Áreas verdes e qualidade de vida: uso e percepção ambiental de um parque urbano na cidade de São Paulo, Brasil
Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade
GeAS
Recebido: 22 fev. 2018 / Aprovado: 07 jun. 2019
Evaluation process: Double Blind Review
DOI: https://doi.org/10.5585/geas.v8i2.1316
e-ISSN: 2316-9834
Áreas verdes e qualidade de vida: uso e percepção ambiental de um parque
urbano na cidade de São Paulo, Brasil
Talita Batista dos Santos1, Ana Paula Branco do Nascimento2, Milena de Moura Regis3
RESUMO
A percepção e uso de espaços verdes é importante para compreensão das contribuições que estes locais
exercem na vida da população.
Objetivo do estudo: O presente estudo avaliou o uso e a percepção de frequentadores sobre o Parque Mário
Pimenta Camargo (conhecido como Parque do Povo).
Metodologia: Os dados foram coletados através de entrevistas estruturadas realizadas com 100
frequentadores do parque localizado na cidade de São Paulo, Brasil. As entrevistas foram gravadas,
transcritas e categorizadas. Utilizou-se o software Iramuteq para análise de conteúdo.
Resultados: A percepção sobre o parque é positiva, destacando-se desde as áreas verdes, playground,
aparelhos de ginástica, segurança, acessibilidade, bem como sanitários e bebedouros. O uso do parque está
relacionado para os frequentadores com a prática de atividade física e contato com natureza, sendo
relacionado com melhor qualidade de vida. A falta de estacionamento e opções de alimentação foram
considerados aspectos negativos.
Conclusão: Conclui-se que o Parque do Povo é percebido e utilizado pela população de forma satisfatória
tanto em relação ao contato com a natureza quanto a melhoria no bem-estar e saúde, implicando em uma
melhor qualidade de vida.
Contribuições: Ressalta-se a relevância de se considerar as informações sobre percepção, usos e
preferências de frequentadores e aplicá-las para melhoria de parques urbanos.
Palavras-chave: Espaços verdes urbanos, Percepção ambiental, Biodiversidade, Saúde, Sustentabilidade.
Cite como:
Santos, T. B., Nascimento, A. P. N. & Regis, M. M. (2019). Áreas verdes e qualidade de vida: uso e
percepção ambiental de um parque urbano na cidade de São Paulo, Brasil. Rev. Gest. Ambient.
Sustentabilidade-GeAS, 8(2), 363-388. https://doi.org/10.5585/geas.v8i2.1316
1 Bióloga, formada pela Universidade Nove de Julho, UNINOVE. São Paulo, SP Brasil. <talitaasants@gmail.com>
2 Doutora em Ecologia Aplicada, Coordenadora de Pesquisas em Áreas Verdes Urbanas e Segurança Alimentar. São Paulo, SP
Brasil. <apbnasci@yahoo.com.br>
3 Mestre em Administração Gestão Ambiental e Sustentabilidade UNINOVE. São Paulo, SP Brasil.
<milenaregis@hotmail.com>
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Santos, T. B., Nascimento, A. P. N. & Regis, M. M. (2019). Áreas verdes e qualidade de vida: uso e percepção
ambiental de um parque urbano na cidade de São Paulo, Brasil
Áreas verdes y calidad de vida: uso y percepción ambiental de un parque
urbano en la ciudad de São Paulo, Brasil
RESUMEN
La percepción y uso de espacios verdes es importante para comprender las contribuciones que estos
locales tienen en la vida de la población.
Objetivo del estudio: El presente estudio evaluó el uso y la percepción de los frecuentadores sobre
el Parque Mário Pimenta Camargo (conocido como Parque do Povo).
Metodología: Fueron realizadas entrevistas estructuradas con 100 frecuentadores del parque
localizado en la Zona Sur de la ciudad de São Paulo, Sureste de Brasil. Las entrevistas fueron
grabadas, transcritas y categorizadas. Se utilizó el software Iramuteq para el análisis de contenido.
Resultados: La percepción sobre el parque es positiva, destacándose desde la importancia de esas
áreas verdes, playground, aparatos de gimnasia, seguridad, accesibilidad, así como sanitarios y
bebederos. El uso del parque está relacionado para los frecuentadores con la práctica de actividad
física y contacto con la naturaleza, y es entendido, por los mismos, con mejor calidad de vida. La
falta de estacionamientos y opciones de alimentación fueron considerados aspectos negativos.
Contribuciones: Se resalta la relevancia de considerarse las informaciones sobre percepción, usos
y preferencias de los frecuentadores para la mejora y adecuación de planes de manejo y gestión
local de parques urbanos.
Conclusiones: El Parque do Povo es percibido y utilizado por la población de forma satisfactoria
tanto en relación al contacto con la naturaleza como en la mejora del bienestar y salud, implicando
en una mejor calidad de vida.
Palabras-clave: Espacios verdes urbanos, Percepción ambiental, Biodiversidad, Salud,
Sostenibilidad.
Green areas and quality of life: use and environment perception of an urban
park in São Paulo city, Brazil
ABSTRACT
The perception and use of green spaces are important factors that help understand the contributions
that these places exert to the life of the population.
Objective of the study: The present study assessed the use and environment perception of the
regulars of the Mário Pimenta Camargo Park (known as Parque do Povo).
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Methodology: Structured interviews were carried out with 100 regulars of the Parque do Povo,
located in the Southern Zone of São Paulo City, southeastern Brazil. The interviews were recorded,
transcribed and categorized. The software Iramuteq was used for the analysis of the contents.
Results: The perception of the park by its regulars is positive they who highlighted not only the
importance of green areas, playground, fitness equipment, security, and accessibility, but also
restrooms and drinking fountains. The use of the park is related to physical activities and contact
with nature, which are perceived by the regulars as better quality of life. The lack of parking places
and food kiosks were considered negative aspects.
Contributions: The relevance of considering the information on the regulars’ perception, uses and
preferences is pointed out as a contribution to the betterment and adequacy of management plans
and local administration of urban parks.
Conclusion: The Parque do Povo is satisfactorily perceived and used by the population, both in
respect to contact with nature and improvement of well-being and health, implying a better quality
of life.
Keywords: Urban green spaces, Environment perception, Biodiversity, Health, Sustainability.
Introdução
Os espaços verdes urbanos estão se tornando, ao longo dos anos, importantes instrumentos
de pesquisa e conservação por conta das diversas funções ecológicas, sociais e estéticas que
oferecem às metrópoles. Eles são considerados um dos itens imprescindíveis para o bem-estar da
população que reside nas grandes cidades. Segundo Loboda e De Angelis (2009), essas áreas são
materializadas pela produção de praças e parques, que passam a ser espaços de aproximação dos
seres humanos com a natureza. Além de oferecerem estrutura para a prática de atividades de lazer e
recreação, contribuindo para o envelhecimento ativo da população (Gaikwad & Shinde, 2019).
Gaudereto, Gallardo, Ferreira, Nascimento e Mantovani (2018) observaram que na busca
por um desenvolvimento mais sustentável, a preservação das florestas urbanas, como ocorre nos
parques urbanos, se faz importante. Dentre os benefícios para as cidades destacam-se a conservação
de espécies da fauna e da flora nativa, melhoria da qualidade do ar e da água, equilíbrio climático e
consequentemente, conforto térmico. Além disso, essas áreas verdes se destacam entre os ambientes
construídos, característicos das grandes cidades, proporcionando também benefícios estéticos. De
acordo com Wang, Zhao, Meitner, Hu e Xu (2019), as pessoas tem preferência por locais com
maior número de árvores e flores.
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Priego, Breuste e Rojas (2008), discutem que o contato com a natureza contribui para a
melhoria da qualidade de vida por proporcionar à população urbana a oportunidade de relaxar da
agitação, além de contemplar e desfrutar de um ambiente natural. Os autores acrescentam que as
áreas verdes, como os parques, devem satisfazer os anseios dos moradores urbanos que frequentam
esses espaços, e estas necessidades devem ser refletidas nas políticas de planejamento urbano. De
acordo com Pereira (2013), desde o surgimento dos parques, esses espaços verdes urbanos têm
assumido múltiplas configurações e consequentemente, diferentes significados. Entretanto, os
principais motivos de visitação relatados por frequentadores de parques em Sheffield, UK, ainda
estão relacionados a saúde e bem-estar, conforme relatou Irvine, Warber, Devine-Wright e Gaston
(2013).
Compreender a percepção ambiental permite o entendimento de como se dá a relação do ser
humano com o ambiente. Essa compreensão possibilita a formulação de políticas de conservação e
a tomada de decisão em estratégias de gestão de áreas verdes públicas, mais eficientes, pois estarão
voltadas aos desejos e anseios da população que frequenta o local, como os parques urbanos (Suess,
Bezerra & Carvalho Sobrinho, 2013; Dorigo & Lamano-Ferreira, 2015). Desse modo, será possível
articular e legitimar estratégias de sustentabilidade urbana que podem servir como referência para
os tomadores de decisão (Chiesura, 2004). Pois, os espaços verdes representam importantes
recursos para planejar e desenvolver um ambiente urbano mais saudável (Sandifer, Sutton-Grier &
Ward, 2015).
Para Brito, Régis e Lamano-Ferreira (2016) a percepção ambiental é uma importante
ferramenta, capaz de orientar a formulação de políticas públicas adequadas às necessidades e
ansiedades da população. De acordo com Dorigo e Lamano-Ferreira (2015), a percepção do
ambiente é baseada na realidade de cada indivíduo. Dessa forma, reconhecer as diferentes
percepções pode auxiliar na compreensão das interações estabelecidas por diversos indivíduos com
espaços verdes públicos e se essas interações acontecem de forma sustentável ou não.
Diante do exposto acima, o Parque Municipal Mário Pimenta Camargo (Parque do Povo) foi
selecionado para análise de percepção ambiental, com o objetivo de avaliar como os frequentadores
percebem e utilizam este espaço público. Conhecer os anseios e percepções da população que
utiliza o espaço é uma importante ferramenta, pois serve de orientação para políticas públicas
compatíveis a sua população, bem como diagnóstico para identificar problemas ambientais.
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Referencial teórico
Percepção Ambiental
Percepção Ambiental pode ser definida como o modo que cada indivíduo visualiza e
interage com determinado ambiente, além das sensações que este o desperta. De modo que esta
percepção promova, em cada indivíduo, a vontade de proteger e cuidar, da melhor maneira possível,
do ambiente onde está inserido (Fernandes, Souza, Pelissari e Fernandes, 2004). Para Sousa, Araújo
e Lopes (2012), o estudo da percepção ambiental permite compreender a dinâmica de troca entre
homem e ambiente, na qual o indivíduo absorve sensações, a partir de aspectos subjetivos existentes
em um determinado espaço, representados por elementos culturais e pelo entendimento do
observador sobre estes.
Estudos sobre percepção ambiental são necessários para identificar qual papel os espaços
verdes, introduzido nas metrópoles, desempenham na sociedade. Quais os benefícios os espaços
verdes trazem aos grupos populacionais, como a gestão pública e/ou privada podem garantir sua
conservação e manutenção, ou até mesmo, se há indícios de degradação ambiental. Tais dados se
fazem necessários para direcionamento e tomada de decisões sobre soluções para os problemas,
visando a melhoria contínua das áreas verdes urbanas.
Segundo Sousa et al. (2012) quando uma pessoa visita determinado local, dá-se início a uma
reverência oriunda de sentimentos envolvidos ao meio natural, decorrentes da admiração de belas
paisagens. No entanto cada pessoa tem uma visão particular do mundo (Tuan, 2012). Assim, cada
indivíduo percebe, reage e responde de maneiras diferentes as questões ambientais (Cunha &
Canan, 2015), ainda que estejam convivendo na mesma cidade, no mesmo bairro, as pessoas
percebem ambientes distintos (Tuan, 2012).
As percepções entre indivíduos são distintas, pois leva-se em consideração fatores
socioeconômicos e culturais, que resultam em pensamentos, expectativas e julgamentos diferentes.
Desta forma, entende-se a importância dos estudos de percepção ambiental para compreensão das
relações entre o homem e a natureza, por meio de diferentes pensamentos e julgamentos de
indivíduos de diferentes planos sociais. O que reforça a premissa de que as pessoas de diferentes
origens e culturas usam e percebem as áreas verdes urbanas de maneiras distintas (Priego et al.,
2008).
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O constructo da percepção ambiental passou a ser utilizado nos estudos sobre parques
públicos nos grandes centros urbanos. A investigação científica proporciona oportunidades de
compreender como os indivíduos formam suas percepções sobre o ambiente natural (Petrosillo,
Zurlini, Corliano, Zaccarelli & Dadamo, 2007). Bi, Zhang e Zhang (2010) acrescentaram que a
compreensão da natureza, pode ser vista como uma ferramenta importante na formação do ambiente
baseada nas escolhas e comportamentos dos seres humanos.
A investigação sobre a percepção ambiental, pode ser usada como uma ferramenta pelos
gestores públicos, gerando subsídios e envolvendo a sociedade (Viana, Lopes, Neto, Kudo, Silva
Guimarães & Mari, 2014; Dorigo & Lamano-Ferreira, 2015; Mak & Jim, 2019) nas estratégias de
gestão das áreas verdes, como os parques urbanos. Pois como ressaltaram Bi et al. (2010) a
participação pública na tomada de decisões a respeito de políticas que visam o desenvolvimento
sustentável tem sido cada vez mais reconhecida.
Parques Urbanos
Os fragmentos florestais, como áreas verdes urbanas (Barros, Bisaggio & Borges, 2006), nas
últimas décadas vêm se tornando os principais defensores do meio ambiente, pelo espaço que lhes é
destinado nas grandes cidades (Loboda & De Angelis, 2009), pois de acordo com Fiera (2009),
essas áreas são caracterizadas por muitas pressões, como: espaço limitado, condições climáticas
adversas, poluição do ar, dentre outras.
Para Jankovska, Straupe e Panagopoulos (2010) o papel desses espaços verdes urbanos
diverge entre algumas cidades, devido aos distintos aspectos ambientais e socioculturais.
Consistindo em um valioso recurso para as cidades superlotadas, conforme define Ryan (2005).
Como parte do ecossistema urbano (Li, Wang, Paulussen & Liu, 2005), os parques urbanos
oferecem benefícios ambientais como contato com a natureza e oportunidades de lazer (Lo & Jim,
2012). Além de promoverem melhorias na qualidade de vida dos cidadãos que habitam as grandes
cidades (Acar & Sakici, 2008).
Segundo Chiesura (2004) os parques urbanos representam uma importante estratégia na
qualidade de vida da população que reside nas áreas urbanas, por fornecerem serviços ambientais
como a purificação do ar e estabilização do microclima. Para Chaves e Amador (2015), as áreas
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verdes urbanas, como os parques, proporcionam um ambiente agradável para recreação e lazer por
filtrarem a poluição do ar e amenizarem as altas temperaturas. Além disso, promovem interações
sociais nas grandes cidades.
Pensando na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos paulistanos, a Secretaria do Verde
e do Meio Ambiente (SVMA), decidiu ampliar o sistema de áreas verdes no Município de São
Paulo (Branco, Brischi, Souza, Silva, Pereira, Ferreira, Neves, Sepe, Garcia, & Geraldi, 2011),
criando o Programa 100 Parques para São Paulo, e posteriormente, o Plano Diretor Estratégico do
Município de São Paulo. Atualmente a Cidade dispõe de 107 parques (SVMA, 2019), distribuídos
pelas regiões metropolitana. Porém, não basta apenas criar e distribuir os parques pela cidade, é
preciso se atentar à formação de cidadãos mais conscientes e sensibilizados ambientalmente (Viana
et al., 2014).
As políticas públicas precisam ser muito bem articuladas, para efetivamente envolver a
população na defesa pela qualidade ambiental (Mello-Théry, 2011). Dessa forma, a realização de
estudos sobre a percepção ambiental de frequentadores de parques urbanos, gera importantes
resultados que podem ser usadas como estratégia de gestão, por serem embasados nos desejos e
anseios da população que frequenta, usufrui dos serviços, atividades, eventos e da infraestrutura
oferecida em parques urbanos (Régis, 2016).
Metodologia
Área de estudo
O estudo foi realizado no Parque Municipal Mário Pimenta Camargo (conhecido como
Parque do Povo), localizado no distrito do Itaim Bibi, região nobre da zona Sul da Cidade de São
Paulo (Figura 1). Segundo a Prefeitura de São Paulo, sua área de formato orgânico é de 133.547 m²
e sua infraestrutura possui quadras esportivas, aparelhos de ginástica, playground infantil, ciclovia
(que faz ligação com outros parques da Cidade, como o Villa-Lobos e o Ibirapuera), pista de
caminhada, sanitários, roteiros botânicos (Jardim Sensitivo) e outras particularidades. Quanto à
flora, sua vegetação possui exemplares arbóreos adultos e mudas de espécies exóticas, madeiras
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nobres, trepadeiras e um jardim sensitivo com plantas aromáticas. Sobre a fauna, foram localizados,
aproximadamente, 37 tipos de espécies de aves típicas em ambientes abertos (PMSP, 2014).
Figura 1 - Vista superior do Parque Municipal Mário Pimenta Camargo
Fonte: Licuri Paisagismo, 2015.
O parque funciona diariamente das 6h às 22h e está próximo de diversos estabelecimentos
comerciais, centros empresariais e residenciais. Possui boa localização e acessibilidade, como a
presença de pontos de taxi, ônibus e a estação de trem da Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM), no entorno do espaço. O Parque estava instalado numa área pertencente à
Caixa Econômica Federal e ao Instituto Nacional de Seguro Social. Durante duas décadas, diversas
agremiações irregulares fizeram o uso do local, até que em 2006 a Prefeitura da Cidade de São
Paulo conseguiu a cessão do espaço. Foi reinaugurado em 2008, pertencente agora a Prefeitura
Municipal de São Paulo (PMSP), sob administração da Secretaria do Verde e Meio Ambiente
(SVMA) e direção do Departamento de Parques e Áreas Verdes (DEPAVE 5).
Coleta de dados
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As visitas ao Parque, para a coleta de dados, ocorreram em dias aleatórios entre os meses de
outubro de 2016 e maio de 2017. O público alvo foram os frequentadores do Parque do Povo com
idade acima de 18 anos, e as entrevistas foram realizadas no método face a face (como no estudo de
Lo & Jim, 2012), onde o pesquisador fala diretamente com o entrevistado (Creswell, 2014). As
entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas pela autora.
Cabe destacar, que respondentes foram escolhidos aleatoriamente dentre os frequentadores
que estavam no Parque durante o período de coleta dos dados. Para cada participante foram
explicados os propósitos da entrevista e entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE). Este foi lido e assinado por cada entrevistado, permitindo o uso das informações. O roteiro
e o TCLE foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Humanos (CoEP), da
Universidade Nove de Julho, sob o protocolo nº 848.248.
O roteiro das entrevistas (Quadro 1), consistiu em duas seções, sendo uma delas a
caracterização do perfil dos entrevistados e a outra a avaliação da percepção ambiental. Para traçar
o perfil dos frequentadores, foram identificadas as seguintes variáveis: 1. Faixa etária; 2.
Escolaridade; 3. Situação conjugal; 4. Número de filhos; 5. Número de habitantes por residência; 6.
Frequência de uso do Parque; 7. Companhia; 8. Período que frequenta o Parque; 9. Facilidade de
acesso ao Parque; e 10. Transporte utilizado. Nessa pesquisa optou-se por não questionar
informações sobre a renda dos entrevistados, uma vez que outras variáveis pesquisadas (como a 2 e
5), indicam condições socioeconômicas.
Para a segunda seção, foi avaliada a percepção e uso do parque pelos frequentadores. Nesta
etapa, utilizou-se métodos mistos, e foi dividida em dois blocos. No bloco 1: Assertivas sobre a
infraestrutura do parque, avaliadas pelos entrevistados por uma escala likert (escala psicométrica
usada em pesquisas de opinião) com as seguintes opções: 1. Muito ruim; 2. Ruim; 3. Razoável; 4.
Boa e 5. Muito boa.
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Quadro 1 - Roteiro de entrevista, utilizado para caracterizar o perfil dos frequentadores
entrevistados do Parque do Povo, assim como percebem e utilizam o espaço público
Seções
Objetivos
Perguntas
Perfil
socioambiental
Percepção
ambiental dos
entrevistados
Caracterizar o
perfil
socioambiental
dos entrevistados
1. Nome
2. Idade
3. Escolaridade
4. Gênero (M) (F)
5. Situação conjugal
6. Filhos (S) (N) quantidade
7. Quantas pessoas vivem na sua casa (incluindo você)?
8. Quantas vezes por semana frequenta o parque?
9. Costuma frequentar o parque sozinho ou acompanhado (de quem)?
10. Período que frequenta o parque
11. Tem fácil acesso ao parque? (S) (N) porque?
Identificar como
os entrevistados
percebem o
Parque do Povo
em relação à
infraestrutura e
serviços
oferecidos nesse
espaço
A - Abaixo está uma lista de afirmações sobre as características desse
Parque. Por favor, assinale o número correspondente à figura que
melhor descreve a situação.
1. A qualidade das áreas verdes do Parque é
2. A infraestrutura disponível do Parque é
3. A qualidade dos banheiros do Parque é
4. A disponibilidade de bebedouros no Parque é
5. A qualidade dos brinquedos (playground) Do Parque é
6. A disponibilidade de bancos no parque é
7. A disponibilidade de equipamentos de ginástica é
8. A qualidade da pista de caminhada do Parque é
9. A disponibilidade de estacionamento no Parque é
10. A segurança do Parque é
Identificar como
os entrevistados
percebem,
avaliam e utilizam
o Parque
Fonte: Elaborado pelas autoras.
B - Para você como é o Parque do Povo? Como você descreveria este
parque para alguém que nunca o visitou?
E no bloco 2, para a avaliação e compreensão da percepção ambiental do entrevistado, foram
realizadas as seguintes perguntas: “Para você, como é o Parque do Povo?” e “Como você
descreveria o parque para alguém que nunca o visitou?”. Estas foram perguntas abertas, em que as
falas dos entrevistados foram analisadas e categorizadas, em como eles percebem e utilizam este
espaço público. Após a transcrição, os dados foram processados no software IRAMUTEQ®
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(Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires), o que a
análise estatística de dados textuais (Kami et al., 2016), bem como o tratamento mais organizado e
rigoroso aos dados qualitativos (Duarte, 2004).
As respostas de cada pergunta foram processadas e analisadas separadamente no software
IRAMUTEQ®, e utilizado o método de análise de conteúdo. Para a análise da pergunta “Para você,
como é o Parque do Povo?”, utilizou-se os recursos do IRAMUTEQ® para a elaboração de
fluxograma das palavras ativas das entrevistas por similitude e dendograma de classes. Os
resultados foram expressos em quadros, fluxogramas de similitude de palavras e figuras
explicativas (nuvem de palavras), mediante ao uso de palavras-chave de maior incidência no
discurso dos entrevistados (Camargo & Justo, 2013; Brito, 2017).
Resultados obtidos e análise
Perfil socioambiental dos entrevistados
No período em que foram realizadas as entrevistas, 100 frequentadores aceitaram
voluntariamente responder o roteiro, sendo 61 (61%) mulheres e 39 (39%) homens, conforme
apresentado na Tabela 1. Foi perguntado aos entrevistados sua idade, e a faixa etária de maio
ocorrência, tanto em mulheres (39,34%) quanto homens (41,03%), foi a faixa etária entre 30 e 39
anos. Entretanto, são encontrados no Parque do Povo frequentadores de todos os grupos etários, ou
seja, adolescentes, adultos e idosos.
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Tabela 1 Perfil socioambiental dos frequentadores entrevistados do Parque Municipal Mário
Pimenta Camargo (Parque do Povo), na cidade de São Paulo, Brasil
VARIÁVEIS
MULHERES
n= 61 61%
HOMENS
n= 39 39%
FAIXA ETÁRIA
de 18 a 29
de 30 a 39
40 ou mais
ESCOLARIDADE
ensino fundamental (completo ou incompleto)
16 26,23% 13 33,33%
24 39,34% 16 41,03%
21 34,43% 10 25,64%
3
4,92%
2
5,13%
ensino médio (completo ou incompleto)
ensino superior (completo ou incompleto)
SITUAÇÃO CONJUGAL
solteiro
casado/união estável
divorciado/desquitado/viúvo
FILHOS
sim
16 26,23%
9
23,08%
40 65,57% 28 71,79%
29 47,54% 14 35,90%
26 42,62% 21 53,85%
6
9,84%
4
10,26%
30 49,18% 19 48,72%
não
31 50,82% 20 51,28%
HABITANTES POR RESIDÊNCIA
um a três
quatro a seis
sete ou mais
Fonte: Elaborado pelas autoras.
46 75,41% 32 82,05%
15 24,59%
7
17,95%
0
0,00%
0
0,00%
Kim e Jin (2018) enfatizam que as vantagens de parques urbanos sobre o bem-estar das
pessoas, e apontam que os benefícios são muito maiores para idosos do que para jovens adultos.
Estes autores ressaltam ainda que idosos demonstram disposição para pagar por parques urbanos.
Entretanto, um dos primeiros estudos com adolescentes também indicam benefícios que espaços
verdes exercem sobre a saúde mental desta faixa etária na Califórnia, EUA (Wang, Meng, Lam &
Ponce, 2019). Neste contexto, cabe sugerir que visitas aos parques urbanos na cidade de São Paulo
poderiam ser orientadas, em especial para idosos, uma vez que a cidade possui 107 parques e um
número crescente de idosos. E desta forma, os parques contribuiriam com o envelhecimento ativo
da população, como apontado por Gaikwad e Shinde (2019).
Quanto ao nível de escolaridade, a maior ocorrência em ambos os gêneros prevaleceu o grau
de instrução de nível superior, onde 65,57% das mulheres e 71,79% dos homens possuem ensino
superior completo. A alta incidência de frequentadores de nível superior pode ser justificada pelo
local em que o parque está implantado, pois de acordo com o Centro de Estudos da Metrópole
(CEM, 2016), o distrito de Itaim Bibi possui baixos registros de favelas e nenhum registro de
loteamento irregular. Além disso, cerca de 76% dos habitantes da área possuem renda domiciliar
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superior a 5 salários mínimos (Infocidade, 2010). Sobre a situação conjugal, 47,54% das mulheres
responderam que são solteiras e 53,85% dos homens são casados ou estão em união estável.
Ainda sobre a Tabela 1, é possível observar que aproximadamente metade das mulheres e
homens não possuem filhos, e 75,41% das mulheres e 82,05% dos homens residem com até três
pessoas. Tanto a escolaridade quanto o número de moradores na residência, indicam que os
frequentadores entrevistados do Parque do Povo possuem um bom poder aquisitivo, sugerindo uma
classe econômica média alta.
Quando perguntados sobre a frequentabilidade de uso do Parque do Povo, 57,38% das
mulheres e 48,72% dos homens declararam que costumam frequentar o parque somente aos finais
de semana, e 83,61% das mulheres e 76,92% dos homens alegaram que costumam frequentar o
parque sozinho, conforme demonstrado na Tabela 2. Quanto ao período que utilizam o parque, a
maioria das mulheres (54,10%) preferem o parque no período da manhã e os homens (53,85%)
preferem à noite.
Sobre a acessibilidade, 90,16% das mulheres e 84,62% dos homens disseram que possuem
fácil acesso ao parque, e o tipo de transporte mais utilizados pelas mulheres (57,38%) e homens
(46,15%) é o carro. Baum e Palmer (2002) relatam que um dos fatores que levam as pessoas a
frequentarem as áreas verdes é a facilidade de se chegar ao local, bem como o conforto e a
segurança. Para Zhang e Zhou (2018), que estudaram a acessibilidade de parques em Pequim, na
China, a acessibilidade via transporte público influência o uso de parques, assim com a distância e
número de ônibus afetam as visitas.
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Tabela 2 Frequentabilidade dos frequentadores entrevistados do Parque Municipal Mário
Pimenta Camargo (Parque do Povo), na cidade de São Paulo, Brasil
VARIÁVEIS
MULHERES
HOMENS
n= 61 61,00% n= 39 39,00%
FREQUÊNCIA DE USO DO PARQUE
de uma a três vezes
25 40,98% 17 43,59%
de segunda a sexta
1
1,64%
3
7,69%
somente aos finais de semana
35 57,38% 19 48,72%
COMPANHIA
sozinho
11 18,03%
8
20,51%
acompanhado
51 83,61% 30 76,92%
PERÍODO QUE FREQUENTA
manhã
33 54,10% 18 46,15%
tarde
28 45,90% 21 53,85%
FÁCIL ACESSO
sim
55 90,16% 33 84,62%
não
6
9,84%
6
15,38%
TIPO DE TRANSPORTE
a pé
6
9,84%
9
23,08%
carro
35 57,38% 18 46,15%
transporte público
12 19,67%
8
20,51%
bicicleta
8
13,11%
4
10,26%
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Percepção sobre a Infraestrutura
Os dados levantados demonstram que das dez assertivas realizadas para identificar como os
frequentadores do Parque do Povo avaliam a infraestrutura, os equipamentos e os serviços
oferecidos nesse espaço, nove foram consideradas um cenário Bom, pois foram atribuídas a elas a
resposta: 4. Boa. Enquanto um foi considerado um cenário Ruim, por ter recebido a resposta: 2.
Ruim, conforme demonstra a Figura 2.
É possível observar que os cenários avaliados como Bom pelos entrevistados, tanto do
gênero masculino quanto do gênero feminino, foram: Qualidade das áreas verdes (52,0%) - 1A;
Infraestrutura do Parque (60,6%) - 1B; Qualidade dos banheiros (50,6%) - 1C; Disponibilidade de
bebedouros (41,6%) - 1D; Qualidade dos brinquedos playground (61,1%) - 1E; Disponibilidade
de bancos (46,5%) - 1F; Disponibilidade de equipamentos de ginástica (51,1%) - 1G; Qualidade da
pista de caminhada (47,0%) - 1H; e Segurança do parque (61,6%) - 1J.
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Figura 2 - Percepção de frequentadores em relação a infraestrutura do Parque Municipal
Mário Pimenta de Camargo (Parque do Povo) da cidade de São Paulo, Brasil
Fonte: Elaborado pelas autoras.
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A avaliação positiva sobre a infraestrutura, equipamentos e serviços encontrados no Parque
do Povo (tanto pelos homens, quanto pelas mulheres), indica que os entrevistados percebem e
utilizam o Parque, como um espaço de lazer e recreação. Uma vez que este oferece bons
equipamentos para a realização dessas e de outras atividades, assim como observado no estudo de
Régis, Lamano-Ferreira, Ramos e França (2016). E mesmo com a duplicação do número de parques
municipais criados na última década, este parque está sendo bem avaliado e utilizado pelos
frequentadores.
Quanto ao cenário avaliado como ruim, observa-se na figura 2, que 34,8% dos homens e
mulheres entrevistados consideram a “Disponibilidade de estacionamento” como ruim. A avaliação
negativa sobre esse elemento, apresenta um aspecto que podem influenciar, significativamente, os
visitantes a deixarem de frequentar o Parque do Povo, pois como demonstra a tabela 2, 56,45% das
mulheres e 47,37% dos homens utilizam carro para chegar ao Parque.
Esses resultados indicam que a aproximação com a natureza e a facilidade de acesso não são
os únicos aspectos que atraem e influenciam a população estudada a frequentar o Parque do Povo.
Mas também, as características particulares deste local, como as condições de funcionamento, da
manutenção e dos equipamentos, bem como, os serviços oferecidos ao público que o frequenta,
conforme observa Costa (2012). O Parque também conta com vigias que atuam durante todo o
período de funcionamento do espaço, aspecto percebido como local seguro e tranquilo à população
que frequenta.
Santos et al. (2016a), também ressaltam que o Parque do Povo tem ótima infraestrutura
esportiva e inferem que o parque foi destinado ao público que busca praticar atividades físicas,
como o futebol, os circuitos de ginástica e CrossFit, corridas e caminhadas, yoga, massagem, artes
marciais, entre outras práticas. O Parque também é frequentado por adultos acompanhados de
crianças que fazem uso de playgrounds, bem como, por idosos que utilizam as academias da
terceira idade. As autoras também observaram a presença de visitantes passeando com animais, e
outros utilizando os espaços mais sombreados para prática de piquenique e de descanso.
Ainda de acordo com as palavras de Santos et al. (2016b), em toda a área do Parque do Povo
são encontradas placas informativas identificando as espécies de plantas, os equipamentos e
infraestrutura do local (pistas, banheiros, bebedouros, quadras, administração, entre outros). Bem
como, informativos sobre as normas de cada ambiente do parque. As autoras destacam que o Parque
não dispõe de pontos de venda de alimentos, telefones públicos e estacionamento, assim
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justificando os entrevistados (34,8%) perceberem a disponibilidade de estacionamento como um
aspecto ruim do Parque (tabela 2).
A análise dos resultados permite enfatizar que os entrevistados interagem, utilizam e
percebem o Parque do Povo de forma positiva. E o fato de terem apontado um aspecto negativo
confirma que esses indivíduos percebem o Parque baseados em suas reais experiências e interações
estabelecidas com o local, não em aspectos fantasiosos e ilusórios, assim como descrito por Régis
(2016).
Percepção e Uso do parque
Quando perguntado aos frequentadores “Para você como é o Parque do Povo?”, foram
geradas uma lista de palavras, e optou-se por colocar somente as seguintes classes gramáticas:
nominal (nom), adjetivos (adj), verbos (ver) e advérbios (adv). A Tabela 3 demonstra as vinte
palavras de maior ocorrência nas falas dos frequentadores.
Tabela 3 Palavras de maior ocorrência a pergunta: “Para você, como é o Parque do
Povo?”
PALAVRA
Nº INCIDÊNCIA
parque
96
muito
58
bem
53
bom
49
achar
46
não
37
frequentar
25
lugar
24
aqui
24
área
21
mais
20
bonito
18
ver
17
bastante
17
Fonte: Elaborado pelas autoras.
CLASSE GRAMATICAL
nom
adv
adv
adj
ver
adv
ver
nom
adv
nom
adv
adj
ver
adv
No fluxograma da análise da similitude (Figura 3) nota-se que a palavra “parque” é a mais
citada pelos frequentadores, que possui conexão com as palavras “gostoso”, “organizado”, “bonito”,
“organizado”, “calmo”, “seguro”. Nesse sentido, é possível inferir que os frequentadores associam o
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parque a algo ótimo, e por isso recomendariam. A palavra “muito” está associada com as palavras
“bom”, “não”, “cheio”, “tranquilo” e “pequeno”. No discurso geral dos frequentadores, o parque é
visto como um bom parque, tranquilo e não muito cheio e pequeno quando comparado com outros
parques da cidade, podendo observar nas opiniões dos entrevistados: “Excelente, muito bom.”; “É
um parque bem localizado no meu entendimento, é um parque com jardins bem cuidados, pista bem
cuidada também, frequentado por famílias, enfim, muito bom, gosto bastante.”; “É um lugar bem
tranquilo, bonito, e não é muito cheio, é isso.”; “Pra mim é de fácil acesso, que eu moro a menos
de 1km daqui, eu acho ele bem conservado, bem frequentado, não muito cheio, então eu gosto
bastante.”; “Relativamente pequeno comparado a outros parques, e proximidade boa com área
grande de circulação.”.
Figura 3 Fluxograma da análise da similitude sobre a percepção ambiental dos frequentadores do
Parque Municipal Mario Pimenta de Camargo (Parque do Povo)
Fonte: Elaborado pelas autoras
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A palavra “bem” está fortemente ligada com as palavras “estruturado”, “agradável”,
“cuidado” e “conservar”. Compreende-se que os frequentadores consideram o parque estruturado e
bem conversado, conforme os relatos dos entrevistados: “Vista excelente a agradável, pessoal
simpático, educado, nível muito bom. Bem cuidado os bancos, brinquedos, arvores, folhas,
gramado, bom para animais.”; O parque do povo ele é bem estruturado, bem distribuído é...Tem
local para caminhada, pra bike, pra piquenique, pra crianças, porém eu acho que ele peca um
pouco no sentido de mais arvores, falta de mais vegetação mas no geral ele é bom.”; “Um parque
bem conservado, tem boas áreas verdes, tem área de caminhada, e... eu acho um parque bom, um
bom parque”.
Outra palavra bastante citada pelos frequentadores foi o verbo “achar”, que pode ser usada
para julgar ou opinar algo. No discurso dos frequentadores, ela foi usada principalmente para
expressar as melhorias que podem ser aplicadas no espaço: “Parque do Povo é um lugar agradável,
com muita segurança, mas que eu acho que faltam mais áreas de sombra pra as pessoas poderem
descansar, e eu acho que falta um pouco de... alguma coisa pra você se alimentar, uma lanchonete
aqui dentro, mas não é... ambulante, uma coisa fixa, pra você ir lá e comprar.”; “Olha, eu
considero uma localização boa, pois eu moro aqui perto, eu acho que é um parque bacana, mas
que está faltando mais árvores né, mas eu gosto dele e acho muito importante para a região aqui.”;
“O Parque do Povo funciona bem, a gente aproveita bastante as estruturas de quadra e eu acho
que ele poderia estar mais direcionado a essa pratica de esportes para crianças.”.
O software forneceu cinco classes que contém as palavras que obtiveram maior
porcentagem quanto à frequência média entre si e diferente entre elas (Figura 4). Na Classe 1,
explicitou-se na importância do parque para os frequentadores que praticam atividades físicas,
relatando a área como adequada para a prática de exercícios físicos. As Classes 2 e 3 foram
relacionadas com as sensações e características despertadas pelos frequentadores que visitam o
Parque do Povo. As opiniões sobre a acessibilidade que o parque garante aos frequentadores foram
expressos na Classe 4, e a Classe 5 expressou a avaliação dos entrevistados sobre a infraestrutura
geral.
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Figura 4 Dendograma de classes da percepção ambiental dos frequentadores do Parque do Povo
Fonte: Elaborado pelas autoras.
A análise realizada a partir do dendograma de classes possibilitou a construção do Quadro
2, onde os dados apresentados foram sustentados pela narrativa qualitativa por meio de
interpretação pessoal, e sustentada pela literatura conforme realizado por Souza et al. (2018).
Quadro 2 Interpretação do dendograma de classes fornecidas pelo software IRAMUTEQ
Palavras de maior
Classes
frequência
Interpretação
Discurso dos entrevistados
Classe 1
Físico, Atividade,
Exercício
Atividade física
"...tem áreas apropriadas para cada atividade e dá
para fazer diferentes coisas, esportes, ginastica, exercício."
"Um dos melhores lugares para praticar atividade
física, frequento sempre pois não é lotado com o Ibira. "
"...você vem praticamente todo o dia aqui e faz
suas atividades físicas, encontra seus amigos, é um
momento prazeroso e que faz bem à saúde."
"É um parque limpo, bem frequentado, não é
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Classe 2
Tranquilo, Cheio,
Muito
Frequentabilidade
muito cheio, por isso que eu venho nele."
"Um dos parques que mais prefiro em São Paulo, é
muito tranquilo, não é muito cheio."
"É um parque muito bom de vir, é... bem bonito e
não é cheio de gente, dá pra curtir e descansar."
Classe 3
Gostoso, Sombra,
Segurança
Ambiente
"...eu acho ele muito gostoso, ele é agradável, ele é
bonito, bem frequentado, a segurança é boa, eu fico
tranquila aqui."
"É um parque aberto, é.. bem pavimentado, com
pouca sombra, mas com bastante espaço para fazer
caminhada."
"... é um lugar agradável, com muita segurança,
mas que eu acho que falta mais áreas de sombra pra as
pessoas poderem descansar..."
Classe 4 Verde, Perto, Opção
Acessibilidade
"...e eu acho que é uma opção pra quem busca uma área
verde dentro de uma zona bem urbana."
"...Eu acho que é uma opção, além de ser perto da onde a
gente tá, é.. ele tá próximo, é um lugar legal de vir..."
Classe 5
Também, Bom,
Infraestrutura
Infraestrutura
"Muito bom para passear, tem infraestrutura, área verde
bem localizada."
"...a infraestrutura é muito boa com relação aos
banheiros..."
Fonte: Elaborado pelas autoras.
"...é um parque que tem bastante infraestrutura para
criança..."
Observa-se que os entrevistados, quando perguntados sobre como eles descreveriam o
local para uma pessoa que nunca o visitou, atribuíram qualidades ao Parque do Povo, caracterizando
o parque como “agradável”, “seguro”, “gostoso”, “limpo”, “sossegado”, “familiar” e “organizado”,
conforme Figura 5. Não foram identificados adjetivos que qualifique negativamente o parque.
Chiesura (2004) realizou um estudo em um parque na Holanda e constatou que os homens relatam
sentimentos positivos quando questionados sobre suas experiências com a natureza urbana. Tais
experiências se assemelham com as do Parque do Povo, por conta da alta proporção de respostas
positivas informadas pelos entrevistados desta pesquisa.
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Figura 5 Nuvem de palavras dos adjetivos de maior incidência descritos pelos
frequentadores do Parque do Povo
Fonte: Elaborado pelas autoras.
O uso e percepção de frequentadores sobre parques urbanos, e outras áreas verdes,
raramente são coletados e analisados visando melhorar o planejamento e gerenciamento do espaço
público. Estes resultados se assemelham com o estudo de Mak e Jim (2019), em que seus resultados
permitiram a formulação de uma estratégia abrangente, socialmente relevante e sensível, adequando
os parques as necessidades de lazer daqueles que realmente utilizam estes espaços. Sugere-se a
construção de indicadores sociais que avaliem os usos de áreas verdes urbanas e estimem usos
como o cultivo de hortas comunitárias.
Considerações finais
Os dados de percepção ambiental do parque mostraram que os frequentadores entrevistados
estão satisfeitos com a infraestrutura e serviços oferecidos no parque, destacando o papel e os
benefícios destas áreas verdes para a cidade e sociedade. Durante as visitas ao parque, foi observado
bom estado de conservação em todos os ambientes do local e a presença de vigias, que inspira aos
frequentadores tranquilidade, segurança e o contato com a natureza. O único aspecto negativo
identificado durante o levantamento de dados foi à disponibilidade de estacionamento, já que o
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parque não possui o serviço disponível e a maioria dos frequentadores utilizam o carro como meio
de transporte para acesso ao espaço.
É importante ressaltar alguns cenários que os voluntários estudados apontaram que
necessitam de melhorias no local, como a disponibilidade de estacionamento, visto que muitos
frequentadores utilizam o carro como meio de transporte para visita ao parque, relatando a
dificuldade de estacionar o veículo. Outro aspecto citado pelos frequentadores foi sobre a área
arbórea, que apesar diversidade na composição florística de espécies nativas, exóticas, frutíferas e
madeiras nobres, nota-se a baixa densidade dessas espécies, tornando o espaço uma área aberta e
com pouca sombra.
Conclui-se que o Parque do Povo é percebido e utilizado pela população de forma
satisfatória tanto em relação ao contato com a natureza quanto a melhoria no bem-estar e saúde,
implicando em uma melhor qualidade de vida. Sugere-se a gestão pública ofereça manutenção para
a conservação destes espaços nas cidades, uma vez que os benefícios a saúde da população estão
relacionados com a qualidade e quantidade de parques disponíveis nas cidades. Ressalta-se a
importância de se considerar e aplicar as informações sobre a percepção e preferências de
frequentadores para melhorar os parques urbanos.
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