mas também de
desigualdade, desintegração e de exclusão no território. Todo esse processo precisa
de estratégias de integração e de mobilidade, propondo uma forma de organização
(DIAS, 1995).
Redes constituem uma nova morfologia social de nossas sociedades e a
difusão da lógica de redes modificada de forma substancial a operação e os
resultados dos processos produtivos e da experiência poder e cultura.
Embora a forma de organização social em redes tenha existido em outros
tempos e espaços, o novo paradigma da tecnologia da informação fornece a
base material para sua expansão em toda estrutura social (CASTELLS,
1999 apud DIAS, 2005, p.18)
Assim como, assinala Dias (2005), nesta época moderna7 a rede toma um
sentido de comunicação e de uma representação do território como se fosse uma
teia que vem representar um traçado concreto e imaginário de um determinado
território.
Dias (2005) também assinala que existe uma nova forma de poder que se
manifesta nos movimentos sociais, instituições e sociedade religiosa como no caso
da UDV que, sendo uma forma de organização de adeptos, traz consigo uma
7 A grande ruptura que introduz novo conceito de rede acontece na metade do século XVIII e se
caracteriza pela saída do corpo. Representações geográficas do território se multiplicam graças a
triangulação do espaço rede (DIAS, p.15, 2005).
45
controle do território (centralização) que não deixa de ser relevante, utilizado como
forma de troca de informação e transmissão de conhecimento, mais também como
forma de estabelecer e organizar novos territórios (descentralização). Dias (2005)
afirma que nas últimas décadas esse tipo de poder “descentralizador” se tem
manifestado de uma forma relevante assim indica:
A rede é um padrão organizacional que prima pela flexibilidade e pelo
dinamismo de sua estrutura; pela democracia e descentralização na tomada
de decisão; pelo alto grau de autonomia de seus membros; pela
horizontalidade das relações entre seus elementos [...] a rede opera por meio
de um processo de radical desconcentração de poder (MARTINHO 2003,
apud DIAS, 2005, p. 19).
Esta nova forma de organização descentralizada questiona a rigidez
hierárquica e se representa mais como um laço universal das sociedades, então se
poderia disser que é como uma nova organização que traz outra figura de poder,
moldado pela sociedade tecnológica, resultando em um novo modelamento de
estrutura social, bem como assinala Randolph:
Em síntese, à primeira vista e um tanto surpreendente e paradoxal, a análise de
Castells parece resultar numa perspectiva conservadora da nova sociedade: ao
focalizar a convergência de tecnologias e evolução social, as mutações provocadas
pela geração de uma nova base material instalam apenas uma nova unidade de
condução da diversidade do mesmo tipo: uma meta-rede torna-se dominante
mundialmente, conduz os processos e molda toda a estrutura social (2000, p.113
apud, DIAS, 2005, p.19).
Esta proposição cria uma porta de entrada para a interpretação das
instituições religiosas em uma perspectiva territorial em dois aspectos: 1. Explicita
que outras organizações moldam as relações sociais de maneira diversa de uma
orientação padronizada globalmente, ainda que lance mão dos mesmos elementos
técnicos; 2. No âmbito da própria religião, é possível que a comunicação/relação em
rede viabilize tanto a centralização, quanto a descentralização das relações de poder
que conformam e dinamizam o território em formação.
Ao ser inquirido sobre as relações entre os núcleos a comunicação da UDV,
um Líder é notável em sintetizar estes aspectos, além de trazer a representação
explicitamente sagrada:
[...] ai a gente conhece as pessoas pelo nome, a gente conhece as pessoas
mais proximamente. Então fica uma maneira boa do representante, que é a
46
pessoa responsável pelo núcleo, de trabalhar a irmandade, de atender, de
acompanhar, entende? Cada núcleo tem relação um com outro porque está
tudo ligado. Disse o mestre Gabriel assim: que o mestre Bacurau, que foi
um mestre da origem do mestre Gabriel, que cada núcleo na UDV é ponto
de luz na terra e esse ponto de luz é uma rede, sabe? Uma teia de aranha
que tem tudo interligado, estão tudo interligados. A sincronicidade que
existe nos ensinos do mestre, então, às vezes, alguns assuntos coincidem
de estar sendo falados ao mesmo tempo nos núcleos, isso é uma
sincronicidade de pensamentos, de necessidade que a espiritualidade esta
vendo que aquela irmandade está necessitando. As coisas de Deus
acontecem assim desse jeito, elas vêm sempre pela necessidade, ela não
vem porque eu quero ela vem porque Deus vê que há necessidade de
trazer determinado ensino em algum lugar (Líder 2, Masculino, 62 anos,
bebe Vegetal à 21 anos).
Uma das imagens mais recorrentes quando se trata de redes é exatamente a
“teia”, aliás, é o que significa um dos “w”s da world wide web, nome base para o
código de entrada na internet, talvez a mais simbólicas e concretas (embora,
também, virtual) representação do que se pensa como redes na
contemporaneidade.
Porém, aqui, o sentido da teia de aranha ganha uma outra dimensão, sagrada
e como parte do ensinamento do Mestre Gabriel, unindo o sentido plenamente
técnico a um sentido fortemente espiritual, aproximando o sentido hierárquico (do
que deve ser ensinado e da ligação entre os núcleos) ao um sentido fortemente
singular (o tipo de ensinamento que um grupo necessita), e ainda um aspecto
geohistórico importante: a fala de Mestre Gabriel passada para outros mestre que
chega ao líder pela oralidade e, como se estivéssemos falando de uma “saturação
de ser” (ELIADE, 1999), tal oralidade se “sincroniza” através da rede comunicativa
de núcleos, garantindo um modelo de organização técnico-espiritual por assim dizer,
que não pode ser reduzido a um controle meramente político-econômico de uma só
matriz globalizante que deixa a crítica de Randolph a Castells citada acima (DIAS,
2005) ainda mais consistente.
Ainda é interessante notar o tipo de aperfeiçoamento
comunicacional/informacional que a UDV vem realizando, em sintonia com a
transformação técnica da atualidade, uma rápida expansão que a UDV teve a início
dos anos 90 quando estas novas formas de informação/comunicação passaram a
ser uma prioridade para a Sociedade Religiosa8, já que:
8 Não se pode afirmar categoricamente que é a causa da expansão mais intensa da UDV o
investimento em redes de comunicação e gestão técnica entre os núcleos. Porém, o reticularidade da
circulação da informação teve um impacto no crescimento da sociedade religiosa, que saltou de 700
47
Na medida em que a UDV cresce, o trabalho do Centro pode maior
estruturação. Cabe à Diretoria Geral e seus departamentos, oferecer o
suporte legal e operacional às atividades da Representação Geral e
trabalhar pelos interesses institucionais da União do Vegetal e dos sócios
perante a sociedade. (REVITSA ALTO FALANTE, 22 de Julho de 2011, p.
4).
Presencia-se uma organização de redes técnicas que são administradas pelo
Centro da UDV que é um dos fundamentos da administração e expansão desta
sociedade. Rede modelada e regulada por eles para uma melhor organização,
registro e estratégias, encaminhando o “projeto de mundo” do grupo. Os adeptos
desta religião fazem utilização das redes para organizar, expandir, realizar ações
sociais, ter um controle informativo e produzir estatísticas a respeito da
administração. Porém, não se pode ignorar que, simultaneamente, vemos que uma
forma de utilização de redes sociais, mais simbólicas e imateriais.
A rede como qualquer outra invenção humana é uma construção social.
Indivíduos grupos instituições ou firmas desenvolvem estratégias de toda
ordem (politicas, sociais, econômicas e territoriais) e se organizam em rede. A
rede não constitui o sujeito de ação, mas expressa ou define a escala de
ações sociais. As escalas não são dadas a priori, porque são construídas nos
processos (DIAS, 2005, p. 23).
Como a rede é processual, chama atenção um tipo de hierarquia que permite
administração dos diferentes núcleos espalhados nas diferentes regiões, tal como é
a ferramenta REUNI, um sistema de gestão da informação da UDV, que através
dele, a secretaria da Direção Geral (UDV), pode receber, organizar com múltiplas
funções, informações cadastrais de todos os núcleos, emissão e transmissão de
documentos, como boletins, cartas e comunicados, organização e divulgação de
agenda dos núcleos, das regiões e da Sede (administração espiritual e
organizacional da sociedade religiosa), cadastro de sócios e adventícios através de
formulário padrão, no computador, atualização constante de dados junto à DG
(transmissão online) e estatísticas por região (sócios, por graus, sexo, idade etc.)
(REVISTA ALTO FALANTE, 2011,p. 19).
membros em 1982, para quase 4.500 em 1991 e chegou a 15.502 em 2011 (REVISTA ALTO
FALANTE, 2011, p. 18).
48
Vemos que as redes podem representar ações sociais modernas que
possibilitam uma movimentação de uma escala global a uma escala local, como
assinala Latour,
Assim como os adjetivos natural e social designam representações do
coletivo que, em si, nada têm de natural ou de social, as palavras local e
global possibilitam pontos de vistas sobre redes que não são por natureza,
nem locais, nem globais, mas que são mais ou menos longas e mais ou
menos conectadas (apud DIAS, 2005, p. 23).
Na geografia vemos que o conceito de rede é utilizado como organização do
espaço, refletindo uma ideia importante de realidade, prestando atenção a uma
complexidade de interações espaciais, resultante de atividades desenvolvidas em
diferentes lugares próximos e distantes, assim a rede nos permite compreender a
organização e a escala de um território em processo.
Existem duas vertentes principais consideradas nas redes sociais, a primeira
busca uma noção de rede como explicação de certa estrutura social, caracterizando
as relações existentes; e a segunda descreve relações primárias do convívio
cotidiano, sendo abertas ou fechadas, com ligações fortes ou fracas segundo indica
Warren (2012, p. 30):
Portanto, na primeira, a rede visa a uma explicação da estruturação do social
(teoria de explicação da realidade) e, na segunda, o que interessa é a
constatação empírica de diferentes formas ou intensidade das relações
sociais num determinado campo social-parentesco, amizade, vizinhança, etc.
No que se refere à organização territorial da UDV, as duas vertentes podem
ser apreendidas e, de maneira evidente, se complementam. A fala do Líder 2, citada
anteriormente, demonstra que a inseparabilidade do entendimento geral e da
realidade contextual é necessária, especialmente se o território se configura um
território-rede (HAESBAERT, 2004).
Existem várias formas de analisar as redes realizando diferentes
cruzamentos, por exemplo, quando se define um campo ético-politico onde coletivos
portadores de identidades variadas e com base em relações preexistentes,
interpessoais transportam-se dos grupos locais para redes religiosas e de esquerda,
articulando em redes ambientalistas, ou também nesse campo temos a categoria
“coletivo em redes” e “redes de movimentos sociais” também está o desafio de como
combinar as abordagens macro e microssociológicas para entendimento de redes
49
sociais primárias ou secundárias, locais ou globais ou ainda as de ações
individual/coletivas ou de estrutura de institucionalidade do social (WARREN, 2012).
Na era da informação para configuração de redes sociais9 existem algumas
categorias de análise (WARREN, 2012, p. 37):
a) temporalidade (comunicação em rede em tempo real, mas que permite a
conexão de tempos sociais distintos);
b) espacialidade (criação de territorialidades de novo tipo virtuais e
presenciais, e a conexão entre ambas);
c) sociabilidade (novas formas de relações sociais em intensidade,
abrangência, intencionalidade e, em especial, seu significado e alcance num novo
tipo de esfera pública).
Ainda que não se utilize rigidamente a proposta de Warren, quando se
assume como centralidade da pesquisa o território-rede da UDV no Distrito Federal,
a partir do Núcleo Luz do oriente, tais categorias estão imbricadas e se explicitam na
construção deste território.
2.2.2. A força da palavra
A linguagem não é neutra, Bourdieu (2000) já afirmava que constituía um
“poder simbólico”, assim como a arte e a própria religião. Um poder que retira sua
força da sua naturalização, do não reconhecimento do mesmo como um processo
de forças sociais assimétricas.
O que deixa mais interessante pensar a conjugação da linguagem, o segundo
processo fundante das relações de um território (RAFFESTIN, 1993) com a religião.
Uma linguagem sacralizada por assim dizer, haja vista que “o homo religious
acredita sempre que existe uma realidade absoluta, o sagrado, que transcende este
mundo, que aqui se manifesta, santificando-o e tornando-o real” (ELIADE, 1999).
9 Existe uma distinção entre coletivos em rede e rede de movimentos sociais, o primeiro é o que tem
conexões primárias, mais comunicacionais, usam as redes técnicas para levar e trazer informação de
vários atores ou organizações como os links, conexões com ONGs, etc. Os movimentos sociais em
redes são mais complexos já que transcendem organizações delimitadas e que vão conectando os
sujeitos simbolicamente, solidariamente, vão construindo a identidade no processo, transpassando
certas situações em direção a uma proposta e objetivo em comum (WARREN, 2012). A UDV não se
enquadra explicitamente em nenhum dos dois e, na realidade, tem elementos tanto de “coletivos em
rede” (conectar vários atores, inclusive fora do grupo, para ações estratégicas) quanto “movimento
social em rede” (no que se refere a um objetivo comum em processo).
50
Obviamente, nos afastamos relativamente da visão de Bourdieu, que por sua
orientação marxista tende a pensar a religião como ideologização da realidade e
dissimulação da mesma. Não que ideologizar e dissimular não estejam presentes
nas religiões em geral ou mesmo na UDV em particular, mas nivelar as relações
constituintes de um território religioso desta maneira empobrece o caráter
estritamente humano e altamente complexo que permeia o próprio território.
Porém, se concorda com Bordieu quando explicita o caráter social e a
manifestação do poder simbólico na linguagem, o que parece ser a perspectiva de
Raffestin (1993), quando este coloca a linguagem como central para o entendimento
da geografia do poder sintetizada no território.
O subtítulo que abre este capítulo é uma frase relativamente comum entre os
membros da UDV, “a força da palavra” significa o tipo de valor e engajamento que o
ato de comunicação têm para o grupo e, ao mesmo tempo, denota o poder neste
caso, espiritual que emerge da fala comprometida.
O falar ele está mais ligado com a gente à oratória, a gente já nasce com
isso, essa capacidade e aprende também, né? Mais também está
relacionado com a necessidade de comunicação que a gente já tem esse
recurso dentro de nós. Então eu vejo que a oratória tem esse valor e tem
também a palavra, né? Que e uma força, né? (Membro 1,Feminino, 34
anos, bebe Vegetal à 4 anos).
Bem isso aí é ensinamento do próprio Mestre Gabriel, ele sempre destacou
a importância da palavra no crescimento espiritual porque tudo é
comandado pela palavra, e durante muito tempo era só palavra escrita. Eu
tenho uma experiência, eu já me perguntei isso, mas quando eu cheguei na
União [do Vegetal] tinha um livrinho pra ler, acessei muito o conhecimento
via leitura, mas eu tive uma experiência dentro da União que foi muito
marcante em relação a força da oralidade da transmissão oral (Membro 4,
Masculino, 56 anos, bebe Vegetal à 21 anos ).
O poder da palavra é explícito para o membro da UDV, o que torna mais
complexo o entendimento do “poder simbólico” manifesto no uso ideologizado da
linguagem, como propõe Bourdieu (2000). Afinal, não apenas o poder da linguagem
pode esconder relações sociais e intencionalidades e normalmente esconde mas
também explicita, para determinados grupos, neste caso, religioso, um “poder
espiritual” autoevidente.
Porque a comunicação e formas de comunicar existem a linguagem escrita
e corporal. Então, assim, eu já estive em sessão de mestre responder uma
pergunta dele fazendo um gesto de dar a condição aos discípulos de
entender um tanto de coisas. [...] Achou que é bem assim como uma aula
do mestre Gabriel, era um professor, né? Como ele falava para as pessoas.
51
Hoje a gente vive assim pelas atualidades do ensino à distância, uso de
ferramentas web, mas [...] essa aproximação do ser humano ela é muito
importante e necessária para nossa evolução e de nos darmos
oportunidade de perceber porque assim nós somos. Em três pessoas, eu
falo alguma coisa você pode entender de um jeito e a outra pessoa de
outro, então assim a linguagem verbal oral tem as expressões que falam
muito [...] (Membro 2, Masculino,42 anos, bebe Vegetal à 11 anos).
Oral de boca a ouvido, então a gente sempre busca ser radical no sentido
da raiz das coisas, porque tal coisa como foi que isso e tal [...], examinar
direitinho. Porque a oralidade é acessível a todas as pessoas e universal,
alcança para todos, pode chegar no coração de todas as pessoas e assim
todo mundo entende porque é uma coisa do bem (Membro 8, Masculino, 37
anos, bebe Vegetal à 20 anos,).
[...] tem duas maneiras de se entender a comunicação: a escrita não pode
errar; a palavra está sujeita a errar na maneira de falar, mas a prática exige
uso da palavra, a União do Vegetal faz assim, a pessoa fala você tem que
procurar praticar. [Já] a escrita nem sempre se pratica (Membro 7,
Masculino, 41 anos, bebe Vegetal à 12 anos).
Há uma aparente ambiguidade na fala dos membros 2 e 8, no que tange ao
duplo sentido ou a precisão da palavra, mas esclarecida pelo Membro 7, Masculino,
41 anos, bebe Vegetal à 12 anos sentencia: é preciso praticar o que se fala para dar
precisão concreta, atitudinal a linguagem oral! De modo que aqui, a própria palavra,
como discurso de um membro, é representada como indissociável das suas atitudes
diante dos outros membros e do mundo.
Então, este jogo de falar e agir garante a efetivação da representações do
território através da fala e da ação dos membros no interior do mesmo, a partir da
comunicação e, consequentemente, reconstituição das relações e de si mesmos,
tendo em vista este processo “universal” para “alcançar o coração das pessoas”,
uma comunicação íntima e específica deste modo de modificar-se e modificar a
realidade.
A sociedade fala, porém é o sujeito que enuncia o discurso, por sua vez
construindo e reconstruindo a sociedade e seus objetos [e a si mesmos]. A
comunicação difunde as RS [Representações Sociais] pela sociedade,
numa troca entre os indivíduos e os grupos, durante a qual eles inventam,
diferenciam ou interpretam os objetos sociais ou as representações de
outros grupos (PELUSO, 1998, p. 13).
Soma-se a esta complexidade o aspecto cultural, haja vista que a linguagem
é o veículo básico de uma cultura (GEERTZ, 1989), um sistema simbólico que
possibilita o entendimento, mas também um determinado enquadramento do mundo.
E a fala dos membros revela uma primazia da comunicação oral e gestual que “não
necessita de nenhum instrumento e é utilizável por todos. O movimento observado
52
[gestual] e a palavra que o acompanha frequentemente permitem a aquisição de
práticas” (CLAVAL, 1999, pp. 66-67).
Práticas estas que, no âmbito do grupo em questão também são práticas
territoriais; dada a ritualização da oralidade. Já que “As regras abstratas da moral, as
crenças, os conhecimentos racionais não tem outro suporte a não ser o discurso”
(CLAVAL, 1999, pp. 67). Os discursos podem ser expressões de outras maneiras,
mas pode-se afirmar que na UDV, a oralidade é central para a ritualização do
território religioso, o que evoca a cultura e sua historicidade se quiser compreender o
sentido dado à oralidade.
[...] a cultura da religião é verbal, Porque assim eu vejo que é uma forma de
você exercitar a sua memória e uma maneira que você faz para desenvolver
melhor o cérebro [...], guardar. Então, a partir do momento que você ouve e
consegue contar do mesmo jeito o que você ouviu, você esta treinando sua
memória (Membro 9, Feminino, 45 anos, bebe Vegetal à 8 anos)
Porque pela oralidade eu vejo que a pessoa pode adquirir sabedoria, eu
percebo que quando a pessoa fala e ela faz essa conexão com
pensamento, ela vai tendo maiores insight (Membro 3, Feminino, 64 anos,
bebe Vegetal à 26 anos).
Essa conexão entre pensamento-linguagem-ação é sistematicamente
acentuada na UDV10. Quando se fala de um “exercício da memória”, não se pode
entender exclusivamente em sentido fisiológico, mas também hierárquico, como “o
grau de memória”, que é a capacidade desenvolvida por membros que já
consolidaram sua trajetória no grupo e ocupam cargos de Mestres ou são
referenciados por terem alto grau de memória o que necessariamente deve
repercutir em suas ações para consigo e com os outros.
E esta Memória se expressa nas conduções do ritual e cotidiana do grupo
religioso, através de um investimento histórico na linguagem oral, que remonta as
matrizes culturais da religião.
Segundo Geertz (1989, p. 24): "a cultura não é um poder, algo ao qual podem
ser atribuídos casualmente os acontecimentos sociais, os comportamentos, as
instituições ou os processos: ela é um contexto, algo dentro do qual eles (os
10 Interessante destacar que Husserl (apud GIL FILHO, 2008, p. 31) ensina que: “os atos não podem
encontrar as formas que lhes são convenientes sem que sejam apercebidos e conhecidos quanto à
forma e ao conteúdo. O expressar da fala não está, pois, nas meras palavras, mas nos atos que
exprimem; eles estampam um material novo, os atos correlatos que devem exprimir, eles criam para
eles uma expressão ao nível do pensamento e é a essência genérica dessa última que constitui a
significação da fala correspondente”.
53
símbolos) podem ser descritos de forma inteligível isto é, descritos com
densidade".
Desse modo, ainda que a religião dependa de uma ou mais culturas para se
constituir ou se expandir, não é a cultura que explica a religião, mas possibilita o
contexto - histórico e espacial, inclusive - que possibilita seu entendimento e,
obviamente, sua aceitação e partilha.
O discurso udevista encontra-se com a temporalidade quando tenta imprimir
uma duração infinita ao que foi dito originalmente; de modo a garantir a
perenidade do discurso primordial, que fora veiculado na origem, por seu
autor, Mestre Gabriel. Mas, não só isso: de garantir que a duração ressoe
exatamente o que foi verbalizado; do modo como foi expresso. Essa a
marca da tradição [...]; da permanência. Manter a tradição da oralidade,
portanto, eleva-se à condição de manter vivas as palavras do Mestre
(SIQUEIRA, 2009, p. 100).
Manter uma tradição imemorial, afinal, o que Mestre Gabriel fez foi recriar a
UDV, o que implica que existia uma história anterior, que o grupo cultiva e reatualiza
em cada encontro ritual. Sabe-se que tradição e cultural não são a mesma coisa,
mas se relacionam, na medida em que a primeira é uma permanência (e uma
performance) histórica só possível se reapropriada e dinamiza no contexto de
compreensão cotidiano das pessoas (GEERTZ, 1989).
Obviamente, a oralidade remete à cultura indígena sulamericana da qual a
própria união dos vegetais: o mariri e a chacrona surgiram como uso ritual, o que
parece explicitar uma busca ancestral no presente, que a linguagem evidencia e a
força da palavra efetivada pela atitude, mantém na vivência partilhada do território,
como é relatado:
Então, eu achou que a escrita pode se perder no tempo, óbvio que têm
coisas que a gente consegue recuperar, mas têm coisas que o tempo leva
mesmo, o que fica é o que as pessoa falam as histórias que são contadas
assim, em tribos, né? Ou até antigamente. Então, assim, as pessoa vão
deixar e não se perde, [...] acho que é por conta disso, principalmente, [...]
fica mais claro na memória. Por exemplo, quando alguém fala uma coisa
importante para você, você não esquece e o jeito que a pessoa fala é
diferente quando ela escreve, quando a gente fala a gente tem olho no olho,
a gente tem entonação da voz, o jeito que fala a coisa, o jeito de falar
também é muito importante (Membro 5, Feminino, 19 anos, bebe Vegetal à
15 anos).
Não é que seja uma língua padrão, mas nosso ritual existe parte deles que
precisam ser feitos em português não todo ele, então a sessões que
acontecem em outros países elas são faladas no idioma local, mas as
chamadas, os cânticos que são feitos na abertura, em alguns momentos da
sessão, são feitos em português e tem uma sessão específica que também
54
toda ela é falada em português [...] (Membro 4, Masculino, 56 anos, bebe
Vegetal à 21 anos).
Geograficamente, o território e suas redes são significados a partir de
representações culturais (explícitos na linguagem oral e sua valorização), portanto,
na medida em que não há espacialização sem que um contexto simbólico a viabilize,
a compreenda e a reproduza. A dimensão cultural torna-se necessária para
compreensão do mundo (CORRÊA, 1999, p. 51). Assim a cultura veiculada pela
linguagem é “a soma dos comportamentos, dos saberes, das técnicas, dos
conhecimentos e dos valores acumulados pelos indivíduos durante suas vidas e, em
outra escala, pelo conjunto dos grupos de que fazem parte” (CLAVAL, 1999, p. 63).
Também é importante ressaltar que este autor dá ênfase à representação que
o conceito de cultura transpassa ao grupo social, possibilitando a estruturação e
forma de pensar o meio, necessários à conexão como o território enquanto projeto
de poder11.
Se o território é, “[...] um conjunto de lugares12 hierarquizados, conectados a
uma rede de itinerários” (BONNEMAISON, 2002, p. 99), o conteúdo da conexão é a
linguagem oral e as mensagens e saberes específicos da UDV, para além do
aspecto técnico-informacional, herança ancestral e espiritual que Mestre Gabriel
atualizou e que é constantemente reatualizada nesta rede de troca energética
eminentemente oral.
Outro aspecto bastante significativo é a primazia da língua portuguesa como
meio para realização dos cânticos ritualísticos, independentemente da língua
corrente do núcleo, já que em outros países, como Estados Unidos, Austrália,
Espanha, entre outros, os cânticos religioso é realizado em língua portuguesa.
A língua padrão que existe que é o português, ela existe porque ela foi
falada pelo criador da União do Vegetal, [...] aí você pergunta por que? Eu
vejo que anos, anos atrás teve esse lado como um oásis [a redescoberta do
chá Hoasca] que veio para humanidade e o Brasil em outras situações
espirituais foi dita patria evangelia significa para onde se faz ir para a
paz as pessoas buscam a paz, então o português sendo essa língua falada
de dentro, também do lado caboclo, ela firma mais a sabedoria e aí eu vejo
que tem um laço forte.
11 A apreensão do mundo e da sociedade é feita através de sentidos, percebendo o mundo através
dos parâmetros de leitura que recebeu. Das representações, passa-se aos conjuntos de ideias que
organizam o mundo, a conceitos abstratos, a teorias, que estão, pois, na base do saber (CLAVAL,
2002, p.81).
12 A centralidade dos lugares neste território-rede será aprofundada no próximo capítulo.
55
Notem que não é apenas uma linguagem, mas uma linguagem
contextualmente específica, valorizada como elemento de poder espiritual. De certo
modo, quando aproxima-se a vivência cabocla (que remete ao indígena amazônico,
onde surgiu o chá) e a ideia de patria evangelia (pátria evangélica), a língua
portuguesa disseminadora dos ensinamentos assume uma capacidade energética,
de repetição cíclica dos ensinamentos do modo como foi dito pela primeira vez
(SIQUEIRA, 2009), por mais que se saiba que a língua portuguesa seja uma
expressão da colonização europeia. E justamente isto revela a especificidade de um
território sagrado, que faz a distinção entre o que é mundano e o que é divino
(ELIADE, 1999).
Portanto, por mais que se saiba que a linguagem, como expressão de poder
simbólico (BOURDIEU, 2000) e um dos processos centrais para a emergência do
território (RAFFESTIN, 1993), culturalmente contextualizado (BONNEMAISON,
2002), não podemos perder de vista que, na sua relação com a religião, assume um
caráter distintivo e mais ampliado de expressão de poder manipulado, mas
também espiritual; tradicional e energético; dinâmico e processual.
2.2.3. Acionamento do território no contexto da UDV
Se os homens [e mulheres] são os únicos que podem acionar o espaço e o
tempo para efetivar relações de poder no território (RAFFESTIN, 1993), é preciso
explicitar as territorialidades que se evidenciam no contexto específico do território
sagrado da UDV.
“A territorialidade se situa na junção dessas duas atitudes [enraizamento e
viagens]; ela engloba simultaneamente aquilo que é fixação e aquilo que é
mobilidade – dito de outra forma, os itinerários e os lugares” (BONNEMAISON, 2002,
p. 99).
O entendimento da territorialidade, a partir de Bonnemaison, nos permite
entender os engajamentos territoriais que determinado grupo cria para produzir e
manter seu território. Além disso, fixação e mobilidade evocam diretamente a
capacidade de ordenamento do tempo e do espaço proposta por Raffestin (1993).
56
Nesse sentido, é possível qualificar algumas territorialidades que se
explicitam na fala dos membros e líderes.
O templo é bem significativo assim a gente bebe vegetal, casa de preparo,
também está ligado porque onde se prepara o vegetal [...] e com certeza as
plantas, você chegar num núcleo e ver a floresta e bem legal mesmo bem
significativo então são coisas que estão interligados e que tem que estar
presentes eu vejo assim que e importante (Membro 1,Feminino, 34 anos,
bebe Vegetal à 4 anos).
Olha, para mim, o fundamental são as duas plantas que produzem o chá
que agente toma, a Chacrona e o Mariri, porque sem essas duas plantas,
sem esses elementos a gente não tem a religião, que é o que dá essa
acelerada da memória que faz a gente perceber as coisas com mais
clareza, em um espaço menor de tempo.
Reconhecer o Mestre Gabriel, [...] uma pessoa muito importante em minha
vida, as doutrinas que ele trouxe traz para a gente uma confiança na família,
aí essa confiança a gente sente outra família espiritual que são as pessoas
de convivência aqui no Centro Espírita Beneficência União do Vegetal, que
traz uma energia de harmonia para mim, outro elemento e o querer que o
Mestre nos ensina que tudo homem pode depende do querer, aqui todos
nos somos responsável pelo que temos, agente cuida e zela, por nosso
espaço [...], por exemplo o templo fomos nós quem construímos, a casa do
preparo, a casa entre amigos e assim tudo o que está aqui fomos nos que
fizemos (Membro 7, Masculino, 41 anos, bebe Vegetal à 12 anos)
O que me trouxe pra aqui, a ideia de fazer laços de amizade, o que chama
atenção muito [é a] arte, a música, e também o desafio de sendo um núcleo
novo [...] da União do Vegetal e nessa região onde estamos (Membro 2,
Masculino,42 anos, bebe Vegetal à 11 anos).
[...] o chá que nós bebemos vem da amazona, e fez esse trajeto para sul,
que no DF estamos quase dentro da Bacia do Prata, então nós estamos
bem nesse divisor de águas, aí também nós estamos vendo a
transformação pelo nosso cuidado, desde quando eu cheguei para agora,
as árvores estão maiores, um lugar que tinha pouca sombra, o jardim está
muito bonito, [...] também acompanhei grande parte dessas obras, agente
vê que esta ficando um espaço mais agradável, bonito, principalmente mais
florido (Membro 4, Masculino,56 anos, bebe Vegetal à 21 anos)
Há marcações territoriais que indicam este acionamento da fixação e da
mobilidade, nas falas dos membros. Tanto no que refere aos locais plenos de
significação para cada um e todos Templo, Casa de Preparo, o espaço para o
plantio; quanto o movimento de transformação e viagem, a começar pelo próprio
vegetal oriundo da Amazônia.
Mas também uma fixação mais profunda: fruto do trabalho de construção
realizado para conformar o núcleo, a convivência em “família espiritual” e um tipo de
relação com o ambiente que significa estabilidade e transformação um processo
topofílico (TUAN, 2012) que será aprofundado no próximo capítulo.
57
Não podemos esquecer que há uma historicidade aqui, no sentido de
duração, já que os valores são a estruturação individual informada pelo plano
histórico-espacial, no qual a pessoa se insere hierarquizando o mundo das ideias
proporcionando-lhe coerência e duração (CLAVAL, 2002, p. 68). Esta comunicação
simbólica cumpre dois papéis: a) permite que as pessoas que estão em diferentes
espaços, mas partilham dos mesmos costumes, criem um sentido de pertencimento
espacial a um lugar, assim como b) cria um distanciamento em pessoas que se
encontram perto, mas que não mantém os mesmos costumes. No caso, os que não
fazem parte da “família espiritual”.
Nesse sentido, a territorialidade são sobretudo, as estratégias de controle dos
lugares e redes que circulam e definem o território. Baseada em Sack (apud
ROSENDAHL, 2006, p.5) explica que:
Territorialidade religiosa, por sua vez, significa o conjunto de práticas
desenvolvido por instituições ou grupos no sentido de controlar um dado
território, onde o efeito do poder do sagrado reflete uma identidade de fé e
um sentimento de propriedade mútuo. A territorialidade é fortalecida pelas
experiências religiosas coletivas ou individuais que o grupo mantém no
lugar sagrado e nos itinerários que constituem seu território. De fato, é pelo
território que se encarna a relação simbólica que existe entre cultura e
espaço. O território torna-se, então, um geossímbolo (Bonnemaison, 2002
[1981]). Na análise deste geógrafo a territorialidade está fortemente
impregnada de um caráter cultural. É por intermédio de seus geossímbolos
que a religião de um grupo imprime marcas que identificam e delimitam um
dado território religioso.
Concorda-se que a territorialidade é uma estratégia de controle de lugares e
itinerários e não só os lugares e itinerários em si, como argumenta Bonnemaison
(2002), pois, no caso da UDV, o geossímbolo materializado é mais o lugar,
consubstanciado no Núcleo.
A partir destas reflexões, podemos propor como territorialidades centrais que
se pode explicitar na UDV: a) O Vegetal; b) O Núcleo; c) A Linguagem;
Este capítulo centrou-se na estruturação do território, a partir da troca de
energia hierarquizada e reticulada, bem como no aspecto da linguagem como
exercício e manifestação de poder no território. No próximo capitulo
aprofundaremos no acionamento do espaço e do tempo, do lugar e das redes em
um lugar concreto, geossímbolo do território das UDV no Distrito Federal e, por isso
58
mesmo, uma singularidade que evoca a realidade mais geral deste território: o
Núcleo.
Como já discutimos amplamente a linguagem, que será agora manifestada
no cotidiano do grupo, vamos focar as territorialidades do Vegetal e do Núcleo,
intimamente relacionadas, que possibilitam perceber as imbricações entre território e
lugar na configuração espacial da UDV.
59
CAPÍTULO III
O LUGAR DO VEGETAL: EXPERIÊNCIANDO O NÚCLEO
Neste capítulo, se aprofundará o sentido vivido do território da UDV a partir da
concretude relacional do lugar. Faz-se uma abordagem sobre esta relação entre
território e lugar, destaca-se a importância geossimbólica do Núcleo como lugar de
existência para a UDV, bem como do Vegetal que depende de um ambiente
controlado para se desenvolver, ambiente este que também é o projeto de futuro do
grupo religioso.
3.1. O SENTIDO DO LUGAR NA UDV: LUZ DO ORIENTE13
Há uma imbricação entre território e lugar (HAESBAERT, 2004;
ROSENDAHL, 2006, PANTOJA, 2011; etc.). Entretanto, é preciso distingui-los para
melhor abordar a singularidade do Núcleo Luz do Oriente que, como lugar faz, parte
do território da UDV que hoje se expande pelo planeta.
Sabe-se que o território, como já explicitado, acentua a dimensão espacial do
poder (RAFFESTIN, 1993; HAESBAERT 2004; etc.), e que o lugar, ao menos na
tradição humanista e cultural está mais ligado ao sentimento e afetividade (TUAN,
2012; 2013; RELPH, 2012; BONNEMAISON, 2002). Os dois, em diálogo, evocam
tanto o pertencimento quanto a construção de uma identidade que, em termos
espaciais, aproxima-se da geograficidade (DARDEL, 2011).
Dardel (2012, p. 1-2) expõe que “[o] Amor ao solo natal ou busca por novos
ambientes, uma relação concreta liga o homem à Terra, uma geograficidade
(géographcité) do homem como modo de sua existência e de seu destino”. Ao que
acrescenta: “Há uma experiência concreta e imediata onde experimentamos a
intimidade material da ‘crosta terrestre’, um enraizamento, uma espécie de fundação
da realidade geográfica” (DARDEL 2012, p. 15,).
Ao que parece, a geograficidade está diretamente ligada à identidade em sua
perspectiva espacial. Por isso, território e lugar contextos espaciais em escalas
diversas para exercício deste amor e ligação, materialização da intimidade partilhada
13 Neste capítulo, como vamos fazer referência constante ao Núcleo Luz do Oriente, passaremos a
chamar apenas de “Núcleo” daqui por diante.
60
com a Terra, e com os que partilham este modo de existência e destino estão
imbricados na União do Vegetal.
No capítulo anterior, nos dedicamos a explicitar os aspectos constituintes do
território da UDV. Um destes aspectos, concretamente apropriado é o lugar de
realização ritualística, de convivência cotidiana, de aprendizado mútuo, de
obediência à “força da palavra” e de produção do projeto de mundo ambientalmente
sagrado: o Núcleo Luz do Oriente. Um entre muitos núcleos, mas o que se revelou
na pesquisa.
Ao mesmo tempo, uma territorialidade (estratégia de controle do território) e
um geossímbolo (centro especializado significativo para o grupo), explicitando tanto
um lugar (o núcleo em si e suas dependências) como parte do território em rede da
UDV, dada a sua conexão com a Sede Geral e com os demais núcleos.
Segundo Bonnemaison, um geossímbolo é: “um lugar, um itinerário, uma
extensão que, por razões religiosas, políticas ou culturais, aos olhos de certas
pessoas e grupos étnicos, assume uma dimensão simbólica que os fortalece em sua
identidade” (BONNEMAISON, 2002, p. 109).
Não há escopo aqui para aprofundar o debate sobre a identidade, porém, é
necessário destacar ao menos que há uma coerência entre lugar como
geossímbolo, território e identidade, haja vista que: “Identidades [...] constituem
fontes de significado para os próprios atores, por eles originadas, e constituídas por
meio de um processo de individuação” (CASTELLS, 2002, p. 23).
Com a palavra os entrevistados;
Vejo como um estilo de vida. Algumas coisas as pessoa procuram fazer [e]
o vegetal sempre alerta a gente, eu vejo que muitas religiões têm isso, mas
o vegetal é constante! [...] ele te dá norte, esse estilo de vida. Assim,
quando a gente não está conseguindo se equilibrar [...] não dáconta de
permanecer [no grupo] (Membro 1, Feminino, 34 anos, bebe Vegetal à 4
anos).
Pela forma de falar, quando a gente se encontra e pela forma de falar
percebe que é da UDV, o ambiente familiar é bem forte e característico. O
Mestre Gabriel criou a UDV como uma família (Membro 2, Masculino,42
anos, bebe Vegetal à 11 anos).
61
Os ensinamentos de Jesus, e essa cultura caianina14 os ensinamentos de
Jesus, e dentro disso [...] tem o cumprimento da palavra, o amor ao próximo
(Membro 8, Masculino, 37 anos, bebe Vegetal à 20 anos).
O que aparece como um “estilo de vida”, “uma forma de falar”, “o ambiente
familiar”, “a cultura caianina”, separados, talvez, possam significar elementos
relativamente comuns, mas agregados em falas que se repetem, revelam uma
constância significante (re)apropriada diariamente pelos membros. Nesse sentido,
acreditamos que podemos falar de uma identidade territorial religiosa.
Neste caso, podemos ainda, seguindo a orientação de Castells (2002, p. 24),
identificar como uma identidade de projeto, já que “quando atores sociais, vale-se de
qualquer tipo de material cultural ao seu alcance, constroem uma nova identidade,
capaz de redefinir sua posição na sociedade e, ao fazê-lo, de buscar a
transformação de toda a estrutura social”.
Talvez seja exagerada a ideia de que a UDV erige um projeto de identidade
de projeto, mas pensamos que há elementos importantes no sentido de transformar
a estrutura de relações gerais na concepção do grupo. Como tentaremos explicitar.
Porém, projeto de mundo como este15, expresso por um território em rede, só
pode se efetivar se corresponder e se relacionar com indivíduos e grupos no plano
concreto, ao nível do seu cotidiano. Portanto, o lugar como geossímbolo passa a ser
este espaço-base da existência do projeto da UDV, ao mesmo tempo em que se
revela como espaço de pertencimento forte e pleno, não apenas do ponto de vista
das relações interpessoais (ambiente familiar), mas do ponto de vista da concretude
que o território religioso assume na vida dos membros (ambiente espiritual).
Tuan revela que:
O espaço transforma-se em lugar à medida que adquire definição e
significado. Já observamos como o espaço desconhecido se
transforma em bairro, e como a tentativa de impor uma ordem
espacial utilizando um reticulado com as direções cardeais resulta no
estabelecimento de um padrão de lugares significante (TUAN, 1983,
p.151).
Descontando esta oposição entre um espaço “amorfo” e um lugar
“performático” que pode ser questionável, a evidência de constituição está nesta
14 Como se identificam os membros, Caianos. O termo não foi usado por um comprometimento ético,
já que é parte da linguagem e dos ritos específicos do grupo.
15 Há outros projetos territoriais que, talvez, não demandem um envolvimento de apropriação dos
indivíduos e/ou grupos para se realizar.
62
definição e significado, que o distingue de outros espaços. Assim como indica
TUAN, o lugar traz consigo uma ligação e uma significação para a pessoa, tem
envolvido uma temática sentimental em que, através da vivência e do
relacionamento de convívio, chega a representar essa emocionalidade no território-
lugar. É assim que os adeptos da UDV descrevem sua ligação com o núcleo, com
esse sentimento que é representado como laço de família com todos os adeptos,
porém, mais especificamente com os membros do núcleo ao qual pertencem. Como
escreve “Movemo-nos de experiências diretas e íntimas para aquelas que envolvem
cada vez apreensão simbólica e conceitual. As experiências íntimas jazem
enterradas no mais profundo de nosso ser” (TUAN, 1983, p.151).
Este aspecto da intimidade construída no movimento entre experiências
diretas e sua apreensão simbólico conceitual, não é banal no caso do Núcleo Luz do
Oriente, na medida em que grande parte dos ensinamentos doutrinários e práticas
partilhadas são necessariamente avaliadas no campo da intimidade, enterradas no
profundo do ser de cada membro, para daí emergir um processo de transformação
pessoal, de identificação com o projeto de mundo da UDV.
O lugar que é construído pelos membros do Núcleo, traz consigo um trabalho
no tempo que vem carregado de momentos íntimos, de tomada de decisões
individuais e coletivas, estímulos que motivam, melhora da infraestrutura e de
elementos que verão a significar para os membros uma intencionalidade de objetivo,
mas permeado por sentimentos profundo de pertencer. Os lugares íntimos são
lugares onde encontramos carinho, onde nossas necessidades fundamentais são
consideradas e merecem atenção sem espalhafato (TUAN, 1983).
[...] fortalecimento de nossa amizade é uma forma de a gente colocar em
prática os ensinamentos que a gente recebe nas sessões. Então, pelo
convívio no dia-a-dia, pelo diálogo, pela maneira de se tratar [e] de
respeitar; de auxiliar uns aos outros. [...] Então a gente tem essa
oportunidade de crescer, de fortalecer nossa amizade, crescer como ser
humano também, é uma oportunidade a mais em nossa vida. Assim como
com outras pessoas [que] também não são do Centro, [...] a prática do amor
[e] da fraternidade e para todos (Líder 5, Masculino,45 anos, bebe Vegetal à
20 anos ).
[...] desde a família que a gente resolve as diferenças. Todas as famílias
têm as diferenças, nem sempre concordam um com o outro. Então isso
facilita, se não fosse esse trabalho [de organização do núcleo e plantio]. A
gente poderia, por exemplo, contratar tudo, chegar aqui e estar tudo
organizado, chegar só para hora da sessão e beber o chá e assistir a
sessão e contratar outras pessoas para fazer. Porque a gente que faz a
63
limpeza do banheiro, das coisas, comida, lanche, organização do jardim,
plantio. [...] se não fizesse esses trabalhos não teria a convivência que é
uma coisa que é a mais importante do trabalho do Mestre Gabriel, que na
convivência [...] a gente trabalha pela união das pessoas, com a união, por
ver as diferenças, a gente trabalha porque vê a diferença das pessoas.
Então é importantíssimo (Líder 3, Masculino, 42 anos, bebe Vegetal à 10
anos).
Assim, como vemos o importante do lugar é a experiência que se tem dele,
essa experiência para o ser humano vem carregada de um estabelecimento de laços
e isso se percebe na convivência que tem os adeptos do Núcleo. Estruturando
trabalhos em conjunto com toda irmandade, conseguindo chegar a estabelecer laços
com o território, que traz uma ligação forte e que não deixa que eles se desliguem
desse lugar, existe um sentimento além da experiência de convivência. “As pessoas
estão presas ao lugar, mas estão na verdade presas às pessoas, aos recursos da
comunidade e uns aos outros” (TUAN, 1983, p.154).
O desenvolvimento das atividades tem sido produtivo, vem tendo uma
ascensão boa porque a forma que a gente desenvolve [é] uma forma
participativa. Onde todos podem participar, [...] contribuir [e] com a
contribuição de todos a gente chega a um denominador comum, né? Ou
seja, esse trabalho para ser realizado depende da participação de cada um
para a gente chegar no todo (Líder 5, Masculino,45 anos, bebe Vegetal à 20
anos).
[...] não vou dizer apaixonado porque é demais, mas [...] tenho um amor
muito especial pela irmandade toda, [...] um sentimento que eu acho que o
Mestre Gabriel, ele transmitiu em qualquer lugar que eu vá visitar, qualquer
lugar que vá a gente percebe [...] esse convívio, as pessoas são simpáticas,
[...] receptivos e atendem bem a gente. Então isso já é uma característica
da União do Vegetal toda. Mas aí no núcleo eu sinto assim, [o] pessoal
muito receptivo, muito alegre, muito musical, [...] as pessoas conversam
entre si, então [...] sabe um pouquinho da vida de cada um, isso faz com
que a gente tenha uma proximidade, um carinho também grande pelas
pessoas (Líder 4, Masculino, 65 anos, bebe Vegetal à 15 anos).
Estar preso ao lugar, estar preso às pessoas, estar preso a um projeto que,
de maneira ambígua e complementar é, em muitos aspectos libertador. Geertz
(2001) ao relatar o trabalho de Brenner, sobre a conversão das mulheres javanesas
ao uso da roupa tipicamente islâmica, traz a questão de que vestir a roupa, “o
beliscão do destino”, implica uma mudança muito acentuada na identidade pessoal e
social das mulheres que o fizeram, não acarretando facilidades na sua convivência
familiar e pública. Ao contrário, passaram a ser perseguidas e sofrer violência moral
e física, mas, apesar disso, as próprias relataram que a mudança de vestuário:
64
“havia modificado seus sentimentos a respeito de si mesmas e de seus atos”
(BRENNER apud GEERTZ, 2001, p. 162).
Não é a questão de comparar os contextos de conversão e o veículo para tal
o vestuário para as mulheres, a entrada no Núcleo para os membros da UDV.
Porém, este tipo de comprometimento profundamente pessoal, mas inegavelmente
coletivo (as mulheres estão envolvidas com o “ressurgimento do islã”, para os
membros da UDV com a expansão de um “ambientalismo sagrado”) partilha este
projeto espiritual, com consequências em múltiplas escalas: desde a construção do
lugar de reunião até a valorização da expansão territorial planetária da UDV.
[...] a gente trabalha assim, irmanado e um trabalho fraterno e [...]
gratificante e um trabalho voluntário, mas [...] nos dá uma consciência da
importância desse trabalho que [...] chega a um determinado momento que
ele deixa de ser voluntário para nós [e] passa a ser uma necessidade real,
[...] a gente começa a sentir que é como um dever de realizar esse trabalho
de tantos benefícios que a gente vem recebendo ao longo do tempo (Líder
5, Masculino,45 anos, bebe Vegetal à 20 anos, grifos pesquisadora).
O “determinado momento”, que na realidade pode ser um processo mais
longo, mas também se dá de uma só vez, em sessões rituais, em muitos casos. É
significativo para entender esta passagem, que também se trata de um tipo de
comprometimento pessoal e coletivo, o que revelaria o poder manipulativo da
religião (RAFFESTIN, 1993), mas também pode revelar um compromisso espiritual
com um processo territorial em que se acredita, material, simbólica e
espiritualmente. Ou, possivelmente as duas coisas, mas não podemos agir à moda
durkheimiana, nivelando a experiência humana por baixo, como resultante de mero
jogo entre ignorância e manipulação.
O território passa a ser realidade quando se instala no ser como sentido do
mundo, descolando do espaço total um conjunto de pontos, de itinerários,
que são conectados e representados por centralidades como o templo [ou o
Núcleo, neste caso]. É essa abertura de conexões possível, obviamente,
também, o fechamento de outras [...], a partir de uma reflexão que não é
científica, mas que seguramente produz uma clareza potente sobre a ordem
das coisas (PANTOJA, 2011, p. 85).
Pantoja (2011) esclarece que há uma intencionalidade, uma avaliação e um
julgamento pessoal neste processo de realização da “ordem religiosa das coisas”,
quando trata do território mórmon em Belém do Pará, o que dialoga com esta
pesquisa. Portanto, não é um processo automático, é ao mesmo tempo, consciente
65
e carregado de simbolismo espiritual esta mudança de identidade ao assumir o lugar
do Núcleo.
No Núcleo se dá um claro reflexo dessa mudança identitária já que, como é
uma organização religiosa, para poder mobilizar a irmandade a participar dos
trabalhos é necessário que exista uma união entre os irmãos, além de objetivos em
comuns. Essa união vai ser o norteador da convivência, sem necessariamente o
estabelecimento de relações íntimas, já que o que importa é que esse convívio fique
guardado na memória de cada um dos participantes do trabalho ou ritual.
O lugar pode ser definido de diversas maneiras. Dentre elas, o lugar é
qualquer objeto estável que capta nossa atenção. Quando olhamos uma
cena panorâmica, nossos olhos se detêm em pontos de interesse (TUAN,
1983, p. 179).
Não se concorda completamente com esta afirmação, mas é fato que “deter-
se” ou ainda “a estabilidade que capta nossa atenção” inscreve e familiariza os
membros com o Núcleo. Percebe-se que muitos lugares são de importância para os
membros por causa de sua particularidade visual, já que para uns o que pode ser
pouco visível porque não é atrativo, para outros tem uma pertinência, tem uma
visibilidade especial, diferenciada, um encontro entre olhares, o ambiente e o lugar,
pela visualidade que traz a coisa que se fixa na memória da pessoa que frequenta o
lugar, essa paisagem se torna familiar e se torna própria da pessoa, um elo
intencional que também é espiritual.
O sentido de lugar, então, passa a ser o de reunião (RELPH, 2012), que pode
ser tanto a conexão existencial com a qual o indivíduo e o grupo interpretam e
vivencia o mundo (MALPAS, 2012), mas também pode servir a um processo de
fechamento e proteção entrincheirada, o que é, segundo Relph (2012), um sentido
contaminado de lugar.
3.2. O VEGETAL: PLANTAR O AMBIENTE
O “Lugar Núcleo” da UDV é, seguramente, o ambiente aonde as plantas
Mariri e Chocrona, são reunidas no chá Hoasca. O lugar de plantio (cf. croqui) é
também de convivência, de reunião, de atualização das relações e um modo de
sentir-se parte de um projeto maior de mundo, maior até que o próprio Núcleo.
66
[...] e agente precisa plantar as plantas da floresta [Amazônia], chegamos a
conclusão que é preciso plantar as plantas da floresta, então essa é a
primeira ligação que a gente tem com agrofloresta16, [...] têm diversas outras
aqui no Núcleo Luz de Oriente, a gente tem uma eco fossa17 que é uma das
maiores que um especialista que conhece do assunto viu.[...], fossa de
evapotranspiração, tem alguns plantios de agrofloresta, eu considero fazer
uma cisterna agroecológica18 tem gente que não considera mais eu sim,
futuramente a gente já planeja fazer captação de água chuva (Membro 8,
Masculino, 37 anos, bebe Vegetal à 20 anos).
Então assim o plantio é uma necessidade, e isso é muito bom porque nós
ganhamos por esse contato com a natureza em ter uma alimentação
melhor, o ar fica melhor, todos esses assuntos ambientais. [...] em biomas
como o cerrado ele é muito rico, Amazônia, o Cerrado, os biomas
brasileiros. [...] Tem muito ainda por conhecer, eu acredito que na natureza
existe, é possível na natureza encontrar cura para, assim, não vou dizer
todas, mas quase todas as doenças, pelas plantas eu acredito nisso. [...] [o
chá] Impressiona hoje aos cientistas porque pelas composições químicas e
o efeito que proporciona em nós, sendo inofensivo à saúde, então, [...] para
mim é um liquido sagrado [...] (Membro 2, Masculino,42 anos, bebe Vegetal
à 11 anos).
Na União encontrei isso: o trabalho do plantio, encontrei o cultivo de plantas
da Amazônia em meio do Cerrado, muito desafio, muita coisa para estudar,
os Noves Vegetais19 também que são árvores que já eu conhecia algumas
as outras eu conheci na União. Bom esse chá [Hoasca] é a união de duas
plantas amazônicas, até onde a gente sabe as conhecemos na Amazônia,
que é uma união interessantíssima e muito inteligente, de acordo com
alguns etnobotânicos. Nós somos uma instituição que bebe um chá no ritual
religioso, então a importância das plantas é evidente, para que o ritual se
mantenha, e que a gente tenha a possibilidade ao comungar desse chá, que
para nós e uma comunhão, que a gente tenha acesso à realidade do mundo
espiritual (Membro 4, Masculino, 56 anos, bebe Vegetal à 21 anos).
Em diferentes níveis e pudesse colocar muitas outras falas aqui (cf. anexos)
os membros do Núcleo referenciam este espaço que é projeto, este lugar criado
em conexão Amazônia-Cerrado, o coração do Núcleo porque é onde o vegetal é
cultivado, porém, para tal, demanda o cultivo de todo um ambiente que possibilita a
criação do vegetal. Em muitos sentidos, o lugar de plantio é um território-santuário:
Os símbolos ganham maior força e realce quando se encarnam em lugares,
o espaço cultural é um espaço geossimbólico, carregado de afetividade e
16 As agroflorestas estão dentro das atividades agropecuárias. Têm uma importância no
enquadramento das atividades de produção em geral porque têm sido consideradas sustentáveis,
apresentando-se como alternativa aos sistemas intensivos de produção (OMAR, 2000, et all. p. 159).
São formas de usos ou manejos da terra nos quais se combinam espécies arbóreas, frutíferas e/ou
madeireiras com cultivos agrícolas e/ou criação de animais, de forma simultânea ou em sequência
temporal e que promovem benefícios econômicos e ecológicos (CIFLORESTA, 2015, s/p).
17 Sistema ecológico de tratamento de esgoto que maximiza a ação de bactérias e não utiliza energia
elétrica ou quaisquer produtos químicos (ECOFOSSA.COM, acesso em 10.10.2015).
18 É o principal elemento no projeto de aproveitamento de águas pluviais, esta pode variar em volume
e material de que é feita, podendo ser construída em alvenaria ou adquirida no mercado em materiais
pré-fabricados como plástico, fibra de vidro, etc (ECOCAS.COM.BR acesso em 19.10.2015).
19 Nove tipos de plantas da amazônica incluindo o Mariri e Chacrona.
67
significações: em sua expressão mais forte, torna-se território santuário, isto
é, um espaço de comunhão com um conjunto de signos e de valores, a
ideia de território fica associada a ideia de conservação cultural
(BONNEMAISON, 2002, p. 111).
Um ambiente criado composto de vários elementos implantação de
tecnologias sociais com base no aproveitamento e reaproveitamento de recursos e
espaços (CULTI, et. all, 2004, p. 1) para o cuidado do ambiente tais como: eco
fossa, permacultura, agrofloresta, cisterna agroecológica. Porém, este espaço
estruturado, objetivo, não é o único nível e nem exatamente o que estamos
propondo desvelar. Embora qualquer outro “nível” fosse impossível sem esta
materialidade objetivada.
Segundo Bonnemaison (2002), o espaço vivido e cultural são
aprofundamentos deste espaço objetivado em uma perspectiva geocultual, sendo
assim, a relação entre membros e ambiente, entre o plantio do vegetal e o trabalho
na terra, atinge as relações cotidianas e o projeto de mundo meta dos valores e
significações partilhadas pelo grupo. O espaço telúrico, como espaço fechado,
profundidade e movimento, é também a floresta, ela preenche o espaço, envolve ao
homem em mistério e temor (DARDEL, 2011, p. 19).
Para mim ele é o mais sagrado elemento da natureza que me fazem, dentro
de minha pequenês, do pequenino que eu sou, me conectar com Deus com
a natureza, com universo. Achou que fundamental porque nossa religião
esta muito ligada a esse movimento da natureza da terra (Membro 3,
Feminino, 64 anos, bebe Vegetal à 26 anos)
Pô, cara! Óbvio que tem, né? Tem um plantio, a gente não cuida só do
mariri e da chacrona, a gente planta outras coisas, cuida de terreno, a gente
não desmata, a gente é paz e amor com a natureza, todos os núcleos
fazem [...]. O cuidado dessas práticas para nós porque comungamos um
chá que vem da floresta e que são duas plantas (Membro 5, Feminino, 19
anos, bebe Vegetal à 15 anos).
Eu, heim! Tenho uma ligação muito grande. Nossa! É o que a gente tem de
melhor na vida: a natureza! Até nós mesmos somos da natureza, sem a
natureza não existe nenhum ser vivo na Terra. Para mim é uma importância
muito grande, essa ligação com Deus muito importante (Líder 1, Feminino,
62 anos, bebe Vegetal à mais de 40 anos).
Essa relação entre natureza, terra e espírito, através do ambiente construído
para ser um “pedaço da Amazônia no Cerrado”, mas evocar este sentido de respeito
e devoção para com o cuidado com o ambiente religioso é uma evidência de que um
modelo de vida se instala no partilhamento dos valores e atitudes da UDV, uma
68
geograficidade, por assim fizer, que sustenta e funda o lugar e o território santuário.
Há também um sentido tanto funcional produzir o chá, indissociável do sentido
espiritual trabalhar e respeitar o ambiente como aproximação do homem e mulher
de Deus que refunda a própria realidade20 e condição de existência dos membros.
[...] minha relação com a natureza, eu tenho louvor e alguma tristeza
também, por como o ser humano tem rejeitado o presente que Deus deu,
mas eu tenho louvor, acho muito bonito, eu sou analista de sistema então
fico mexendo com texto em inglês, planilhas de Excel, sistemas complexos
que os caras inventam e tal. [...] Aí a pessoa fala: nossa, esse assunto e
complicado, só que na mosquinha da banana tem mais ciência que isso
tudo (risos) porque o homem não fez isso, a vida tem mais ciência que tudo
isso. Então trabalhar com sistema agroflorestal, com a natureza e muito
amplo, é aprendizado, é ciência divina mesmo. Para a gente apreender as
coisas e [...] desenvolver e [...] o lugar que tem pássaros e um lugar alegre,
geralmente um lugar que tem pássaro quando as pessoas chegam sentem
alegria, quando chegam os pássaros festejam, é bom demais (Membro 8,
Masculino, 37 anos, bebe Vegetal à 20 anos).
[...]Eu já vi que as pessoas trabalham muito com o esquema de agroflorestal
que eu conheci essa técnica quando ainda estava na faculdade, porque o
pessoal utilizava muito lá. [...] fazia um cultivo sem ser de monocultura, né?
Então a ideia é ir diversificando, vai criando um ecossistema equilibrado e
que se sustenta, não causa aquele impacto todo. Eu vi quando a pessoa
começou a utilizar permacultura21 tinha lugar que eles iam reflorestar e eram
lugares que há muito tempo não chovia, aí quando eles começavam os
trabalhos as chuvas se faziam mais frequentes e as pessoas não entendiam
como eles tinham feito para conseguir isso (Membro 1 ,Feminino, 34 anos,
bebe Vegetal à 4 anos).
É interessante perceber como o lugar tem que ter uma ligação e ser
significante para uma pessoa e um grupo, para poder perdurar no tempo e não ser
esquecido. Neste espaço a pessoa precisa perceber uma preocupação dos outros
por ela, estabelecer laços, sentir essa segurança que só é sentida no abrigo dos
pais, como esse sentimento interior da pessoa ou do grupo traz um valor particular
ao espaço, o que não e refletido, por exemplo, em espaço público qualquer. O
Espaço tem que ocupar “um lugar especial” para certa pessoa ou grupo.
20 Há uma experiência concreta e imediata onde experimentamos a intimidade material da “crosta
terrestre”, um enraizamento, uma espécie de fundação da realidade (DARDEL, 2011, p. 15).
21 Paisagem conscientemente desenhada que reproduzem padrões e relações encontradas na
natureza e que, ao mesmo tempo, produzem alimentos, fibras e energia em abundância e suficientes
para prover as necessidades locais (HOLMGREM, 2007, p. 3).
69
Imagem 6 Mariri em ambiente nucleado na 13º Região, MT e MS. Fonte:
http://www.navegadormt.com/noticia.php?codigo=16654&categoria=Cidades, acesso em 19.10.2015.
Imagem 7 Chacrona em Ambiente Núcleo Fonte:
http://avisospsicodelicos.blogspot.com.br/2007/05/ayahuasca.html acesso em 19.10.2015.
70
Imagem 8 Mariri plantado no cerrado, fonte: Altofalante edição especial, 2013
Imagem 9 - Mariri em SAF (sistemas agro florestais) Fonte: Altofalante 2013, extraído em
25/10/2015
71
Imagem 10 - Mariri Tucunaca N. LDO, autoria: DMD, 2013
Toda paisagem é humanizada, ela está para os que criam uma conexão
existencial com ela e com o grupo, um tipo de comunidade em torno do lugar como
matéria-vivencia-cultura (BONNEMAISON, 2002). A integridade do lugar é mantida
pelo rito (TUAN, 1983), o Núcleo é mantido na ritualização e os elementos matérias
e imateriais que são mantidos no lugar, é responsabilidade das pessoas, que fazem
parte desse lugar, por que o lugar de certo modo se torna a sua vida, por assim dizer
verdadeira, já que “o significado do sagrado vai além de imagens, templos e
santuários, porque a experiência do sagrado está no domínio da emoção e do
sentimento do ser no mundo” (ROSENDAHL, 2012, p. 76).
Ainda mais, esta construção do território santuário, hierarquicamente
produzido e espiritualmente partilhado, aonde o cultivo do Vegetal se torna o centro
do culto e a função mesmo do convívio, um projeto de mundo se desnuda, é preciso
interpretá-lo numa perspectiva geocultural.
72
3.3. O PROJETO DE MUNDO NO LUGAR NÚCLEO
A UDV, com suas dezessete regiões e 168 núcleos no Brasil e exterior, está
em franca expansão territorial. O modelo adotado para expansão é a organização
em rede núcleos. Ainda que o termo “região” designe uma extensão areal de
atuação, claro está que a unidade básica de ordenamento e prática ritual é são os
núcleos. Cada um desenvolve suas atividades em ritmo próprio, mas seguindo
diretrizes e uma padronização geral das mesmas, com amplas trocas de
informações, conhecimento e mobilidade de membros entre os núcleos para
participar de sessões rituais e compartilhar experiências.
[...] nesse sentido de fortalecer amizade, o ambiente familiar, a
participação de pessoas de todas as idades, jovens adulto crianças,
de aqui do Luz do Oriente, alegria é algo que me impacta na
convivência. Por exemplo, é um lugar que nós temos, porque aqui,
apresentamos uma peça de teatro [sobre a história de Mestre Gabriel]
envolvendo adultos, crianças e jovens também [...] (Membro 2,
Masculino,42 anos, bebe Vegetal à 11 anos)
[...] tem muito a ver com isso né? Procurar ser sincero, verdadeiro, se
irmanar, a gente exercita isso nos núcleos de trabalhar juntos, de
formar equipes, respeitar a cada um como é, ter essa dimensão para
à evolução que eu acho, é, um diferencial muito forte [...] (Membro 4,
Masculino, 56 anos, bebe Vegetal à 21 anos ,)
[...] aqui todos nós somos responsáveis pelo que temos, a gente
cuida e zela, por nosso espaço que é nosso. Por exemplo, o templo,
fomos nós que construímos, a casa do preparo, a casa entre amigos
e assim tudo o que esta aqui fomos nós [...] (Membro 7, Masculino, 41
anos, bebe Vegetal à 12 anos)
O núcleo, como vimos, supõe uma hierarquia de comando que determina as
diretrizes e os códigos inclusive de aspectos da linguagem gerais, modelo ritual
e padronização de comportamento, remetendo e filiando-se aos ensinamentos do
Mestre Gabriel e do Vegetal. Num processo que tenta manter, pela oralidade as
mesmas prerrogativas do fundador, mas que comporta amplas reapropriacões e
reelaborações.
Cada universo religioso escapa a seus fundadores e transmissores,
estabelecendo um universo de rituais e de sinais submissos a qualquer tipo
de interpretação e de usos, a diversas regulações institucionais e sociais.
Se falamos de um carisma de um fundador ou refundado, é para ressaltar,
precisamente, que a questão de sua origem é problemática: o processo pelo
qual a fundação se efetua é sempre complexo, mas existe fundação quando
o carisma conduz, de um modo qualquer, a uma transmissão. A religião
73
envolve, então, um carisma fundador e uma filiação (WILLAIME, 2012, pp.
196-197).
Ao que se acrescenta, um espaço, mais precisamente um território que
evidencia a concretude desta filiação enquanto projeto, e deste carismas refundador
como orientação de mundo e, portanto, nos lugares que vivenciam a religião, ao
menos na perspectiva da UDV.
O Mestre Gabriel e o Vegetal, então, marcam a refundação deste projeto
espiritual que não é circunscrito ao Brasil, nas palavras do próprio Gabriel: “de
Manaus para o Mundo” (Revista Altofalante, 2011, p.5). As territorialidades deste
território em expansão são: o Núcleo, a linguagem, o ambiente naturalizado como
sagrado e a circulação/controle do Vegetal. Estas territorialidades (BONNEMAISON,
2002; ROSENDAHL, 2006) permitem indicar a emergência de um Projeto de Mundo.
Os núcleos, como já mencionamos, são todos em áreas ruralizadas próximas
ou mesmo dentro dos centros urbanos, de modo que há um aspecto espacial
fundante construção da Hierofania (ELIADE, 1999) para que o Vegetal Sagrado
seja cultivado e todo o lugar se desenvolva no seu entorno há uma especificidade
das condições do solo e, portanto, não se pode criar núcleos em qualquer espaço.
[... todo os núcleos busca ser em áreas preferencialmente não urbanizadas,
são territórios mais rurais em geral, a pesar de ter núcleos que estão em
áreas urbanas, todo eles buscam ser em área rural, os núcleos que não, por
exemplo, no caso do luz do oriente, ele era um núcleo descampado então
não tinha floresta, ele começa a fazer um trabalho de agro floresta para
começar a desenvolver uma natureza ali no local...] [....então eles buscam
isso mais não necessariamente é uma exigência, porque tem núcleos que
são erguidos em área urbana mesmo, principalmente no norte que já tem
muitos núcleos que estão em área urbana mesma dentro da
cidade...](Membro 6, Masculino, 29 anos, bebe Vegetal à 9 anos)
[... agente faz parte dessa terra, plantando arvores, plantando mariri e
chacrona, transformar a vegetação, voltar a o que era antes e poder
melhorar mais um pouco, a união do vegetal esta sempre ligada em nesse
sentido auxiliar a transformar aquele lugar...] (Membro 7, Masculino, 41
anos, bebe Vegetal à 12 anos)
[...mais vou disser para você agroflorestal é reflorestar, cuidar do meio
ambiente e reflorestar porque é de fundamental importância que nos
tenhamos floresta, porque essas plantas sagradas elas são nativas da
região de amazonas de toda região amazônica....] (Líder 2)
[...aqui as pessoas que nenhum momento na vida plantaram uma arvore o
tiveram um trabalho com plantas, aqui vai pegando a terra então promove
pra eles o contato das pessoas dentro desse trabalho comunitário o contato
das pessoa com a natureza diretamente plantas e esse trabalho com a terra
74
de preservação da natureza, de plantio, de plantar arvore, coisa que a gente
faz dentro de aquele trabalho que eu falei comunitário...] (Líder 3)
[...Nos precisamos de um espaço de agua de uma terra fértil para poder a
gente plantar porque nossa religião depende também de as plantas
depende de lenha para preparar o vegeta...] (Líder 5)
De muitas formas, esta especificidade constitui um delimitador e, ao mesmo
tempo, implica um tipo de trabalho criativo e técnico por parte dos membros,
demarcando o espaço do núcleo e, literalmente, “cultivando o sagrado”, com
paisagens que se evidenciam nos lugares-núcleos deste território-rede.
Não se pode perder de vista um tipo de “ambiente amazônico” adequado ao
Mariri e a Chacrona, que é desenvolvido a partir de um conjunto de estratégias
tecnicamente consistentes quem, ao mesmo tempo, potencializem os processos
naturais e garanta a produção do Vegetal no lugar-núcleo.
[...] Como estrutura, todos os núcleos têm [...] como exigência, para o
núcleo ser independente, ele tem que ter uma casa de preparo, tem que ter
um salão, ele tem que ter o plantio do núcleo, tem que ter dois pés de Mariri
e um pé de Chacrona por sócio cadastrado [...] (Membro 6, Masculino, 29
anos, bebe Vegetal à 9 anos).
[...] a UDV vem difundindo entre os núcleos e as regiões que existem dentro
da UDV que cada núcleo tem que ter a sua sustentabilidade com as plantas
sagradas Mariri e a Chacrona, então cada núcleo tem que plantar pelo
menos três Mariri por sócio que ela tem [...] (Líder 2)
[...] a UDV tem uma infraestrutura básica como templo, casa de preparo,
cozinha, mais hoje em dia com os diferentes estudos e inclusive em um
núcleo de Planaltina, que se decidiu compartilhar, por exemplo, a casa de
preparo, ou quando o núcleo se desmembra para formar outro núcleo
também ele pode solicitar utilizar a casa de preparo [do anterior], então
assim a gente vai compartilhando as instalações [...] (Membro 3, Feminino,
64 anos, bebe Vegetal à 26 anos)
Portanto, uma ambiência muito específica e filiada ao ambiente amazônico
e as ensinamentos do Mestre Gabriel marca o território, emerge daí paisagens
que, configuram-se marca e matriz de significados para o grupo (BERQUE, 1999).
Ao resultar de uma construção coletiva e partilhada, marcadora de uma postura:
rural-urbana, agroecológica e ambientalmente funcional; o grupo investe um sentido
de lugar altamente afinado com o projeto de expansão extensivo, no sentido de
novos núcleos; e intensivo, no sentido de aprofundamento das relações nos núcleos
75
já estabelecidos, Imbricado a este movimento, o desenvolvimento da paisagem do
lugar-núcleo, como já deixamos claro, apontam as diretrizes de ação, um tipo de
atitude para com o ambiente e para com os outros, uma maneira de ser e um tipo de
espiritualidade engajada na “forca da palavra” e no “ato de beber o chá” que
podemos qualificar como matrizes de significados, explícitas na paisagem,
importantes para o grupo.
Geertz (1989, p.45) nos alerta que “as religiões projetam uma imagem
cósmica de mundo no plano das experiências humanas e usam estas experiências
para validar as imagens cósmicas”. É algo que, podemos, empiricamente, constatar
no modelo territorial em expansão da UDV, o que pode ser uma abertura para um
entendimento mais completo e complexo das imagens cósmicas (A Terra, O Vegetal,
o trabalho irmanado a ritualização em uma língua Comunal) e a experiência
cotidiana a partir do lugar-núcleo. Sobretudo porque não é uma Hierofania, que
irrompeu mais foi criada, desenvolvido em cooperação tanto, material quanto
ambiental, supõe-se experimental. Inevitavelmente, esta cooperação e convívio,
repercute profundamente na postura individual/coletiva, alargando o horizonte de
expansão do “Vegetal”. “De Manaus para o mundo”, disse o Mestre Gabriel uma vez
é possível que muitos outros lembram dito e o concretizam na “força da palavra” é
explicito e corresponsabilidade desta expansão nas falas;
[...] O vegetal sempre alerta a gente. Eu vejo que muitas religiões
têm isso, mas o Vegetal é constante, nisso ele te dá norte, esse estilo
de vida, assim quando a gente não está conseguindo se equilibrar,
não dá conta de permanecer [...] (Membro 1,Feminino, 34 anos, bebe
Vegetal à 4 anos)
[...] impressiona hoje aos cientistas porque pelas composições
químicas e o efeito que proporciona em nós, sendo inofensivo à
saúde. Então, assim, para mim é um líquido sagrado [...] (Membro 2,
Masculino,42 anos, bebe Vegetal à 11 anos)
[...] Sim, porque me identifico com essa forma, [...] a sinceridade e o
enorme senso de responsabilidade, de compreender a necessidade
de que a humanidade tem de viver dias de paz, e como ele colocou
essas bases na religião, reviver os ensinamentos de Jesus de forma
assim contemporânea, dentro de nossa linguagem acessível a
qualquer pessoa [...] (Membro 8, Masculino, 37 anos, bebe Vegetal à
20 anos)
[...] É um canal da evolução que está me ensinando a evoluir, é o
canal que vai me fazer chegar, indo devagarzinho, mas chegar ao
divino, deus, esse canal é o que nos guia e nos faz estar aqui [...]
(Membro 7, Masculino, 41 anos, bebe Vegetal à 12 anos)
76
[...] a gente conscientiza as pessoas a fazer um trabalho de
conscientização interna e também levar essa consciência para outras
pessoas da importância da UDV, para a sociedade que é uma religião
que vem recuperando as pessoas em diversos aspectos.
Os benefícios do chá parecem ser confirmados por estudar médicos e
fisioquímicos, mas o preconceito em torno do mesmo é grande como afirma o líder
na seguinte fala;
[...] o grande desafio e o preconceito em relação ao vegetal porque ainda
quando as pessoas ouvem falar quando tem alguma informação com
respeito as religiões ayahuasqueiras a primeira reação é preconceituosa no
sentido que e o entorpecente que e um alucinógeno as pessoas são
herdeiras do momento hippie então ainda não compreenderam que na
historia do ser humano existe muitas formas de desenvolvimento espiritual
que usam recursos de muitos tipos entendeu o terreiro de umbanda por
exemplo usa o charuto e a cachaça...] (Líder 4)
[...a gente já conseguiu superar algumas coisas primeiro o direito de realizar
nossa sessões de comungar o vegetal de forma legal amparado pelas leis
do país...] (Líder 5)
[... desafios temos alguns ainda, precisamos ainda ter uma legalização
definitiva do uso do chá. Em alguns países também a gente ta entrando
então a gente enfrenta algumas dificuldade mais graças a deus todos tem
sido superadas e outras que tem pela frente certamente serão superadas
também...] (Líder 5)
Entretanto o fluxo de pessoas que aderem a religião “União do Vegetal” no
Brasil e no mundo, lidera um processo forte de identificação, especialmente se
notamos que não há estratégias especificas de “proselitismo” tais como
missionários, alto investimento em televisão entre outros.
Porém, é isto parte do projeto, algumas estratégias se evidenciam em relação
a uma sociabilidade da UDV, nas comunidades no raio de ação do núcleo e das
regiões e isso se reflete na forma de organização de um departamento e uma
instituição externa a UDV chamada casa da união.
A beneficência da união existe desde seu origem, hoje existem unidades
beneficentes que desenvolvem projetos sociais como o Luz do Saber, que além do
valor social e fraterno, possui um papel fundamental na posição institucional do
Centro Espírita Beneficente União do Vegetal como agente construtor na sociedade.
Por as diversas ações realizada pela UDV e Casa de União, desde 1999, tem
o Titulo de Utilidade Pública, realizando 63,7 a comunidades, 14,8 a famílias, 7% a
77
crianças e adolescentes, 2,7% moradores de áreas de ocupação, 2,4% a
estudantes. (Altofalante, 2011, p.26)
Entretanto algumas ações realizadas com apoio de instituições públicas e
privadas, são a alfabetização iniciada para membros dos núcleos e depois
estendendo o benefício para pessoas de fora. Esta alfabetização foi desenvolvida
através de um software, que foi disponibilizado com livre distribuição para promoção
do ser humano.
Assim por diante eles vem desenvolvendo beneficência através dos
departamentos da cada núcleo de beneficência, assim como também através da
Casa da União, consolidando seu ação solidaria através de ações comunitárias que
beneficiam associados quantos pessoas que não são adeptos, isso faz parte do
projeto de mundo que tem um enfoque ambiental e uma área social.
Imagem 7 - Alfabetização em Cuiabá (MT). Fonte: Altofalante, Edição Histórica.
78
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após este percurso de investigação do território da UDV, a partir o Núcleo Luz
do Oriente, em Brazlândia, DF. Sintetiza-se a interpretação a partir dos objetivos
propostos, bem como se as hipóteses de pesquisa foram confirmadas ou não.
A escolha do conceito de território, e mais precisamente a relação entre
território e rede, não se deu a priori, mas a partir de pesquisa exploratória e
aproximação deste espaço de vivência, sendo assim, o olhar que imprimimos e a
reflexão que ousamos vai ao encontro desta busca pelo sentido e os elementos
territoriais.
Nossa primeira hipótese, de que o território da UDV se organiza
reticularmente e não apenas por contiguidade, se confirma.
Como elementos, a partir das relações de poder emergentes no território da
UDV, destacamos a forte hierarquização desde as diretrizes de construção de
novos núcleos até a divisão regional (que na realidade é reticular), impregnando
toda a cadeia de comando até o quadro de sócios. Obviamente, podemos alegar
que todo o território supõe uma hierarquização de comando, muito embora seja
possível falar de territórios mais “livres”, o fato é que, a religião UDV prescreve um
controle forte e hierárquico como condição para manter e expandir o território.
O interessante é que na UDV, como os membros trabalham por uma
irmandade e se sentem parte do lugar que construíram, sentindo responsabilidade
pelo território, o exercício do poder é mais complexo e, em sentido, circulante, uma
energia que congrega e hierarquiza ao mesmo tempo. Vemos também que esta
hierarquia se estende ao nível nacional e internacional. A estrutura hierárquica é
reproduzida em todos os núcleos, seguindo o padrão da Diretoria Geral (macro)
portanto uma mesma organização institucional ao núcleo (micro).
Há fluxos de obediência e ordenação nestes espaço hierarquizado, ocorrendo
eleições e partilhar de poder, tendo em vista uma direção ou diretrizes que são
construídas para garantir a expansão e consolidação do grupo.
Esta organização também valoriza a “memória” dos membros, no sentido de
promoção a Mestres e cargos de lideranças quem possui altos graus de memória,
portanto, uma valorização da experiência de vida e do tempo relação com o Vegetal.
O que se assemelha a outros grupos religiosos, notadamente se pensarmos esta
primazia da tradição para o exercício de controle do território.
79
O segundo elemento que foi encontrado na pesquisa e que é relevante para
sociedade religiosa são as redes de comunicação e como a informação efetivamente
circula para que o adepto comece a construir sua identidade de pertencimento. As
estratégias de comunicação em rede são altamente organizadas, controladas e em
aperfeiçoamento, inclusive incorporando elementos técnico-científicos, como ocorre
na utilização do REUNI, sistema de cadastro de todos os sócios, mantém a conexão
entre todas as outras regiões, mas também é relevante pela circulação do boletim
informativo para todas as regiões e que é lido, obrigatoriamente, na finalização do
ritual religioso passando as informações sobre administração do Centro e sobre
convocatória ou afastamento se for o caso.
Com respeito à circulação informativa do Núcleo, o Mestre Representante e
os monitores de cada departamento mantém uma comunicação constante com os
adeptos, por motivo dos trabalhos realizados no Núcleo-Lugar ou promoções,
sessões e comemorações, beneficência, plantio etc. então em uma dinâmica de
circulação constante. Vemos que na maioria são redes de tecnologia da informação,
mas se percebe que existe uma preocupação com respeito a melhoramento destas
ferramentas, como já mencionado, mas há um aspecto diferenciado na informação
que circula ela é espiritual, não pode ser concebida como estritamente funcional,
sob pena de restringir o escopo de organização territorial no plano religioso.
O terceiro é a força da palavra, os membros desta sociedade religiosa dão um
valor incalculável à palavra, já que com os ensinamentos do Mestre Gabriel, são
passado de boca à ouvido, a palavra vem a ser um rol fundamental na organização
deste território-rede da UDV, porque é um elemento da identidade do grupo. A
Palavra carrega, neste território, um sentido de “ser caianino”, partilhar e falar como
um membro da UDV é altamente complexo, mas também marcador de uma
territorialidade deste espaço.
Nesse aspecto, como pesquisadora, me vi limitada por não poder mergulhar
com maior profundidade, já que quando foi solicitada a permissão de realização da
pesquisa, foi assumido como um compromisso ético de não divulgar a doutrina e
como a palavra está ligada a doutrina espiritual, se teve que manter certa distância
em respeito ao grupo. Está evidente que o uso da palavra é também suscitar sua
força, um “chamado” para que as coisas aconteçam, não chegaria a dizer que têm
um vocabulário próprio (isso é outra pesquisa), mas sim que os membros têm um
80
jeito de tratar entre sim e os outros de forma diferenciada, ao menos em sua
perspectiva, atribuindo essa força que a palavra evoca neste plano terrenal.
O Núcleo se coloca como a realidade concreta deste território religioso, sua
realização cotidiana, aonde o Vegetal é cultivado, controlado e partilhado. Em si o
núcleo pode ser definido como um aspecto do território, mas também configura
como lugar de exercício do Projeto de Mundo do grupo. A formação nucleada e
reticular é um modelo historicamente consolidado na formação da UDV.
Nossa segunda hipótese dependia desta compreensão reticular e da
realidade vivida no Núcleo, para que daí pudessem emergir os elementos
geossimbólicos, o que aponta para que o geossímbolo por excelência
substancialmente mais valorizado é o Vegetal, e todas as relações materiais e
imateriais que dizem respeito a ele.
As percepções dos adeptos em torno das ações no território são muito
interessantes, porque eles assumem essa identidade do territóriolugar como parte
deles, então assumem uma ação como se estivesse capinandoseu próprio jardim,
sabem que o trabalho em união vai proporcionar comodidades, o cultivo das plantas:
mariri e chacrona. Isso faz que eles tomem por conta própria e assumam como
responsabilidade contribuir com um planeta limpo, sem contaminação, servindo para
gerações que virão, muito próximo aos modelos sustentáveis que hoje se
popularizam, mas com um aspecto espiritual imbricado. Há um senso de que é
preciso cultivar a paz no mundoe fazer com que ele seja melhor, que todos são
diferentes, mas que o trabalho em união, irmanados tem melhor resultado.
Neste aspecto o território não pode ser separado do lugar, eles de uma certa
forma caminham juntos porque para ter uma organização e um lugar como os
núcleos da UDV tem, exige-se um comprometimento e como um membro em termos
de mudança “no estilo de vida” que exige uma dedicação e uma transformação
pessoal. Além disso, certas atitudes que têm a ver com os valores das pessoas,
elementos emocionais envolvidos, para construção deste território-lugar, não se
pode deixar atrás a emocionalidade que os adeptos mantém para o Núcleo-lugar.
É por causa deste e outros elementos que foram mencionados é que este
grupo cultural mantem um sentido de pertencimento ao seu núcleo, eles podem
circular por todos os núcleos da UDV em várias regiões, nesses lugares que
circulam eles fazem referência a um lugar familiar, com certa comodidade, mais o
81
carinho e afeto que tem para seu Núcleo-lugar é diferentes por causa de os laços de
amizades que mantem, porque conhecem todas as pessoas e assim por diante.
A relação entre sentimento de pertencer ao lugar e a hierarquização territorial
em rede viabilizam a expansão da UDV e seu projeto de mundo, identificado como a
transformação ambiental e espiritual para e pelo Vegetal. O desafio que se coloca
geograficamente é não enviesarmos nem só estruturalmente e nem só
singularmente a compreensão deste território, é relacional e, ao mesmo tempo,
profundamente individual e partilhado, onde podem e desenvolver estratégias que
comportem visões diferenciadas e dialógicas de mundo, tendo em vista novos
arranjos de futuro, não sem conflitualidade, mas seguramente não partindo, de
saída, de uma compreensão de ser humano apartado da natureza e reduzido a uma
massa manobrável, porque, no plano do cotidiano, ninguém se enraíza sem desejo e
entrega e sede de ser.
82
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86
APÊNDICE A
Entrevista com os Membros
Núcleo: Luz de Oriente
Idade:
Profissão:
Tempo que é sócio (a):
Tempo que consume vegetal:
Residente (bairro):
Grau:
Grupo I: discussão dos elementos do território
a) Quais os elementos mais significativos do espaço Núcleo do seu ponto
de vista? Por quê?
b) Qual é a relação que você, mantém com a natureza?
c) O tempo da UDV é diferente do tempo comum ? De que forma é
diferente?
d) O funcionamento das sessões é igual em todo território nacional?
Quantas vezes se reúnem por mês? Há padrões de horário?
e) O que é o chá hoasca (Vegetal) ? Qual é a importância para UDV? E para
você?
f) A memória e a historia do grupo são preservadas de que forma? Há
destaque para momentos importantes da historia? Por quê?
g) Por que o grupo valoriza tanto a oralidade, especialmente num mundo
que valoriza tanto a escrita?
Grupo II: a organização em rede e tempo
h) Os núcleos são separados ou possuem alguma conexão? Caso
possuam como funciona?
i) Como é a troca de informações e de atividades coordenadas entre os
variados núcleos, caso existam?
j) Como é administração destas trocas de informação? Há uma hierarquia
local? Regional? Nacional? Internacional? É possível detalhar tal hierarquia?
k) A UDV já se espalhou por vários países. Existe uma língua padrão? Qual
? porque?
Grupo III: as práticas agroecológicas e o projeto de mundo.
l) Há práticas ambientais ou agroecológicas, por parte dos Núcleos da
UDV, no Distrito Federal? Quais? Como se realizam?
m) Qual e a importância desta práticas para UDV e seus membros?
n) Você sabe algo da origem do grupo? O que?
o) Este conhecimento (da origem) é importante para você? Porquê?
p) Podemos dizer que existe uma “Cultura da UDV” uma “Cultura
Caianinha”? Que elementos seriam importantes nesta cultura?
q) Qual é o posicionamento da você na relação à Natureza/Tempo e para
UDV?
87
APÊNDICE B
Entrevista com os Líderes
1. Sobre o Núcleo Luz do Oriente (origem, atividades, infraestrutura,
relação com o ambiente);
2. Sobre a organização do Núcleo Luz do Oriente (distribuição das
funções; trabalhos desenvolvidos);
3. Sobre seu papel, como Mestre, no Núcleo (atividades, autoavaliação,
perspectivas futuras);
4. Sobre sua religiosidade (principais elementos; convivência no grupo;
contribuição da UDV para sua vida e para sociedade);
88
APÊNCIDE C
Síntese das Entrevistas
Membro
1
Fala
Os núcleos eles estão interligados tem uma relação direta com
a sede geral e a organização para ser melhor foi divido por
regiões então um núcleo compõe uma determinada região e
esta administrado pelo mestre central representante então ai
quando chega no núcleo tem um mestre representante que esta
aí conduzindo os trabalhos
Tipo de Rede
Rede hierárquica
[...] A comunicação se através de uma lista de sócios de todos
os que participam em aquele núcleo então assim a gente utiliza Rede
de
email, whatzap telefone ...
comunicação
tecnológica
2
Sim porque existe um mestre representante da região porque Rede hierárquica
disse assim na região onde houver um ou mais núcleos haverá
um mestre da região e a irmandade ela esse se dar as mão
essa é uma oportunidade de nos crescermos sem
concorrências sem competição se irmanando aqui em Brasília
eu já vi isso algumas vezes inclusive aqueles 10 anos de luz de
oriente, por exemplo quando se organizam as reuniões ou
congresso se precisa da irmandade para dar suporte para
atender as pessoa e
Assim de meios para nos comunicar então por isso se utiliza e-
mail, telefone, mensagens ect então existe uma ligação entre os Rede
de
núcleos que estão em Brasília dando a oportunidade de comunicação
compartilhar e de nos aproximar das pessoas
tecnológica
Da sede geral e das administrações por e-mail e telefone,
mestre representante tem o dever de manter contato com geral
e assim o geral tem a responsabilidade de manter contato com
o mestre representante então assim eu sei que existe uma
administração regional uma secretaria uma tesouraria regional
[....então como e a melhor forma de comunicar por email
whassap, teve um tempo que era avisada as pessoas por
telefone, e as que não tinha telefone era avisado de forma
pessoal..]
Rede hierárquica
e
de comunicação
tecnológica
89
3
[...São separados pero mantem uma comunicação com a DG, Rede hierárquica
direção geral, e representação da região...]
e de comunicação
tecnológica
se utilizam os meios de comunicação que existem telefone
email, se mantem uma relação com cada secretaria dos núcleos
e assim se vão comunicando decisão da direção e coisas que
precisam ser comunicadas
Cada núcleo tem uma secretaria que tem o dever de espalhar
as informações e comunicações importantes das atividades que Rede
de
se vão a realizar, ela utiliza normalmente uma lista de sócios comunicação
para chegar a cada um e repassar as informações necessárias tecnológica
Normalmente e-mail e whatsapp
4
Bom a primeira conexão que são todos da união, a pessoa que Rede hierárquica
é da união pode participar de sessão em outros núcleos, basta
pegar uma autorização, uma outra conexão que existe é que
dentro de cada região existe uma coordenação regional, no meu
caso é a oitava região, agora temos se não me engano são 19
regiões ou 20 não sei disser, mas já temos duas regiões fora do
brasil, uma em Europa e outra nos estados unidos, além das
regiões do Brasil, então existe essa ligação mas a principal
ligação e pelo ritual, que o mesmo e as pessoas que conhecem
vários núcleos confirmam isso
Bom agente tem a leitura de alguns documentos que informa de
acontecimentos de outros núcleos isso é uma prática normal da
união, depois da sessões é lido documentos que fala de
acontecimentos de outros núcleos, agente também lê e recebe
cartas da diretoria da representação geral e temos também
boletins que circulam dentro do centro tanto os boletins dos
próprios núcleos que são feitos mas voltados para a própria
irmandade de cada núcleo como outros de forma mais geral, o
alto falante que elaborado na sede geral que é aqui em
Planaltina, DF e que também circula na união
Rede
de
comunicação
escrita através de
boletins
informativo
e
jornal oficial da
DG
5
Então tá eles são separados mais eles trazem a mesma Rede social
compreensão, todo mundo esta ouvindo a mesma doutrina, os
mesmo valores, então achou que na essência, são todos iguais,
mais obvio que cada um tem sua particularidade,
[.... então por exemplo aqui no núcleo agente tem muito
músicos, muita cantoria, conhecido assim por Brasil inteiro e por
outros núcleos do Brasil, e um lugar extremamente alegre o
90
povo vem canta, então cada núcleo com certeza tem sua
qualidade NE, aí mais no geral agente chega em outros núcleos
e se senti em casa porque a dinâmica é a mesma, o ritual e o
mesmo então assim a dinâmica e a mesma tudo é o mesmo e
tudo igual é isso...]
VIVENCIA
E agente se comunica pelas redes sócias, porque é como uma
grande família.
Redes
de
comunicação
tecnológica
Agente tem o boletim de ocorrência NE, que quando alguém e
convocado por o corpo de conselho, quadro de mestre, aí
avisam através de esse meio que é lido em todos os núcleos,
também e utilizado em caso cambie de representante, coisas
importante assim se relata no boletim, quando o mestre geral
representante quer dirigir uma mensagem, todo mundo recebe
essa mensagem e lê...[ o por email .....]ou na sessão, é de livre
acesso,
e pó sempre falam brincando que tem o telefone sem fio da
união, por exemplo algo acontece aqui do outro lado do estado
já sabem o que aconteceu.
Rede
de
informação escrita
através
de
informativo da DG
Rede
de
informação social
6
em termos de território são separados os núcleos , eles são Rede
de
separados mesmo a conexão e em termos de organização e comunicação
usa essa parte tecnologicamente mesmo, por exemplo grupo de tecnológica
email, para ter essa organização, antigamente era por meio de
cartas
Porque na UDV, todos os núcleos respondem a uma
organização central, eles não, cada núcleo não é um núcleo
independiente, todo eles respondem a uma administração
central, porque a orientação da UDV ela e centralizada, tem
uma pessoa que fica responsável, e tem outras pessoa que
auxiliam que tem outro grau de responsabilidades, então ela é
centralizada, não é como por exemplo o santo daime que cada
área e independente, cada um trabalha por si só, a UDV não
cada núcleo responde e da um parecer das atividades
realizadas, o que esta sendo feito lá e tem um Mestre central
que confere se esta realmente sendo realizada cada atividade,
então agente tem uma administração centralizada
Rede hierárquica
91
então a nível de mestre eles utilizam o REUNI, mais a nível de Rede
de
sócios utilizamos grupo de gmail, esses recursos tecnológico, comunicação
no Reuni que utilizado pelo Mestre é em termos de organização tecnológica
, por exemplo o catalogo de sócios, em que cada sócio trabalha,
qual grau que ele ocupa, então ele já tem outro sistema mais eu
não tenho muito conhecimento do sistema, porque não é de
acesso a todos os sócios ainda, mais futuramente vai ser, mais
disso eu não posso falar porque não tenho conhecimento.
7
Os núcleos são unidos por meio do trabalho da união do VIVENCIA
vegetal, sabendo que você tem sua casa que esta é minha casa
e o que nos liga a uns com outros irmãos e a união do vegetal,
comungar o chá, é esta religião que agente pratica, por exemplo
se a união fosso como as outras religiões, agente nem se ia
conhecer, não existiria essa relação, aqui em na união agente
convive, por exemplo no preparo agente convive três dias
e quem faz essa conexão entre os núcleos e a sede geral o
órgão central, onde todos os núcleos das regiões são ligados a
sede geral, as determinações as ordens, vem de lá, o conselho
da recordação orienta as núcleos como trazer a doutrina de que
maneira fazer, falando para o mestre representante como
passar para seus discípulos e a diretoria geral traz a parte
burocrática de organização do centro para poder dar a
continuidade a obra do mestre Gabriel esse e o canal que faz a
união dos núcleos
Rede hierárquica
Agente tem whapsap, tem facebook mais na realidade eu falo Rede
de
assim a radio cipó que existe no centro espírita união do vegetal comunicação
que o meio de comunicação de cada um boca a ouvido, aí tecnológica
e
também esta essa parte mais moderna ne email, whapsap isso imaterial
faz que as pessoa se informe se vai ter sessão onde vai ter e
assim
8
Por ser uma religião ela tem uma ordem, então por exemplo Rede hierárquica
dentro de uma região eles são ligados porque são da mesma
região e também tem departamentos que transcendem isso,
tem a sede geral que transcende então tem pessoas de outros
núcleos que se ligam com outras pessoas para fazer trabalhos
específicos que são de uma esfera mais amplia que a esfera do
núcleo, estou falando isso na forma administrativa, também nos
temos um mestre representante que e responsável pelo
rebanho,
[ ...e também as pessoas se reúnem porque aqui é uma fabrica
de fazer amigos...]
92
É do jeito que eu falei tem um curso vai lá faz, aí vai ter uma
feira de semente no Gaspar, aí tem um trabalho de vozes , por
exemplo nessa feira tinha coisas raríssimas que o pessoal levou
com compromisso de plantar e doa no banco de semente então
a pessoa tem o direito de transpassar a informação esse e o
compromisso whapsap e email.
9
Olha agente tem os núcleos eles tem independência eles tem Rede hierárquica
autonomia em determinadas coisas mais eles são ligados a
sede geral então algumas diretrizes são determinadas pelo
mestre geral em representação e aí os grupos tem que seguir
aquelas diretrizes, mais eles também tem autonomia para fazer,
para autodirecionar
Olha agente tem um cadastro geral que e feito, então por
exemplo as vezes agente faz alguma pratica do núcleo do
manejo ai agente convida a membros de outros núcleos para vir
e aproveitar para ver como que, aí agente da uma aula de
compostagem, aí agente abre vagas para outros núcleos duas
três vagas por núcleos aí esse pessoal vem e aí, a mesma
coisa eles fazem com relação a nos ne, quando eles tem
alguma atividade lá que e interessante eles abrem vaga entre
os núcleos então agente esta sempre em contato núcleo com
núcleo,
Esse contato se matem através de e-mail, telefone, as vezes o
membro do núcleo que vai realizar atividade vem a visitar e
transmitir na sessão dando aviso para quem tem interesse entre
em contato e assim
Rede informação
REUNI e rede
social
Rede
de
comunicação
tecnológica
LIDER 1, os núcleo são coordenados principalmente pelos presidentes de Rede
de
FEMININO, cada núcleo , as promoções combinar com as pessoas que este comunicação
62 ANOS, aquela programação em cada núcleo as datas por exemplo tecnológica
BEBE
núcleo caupuri ele tem as datas certa da programação dele
VEGETAL À então os outros já estão sabendo que naquela data já vai ter
MAIS DE 40 promoção já vê uma outra data então vá combinando e uma
ANOS
forma de que os irmãos da região todos poderem ir cada
promoção tiver no núcleo, e tudo isso é feito através de
whassap , telefone, e-mail .
93
LIDER 2,
MASCULINO,
62 ANOS,
BEBE
VEGETAL À
21 ANOS
Todos os núcleos existe um lugar chamado sede geral todos os
núcleos que tem na UDV tem ligação direta com a sede geral
com a matriz e os núcleos eles são agrupados por regiões
então tem a primeira região tem a segunda região e assim e
essa conexão dos núcleos por exemplo a nossa região é a 8
que tem uma meia de 12 núcleos ligada a essa região, nos
temos 17 regiões na UDV cada região dessa as vezes tem 10 a
15 a 18 núcleos e um responsável para trazer a orientação para
esses núcleos e cada núcleo tem uma pessoa um representante
que é o pastor digamos assim que esse nome que as pessoas
identificam que nos chamamos de representante que é a
pessoa que cuida que é responsável por esse rebanho porque a
gente tem observado nos estudos que tem feito dentro da UDV
que os núcleos eles funcionam bem com uma meia de 120 a
130 até 140 sócios
Rede hierárquica
Porque as relações ai a gente conhece as pessoas pelo nome a
gente conhece as pessoas mais proximamente então fica uma
maneira boa do representante que é a pessoa responsável pelo
núcleo de trabalhar a irmandade de atender de acompanhar
entende, cada núcleo tem uma relação uma com outra porque
esta tudo ligado disse o mestre Gabriel assim que o mestre
bacurau que foi um mestre da origem do mestre Gabriel que
cada núcleo que tem na UDV é ponto de luz na terra e esse
ponto de luz e uma rede sabe uma teia de aranha que tem tudo
interligado estão tudo interligados a sincronicidade que existe
nos ensinos do mestre então as vezes alguns assuntos
coincidem de estar sendo falados ao mesmo tempo nos núcleos
isso e uma sincronicidade de pensamentos de necessidade que
a espiritualidade esta vendo que aquela irmandade esta
necessitando as coisas de deus acontecem assim desse jeito
elas vem sempre pela necessidade ela não vem porque eu
quero ela vem porque deus vê que há necessidade de trazer
determinado ensino em algum lugar
Rede social
Nos utilizamos computadores o que nos utilizamos mais é listas
dentro dos núcleos, lista inter-núcleos, lista inter- regiões lista
dentro das regiões para se comunicar para falar para divulgar o
que que nos estamos fazendo o que precisa ser feito no Rede
de
determinado lugar mais assim em cada região que tem 10 ou 12 comunicação
núcleos existe um responsável que se chama mestre central tecnológica
esse mestre central ele percorre todos os núcleos dessa região
vendo qual são as orientações disciplinares que precisam ser
ditas , essa é uma maneira também de comunicar e ele também
tem lista especificas do mestre central aí da administração
central tem lista porque nos utilizamos a internet direto para nos
comunicar a todo nível dentro da união do vegetal qualquer
camada
3
Existe uma ligação da seguinte forma existe em alguns estados Rede hierárquica
forma uma região então uma região tem alguns núcleos dentro
dessa região então aqui em Brasília nos temos a 8 região a
gente tem algumas regiões na UDV 1,2,3,4,5, compostas de
94
alguns núcleos a 8 região e composta pelos núcleos do distrito
federal de Goiânia de palmas de distribuição de Barretos então
tem são Paulo distribuição tem núcleo em Minas Gerais
Uberlândia distrito federal Goiás , tocatins, essa região é a 8
região então esses núcleos administrativamente cada núcleo e
administrado por um presidente, a responsabilidade
administrativa da administração e responsabilidade de uma
pessoa que tem que ser um mestre que a mais alta hierarquia e
o presidente do centro então cada núcleo tem seu presidente e
esse presidente ele administra a parte material a parte do CNPJ
do núcleo porque cada núcleo tem o CNPJ ele faz compras ele
faz tudo isso então na receita federal tem um CNPJ de uma
instituição religiosa que é de cada núcleo tem um CNPJ uma
ração social como dissemos , dentro de uma região os núcleo
estão ligados por uma parte administrativa pela figura do
coordenador regional, ele e a pessoa que coordena os trabalhos
do presidente então quando um presidente tem uma duvida ele
precisa entrar em contato com algum outro núcleo relacionado a
fazer uma atividade administrativa o coordenador regional tem
essa função de fazer a coordenação de ser um supervisor dos
trabalhos do presidentes em contato com o Mestre central que
aí já e o cargo espiritual então do cargo administrativo o cargo
do coordenador da região ele e responsável,
LIDER 4,
MASCULINO,
60 ANOS,
BEBE
VEGETAL À
15 ANOS
LIDER 5,
MASCULINO,
45 ANOS,
BEBE
VEGETAL À
20 ANOS
existe uma lista de e-mail para os presidente em essa lista esta
os presidentes e o representante, é gmail
Para comunicação existe uma lista de e-mail, onde se passa as
informações necessária para administração e para os
informativos, também se utiliza um grupo de whapzsaap onde
também se utiliza para dar aviso e passar certos informativos.
Todos os núcleos do centro espirita beneficente da união do
vegetal estão ligados a sede geral todos os núcleos estão
ligados porque e como se fosse assim uma espécie de pirâmide
é uma hierarquia melhor dizendo a sede geral e órgão máximo
do centro onde a sede geral compõe o CONAGE, e a
representação geral que é o órgão máximo do centro
Rede
de
comunicação
tecnológica
Rede
de
comunicação
tecnológica
Rede Hierarquia
então todos os núcleos estão ligados pela doutrina oque nos
liga principalmente e a doutrina porque a doutrina na UDV
existe unidade na doutrina que seja na sede ou nos núcleos
existe unidade as vezes existe algumas diferenças de
compreensão isso existe porque nos somos pessoas e cada um
tem sua compreensão mais a doutrina do Mestre Gabriel e uma
só para todos, então nos estamos ligados pela doutrina e pela
hierarquia do centro ,
nós nos comunicamos como eu disse existe uma hierarquia a
representação geral ela reuni o CONAGE , e os mestres
centrais do centros que são os mestres centrais das regiões que
a UDV ela tem um sistema de administrativo que é dividido por
regiões então tem a sede geral e tem a 1,2,3,4,5,6 até 17
regiões a sede geral com o CONAGE onde concentra as
decisões são distribuídas nas regiões pelos mestre centrais e
também são distribuídas oralmente por os mestres centrais que
distribuíam ao representantes e os representantes distribui para
o quadro de mestres e assim por diante até chegar nos sócios
Rede social
95
muitas das vezes o mestre central distribui diretamente para o
mestre representante quadro de mestre e corpo do conselho
das regiões isso conforme a necessidades e
também tem comunicação por atas, carta circulares e também
outros meio de comunicação que tem no centro lista de e-mail
por exemplo
Rede
de
comunicação
escrita pelas atas
e tecnológicas
LIDER 6,
FEMININO,
57 ANOS,
BEBE
VEGETAL À
32 ANOS
Os núcleos eles tem uma independência no sentido do trabalho
de se desenvolver mais em relação a parte da religiosidade
todos tem um ponto comum que e todos eles tem uma ligação e
uma obediência que é em relação aos ensinos do mestre todos
os núcleos tem o mesmo ensino a mesma forma de
organização no sentido da parte administrativa da parte
religiosa todos eles tem o mesmo modelo todos seguem a
mesma doutrina do mestre Gabriel não tem nenhum que faça
diferenciado todos tem que estar dentro da norma que são
estabelecidos e que todos são vinculados a sede geral então a
sede geral aí que estão os mestre mais antigos e todos os
outros núcleos são vinculados a sede geral então todos seguem
a mesma regra do que o mestre Gabriel deixo a parte
administrativa vai se adequando mais a sede geral quem
autoriza e estabelece isso que pode e que não pode e quem
esta na sede geral quem e o líder e o mestre geral
representante quem diretamente representa o mestre Gabriel e
cada núcleo e também representante do mestre Gabriel cada
mestre representante de cada núcleo que e vinculado ao mestre
geral representante então dentro dessa organização
administrativa como funciona os núcleos todos vinculados a
sede geral e também todos os ensinos e uma responsabilidade
muito grande de cada representante de manter esse pastor que
vai cuidar de seu rebanho para manter esse rebanho limpo e
sadio e dentro dessa questão de manter o rebanho limpo e
sadio um ponto principal e a fidelidade dos ensino do mestre
então todos os núcleos eles tem como ponto chave os ensinos
do mestre é mesmo ensino que e dado aqui e no resto do
mundo
Rede hierárquica
1
O templo e bem significativo assim a gente bebe vegetal, casa Elementos do
de preparo, também está ligado porque onde se prepara o território
vegetal, os banheiro pelos trabalhos mesmo para as pessoas
ser atendidas e com certeza as plantas, você chegar num
núcleo e ver a floresta e bem legal mesmo bem significativo
então são coisas que estão interligados e que tem que estar
presentes eu vejo assim que e importante
96
Sim cada núcleo tem seu mestre representante o presidente a
secretaria o tesoureiro e conselho fiscal eles estão ligado a Hierarquia
equipe do mestre central da região que também consta da presente
no
mesma hierarquia e todos eles estão ligado ao mestre geral território
representante que é a máxima autoridade na UDV
2
O que me trouce pra aqui, a ideia de fazer laços de amizade, o Elemento
do
que chama atenção muito arte a música, e também o desafio de território
sendo um núcleo novo alguns anos atrás da união do vegetal e
nessa região onde estamos assim a área territorial o terreno por
causa do plantio é algo que me chama muito atenção e que eu
gosto e que eu quero participar mais também, assim o plantio
tem contato com a natureza, nós usamos um chá feito de duas
plantas que são nativas da amazonas e que nós plantamos aqui
no cerrado brasileiro e em outras regiões do país, mais assim o
lugar o lugar em sim esta área territorial área física claro que me
chama atenção eu acho o núcleo o terreno lindo muito bonito
3
Os mais significativo pra mim, eu vejo assim o mais significativo Elementos do
a irmandade porque o Mestre Gabriel disse assim a território
beneficência é braço direito da união do vegetal e a primeira
beneficência que você faz é ter uma irmandade saudável, sadia
né, é pra você ter isso eu tenho alguns elementos que são
importantes no espaço eu tenho que ter assim a base é o salão
onde realizamos o ritual, a casa de preparo onde preparamos o
vegetal, o plantio onde cultivamos nossas plantas sagradas, aí o
secundário mais com a mesma importância é a cozinha com
refeitório o banheiro, o berçário de primeira para as mães, a
brinquedoteca, dormitório; porque assim quando você compõe
essa casa, como eu vejo você tem esse espaço que acolhe ,
porque beber vegetal a gente pode beber em qualquer lugar
mais, tendo esse espaço organizado como eu disse com suas
dependência você tem esse acolher entende
4
Um lugar bem alto o mais alto do DF, aí é um divisor de aguas Elemento
do
que esta vem na divisa entre a vazia amazônica e vazia do território
prata, duas grandes maiores vazias, de américa do sul, então é
bem significativo aquela, localização, principalmente pensando
que o chá que nós bebemos vem da amazona, e fez esse
trajeto para sul, que no distrito federal estamos quase dentro da
vazia do prata, então nós estamos vem nesse divisor de aguas,
aí também n os estamos vendo a transformação pelo nosso
cuidado, desde quando eu cheguei para agora, as arvores estão
maiores, um lugar que tinha pouca sobra, o jardim esta muito
bonito, agente sente o maior célio o maior cuidado, com nosso
ambiente né, as construções que agente precisava, para dar
mais conforto, para as crianças, todas as pessoas, as novas
instalações também acompanhei grande parte dessas obras,
agente vê que esta ficando um espaço mais agradável, bonito,
principalmente mais florido
5
Deixa ver mais significativo bom, eu amo o céu de aqui sacou, Elemento
do
(risos) o ambiente de aqui, toda vez que eu estou sentido meia território
para baixo eu venho aqui e me sinto melhor de forma
instantânea, achou que o contato com a natureza é muito
importante, gosto muito das pessoas, no geral as instalações,
tipo o templo a casa de preparo e os trabalhos.
6
todo os núcleos busca ser em áreas preferencialmente não Elemento
do
urbanizadas, são territórios mais rurais em geral, a pesar de ter território
núcleos que estão em áreas urbanas, todo eles buscam ter, os
núcleos que não, por exemplo no caso do luz do oriente, ele era
97
um núcleo descampado então não tinha floresta, ele começa a
fazer um trabalho de agro floresta para começar a desenvolver
uma natureza ali no local, em términos de território acho que
isso. Como estrutura todos os núcleos tem que ter como
exigência para o núcleo ser independiente, ele tem que ter uma
casa de preparo, tem que ter um salão, ele tem que ter no
plantio do núcleo tem que ter dois pé de mariri e um pé de
chacrona por sócio cadastrado, Esso aí é o básico e lógico as
estruturas básicas também banheiro, cozinha, aí depois que o
núcleo construí o básico eles vã melhorando as instalações e
vã construindo no caso berçário, casa entre amigos ECT. A
importância de ser em áreas rurais na real é porque fica mais
fácil construir e mexer com plantio e agrofloresta, que em uma
área urbano, então eles buscam isso mais não necessariamente
é uma exigência, porque tem núcleos que são erguidos em área
urbana mesmo, principalmente no norte que já tem muitos
núcleos que estão em área urbana mesma dentro da cidade.
Eles convivem com outro tipo de dificuldade em termos de
barulho de tudo, eles buscam isso mais não necessariamente é
uma exigência porque tem núcleos que são em área urbana
mesmo, principalmente no norte, que estão dentro da cidade e
que convivem com outro tipo de dificuldade em termos de
barulho, de tudo, eles já estão em áreas urbanas, essa não é
uma exigência de União do Vegetal, que o núcleo tenha que ser
numa área rural.
7
Reconhecer o Mestre Gabriel o que faz por mim e uma pessoa Elementos do
muito importante em minha vida, as doutrinas que ele trouxe território
traz para agente uma confiança na família, aí essa confiança
agente sente uma outra família espiritual que são as pessoas de
convivência aqui no centro espírita beneficência união do
vegetal, que traz uma energia de armonia para mim, outro
elemento e o querer que o Mestre nos ensina que tudo homem
pode depende do querer, aqui todos nos somos responsável
pelo que temos, agente cuida e cela, por nosso espaço que e
nosso, por exemplo o templo fomos nos que construímos a casa
do preparo, a casa entre amigos e assim tudo o que esta aqui
fomos nos que fizemos.
8
È o templo porque e o centro do ritual religioso, nos temos a Elementos do
casa do preparo onde nos preparamos o vegetal e para território
preparar esse vegetal nos temos o espaço onde plantamos as
plantas sagradas, que é o plantio, então em essa ordem aí eu
vejo a necessidade e também a necessidade de as pessoas se
alimentar então temos a cozinha o banheiro, mais em termos de
carregar algum significado esses três tem uma linha (templo,
casa de preparo, espaço de plantio) espaço de plantio onde
colhe, prepara na casa do preparo e comunga na sessão
9
Olha para mim o fundamental são as duas plantas que produze Elementos do
o chá que agente toma, a chacrona e o mariri, porque sem território
essas duas plantas, sem esses elementos agente não tem a
religião que o que da essa acelerada da memória que faz
agente perceber as coisas com mais clareza, em um espaço
menor de tempo
LIDER 1, muito importante que além do salão do vegetal que é muito Elementos do
FEMININO, importante que no caso onde vão ser realizadas as sessões , território
62 ANOS, terem um espaço para refeitório para as pessoas se
BEBE
alimentarem , esse espaço ter de acordo com anvisa que é
VEGETAL À órgão que fiscaliza isso pelo menos aqui no brasil, que fiscaliza
98
MAIS DE 40 a parte da higiene e da organização que deve ter se o núcleo
ANOS
for fazer uso da cantina que tem alguns núcleos em Manaus
que utilizam a cantina ela da um apoio assim financeiro pra o
núcleo para as despensa do núcleo aí tem que ter a parte da
cantina mesmo para instalações adequadas tudo de acordo
com anvisa
LIDER 2, Fala assim, o templo no qual a gente bebe vegetal e o espaço Elementos do
MASCULINO, que nos temos para plantar as plantas sagradas que seria o território
62 ANOS, plantio, o espaço que nos temos é uma área de
BEBE
aproximadamente 4 hectares para a gente plantar nossas
VEGETAL À plantas sagradas e a casa de preparo, então eu achou que são
21 ANOS
três coisas fundamentais: o templo que seria a igreja, o terreno
que nos temos para plantar e a casa aonde nos preparamos
nosso chá esses três espaços são fundamentais para nosso
ritual acontecer
LIDER 3, Esse movimento eu não participei porque eu cheguei em 2014 Elementos do
MASCULINO, aqui o núcleo tinha já 10 anos participei do aniversario de 10 território
42 ANOS, anos aqui, eu conheço alguns núcleos da UDV em Brasil
BEBE
algumas regiões diferentes e pelo meu parâmetro e as coisas
VEGETAL À na UDV são simples e par atender a necessidade para aquele
10 ANOS
grupo de pessoas não tem nada de luxo são estruturas e eu
vejo que o LDO (luz de Oriente) ele tem essa estrutura
necessária para atender de uma forma adequada a essa
quantidade de pessoas que é a quantidade de sócios que são
atualmente 130 pessoas então para isso nós precisamos de
uma estrutura de dormitório de um lugar para as crianças
poderem ficar berçários banheiros que atenda a essa
quantidade de pessoa, nas acomodações do LDO eu considero
bem estruturado que atende as condições que e necessário e
todos as atividades de estruturação do núcleo ele é feito com a
participação das pessoas que fazem parte do núcleo os
trabalhos de estruturação e construção e feito pelas pessoas.
Para um núcleo ser núcleo no espaço e necessário eu já vi
núcleos vem simples mesmo, no inicio e vem simples mesmo,
para começar mesmo a necessidade mesmo e ter um lugar
onde beber o chá e os banheiros masculinos e femininos, tem
que ver si tem criança o não, porque aí tem que ver a
necessidade para atender as crianças, agora tem que ver
porque tem núcleo as vezes o grupo que começa são pessoas
que não tem criança, já e adolescente ai não tem a necessidade
de ter um berçário um dormitório, eu já vi núcleos iniciar sem
isso, inicia com o salão do vegetal que o lugar onde tem a
sessão onde tem o culto religioso isso ai tem que ter o lugar não
precisa ter um lugar com paredes não precisa ser um lugar com
qualquer tipo de estrutura obrigatória mais tem que ser um lugar
coberto, para se cobrir da chuva pode ser o mais simples e os
banheiros porque são necessário por causa dos trabalhos e se
for ver assim a organização tem que pelo menos ter um
ambiente com condições de guardar o vegetal e fazer uma
alimentação as pessoas precisam fazer os trabalhos do núcleo
precisam ter basicamente e isso alem disso e o a mais
LIDER 4, Tinha algumas estruturas bem simples ainda bem simples tinha Elementos do
MASCULINO, o templo o chão batido, ainda não tinha as janelas, não tinha território
60 ANOS, revoco as paredes eram de tijolo só em fim era bem diferente do
BEBE
que a gente vê hoje então assim como que inicio isso, pelo
VEGETAL À representante da época ne que venho na época da fundação
15 ANOS
para o núcleo o Mestre Edson Lodi , ele é uma pessoa muito
dedicada sabe, uma pessoa que chego lá no núcleo como si já
99
fosse de alí a muito tempo porque ele já chegou incentivando
pelo próprio trabalho o desenvolvimento da família dele,
incentivando a gente primeiro de todo a plantar arvores naquela
área toda, então assim boa parte das arvores plantadas que a
gente vê lá, foi naquela época bem no inicio 2004, 2005,a gente
fazia os mutirões e ele era um entusiasta assim, para que a
gente avançasse bem nos trabalhos mais a gente bem na parte
das obras logo no 1 ano a gente já inicio rapidinho já fizemos o
piso, já começamos a revocar colocar as janelas fazer a
varanda que é uma coisa muito gostosa muito agradável do
núcleo aquelas varandas todas é uma coisa muito agradável
que antes não tinha antes era todo aberto tinha que se
esconder do calor da chuva era dentro do salão porque não
tinha como ficar lá afora então todas essa partes das obras de
ali já inicio o núcleo tem uma característica interessante que as
pessoas gostam muito de trabalhar de mutirão de fazer as
coisas então isso de ai ajudo muito ne porque não tinha dinheiro
assim não era um núcleo com muito poder aquisitivo assim na
meia dos sócios então o valor de todo essa infraestrutura que a
gente tem lá ele foi gerado a partir do trabalho das pessoas da
dedicação principalmente e um pouco também de doações mais
a doação principal é de trabalho e uma coisa importante de ter
porque liga muito a gente mesmo com aquele lugar e aquelas
coisas porque a gente lembra do trabalho da gente para fazer
aquilo pra fazer outro para cada estrutura que a gente vê ali tem
uma historia de trabalho de mutirões entendeu doação de
dinheiro de algumas , doação de tempo durante a semana de
outros então foi dessa forma que a gente venho construindo a
infraestrutura de alí, presidente também importante disser o
mestre zé Araújo foi o 1 presidente despois teve o luis dare
depois teve o gilson presidente também teve o Everaldo que
foram pessoas que conduziram esse trabalho
administrativamente e acompanhado dos representantes do
Edson Lodi o Mestre Jair o Gilson, o Zé araujo e o mestre
Daniel então lideranças assim que conseguiram animar todos
nos sabe a fazer um trabalho pelo núcleo.
LIDER 5,
MASCULINO,
45 ANOS,
BEBE
VEGETAL À
20 ANOS
O núcleo Luz do oriente ele se originou inicio no 2003, um grupo
de personas que pertenciam a outro sociedade que já
funcionava nesse local era centro espirito beneficente do templo
universal de Salomão lá naquele espaço onde hoje e NLDO
funcionava o núcleo estrela do oriente, daquela sociedade que
tinha núcleos em alguns estados algumas capitais Brasileiras e
também a sede geral em porto velho centro geral em porto
velho que era chamado de centro geral mais ouve um trabalho
de aproximação de aquele centro com o centro espirita
beneficente união do vegetal onde nos do centro espirita ordem
universal do templo universal de Salomão nos integramos ao
centro espirita de beneficência união do vegetal isso foi no dia
27 de setembro de 2003, de aquele período ate inicio de
fevereiro de 2004 nos fizemos um trabalho junto já com os
membros do centro espirita beneficente união do vegetal Mestre
Edson lodi e a família dele Mestre zé araujo e a família dele
mestre mauricio e família dele mestre jair e a família dele que
também chegou no inicio de aquele núcleo e com essas
pessoas e outras tantas pessoas que não vou poder citar o
nome de todos mais nós nos reunimos em sessão por duas
vezes nos reunimos em reuniões e com aprovação da
representação e da diretoria geral da UDV, nos fundamos
aquele núcleo no dia 10 de fevereiro de 2004, com nome núcleo
Elemento
histórico
100
luz do oriente, sendo uma unidade do centro espirita
beneficente União do vegetal, então a sociedade que a gente
pertencia antes a integração conforme eu citei ela foi extinta ela
não existe mais praticamente todos os membros se integraram
a UDV
LIDER 6, Em termos de espaço o que é mais importante é nossa forma Elementos do
FEMININO, de interagir entre nós que somos sócios que nos consideramos território
57 ANOS, irmão, então a forma como nos interagirmos que para mim faz a
BEBE
grande diferença e que ao longo do tempo percebo que nós
VEGETAL À construímos o jeito de ser, de pensar de imaginar nossos
32 ANOS
relacionamentos, a nossa forma de nos conduzir com as outras
pessoas isso se estende a questão do ambiente físico com
ambiente físico eu percebo que nós em essa nossa integração e
interação entre nos, nós também nos voltamos para pensar que
espaço nos queremos então nos definimos nosso espaço físico,
espaço do prédio do imóvel e também definimos nosso espaço
em base de nossa fauna de nossa flora, especificamente de
nossa flora a fauna não tanto mais a flora, que que nos
queremos ter de plantas de nosso terreno o que que vai atender
nossas necessidades, então as nossas necessidades enquanto
ayahasqueiros, nós temos aí alguma prioridades a nossa
prioridade maior e termos um espaço físico de terreno onde nós
possamos ter plantio de nós considerada bebida sagrada os
vegetais que é mariri e a chacrona então nós precisamos ter um
espaço que seja adequado para esses dois vegetais
101
Membro
1
Fala
O falar ele esta mais ligado com a gente a
oratória ele a gente já nasce com isso essa
capacidade e aprende também ne mais também
esta relacionado com a necessidade de
comunicação que a gente e já tem esse recurso
dentro de nos então eu vejo que a oratória ela
tem esse valor e tem também a palavra ne que e
uma força ne
Linguagem território e lugar
O português porque o mestre Gabriel falou que
tem mistério na palavra em português foi a
língua que falava o fundador e eu vejo isso um
valor porque hoje em dia a língua que e padrão
não e português a língua que e padrão e o
inglês e chegar no estados unidos e a pessoa
para chegar ao corpo instrutivo a pessoa tem
que saber falar português eu acho isso fino e eu
vejo que legal porque algum dia vai se ter uma
língua universal
2
Porque a comunicação e formas de comunicar
existe a linguagens escrita e corporal então
assim eu já estive em sessão de mestre
responder uma pergunta dele fazendo um gesto
de dar a condição aos discípulos de entender
um tanto de coisas então eu achou que e bem
assim como uma aula. o mestre Gabriel era um
professor ne como ele falava para as pessoas
hoje a gente vive assim pelas atualidades ensino
a distancia uso de ferramentas web, mais assim
essa aproximação do ser humano ela e muito
importante e necessário para nossa evolução e
de nós percebermos darmos oportunidade de
perceber porque assim nos somos em três
pessoas eu falou alguma coisa você pode
entender de um jeito e a outra pessoa de outro
então assim a linguagens verbal oral tem as
expressões que falam muito
Ate onde eu sei não estive ainda em os outros
países que tem união do vegetal mais o
discípulo para chegar ao corpo instrutivo nos
estados unidos, na Espanha, na Inglaterra e em
Austrália precisa falar português porque os
ensinos são transmitidos de boca ao ouvido pela
palavra porque o mestre Gabriel disse assim
tudo homem traz pela palavra e a língua
portuguesa sem desmerecer as outras, mais
assim existem os mistérios nas palavras então
não é só falar palavra existe um significado esse
mistério nos escutando esse mistério por
exemplo hoasca tem um mistério pessoa que
estudam sabem de onde vem esse mistério
102
3
Porque pela oralidade eu vejo que a pessoa
pode adquirir sabedoria, eu percebo que quando
a pessoa fala e ela faz essa conexão com
pensamento, ela vai tendo maiores insight .
A língua padrão que existe que é o português
ela existe porque ela foi falada pelo criador da
união do vegetal nesse momento atual ele usou,
e eu não posso te disser que existem outras
religiões que usam línguas que se chega a ter....
aí você pergunta porque, eu vejo que anos, anos
atrás teve esse lado como um oásis que venho
para humanidade e o brasil em outras situações
espirituais foi dita patria evangelia significa
para onde se faz ir para a paz as pessoas
buscam a paz, então o português sendo essa
língua falada e dentro também do lado caboclo
ela firma mais a sabedoria e aí eu vejo que tem
um laço forte
4
Bem isso aí é ensinamento do próprio Mestre
Gabriel ele sempre destaco a importância da
palavra no crescimento espiritual porque todo é
comandado pela palavra, e durante muito tempo
era só palavra escrita, eu tenho uma
experiência, eu já me perguntei isso mas
quando eu cheguei na união tinha um livrinho
pra ler, acessei muito ao conhecimento via
leitura, mas eu tive uma experiência dentro da
união que foi muito marcante em relação a força
da oralidade da transmissão oral
Não é que seja uma língua padrão mas que em
nosso ritual existe parte deles que precisam ser
feitos em português não todo ele, então a
sessões que acontecem em outros países elas
são faladas no idioma local mas as chamadas
os cânticos que são feitos na apertura em
alguns momentos da sessão são feitos em
português e tem uma sessão especifica de que
também toda ela é falada em português já para
algumas pessoas que são convocadas para o
corpo instrutivo
5
Então eu achou que a escrita pode se perder no
tempo, obvio que tem coisas que agente
consegue recuperar mais tem coisas que o
tempo leva mesmo, o que fica e o que as
pessoa falam as historias que são contadas
assim em tribos ne ou ate antigamente então
assim as pessoa vão deixar e não se perde,
então achou que e por conta disso
principalmente por o que eu acredito que seja
por conta disso fica mais claro no memória, por
exemplo quando alguém fala uma coisa
importante para você, você não esquece e o
jeito que a pessoa fala e diferente quando ela
escreve, quando agente fala agente tem olho no
olho agente tem entonação da voz o jeito que
fala coisa, o jeito de falar também é muito
importante
103
6
é um elemento central do ritual a língua
portuguesa porque na união a doutrina tem que
ser passada na língua portuguesa que é falada
no Brasil
vou falar no que eu acredito minha compreensão
fica mais fácil a interpretação da pessoa e de
acordo com a memória da pessoa entende de
aquilo quando fala de forma oral se é de forma
escrita a pessoa fica voltando e lendo aquilo aí ,
então ela não exercitar aí a memória e a UDV
exercita a memória das pessoas, de você
lembrar, de colocar as pessoas que não tem
tanta facilidade para falar, as pessoas tem que
falar se expressar e é uma coisa que aproxima
as pessoas, se fosse realizado de uma forma
escrita não seria necessário que as pessoas
encontrasse sempre num local especifico,
7
Porque a escrita tem duas maneira de se
entender a comunicação a escrita não pode
errar a palavra esta sujeita errar na maneira de
falar mais a pratica exige uso da palavra a união
do vegetal faz assim a pessoa fala você tem que
procurar de praticar a escrita nem sempre se
pratica
8
Oral de boca a ouvido, então agente sempre
busca ser radical no sentido da raiz das
coisas, porque tal coisa como foi que isso e
tal......examinar direitinho Porque a oralidade
é acessível a todas as pessoas e universal
alcança para todos, pode chegar no coração
de todas as pessoas e assim tudo mundo
entende porque é uma coisa do bem
9
a cultura da religião e verbal, Porque assim eu
vejo que e uma forma de você exercitar a sua
memória e uma maneira que você faz para
desenvolver melhor o cérebro de você guardar
então a partir do momento que você ouve e
consegue contar do mesmo jeito que você ouviu
você esta trenando sua memória e um treno
para memória
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ANEXO A
BOLETIM REGULAMENTAR DE CRIAÇÃO DE NÚCLEOS E DISTRIBUIÇÕES
AUTORIZADAS DE VEGETAL
Artigo 1° - A abertura de Núcleo será autorizada pela Representação Geral,
juntamente com o Quadro de Mestres da Sede Geral, mediante requerimento do
Mestre Central da Região, de acordo com os seguintes critérios:
a) existência de no mínimo 3 (três) mestres, sendo que pelo menos um
deverá ter sido Mestre Representante, e 5 (cinco) conselheiros ou conselheiras,
totalizando, no mínimo, 50 (cinqüenta) sócios;
b) o Núcleo de origem, em caso de desmembramento, deve estar: em dia
com os compromissos perante os Órgãos da Direção Geral, dispondo, este de,
no mínimo, 120 (cento e vinte) sócios;
516
c) aquisição prévia de imóvel, para formação do novo Núcleo, em nome
do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, Sede Geral, com
documentação previamente aprovada pelo Departamento Jurídico e construção
adequada aos trabalhos religiosos, ressalvado o direito de manter casa de preparo
de uso compartilhado;
d) o imóvel a ser adquirido deverá ter sua localização e instalação
atendendo à legislação ambiental;
e) o Núcleo de origem deve possuir área de plantio de Mariri e Chacrona
para atender suas necessidades, considerando ainda sua responsabilidade com
a manutenção do futuro Núcleo, até sua autonomia neste aspecto;
f) o Mestre Central da Região deve fazer uma avaliação do Quadro de
Mestres e do Corpo do Conselho do Núcleo em formação, inclusive quanto à
estabilidade familiar e profissional, especialmente do Mestre Representante.
Parágrafo único - No requerimento do Mestre Central solicitando a abertura de
Núcleo deverá conter a relação de sócios que o comporá, o nome do Mestre
Representante indicado, a data de abertura, endereço completo da localização,
as condições de plantio de Mariri e Chacrona do Núcleo de origem e o parecer
do Coordenador Regional do Departamento Jurídico confirmando o atendimento
aos critérios presentes neste Boletim.
Artigo 2° - O nome do Núcleo será escolhido pelo Quadro de Mestres da Sede
Geral a partir de lista com 3 (três) nomes, relacionados na ordem de preferência
da direção do Núcleo a ser desmembrado.
Parágrafo Único - A indicação de nomes deve ser encaminhada para a Sede
Geral e comporá o requerimento a ser encaminhado pelo Mestre Central da
Região.
Artigo 3° - Os nomes "Hoasca", "Caiano", "Minguarana", "Virgem da
Conceição", "Supairunã", "Natureza Divina", "Sol", "Lua", "Jesus", "Adão" e "Eva"
não serão colocados em Núcleos.
517