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“Umwelt” pode ser compreendido como algo real e que
potencialmente exerce efeito sobre a pessoa, ou seu grupo (Kruse,
2005).
Em 1911, também na Alemanha, Hellpach publica
“Geopsyche”, em que analisa pela primeira vez, de uma forma clara,
a influência de fenômenos físico-ambientais sobre a conduta da
pessoa. Em 1924, Hellpach publica o Manual de Métodos Biológicos,
cujo terceiro volume leva o título de “Psychologie der Umwelt”,
sendo a primeira referência direta a Psicologia Ambiental (Günther &
Rozestraten, 2004; Valera, 1996). Nesta publicação já se faz menção
a diferenciação ambiental, de cunho geo-psicológico, sócio-
psicológico e cultural (Günther & Rozestraten, 2004).
Um segundo momento no desenvolvimento histórico da PA
começa a partir do final da Segunda Guerra Mundial, em um contexto
marcado pela destruição e pela necessidade de reconstrução das
cidades. Num primeiro momento, o grupo que influenciou a PA veio
da Arquitetura e Planejamento Urbano. Também chamada de
Psicologia Arquitetural, interessa-se pela ação dos espaços edificados
sobre o comportamento humano (Pinheiro, 1997; Valera, 1996).
Havia uma expressiva tendência molecular, ou seja, onde se centrava
as atenções somente nas experiências individuais.
A partir dos anos de 1950, começa um esforço de avaliação
social das edificações e a preocupação com o ponto de vista e
participação dos usuários no processo de planejamento e avaliação
ambiental (Pinheiro, 1997). Nesse sentido, há uma forte presença da
teoria da percepção da Gestalt, que tem seu maior expoente em James
Gibson, com sua teoria ecológica, oferecendo um entendimento do
papel exercido pelos fatores físicos do ambiente sobre o sujeito
(Ferreira, 1997; Pinheiro, 1997).
Já em uma tradição vinda da Psicologia Social, temos como
grande nome Kurt Lewin. Criador do termo “ecologia psicológica”,
que influenciou significativamente a atual compreensão de ambiente,
numa perspectiva molar. Enfatiza a experiência local e complexa, na
qual o cognitivo, o afetivo e os componentes sociais e
comportamentais são considerados juntamente com os aspectos
físicos do ambiente (Ferreira, 1997; Giuliani & Scopelliti, 2004;
Lewin, 1965; Valera, 1996).
Nos anos de 1960, sobretudo nos Estados Unidos, se
concentra as pesquisas nos chamados estudos de caso (Valera, 1996).
Coube a Roger Barker, ex-colaborador de Lewin, com sua Psicologia
Ecológica, o papel do desenvolvimento de uma das mais importantes