EXERCÍCIO VERDE E ENVELHECIMENTO: RELAÇÕES DO IDOSO EM EXPERIÊNCIAS LÚDICAS NA NATUREZA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRO-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE
LEIDJANE FLORENTINO RODRIGUES
EXERCÍCIO VERDE E ENVELHECIMENTO: RELAÇÕES DO IDOSO EM
EXPERIÊNCIAS LÚDICAS NA NATUREZA
SÃO CRISTÓVÃO
2019
1
LEIDJANE FLORENTINO RODRIGUES
EXERCÍCIO VERDE E ENVELHECIMENTO: RELAÇÕES DO IDOSO EM
EXPERIÊNCIAS LÚDICAS NA NATUREZA
Dissertação de mestrado apresentada como
requisito obrigatório para obtenção do título de
Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento e Meio Ambiente da
Universidade Federal de Sergipe.
Orientador: Prof. Dr. Cae Rodrigues
SÃO CRISTÓVÃO
2019
2
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
R696e
Rodrigues, Leidjane Florentino
Exercício verde e envelhecimento: relações do idoso em
experiências lúdicas na natureza / Leidjane Florentino Rodrigues;
orientador Cae Rodrigues. São Cristóvão, SE, 2019.
116 f.: il.
Dissertação (mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente)
Universidade Federal de Sergipe, 2019.
O
1. Idosos. 2. Qualidade de vida. 3. Promoção de Saúde. 4.
Ecomotricidade. I. Rodrigues, Cae, orient. II. Título
CDU: 502.11
3
LEIDJANE FLORENTINO RODRIGUES
EXERCÍCIO VERDE E ENVELHECIMENTO: RELAÇÕES DO IDOSO EM
EXPERIÊNCIAS LÚDICAS NA NATUREZA.
Aprovada em 25 de fevereiro de 2019
_________________________________________________________________
Prof. Dr. Cae Rodrigues - Universidade Federal de Sergipe
Presidente-orientador
_________________________________________________________________
Profa. Dra. Maria José Nascimento Soares - Universidade Federal de Sergipe
Examinador Interno
_________________________________________________________________
Profa. Dra. Noêmia Lima SilvaUniversidade Federal de Sergipe
Examinador Externo
4
É concedido ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente
(PRODEMA) da Universidade Federal de Sergipe (UFS) responsável pelo Mestrado em
Desenvolvimento e Meio Ambiente permissão para disponibilizar, reproduzir cópia desta
Dissertação e emprestar ou vendê-las.
_____________________________________________________________________
Leidjane Florentino Rodrigues
Programa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento e Meio Ambiente - PRODEMA
Universidade Federal de Sergipe - UFS
______________________________________________________________________
Prof. Dr. Cae Rodrigues - Orientador
Programa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento e Meio Ambiente - PRODEMA
Universidade Federal de Sergipe - UFS
5
Este exemplar corresponde à versão final da Dissertação de Mestrado em
Desenvolvimento e Meio Ambiente concluído no Programa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
______________________________________________________________________
Prof. Dr. Cae Rodrigues - Orientador
Programa de Pós-Graduação em
Desenvolvimento e Meio Ambiente - PRODEMA
Universidade Federal de Sergipe - UFS
6
COMO SE MORRE DE VELHICE
Como se morre de velhice
ou de acidente ou de doença,
morro, Senhor, de indiferença.
Da indiferença deste mundo,
onde o que se sente e se pensa
não tem eco, na ausência imensa.
Na ausência, areia movediça,
onde se escreve igual sentença
para o que é vencido e o que vença.
Salva-me, Senhor, do horizonte
sem estímulo ou recompensa,
onde o amor equivale à ofensa.
De boca amarga e de alma triste
sinto a minha própria presença
num céu de loucura suspensa.
(Já não se morre de velhice
nem de acidente nem de doença,
mas, Senhor, só de indiferença).
(CECÍLIA MEIRELES)
7
AGRADECIMENTOS
Meu agradecimento maior é a Deus, por me permitir realizar o sonho de fazer o
mestrado e por sempre honrar todas as minhas orações, por segurar minha mão todas as vezes
que pensei em desistir, provar-me que o sonho do mestrado não era só meu, mas o sonho d’Ele
pra mim e por me permitir subir mais um degrau em minha vida.
Sem Ele eu nunca teria chegado até aqui, foi Ele quem enxugou as minhas lágrimas de
angústia, saudade, desespero, impotência e gratidão. É Ele quem me sustenta, protege e guia.
Nunca Foi Sorte, Sempre Foi e Será Deus!
A minha família: meus pais, por, mesmo da sua maneira, incentivar-me e apoiarem em
tudo sempre. Eles que são “semianalfabetos”, mas que sempre fizeram de tudo para nos
proporcionar educação, bem estar e estudo de qualidade. Agora vocês já podem dizer: todas as
minhas filhas são formadas e a mais nova é mestra!
As minhas irmãs, cada uma de seu jeito me ajudou como pôde. Em especial a
Florzinha, Eliane Rodrigues, por me conhecer tão bem até por telefone e perceber todas as vezes
que liguei e não estava bem. Por todas as palavras de incentivo, confiança e amor. Sem seu
apoio eu não teria chegado até aqui. Por sempre suportar minha “chatice”, impaciência e mau
humor corriqueiro, mas mesmo assim nunca deixar de me amar e de ter orgulho de mim.
Aos meus sobrinhos, que torcem e me incentivam tanto. Em especial a Pedro Vítor,
meu eterno BB, que desde sempre foi meu tradutor, digitador, pesquisador e “SEVERINO FAZ
TUDO”. Aquele que me atende em meus surtos de madrugada e que consegue me acalmar. O
que embarcou na onda fitness por minha causa e me socorre todas as vezes que penso em
desistir, o que toda vez que chega me dá um beijo na testa e consegue desfazer todas as minhas
dúvidas, incertezas e tristeza. Amo Infinitamente você, Bebezinho lindo de titia!
Aos meus cunhados pela força, em especial a Edson Brito que, sem sombra de dúvidas,
sempre foi e será muito mais que um cunhado. Que sempre cuidou de mim como filha e que
puxa minhas orelhas como tal, que torce e sempre pergunta: Tem casa não? Por eu viver tanto
lá na casa deles. Bitinho, você é o Irmão que Deus me presenteou, obrigada por tudo!
Aos meus alunos, que são os verdadeiros responsáveis por minha busca incessante para
oferecer um serviço diversificado, profissional e de excelência. A todos os idosos que cruzaram
meu caminho e que sempre me ensinaram muito mais que eu a eles, que me tratam com tanto
cuidado e amor e que muitas vezes têm mais cuidado comigo, do que eu mesma. Eu sou
apaixonada por vocês!
8
Meu agradecimento especial, maior e mais fervoroso, é para alguém que se não estivesse
ao meu lado SEMPRE, eu nada seria. Alguém que é minhas mãos, meus pés, minha cabeça,
meu coração e toda a parte boa que existe em mim. Palavras como: Inteligência, hombridade,
resiliência, entusiasmo, altruísmo e generosidade, são apenas algumas capazes de defini-la.
Porém conseguem defini-la apenas um pouco, por que ela é muito, além disso: é minha irmã de
sangue, de alma, é o meu presente de Deus. É minha Mãe-Irmã ou seria Irmã-Mãe? É quem
cuida e zela por mim, desde sempre, é quem consegue ver o bem que há em mim quando nem
seu consegui fazê-lo. Alguém que consegue me acalmar, incentivar, encorajar e puxar minhas
orelhas. Tudo isso, de uma só vez! Obrigada por tudo, Minha Irmã, Professora Dra. Giane
Florentino Rodrigues de Brito, sem você minha vida não teria o mesmo sentido, a mesma cor e
o mesmo brilho e minha vida acadêmica talvez nem existisse. Você é meu espelho, incentivo,
modelo e maior exemplo de profissional e ser humano. Obrigada por exatamente tudo, IrMãe,
esse titulo é dedicado a ti!
As minhas “Marias”, cada uma de sua maneira me molda, incentivam e me ajuda a ser
melhor a cada dia. Obrigada Bruna Maria, minha amiga desde sempre e para sempre. Que nossa
amizade de tantas décadas mais parece um casamento: na alegria e na tristeza, na riqueza e na
pobreza, na saúde e na doença. Em noites de festas ou em noites de estudos, mas acima de tudo
uma cuidando da outra e fortalecendo nossa amizade. Obrigada por tudo, bruxa! Eu amo vocês!
Ao meu Orientador, Professor Doutor Cae Rodrigues, pela leveza das orientações e por
me fazer perceber que o exercício docente é luz e plenitude. Sempre digo que Deus não faz
milagre pela metade, logo, sabia que sem um Super Orientador, eu não conseguiria. Obrigada
de verdade por tudo que fizestes e fazes por mim! Aquele orientador psicólogo, terapeuta,
médico, amigo, incentivador e exemplo. O melhor orientador que você rexxxpeita!
Aos meus colegas de mestrado, por dividirem os conhecimentos e me ajudarem a
suportar o peso da vida acadêmica. Em especial aos “meus mais chegados”: Manuela Barros,
por me presentear com dois sobrinhos sergipanos e por permitir que eu me sentisse em casa na
casa dela. Manu foi desde sempre a mais chegada e a que colou comigo desde o princípio, a
que não me deixa desanimar e que sempre vê qualidades em mim, que só ela enxerga. Obrigada,
minha arquitonta favorita.
Henrique Leal, por ser meu Anjo da Guarda desde o primeiro dia, eu realmente não sei
o que seria de mim sem sua ajuda, amizade e companhia em Aju. O que me ajudou na procura
de casa para morar, que me apresentou Aju e que quebrava meus galhos mais difíceis com um
sorriso no rosto e uma boa vontade em ajudar, pouco visto hoje em dia.
9
A Juliana Barreto, por me passar tanta segurança e força e por me ajudar a segurar a
barra do mestrado. Por abrir sua casa para mim, mesmo sendo recém-casada, e me fazer me
sentir em casa. Pela doçura da voz e a calma em todas as nossas conversas, e por me ensinar
tanto sobre superação, amor e força.
A Juniela Santos, que com sua calma e serenidade tanto me deu força, ânimo e incentivo.
Deus foi muito generoso comigo, por me permitir tê-los em minha vida e eu poder dividir meu
fardo com vocês. Obrigada de verdade!
Mais uma vez ao meu Bom Deus, por que tudo é: Com Ele, Por Ele e Pra Ele. Toda
Honra e toda Glória sejam dadas a Ti, Senhor. Que eu mais na frente possa olhar e dizer: Foi
difícil, mas, até aqui nos ajudou o Senhor. Eu Consegui!
A Minha Nossa Senhora de Fátima que sempre intercedeu por mim e sempre me
acompanhou nas muitas idas e vindas de Garanhuns para Aracaju, pelas inúmeras vezes que me
segurou no colo e não me deixou cair. Tudo por Jesus, Nada sem Maria!
Um agradecimento especial ao órgão fomentador da minha pesquisa, agradeço à Capes
por possibilitar a realização da mesma. “O presente trabalho foi realizado com apoio da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior- Brasil (CAPES)- Código
de Financiamento 001.
Aos que se “achegaram” ao longo do caminho, alguns deles que puxaram minhas
orelhas, me incentivaram e tentaram, de todas as formas, ajudar-me a ser uma pessoa e
profissional melhor. Aquele que confia mais em mim, que eu mesma. Que sempre vê
potencialidades absurdas em mim e que muitas vezes dividiu comigo toda sua experiência,
saber e gentileza. Obrigada “Dr Alien Guru”, prometo que ainda escreveremos muitos artigos
juntos e espero sim, ter a honra de ministrar aula contigo.
A Elma Moura “Tia Elma”, meu exemplo de garra, força, determinação e amizade.
Podemos ficar meses sem nos vermos, tempos sem nos falarmos, mas nossa amizade é tão
grande e linda que sempre estamos conectadas uma a outra. Sempre torceremos e nos
alegraremos uma pela outra, e sempre teremos um abraço apertado e sincero para oferecermos
uma a outra. Obrigada por exatamente tudo, Tia Elma.
A minha “Lamparinazinha”, que desde aquele 19 de agosto passou a fazer parte da
minha vida, das minhas orações... Obrigada por todas as vezes que vc segurou minha mão,
mesmo que a distância. Por todas as orações da todas as noites, por me incentivar, por cuidar
da minha fé e por nunca ter me deixado desistir. Por me mostrar que: Eu Posso, Eu Vou Vencer!
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Ao meu “Barco”, por me conhecer tão bem a ponto de perceber só em me olhar o quanto
estou diferente. Por me aceitar do jeito imperfeito que sou, e mesmo assim fazer questão de ser
minha AMIGA, ALUNA, CLIENTE, CONFIDENTE, TERAPEUTA E ANJO.
Por todo o amor, cuidado, afeto, respeito e consideração que tens por mim. Barquinho,
você estará sempre em minhas orações, em meu coração e espero que em minha vida.
E, por último, mas não menos importante agradeço a uma Super Coordenadora, alguém
que é nossa referência no Prodema, na vida na academia, um ser humano como poucos nesse
mundo tão desumano, perverso e sem amor. Alguém que sempre nos acolhe como filhos, que
nos cobra por que tem a real noção de até aonde podemos ir e do nosso real potencial. Alguém
que costumo comparar a um chocolate com pimenta. Doce e picante, forte e leve, calmaria e
vendaval, mãe e amiga, coordenadora e incentivadora: Professora Dra Maria José Soares.
Obrigada por enxergar além da nossa aparência, por nos incentivar a sermos sempre melhores
que ontem e por acreditar em cada um de nós. Minha gratidão será eterna, rogo a Nossa Senhora
de Guadalupe por sua saúde e por sua vida. Obrigada por tudo, Professora.
Deus Quer, Deus Pode, Eu hei de Vencer!
11
RESUMO
O exercício, compreendido em seu conceito mais amplo de intencionalidade à saúde,
pode trazer muitos benefícios a pessoas que o adotam como alternativa para uma vida mais
saudável e ativa. Considerando a atual predominância urbana da população mundial, é seguro
dizer que a maioria das pessoas vive cercada de prédios e asfalto, sejam em suas casas,
trabalhos, escolas e em seus momentos de exercício, principalmente em academias
especializadas em diferentes tipos de exercícios. A predominância de experiências em
ambientes fechados e privados da luz solar em momentos de trabalho e de não-trabalho
corroboram para condições potencialmente prejudiciais à saúde. Além disso, comprometem a
própria experiência do movimento, assim como as interações com a natureza. Considerando o
exposto acima, o objetivo desta pesquisa constitui em analisar como o exercício verde,
compreendido como exercício com intencionalidade à interação com a natureza, contribui para
a diminuição dos efeitos deletérios do envelhecimento e para a melhora dos aspectos essenciais
da com-vivência. Foram analisadas, também, potenciais aspectos de conservação da natureza
pela incorporação de preceitos ecológicos no habitus de movimento de idosos com vivências
regulares de exercícios verdes. Para tanto, utilizou-se da fenomenologia, mais precisamente, do
método Fenômeno Situado, como agente metodológico, pelo qual se avaliou as vivências de
idosos como partícipes e protagonistas da pesquisa. Entre as possibilidades da pesquisa,
destaca-se a potencial motivação à criação de políticas públicas que estimulem a prática do
exercício verde, possibilitando uma vida de qualidade e um bem-viver para estes indivíduos e
todo o ambiente circundante.
PALAVRAS-CHAVE: Saúde; Terceira idade; Qualidade de vida; Com-vivência;
Ecomotricidade.
12
ABSTRACT
Exercise, understood in its broader concept of intentionality towards health, can bring many
benefits to people who adopt it as an alternative to a healthier and more active life. Considering
the current urban predominance of the world population, it is safe to say that most people live
surrounded by buildings and asphalt, whether in their homes, work, school and exercise, mainly
in gyms specialized in different types of exercises. The predominance of indoor experiences
that are deprived of sunlight during work and non-work hours corroborate for potentially
unhealthy conditions. In addition, they compromise the experience of movement, as well as
interactions with nature. Considering the above, the objective of this research is to analyze how
green exercise, understood as exercise with intentionality towards the interaction with nature,
contributes to the decrease of the deleterious effects of aging and to the improvement of the
essential aspects of “living-with”. Potential aspects related to the conservation of nature are also
analyzed, especially the incorporation of ecological precepts in the movement habitus of senior
citizens who experience green exercises regularly. Phenomenology is used as methodological
framework, more especifically, the Situated Phenomenon method, where senior citizens were
participants and protagonists of the research. Among the possibilities of the research is the
potential drive to the creation of public policies that motivate experiences of green exercise,
enabling a life of qualityand a good-livingfor these individuals and the whole surrounding
environment.
KEY-WORDS: Welfare; Third age; Quality of life; Living-with; Ecomotricity.
13
LISTA DE FIGURA
Figura 01: Organograma metodológico............................................................... 21
Figura 02: Fluxograma dos Benefícios do Exercício.......................................... 25
Figura 03: Fluxograma de Exercício Verde de Mackay &Neill.......................... 29
14
LISTA DE SIGLAS
AVD
AIVC
CF
CIL
IBGE
OMS/FIMS
ONU
UNFPA
WHO
Atividade de Vida Diária
Atividade Instrumental de Vida Diária
Constituição Federal
Centro Internacional de Longevidade Brasil
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Organização Mundial de Saúde / Federação Internacional de Medicina do
Esporte
Organização das Nações Unidas
Fundo de População das Nações Unidas e Help Age International
World Health Organization / Envelhecimento Ativo: Uma Política de Saúde
15
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................... 16
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................................
20
CAPÍTULO 1 O EXERCÍCIO VERDE E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A
DIMINUIÇÃO
DOS
EFEITOS
DELETÉRIOS
DO
ENVELHECIMENTO.................................................................................................... 26
1.1 O EXERCÍCIO NA VIDA DOS IDOSOS................................................................ 28
1.2 OS BENEFÍFIOS DO EXERCÍCIO VERDE PARA IDOSOS............................... 32
1.3 ÉTICA AMBIENTAL: O PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO NA ÓTICA DOS
IDOSOS..............................................................................................................
36
CAPÍTULO 2 EXERCÍCIO VERDE E OS ASPECTOS ESSENCIAIS DA
COM-VIVÊNCIA........................................................................................................... 40
2.1 IDOSO: O NOVO PROTAGONISTA DA SOCIEDADE ATUAL..........................
43
2.2 EXERCÍCIO VERDE, ECOMOTRICIDADE E SUAS POTENCIALIDADES
ECOLÓGICAS................................................................................................................. 47
CAPÍTULO 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................... 50
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................... 57
REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 66
APÊNDICES.................................................................................................................... 72
APÊNDICE 1- TCLE......................................................................................................... 73
APÊNDICE 2- TRANSCRIÇÃO DE ENTREVISTAS DE CAMPO
(Com marcação de unidades de
significado)......................................................................................................................... 75
APÊNDICE 3- UNIDADES DE SIGNIFICADO CORPUS COMPLETO................... 88
APÊNDICE 4- PRÉ-CATEGORIZAÇÃO…………………………………………….... 97
APÊNDICE 5- CATEGORIZAÇÃO (FINAL)……………………………………….... 105
16
INTRODUÇÃO
A qualidade de vida que as pessoas terão, quando avós,
depende não só dos riscos e oportunidades que
experimentaram durante a vida,
mas também da maneira como as gerações
posteriores irão oferecer ajuda e apoio mútuos,
quando necessário (WHO, 2005, p.13).
17
INTRODUÇÃO
A identificação dos fatores exatos de envelhecimento, em cada indivíduo, é sempre
um processo difícil, podendo ser, mais diretamente caracterizada, pelo envelhecimento
primário, inerentes a todos os indivíduos e geneticamente determinadas, ou pelo
envelhecimento secundário, determinado por fatores externos/ambientais. Porém, há um
consenso de compreensão sobre a importância de uma vida mais ativa e saudável para a
diminuição desses fatores, movimento conhecido como envelhecimento saudável,
caracterizado por riscos mais baixos de doenças e de incapacidade funcional.
Nesse sentido, o exercício é apontado como um dos principais fatores determinantes
para a promoção da saúde, prevenção de doenças, prolongamento da vida e fatores de higiene
(GLADWELL, 2013). Em idosos o exercício se torna ainda mais importante, considerando-se
algumas particularidades fisiológicas e sociais dessa população. Nesse contexto, este estudo
aponta a intencionalidade à interação com a natureza, concebida em sua dimensão virtual (da
forma em que é concebida/imaginada pelo indivíduo), como potencialmente fomentadora do
exercício (exercício verde) direcionado aos idosos, com ênfase às possibilidades de com-
vivência1 (com os outros e com o meio) e de incorporação de preceitos ecológicos no habitus
de movimento do indivíduo em momentos lúdicos (ecomotricidade). O estudo também objetiva
a observação da ação do exercício verde na saúde, sendo tal conceito definido pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) como um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não
meramente como ausência de enfermidades ou doenças.
A orientação para uma velhice sadia e gozando de bem-estar é um comprometimento
pessoal de toda uma vida, adotando um estilo de vida saudável desde a infância e o mantendo
até a fase de envelhecimento. De acordo com essas orientações, podemos concluir que o
compromisso esperado a todo ser humano é a adotação de um estilo de vida saudável, ao passo
que o compromisso dos governos é favorecer, através de ações e políticas públicas, meios
acessíveis à saúde e ao bem-viver, inclusive na fase de envelhecimento. Segundo afirmam Silva,
Santos e Santos (2013, p.8), [...] muitos caminhos terão que ser trilhados para o enfrentamento
das demandas dos novos fenômenos sociais que são a ‘velhice e o envelhecimento
populacional’”, cabendo à população a fiscalização e a exigência de políticas públicas que
propiciem esse enfrentamento.
1 O conceito de com-vivência, bastante significativo para o desenvolvimento desse estudo, é apresentado mais
detalhadamente no capítulo 2 dessa dissertação.
18
Um fator que chama a atenção nessa definição de saúde da OMS é a compreensão de
saúde não só como o bem-estar físico e mental, mas também social e coletivo. A partir dessa
compreensão podemos entender que, além da ausência de doenças, saúde implica a análise
sobre categorias que envolvem acesso e consequente cultivo de experiências de lazer, de formas
de convívio e pertencimento, da diversidade cultural, de processos educativos, da
alegria/felicidade e do prazer. Essa perspectiva de “saúde social” é caracterizada por Vladman
(2012a) como as interações relativas ao bem-estar individual e suas prósperas integrações com
o ambiente social. Compreendemos, assim, que saúde social remete à capacidade de
desenvolvimento pleno e interação do indivíduo em sociedade, conceito que se torna muito
significativo para um aprofundamento dos conceitos globais de saúde e bem-estar.
É nesse contexto de saúde social que pensamos nessa dissertação, sobre as
potencialidades do exercício verde, mais especificamente, em idosos. O Fundo de população
das Nações Unidas (UNFPA, 2012, p.5) revela que [...] o envelhecimento populacional é uma
das mais significativas tendências do século XXI, com implicações importantes e de longo
alcance para todos os domínios da sociedade”. Dados dão conta que, em todo o mundo, a cada
segundo duas novas pessoas tornam-se sexagenárias, computando-se um total anual de quase
58 milhões de novos indivíduos idosos, constituindo uma proporção de um em cada nove
pessoas no mundo com 60 anos de idade ou mais, estimando-se ainda um crescimento para um
em cada cinco por volta do ano 2050.
Justificam-se, assim, perspectivas de estudos alinhados especificamente com as
necessidades dessa população, repensando soluções para tornar este envelhecimento uma
experiência ativa, numa lógica que se entende repousar, inclusive, em direitos estabelecidos em
dispositivos da Constituição da República Brasileira (CF) de 1988 (BRASIL, 1988): o direito
à saúde, o direito ao uso de espaços públicos, sobretudo, em espaços abertos/verdes, doravante
denominados meio ambiente; são direitos da pessoa e, na constatação de que a vida torna-se
mais longínqua, são direitos do indivíduo idoso.
Além da importante justificativa para a orientação desses estudos às necessidades
específicas de pessoas idosas, há ainda a perspectiva de uma considerável justificativa para a
sociedade de maneira geral: de acordo com a Segunda Assembleia Mundial sobre o
Envelhecimento, realizada em Madrid em 2002, as potencialidades e experiências de idosos
refletem uma sólida base para o desenvolvimento futuro da sociedade, principalmente diante
da possibilidade de aproveitamento dos saberes e competências desses indivíduos na
(re)construção de uma sociedade mais justa e compreensiva.
19
Parte-se, pois, do pressuposto que o exercício verde pode auxiliar no desenvolvimento
de premissas básicas que todo idoso necessita para uma “vida de qualidade” no contexto da
saúde social: ausência de doenças ou restrições corporais debilitantes; acesso a e cultivo de
experiências lúdicas; possibilidades à com-vivência (com outros e com o meio/natureza).
Vivências em exercícios verdes, que podem incluir caminhadas, andar a cavalo, jardinagem,
aulas ao ar livre, por exemplo, de zumba, ginástica, yoga, pilates e várias outras, possibilitam
uma integração social e cultural com o ambiente e com indivíduos de outras faixas etárias,
promovendo o resgate de memórias afetivas que dão grande significado à experiência vivida,
principalmente em idosos, por se tratar de uma faixa etária carregada de saberes de experiência.
O envelhecimento ocorre num cenário de profundas transformações sociais, urbanas,
industriais, familiares e ambientais. A família encontra grandes dificuldades para o
desempenho das funções tradicionais a ela atribuídas: de educadora das crianças e
cuidadora dos mais velhos. Se as instituições para idosos, conhecidas como asilos, se
destinavam à velhice desvalida, hoje, na sociedade marcada pelo envelhecimento,
passam a ter uma nova missão: cuidar de idosos necessitados de várias modalidades
de serviços, em face das perdas funcionais que tornaram problemática a vida a sós ou
com a família (PEREIRA et al., 2004.p.2).
Neste contexto, o intento desta pesquisa é apresentar a natureza como potencializadora
de experiências com intencionalidade à saúde (exercício verde) que visam melhorias na
qualidade de vida dos idosos. Para tanto, partiu-se das seguintes questões norteadoras:
Em que medida o exercício verde é agente potencializador à diminuição dos efeitos
deletérios do envelhecimento?
Em que medida o exercício verde é agente potencializador ao desenvolvimento da com-
vivência e à incorporação de preceitos ecológicos em momentos lúdicos
(ecomotricidade), considerando-se idosos.
Com base nessas questões, esta dissertação teve como objetivo geral analisar as
possibilidades interventivas do exercício verde no desenvolvimento da saúde de idosos,
considerando a amplitude do conceito de saúde social. Para tanto, perseguiu os seguintes
objetivos específicos:
Caracterizar possíveis benefícios do exercício verde na diminuição dos efeitos deletérios
do envelhecimento;
Avaliar os aspectos essenciais de com-vivência, potencialmente desenvolvidos, por
meio do exercício verde;
Analisar possibilidades e limitações em relação à incorporação de preceitos ecológicos
no habitus de movimento do indivíduo a partir do exercício verde.
20
A dissertação está estruturada em três capítulos, além desta introdução e dos
procedimentos metodológicos: o primeiro capítulo aborda a questão sobre a potencial
diminuição dos efeitos deletérios do envelhecimento por meio do exercício verde; o segundo
capítulo discute as melhorias nas dimensões essenciais da com-vivência potencialmente
desenvolvidas por meio do exercício verde; o terceiro capítulo é composto pelos resultados e
discussões.
Sendo assim, os resultados aferidos e as considerações finais encerram a exposição
desta dissertação e explicitam uma análise contextualizada sob a premissa de que “praticar
cinco minutos de exercício físico num espaço verde melhora significativamente a autoestima e
o humor, ambos fundamentais para a saúde mental [...], liberta a mente, relaxa o espírito, reduz
a ansiedade e permite pensar com maior clareza” (BARTON; PRETTY, 2010. p. 2), assim como
uma caracterização mais ampla da intencionalidade à saúde, quer seja individual, coletiva ou
social.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Trata-se de uma pesquisa fenomenológica, de natureza qualitativa, que se utilizou de
levantamento bibliográfico e estudo de campo para obtenção dos dados. Para que essa
construção do conhecimento fosse feita, foi necessário obedecer a uma metodologia, a qual,
segundo Martins (2004, p. 291), “[...] é entendida como o conhecimento crítico dos caminhos
do processo científico, indagando e questionando acerca de seus limites e possibilidades”. Neste
sentido, utilizamos a Fenomenologia como aporte metodológico para fomentar reflexões acerca
do fenômeno estudado.
Fenomenologia, Phänomenologie em alemão, é uma palavra de origem grega,
formada por duas partes: phenomenon e logos, ou seja, “fenômeno” e -logia”.
Fenômeno signicando aquilo que se mostra e -logia como pensamento e capacidade
de se reetir. A fenomenologia, então, é a reexão sobre um fenômeno ou sobre aquilo
que se mostra (ALES BELLO, citado por RODRIGUES; LEMOS; GONÇALVES
JÚNIOR, 2010, p. 77).
O presente estudo teve como base o conceito de exercício verde como
“intencionalidade” à saúde em interação com a natureza. De acordo com Klotz (2009, p.13), “É
este estar-direcionado para algo que se costuma chamar de ‘intencionalidade’ dos estados
mentais”, sendo tal conceito um dos pilares da fenomenologia da percepção (desenvolvida,
principalmente, por Merleau-Ponty).
21
A Fenomenologia é um recurso metodológico que possibilita ao pesquisador a
investigação de situações vividas e a possibilidade de ingressar no mundo - vida dos
seus sujeitos - os que possuem a vivência da “coisa-mesma”. A revelação dessa
experiência é o fenômeno, sobre o qual o pesquisador tem interesse e intenção de
compreender. O método é a organização das descrições das falas dos sujeitos - que
são os dados da pesquisa (LIMA, 2015, p.2).
Para Bicudo e Espósito (1994, p.16), a fenomenologia teria surgido como “método
novo destinado a fundamentar tanto a filosofia quanto as ciências”. Seguindo essa linha de
pensamento, pode-se dizer que a fenomenologia legitima as experiências vividas e a
intencionalidade do indivíduo, sendo em experiências consigo mesmo e uns-com-os-outros; e
como estas experiências são capazes de modificar vidas.
O mundo fenomenológico é não o ser puro, mas o sentido que transparece na
intersecção de minhas experiências, e na intersecção de minhas experiências com
aquelas do outro, pela engrenagem de umas nas outras; ele é portanto inseparável da
subjetividade e da intersubjetividade que formam sua unidade pela retomada de
minhas experiências passadas em minhas experiências presentes, da experiência do
outro na minha (MERLEAU-PONTY, 1999, p.18).
Conforme a afirmativa acima, a fenomenologia transcende o mundo dos significados,
ao abrir espaços para as subjetividades e entendimentos de si, do outro e das coisas em seu
contexto temporal, cultural, intencional e geográfico. Para tanto, necessário se faz ir ao encontro
do fenômeno, experienciando suas vivências e delas participando, interagindo, sem, no entanto,
interferir no entendimento do outro.
Assim, observar o movimento do corpo é observar as suas relações com o mundo em
sua trajetória, as vivências e experiências que o torna cúmplice de seus momentos,
pois o corpo carrega sua historicidade, repleta de significados próprios para o sujeito
observado. Esse movimento pode traduzir importantes informações sobre o ser, pois
é uma forma de comunicar-se, de manifestar desejos, sentimentos, é a expressão não
falada, não dita (STEVAUX; RODRIGUES, 2012, p.4).
De acordo com Rodrigues, Lemos e Gonçalves Júnior (2010. p.84): “Apenas indo à
coisa mesma, ou seja, aos sujeitos situados na região de inquérito lugar ontológico no qual se
inserem conhecimentos específicos e interrogando-os, é que poderemos desvelar o fenômeno
que se encontra oculto”. Ou seja, há uma necessidade da construção de conhecimento in loco,
de vivenciar as experiências com corpo-presente. Neste contexto, o método escolhido no escopo
da fenomenologia para esta pesquisa foi o método fenômeno situado”, como procedimento
que observa e analisa o modo como os pesquisados experienciam suas vivências. Isso é
realizado, especialmente, pela interpretação das falas dos partícipes, colhidas mediante
gravação/filmagem, transcrevendo-as e analisando-as para atribuir-lhes significados e grau de
importância. Para, além disso, “a pesquisa da estrutura do fenômeno situado tem uma
22
apresentação própria sequencial, a saber: o mundo-vida, a pré-reflexão; situar o fenômeno, a
interrogação e a metodologia” (LIMA, 2016, p.4).
Para Martins e Bicudo (1989), o mundo-vida do pesquisador, ou “lebenswelt”,
possibilita que inicialmente seja feita uma pré-reflexão, seguindo-se de situar o fenômeno e
apresentar à questão, o que permite uma interação do pesquisador com o fenômeno pesquisado.
Pesquisas que utilizam o método do fenômeno situado são realizadas com uma pergunta mais
ampla e não se prendem a respostas mecânicas ou pré-prontas, nem questionários amplos. A
interpretação é feita mediante o conhecimento prévio do pesquisador acerca do fenômeno e dos
partícipes, primando por considerações que derivam, também, da vivência do pesquisador no
fenômeno estudado.
Conforme especifica Gonçalves Júnior, citado por Rodrigues, Lemos e Gonçalves
Júnior (2010, p.85): “na abordagem Fenômeno Situado é usual se fazer apenas uma
interrogação e deixar os colaboradores falarem livremente, preferencialmente gravando seus
discursos”. Nesta dissertação, o corpus (conjunto de materiais coletados para a análise) será
constituído por narrativas descritivas construídas pelos participantes envolvidos. A seguinte
descrição inicial será solicitada para a construção das narrativas: fale sobre as atividades físicas2
que você vivencia no projeto. A descrição solicitada oferece uma amplitude de interpretação
por parte do narrador para expressar livremente aquilo que considera mais significativo em
relação ao fenômeno vivenciado, estando em conformidade com a proposta de interrogação
idealizada pelo método fenômeno situado.
Focando em elementos mais específicos dos objetivos dessa pesquisa, possíveis
solicitações posteriores poderiam incluir: a) fale sobre o que você sente quando está nas
atividades físicas que você vivencia no projeto; b) fale sobre sua relação com as pessoas nas
atividades físicas que você vivencia no projeto; c) fale sobre algo que aconteceu nas atividades
físicas que você vivencia no projeto que lhe marcou de alguma maneira.
Delimitação e caracterização da área de estudo
2 Apesar de preferirmos o termo “exercício” para caracterizar experiências com intencionalidade à saúde,
compreendendo as limitações da expressão “atividade física”, uma vez que se limita a uma “atividade” (perdendo
a riqueza mais ampla da experiência) que é meramente “física” (desconsiderando os múltiplos aspectos envolvidos
na experiência, que vão muito além do desenvolvimento físico), preferimos utilizar esse termo na solicitação de
descrição do fenômeno por entender que se trata de um “jargão” popular que deixa mais claro aos participantes da
pesquisa qual é a experiência que gostaríamos que relatassem em suas narrativas.
23
Para realização desta pesquisa, optou-se como locus do estudo o programa “Saúde no
Parque”, realizado pela Unimed Agreste Meridional, localizado na cidade de Garanhuns, no
agreste pernambucano. A opção por esse local de estudo surgiu pela possibilidade de contato
com grupos heterogêneos: de classes sociais distintas, diferentes escolaridades, culturas
distintas e realidades diversificadas, alinhando-se ao fato da pesquisadora ser moradora da
referida cidade.
Portanto, o universo da pesquisa é composto por um grupo amostral: “A”. O grupo
amostral “A” é composto por 20 (vinte) indivíduos idosos, de ambos os sexos, participantes do
Programa Saúde no Parque; esse grupo amostral é caracterizado por participantes que realizam
atividades outdoor (ao ar livre), ou seja, em ambiente aberto. Essas atividades são realizadas
no parque Euclides Dourado, localizado na Avenida Júlio Brasileiro, s/n, bairro de Heliópolis,
em Garanhuns-PE.
Coleta e análise dos dados
Todos os participantes, voluntários, foram entrevistados, construindo narrativas sobre
suas vivências no ambiente onde praticam exercícios. A questão da pesquisa foi proposta
através de uma pergunta feita oralmente. As narrativas, construídas oralmente pelos partícipes,
foram gravadas, com a devida autorização por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido.
As entrevistas foram, posteriormente, transcritas na íntegra. Através do método
fenômeno situado, as narrativas foram analisadas buscando-se “unidades de significado”,
sempre em relação aos objetivos da pesquisa. As unidades de significado foram organizadas
em categorias que apontem similaridades, divergências e pontos silenciosos das narrativas em
relação às questões de pesquisa desse estudo. O processo de categorização é interpretativo,
sendo uma análise particular do pesquisador a partir das observações de campo e dos objetivos
e questões da pesquisa.
24
Figura 01: Organograma Metodológico
GARANHUNS-
PE)
Projeto Saúde
no Parque
Lócus
Partícipes
Idosos de 60 a
85 anos;
Máximo 20
pessoas;
Voluntários;
Atividades
oudoor; Projeto
Saúde no
Parque
NARRATIVAS
"Fale sobre as
atividades
físicas
vivenciadas no
projeto";
Método:
Fenômeno
situado
Coleta
Discussão
Perspectivas sobre
o exercício
outdoor
Fonte: autoria própria (2018).
Partindo, pois, da catalogação e atribuição de significados às respostas dos
pesquisados, foram tecidas as considerações e reflexões acerca das experiências relatadas por
eles a partir de suas vivências em exercícios, traçando-se um perfil entre os indivíduos. A partir
dessa análise, desvelaram-se pontos importantes em relação à questão do exercício verde como
meio para potencial incorporação de preceitos ecológicos no habitus de movimento e melhoria
na qualidade de vida e na saúde do idoso, considerando-se vida de qualidade e saúde dentro do
escopo mais amplo da saúde coletiva.
Métodos
A partir das respostas dos entrevistados para as perguntas propostas, foram selecionados
trechos específicos das respostas (unidades de significado) que possuíam significado relevante
em relação à pergunta de pesquisa, sempre com o devido cuidado para que tais trechos não
perdessem a essência e o contexto mais geral da narrativa completa. Cada unidade de
significado foi numerada de acordo com o número atribuído à entrevista (definido pela ordem
em que as entrevistas foram realizadas) e a ordem em que a unidade de significado aparece na
entrevista. Por exemplo, a primeira unidade de significado extraída da entrevista 1 (primeira
entrevista realizada) recebeu a codificação 1.1; a segunda unidade de significado dessa mesma
25
entrevista recebeu a codificação 1.2; e assim por diante. Em outro exemplo, a primeira unidade
de significado extraída da entrevista 2 (segunda entrevista realizada) recebeu a codificação 2.1;
a segunda unidade de significado dessa mesma entrevista recebeu a codificação 2.2; e assim
por diante.
Após o processo de unitarização das entrevistas, as unidades de significado relativas
às diferentes entrevistas foram catalogadas em grupos de acordo com a semelhança das
narrativas, possibilitando a formação de categorias de análise (processo interpretativo de
categorização). A partir desse processo, foram criadas quatro categorias, a saber: Exercício e
saúde; Exercício verde e saúde; Exercício verde e com-vivência; Exercício verde e vida de
qualidade. As categorias são essenciais para a caracterização dos resultados do estudo e para
responder a questão de pesquisa. Assim, as quatro categorias possuem estreita relação com
temas como exercício, exercício verde, saúde, vida de qualidade e com-vivência, sobretudo, na
maneira como esses temas são significativos para as pessoas idosas frequentadoras das
atividades do programa Saúde no Parque.
Importante ressaltar que o processo de categorização é interpretativo, sendo construído
a partir de uma estreita relação entre o pesquisador e seu tema de pesquisa. Nesse processo, é
bastante comum que uma mesma unidade de significado possua relevância para mais de uma
categoria, evidenciando, inclusive, como as diferentes categorias não são distintas ou
desarticuladas entre si, mas forma, em seu conjunto, uma representação integrada do fenômeno
investigado. Nos casos em que uma mesma unidade apresentava relevância a mais de uma
categoria, definiu-se pela inserção na categoria mais representativa na relação específica com a
unidade de significado.
A apresentação das categorias é realizada a partir da definição dos significados daquela
categoria em relação à questão de pesquisa e aos referenciais teóricos desenvolvidos no estudo,
sendo essa definição sempre acompanhada de exemplos de unidades de significado (extraídos
do corpus de pesquisa) que compõem a categoria. Essa apresentação é realizada em detalhes no
terceiro capítulo dessa dissertação.
26
CAPÍTULO 1
O EXERCÍCIO VERDE E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A
DIMINUIÇÃO DOS EFEITOS DELETÉRIOS DO
ENVELHECIMENTO
Manter a autonomia e independência
durante o processo de envelhecimento,
é uma meta fundamental
para indivíduos e governantes
(WHO, 2005, p.13).
27
1. O EXERCÍCIO VERDE E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA DIMINUIÇÃO DOS
EFEITOS DELETÉRIOS DO ENVELHECIMENTO
Neste capítulo, dissertamos sobre os benefícios do exercício na vida dos idosos, suas
contribuições para a adoção de uma vida mais ativa e sobre como o exercício é capaz de
transformar a vida dessa parcela da população. Relatamos, mais especificamente, sobre as
benesses do exercício verde como possibilidade de diminuição dos efeitos deletérios do
envelhecimento. Essa argumentação se baseia na ideia de que, além do potencial do exercício
verde para idosos como exercício (intencionalidade à saúde), podendo gerar melhoria na
qualidade do sono, aumento da produção de vitamina D, aumento do equilíbrio e da força,
melhora ou diminuição de doenças pré-existentes e adiamento do aparecimento de outras, por
exemplo, há fatores adicionais a serem considerados que são próprios do exercício ao ar livre,
especialmente considerando-se a ideia de saúde social, evidenciando-se um potencial para
significativos elementos da com-vivência e da incorporação de um habitus ecológico que pode
ter importantes consequências na coletividade.
De maneira geral, a abordagem tomada nesse capítulo baseou-se no argumento de que
os exercícios são capazes de auxiliar idosos a continuar sendo protagonistas em suas vidas,
amenizando ou retardando o aparecimento de doenças e incapacidades/imobilidades típicas do
envelhecimento, tais como a diminuição da capacidade física e cognitiva consequente da perda
gradativa da visão, do equilíbrio e da audição, algumas das capacidades perceptivas que mais
sofrem declínio com o passar do tempo. O retardo nesses processos de envelhecimento pode
ser fator fundamental na diminuição dos eventos depressivos associados ao isolamento social,
muitas vezes, experimentados por essa parcela da população; com a diminuição da produção
hormonal, idosos se tornam mais propensos a transtornos psicológicos, havendo ainda o fator
de uma grande dificuldade de aceitação da nova condição física e psicológica.
Por fim, discutimos como a criação de políticas públicas que incentivem os idosos a
realizarem exercícios com regularidade pode ser um caminho interessante para a diminuição de
gastos com medicações e internamentos, estimulando indivíduos a serem mais ativos e
responsáveis por suas escolhas, mais felizes e conscientes da sua importância na sociedade e na
família.
1.1 O exercício na vida dos idosos
28
A relação direta entre o exercício e a saúde do idoso é tema recorrente de pesquisas
em diferentes áreas de produção de conhecimento. Um dado relevante, nesse sentido, aponta
que muitas doenças e incapacidades que acometem idosos apresentam-se mais por falta de
exercícios do que por fatores relacionados com o próprio processo de envelhecimento
(OMS/FIMS, 1994-1995). Além da relação direta entre o exercício e a prevenção de doenças,
há também importantes consideranções, principalmente para o idoso, em relação à possibilidade
de mobilidade, fator que incide diretamente na independência desse indivíduo em relação a sua
movimentação e, consequente, busca pela com-vivênciacom outros e com o meio.
A promoção do exercício para os idosos possibilita que estes sejam protagonistas de
sua condição de vida, ao passo que influencia decisiva e positivamente nos efeitos deletérios
do envelhecimento, conferindo-lhes o que se chama de envelhecimento ativo, conceito definido
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como as possibilidades decorrentes do exercício
para a pessoa idosa.
Figura 2: Benefícios do Exercício Físico.
Fonte: Vladman (2012b, p.1).
Alvo de estudos recorrentes, também na antropologia, devido ao caráter
preconceituoso que a devida faixa etária enseja, a velhice legítima os estereótipos de
inaptabilidade e falta de funcionalidade (MINAYO; COIMBRA JUNIOR, 2002). Todavia,
deve-se levar em conta que, embora o idoso não apresente a mesma capacidade física,
habilidade e flexibilidade mental do jovem, ele carrega consigo experiências socioculturais
capazes de gerar nos jovens uma apreensão dessas memórias, o que concorrerá para torná-lo
29
um individuo mais afetivo e interligado socialmente com outras faixas etárias, predispondo-os
a um convívio mais harmonioso.
Por outro lado, quando o jovem está em contato direto e contínuo com pessoas de
maior idade, consegue legitimar suas experiências de conhecimento cultural e valorizam e
resgatam suas origens e suas memórias afetivas, onde sugere a capacidade de gerar um cuidado
entre o jovem e o indivíduo idoso. Portanto, melhorar a qualidade da vida destes indivíduos é
premissa para que, tanto eles como os jovens com o qual com-vivem, possam vivenciar suas
experiências etárias de maneira mais intensa.
Voltando a discussão para o declínio funcional, a adoção da prática do exercício
regular e moderado pode postergá-lo, sendo comprovada a diminuição do aparecimento de
doenças crônicas em idosos que praticam exercício. “Por exemplo, uma atividade física regular
e moderada reduz o risco de morte por problemas cardíacos em 20 a 25% em pessoas com
doença do coração diagnosticada” (MERZ; FORRESTER, citado por WHO, 2005, p.13). Entre
os benefícios do exercício para idosos, mais claramente evidenciados, estão: a melhora da saúde
mental, a diminuição dos riscos de quedas, a contribuição para a independência por mais tempo
e a promoção da interação social, favorecendo, assim, a diminuição dos eventos depressivos
associados ao isolamento social, que acomete muitos desses indivíduos (WHO, 2005).
Benefícios psicossociais também são proporcionados pela prática do exercício, entre eles: alívio
da depressão, elevação da autoconfiança e melhora da autoestima (NERI, 2001). Já segundo
Heikkinen (1998), estudos comprovam que esses benefícios se estendem desde a diminuição
de doenças cardiovasculares, osteoporose, melhora da capacidade funcional, controle da
pressão arterial, diabetes e alguns tipos de câncer.
A velhice é caracterizada como um fenômeno heterogêneo, por não apresentar
característica singular. Sendo heterogêneo há, portanto, uma enorme variedade nas
possibilidades do ser e do se constituir “velho”. Ou seja, o envelhecimento não retrata apenas
o caráter cronológico, sendo abrangente também a fatores biopsicossociais e funcionais
(ROWE; KAHN, 1987). Nesse sentido, pensar sobre a velhice significa a consideração de
aspectos que transcendem a mera ausência de doenças. Para Negrão e Barreto:
O principal objetivo da prática do exercício físico para o idoso é ampliar ao máximo
possível sua expectativa de vida ativa e com qualidade, promovendo sua
independência física e cognitiva, de forma que uma eventual doença ou incapacidadee
só se apresente nos últimos tempos de sua vida (NEGÃO; BARRETO, 2010, p. 301).
Assim, estudos afirmam que o exercício tem benefícios que vão além de exames
laboratoriais normais e de uma melhora na sensação de bem-estar, possibilitando uma vida mais
30
prazerosa e com menor ocorrência de doenças relacionadas à idade (MATSUDO; MATSUDO;
BARROS NETO, 2001). Do ponto de vista da aptidão fisiológica, o exercício contribui para a
capacidade de realização de esforços e movimentos de ordem cotidiana sem fadiga ou grandes
desconfortos; ainda ajuda na regulação e manutenção do peso corporal e contribui com o melhor
funcionamento fisiológico do metabolismo e das defesas do organismo contra infecções
(BORGES; MOREIRA, 2009).
Além das questões de aptidão fisiológica, o exercício promove diminuição nos níveis
de ansiedade e depressão, assim como o retardamento da mobilidade diminuida e da diminuição
cognitiva, fatores que influenciam diretamente na perda da independência, um dos principais
problemas relacionados ao bem viver em idosos. Porém, segundo a OMS e a Federação
Internacional de Medicina do Esporte (FIMS), mais da metade da população em todo o mundo
ainda é pouco ativa; essas entidades recomendam que governos promovam e melhorem
programas de aptidão e exercícios com ênfase das políticas socias e de saúde pública,
ancorando-se nas seguintes afirmações:
* O exercício diário é o primeiro passo para um estilo de vida mais ativo, devendo ser
inserido no cotidiano da população. Mudanças básicas de hábito são capazes de
promover uma melhor qualidade de vida.
* Adultos acima de 60 anos, incluindo os mais idosos, cujo número aumenta em todo
o mundo, devem ser estimulados a ter vida ativa de modo a manter sua independência
de movimentação e sua autonomia pessoal, a reduzir os riscos de lesões e a promover
nutrição ideal. Os papéis e as relações sociais serão assim também facilitadas.
* O fato de que há benefícios ao iniciar exercícios em qualquer idade deve ser
amplamente divulgado pelos meios de comunicação.
* Os adultos devem ser estimulados a aumentar seu envolvimento com exercícios
habituais gradualmente, objetivando realizar pelo menos 30 minutos diários de
exercício de intensidade moderada como, por exemplo, caminhada e subida de
escadas. Atividades mais intensas como o jogging, andar de bicicleta, jogos de campo
ou quadra (futebol, tênis, etc.) e natação podem proporcionar benefícios adicionais.
* Deve-se oferecer às mulheres uma variedade de oportunidades e mais estímulo para
realizar exercícios saudáveis. (OMS/FIMS, 1994-1995, p.121).
Considerando-se a importância do exercício no acesso ao bem viver, sobretudo para
os idosos, destacam-se as potencialidades de maior autonomia, melhor qualidade de vida,
indepedência e ausência ou diminuição de doenças.
Tal preocupação tem despertado no meio científico o interesse em estudar as
interfaces da velhice propriamente dita e do envelhecimento populacional, para
compreendê-lo em sua magnitude e especificidade, contribuindo assim para a
estruturação de intervenções e políticas adequadas e para a qualidade de vida daqueles
que já envelheceram, dos que estão por envelhecer e dos indivíduos que se relacionam
com essa população (BIANCO, 2003, p.9).
É notório que, já há alguns anos, o encorajamento e o incentivo à prática da atividade
física tem se mostrado mais intenso. Tal prática pode acontecer em ambientes abertos (indoor),
31
como academias, clubes ou estúdios, ou em ambientes abertos (outdoor), como praças e parques
públicos. Esse tipo de incentivo promove ao idoso o abandono do sedentarismo, a diminuição
das doenças e um possível aumento da capacidade física e cognitiva, possibilitando, assim,
independência, autoconfiança e sensação de bem-estar. Porém, mesmo sendo apresentados tais
benefícios, uma parcela grande dessa população ainda apresenta-se como sedentária ou
fisicamente pouco ativa. Diante disso, estudos comprovam que quanto mais ativa seja uma
pessoa, menos limitações físicas ela terá. Desta forma, salientamos a importância da criação de
políticas públicas que favoreçam e estimulem os idosos, especialmente os sedentários, a serem
mais ativos, a partir da criação de ambientes seguros para o exercício, dotados de aprazibilidade,
estrutura, motivação e caráter lúdico e de lazer.
Verifica-se, portanto, que com o aumento dessa parcela da população, registra-se a
necessidade de mudanças de estrutura social para suprir as necessidas desses idosos, pois que
o aumento da população idosa gera necessidades de mudanças na estrutura social para que estas
pessoas, ao terem suas vidas prolongadas, não fiquem distantes de um espaço social, em relativa
alienação, inatividade, incapacidade física, dependência e consequentemente, sem vida de
qualidade. A manutenção da capacidade funcional é um dos principais benefícios confereridos
à prática de exercícios, principalmente em idosos. Segundo Andeotti (1999), a possibilidade de
realização de atividades de vida diária (AVD) e das atividades instrumentais de vida diária
(AIVD) é o que caracteriza a capacidade funcional em seres humanos.
As atividades da vida diária (AVD) são referidas como: tomar banho vestir-se,
levantar-se e sentar-se, caminhar a uma pequena distância; ou seja, atividades de
cuidados pessoais básicos e, as atividades instrumentais da vida diária (AIVD) como:
cozinhar, limpar a casa, fazer compras, jardinagem; ou seja, atividades mais
complexas da vida cotidiana (MATSUDO SMM, 2001, p. 15).
Assim, podemos justificar o exercício como um dos principais facilitadores para a
realização dessas tarefas, além de possibilitar melhora na aptidão física, sendo essa aptidão
física caracaterizada pela melhora de valências como: força, flexibilidade, capacidade
cardiorrespiratória e resistência murscular localizada (RML). Tal melhora na aptidão física
pode ser evidenciada pela diminuição dos episódios de quedas, melhoria do condicionamento
cardiorrespiratório, diminuição das doenças crônicas degenerativas e maior autonomia.
Outros fatores muito importante melhorados com a prática do exercício por idosos, são
os fatores musculares e psicossociais: a melhora da composição corporal, aumento da densidade
mineral óssea, melhora da autoestima e alívio da depressão, estão entre os muitos benéficios
nesses fatores.
32
Um programa de exercícios físicos bem direcionado e eficiente para esta idade deve
ter como meta a melhora da capacidade física do indivíduo, diminuindo a deterioração
das variáveis de aptidão física como resistência cardiovascular, força, flexibilidade e
equilíbrio, o aumento do contato social e a redução de problemas psicológicos com a
ansiedade e a depressão (FRANCHI KMB et al, 2005, p.3).
Diante disso, podemos afirmar que a criação e implementação de políticas públicas
que incentivem a prática do exercício físico, caracterizam-se como urgente e economicamente
mais viável, pois são políticas de promoção à saúde e tem por objetivo estimular a população
idosa a adotar alternativas mais fisicamente saudáveis e ativas, diminuindo assim os gastos com
atendimentos em estabelecimentos de saúde e tornando a população idosa em indivíduos mais
independente físico e intelectualmente e mais conscientes do seu papel na sociedade, como
novo protagonista da sua vida e da sua história.
Há, portanto, o reconhecimento por parte de algumas políticas públicas da necessidade
de se incrementar a prática de atividades físicas desta população. Entretanto, ainda
são escassas as intervenções, serviços, espaços e equipes que promovam o
reconhecimento que um estilo de vida ativo é fundamental na preservação da saúde e
manutenção da capacidade funcional e independência do idoso. É importante que o
idoso incorpore, em seu modo de vida, hábitos saudáveis através de informações e
conteúdos que sejam capazes de modificar e acrescentar atitudes favoráveis para a
manutenção e prevenção de sua saúde em seu significado mais abrangente (física,
mental, emocional, social e espiritual) (FRANCHI KMB et al, 2005, p.3).
Portanto, a implementação de políticas públicas que possam contribuir para
diminuição dos efeitos deletério do envelhecimento, possibilitar o acesso à informação por parte
desses idosos, favorecendo assim uma velhice mais saudável e fisicamente ativa é de suma
importância para o bem estar dessa parcela da população.
1.2 Os benefícios do exercício verde para idosos
Entende-se por meio ambiente ecologicamente equilibrado aquele em cujo local é
possível o desenvolvimento da vida minimamente digna e propícia ao desenvolvimento das
potencialidades bióticas e abióticas. Tal conceito é estabelecido na Constituição Federal
(BRASIL, 1988), na qual se postula no capítulo VI, Art. 255, que todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações”. Desse modo, constitui-se obrigação do ser humano cuidar,
defender, respeitar e preservar o ambiente como sua própria casa.
O contato com o meio ambiente ecologicamente equilibrado tem comprovada
influência sobre possibilidades de desenvolvimento da qualidade de vida e de saúde, como
33
afirmam diversas pesquisas que abordam experiências recreativas e esportivas na natureza (ver,
por exemplo, Sacramento e Rodrigues, 2017 - relatório de pesquisa que analisa 93 artigos
científicos que abordam essa temática). Destacamos que o conceito de qualidade de vida
desenvolvido no presente estudo vai ao encontro do conceito de bem-viver (por exemplo, Toro
Arévalo, 2017), pelo qual se entende que a qualidade de vida não se resume ao acesso e posse
de bens materiais e de consumo, mas se constitui na possibilidade de encontros harmoniosos na
com-vivência, tanto com outros como com o ambiente.
O conceito de “exercício verde” é desenvolvido por Markay e Neill (2010), sendo
caracterizado pelos exercícios realizados ao ar livre (ambiente natural) e diretamente
beneficiados pela incidência solar. No caso específico dessa pesquisa, o exercício verde é
compreendido como o exercício com intencionalidade à saúde e interação com a natureza,
compreendendo natureza em sua dimensão virtual, ou seja, da forma em que é
concebida/imaginada pelo indivíduo.
Defende-se, nesse estudo, que os benefícios do exercício verde intensificam os
próprios benefícios do exercício, considerando-se tanto os estudos que apontam os benefícios
específicos do contato com a natureza (SACRAMENTO; RODRIGUES, 2017), como a
predisposição dos idosos aos exercicios verdes, evitando, assim, espaços fechados e com certa
orientação ao público mais jovem, tais como as academias especializadas em diferentes tipos
de exercícios. Notadamente o exercício verde é o mais indicado para os idosos, visto que lhes
permite o contato direto com a natureza, possibilitando-lhes experiências que rementem à
infância e juventude e ainda favorecem um maior convívio social coletivo no qual a solidão e
a depressão sejam minimizadas.
Figura 03: Fluxograma de exercício verde de Mackay e Neill.
34
Fonte: Mackay e Neill, 2010.
Outro benefício potencial dos exercícios verdes inclui a exposição controlada à radiação
ultravioleta, especificamente importante para a produção de vitamina D, que atua diretamente
na melhoria da saúde dos ossos, favorece o sistema imunológico, prevenindo cardiopatias,
diabetes, hipertensão arterial, melhora as sensações de revitalização, diminuição de depressão,
melhora o humor, diminui tensões, previne elementos que podem aumentar as chances de
incidência do câncer e fortalece o sistema muscular, diminuindo o risco de quedas e facilitando
os movimentos dos braços, pernas e tronco (WHO, 2005; BARTON; PRETTY, 2010).
Estima-se que em 2025 o Brasil terá cerca de 32 milhões de idosos, o que equivalerá a
14% da população brasileira. Nesta conjuntura populacional, faz-se necessário um programa de
atividade que vise à melhoria da qualidade de vida e envelhecimento ativo desta população.
Conforme consta no estatuto do idoso (BRASIL, 2003), é dever do poder público, da
comunidade, da familia e da sociedade assegurar e possibilitar aos idosos subsídios para garantir
um envelhecimento com todas as prerrogativas constantes nos artigos 83, 94 e 205. De acordo
com os artigos citados, constituem-se direitos dos idosos: envelhecer com dignidade, saúde,
lazer, cultura, educação, a criação de políticas públicas que favoreçam o envelhecimento
saudável e serviços que sejam adequados para sua idade e condicão de saúde.
Entende-se, portanto, que o exercício verde, destinado ao público idoso representa, além
de possibilidades de benefícios, diretamente relacionados à saúde fisiológica, um grande
potencial para o desenvolvimento de relações afetivas e sociais, inclusive com outras faixas
etárias, potencialmente configurando relações harmônicas entre os envolvidos. Nessa
perspectiva, evidencia-se a importância do idoso no plano social:
A expectativa de uma vida mais longa é uma conquista da civilização e representa
grande potencial para o desenvolvimento humano geral. Com sua experiência coletiva
e habilidades, a crescente população de homens e mulheres idosos é um recurso
precioso para as famílias, as comunidades, a economia e a sociedade como um todo.
É fato que a participação ativa desses indivíduos na sociedade é cada vez mais
essencial para compensar o declínio da proporção de jovens (CENTRO
INTERNACIONAL DE LONGEVIDADE BRASIL, 2015, p.19).
Para tanto, a mobilidade e independência do idoso é fator essencial:
3 Art. 8º - O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei
e da legislação vigente.
4 Art. 9º - É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de
políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
5 Art. 20º - O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que
respeitem sua peculiar condição de idade.
35
Manter a autonomia e independência durante o processo de envelhecimento é uma
meta fundamental para indivíduos e governantes. Além disto, o envelhecimento
ocorre dentro de um contexto que envolve outras pessoas, amigos, colegas de trabalho,
vizinhos e membros da família. Esta é a razão pela qual interdependência e
solidariedade entre gerações (uma via de mão-dupla, com indivíduos jovens e velhos,
onde se dá e se recebe) são princípios relevantes para o envelhecimento ativo (WHO,
2005, p.13).
A realização do exercício verde por idosos tem consequências potenciais no plano
social, econômico e ambiental. Social, por que possibilita uma maior integração e socialização
com indivíduos da mesma faixa etária e de faixas etárias diferentes; econômicas, pois através
da prática do exercício verde diminui-se gastos com medicações e consultas médicas, além de
movimentar um mercado específico voltado para esse fim; ambientais, considerando-se as
possibilidades de incorporação de preceitos ecológicos no habitus de movimento dos indivíduos
envolvidos. A promoção de políticas públicas que estimulem a realização do exercício verde e
fomentem a criação de espaços próprios para essa prática podem incidir diretamente na
diminuição de gastos com medicamentos e internações, bem como em experiências ecológicas
com potenciais direcionamentos a transformações das relações ser humano-natureza.
Neste sentido, espera-se despertar nos gestores públicos a necessidade de
implementação de espaços abertos propícios à prática do exercício que contem, sobretudo, com
segurança, conforto e aprazibilidade concernentes ao desenvolvimento da pessoa idosa.
Despertando, assim, o interesse dos idosos a praticarem o exercício verde nesses espaços e a
tonarem para si o sentimento de pertença e pertencimento.
Por meio de políticas públicas, investimentos empregados na construção de espaços
destinados à prática do exercício verde poderiam retornar aos cofres públicos através de uma
maior vida de qualidade dos usuários e da diminuição da procura por postos de saúde, hospitais
e pronto atendimento. Além do mais, essas políticas públicas são capazes de aproximar mais a
população e fazerem como que eles se cuidem uns dos outros, surgindo assim uma corrente do
bem, na qual todos zelam por si e pelos outros, se ajudam mutuamente e ainda cuidam do espaço
em que estão inseridos.
1.3 Ética ambiental: o princípio da preservação na ótica dos idosos.
Os conceitos de ética e moral são diferentes entre si, no contexto filosófico. Ética
estuda os valores morais que norteiam o comportamento humano em sociedade e moral diz
respeito aos costumes, convenções estabeliecidades pela sociedade, regras e tabus. Os termos
possuem origem etimológica distinta. A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa
36
“modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que
significa “relativo aos costumes” 6. Assim, ética diz respeito a valores e moral a costumes,
limites estabelecidos pela sociedade que se está inserido.
Para Antônio Silveira Ribeiro dos Santos (2006), ética ambiental é: “[...] a conduta
comportamental do ser humano em relação à natureza, decorrente da conscientização ambiental
e consequente compromisso personalíssimo preservacionista, tendo como objetivo a
conservação da vida global”. Ética ambiental refere-se à ampliação do conceito de ética, ao
nortear o modo de agir socialmente do homem e como ele atua em relação à natureza, ligando
a preservação da vida humana integralmente à conservação da vida de todos os seres vivos.
Esse agir possibilita ao homem a capacidade de interagir, modificar e transformar o ambiente
em que vive, a essa capacidade dá-se o nome de Antropogenia. Segundo Maurício Waldman
(2006, p.36), antropogenia é “[...] capacidade humana para alterar ambientes e substâncias [...].
Essa alteração no ambiente deve ser pautada em preceitos ecologicamente corretos e
sentimentos de preservação ambiental. Cabe aos seres humanos à capacidade da tomada de
decisões e de assumir responsabilidades perante seus atos (agente moral) ou em outra ocasião
se encontrar em situação vulnerável (paciente moral) e esses papéis não são permanentes. Isso
é muito importante lembrar aos que acreditam na supremacia humana em relação aos outros
seres vivos, visto que tudo é passível de mudança. Adiante disso, Regan (1981) postula que a
verdadeira ética ambiental deve amparar as seguintes classes de seres: “seres não-humanos que
fazem parte desse estatuto moral; todos os seres conscientes e alguns não-conscientes devem
fazer parte da comunidade moral.
Explicando Regan, pode-se dizer que tudo que tiver valor inerente é um ser
considerado digno de respeito, portanto, digno de ser preservado. Assim podemos citar o
princípio da igualdade entre todos os seres, para exemplificar essa afirmação, segundo Peter
Singer:
[...] se aceitarmos o princípio da igualdade como uma base moral sólida das relações
com os outros representantes da nossa espécie, teremos também de o aceitar como
base moral sólida das relações com aqueles que não pertencem à nossa espécie -- os
animais não humanos (2002, p. 65).
O Ecocentrismo, segundo Perreira, “[...] diz respeito ao foco de atenção que é dada
com maior minudência pelas sociedades a determinada forma de concepção do mundo e da
realidade(PEREIRA, 2014, p.2). A natureza está no centro de tudo e possui o mesmo valor
6 Dicionário Informal on line. Significado de ética e moral. Disponível em:
<http://www.dicionarioinformal.com.br/ética%20e%20moral/.html>. Acesso em: nov. de 2017.
37
que os outros seres e, portanto, carece ser protegida, possuindo assim, um valor próprio que não
depende de nenhum tipo de interesse. Para o ecocentrismo o homem é parte da natureza e como
tal, deve cuidar dela e o ambiente é visto como algo que deve ser tutelado por ele. Para essa
corrente teórica a natureza não se sobrepõe ao homem, mas é colocada no mesmo patamar, em
categorias que se completam e ainda pregam a redução do consumo, privando assim o indivíduo
de sua liberdade. Na visão ecocêntrica, os recursos naturais são finitos e como tal, necessitam
ser utilizados e preservados com consciência de sua finitude.
O conceito de meio ambiente há de ser, pois, globalizante, abrangente de toda a
natureza original e artificial, bem como os bens culturais correlatos, compreendendo,
portanto, o solo, a água, o ar, a flora, as belezas naturais, o patrimônio histórico,
artístico, turístico, paisagístico e arqueológico (SILVA, 1997, p.20).
Assim, o meio ambiente é visto como sendo muito mais completo, abrangente e com
maiores dimensões. E ocorre uma relação de reciprocidade e complementaridade entre todos os
organismos, para que haja uma vida mais harmoniosa e com qualidade. O ecocentrismo tem
por principal função tentar fazer o homem entender que cuidando da natureza, ele estará
cuidando de si mesmo. Com essa afirmação, Peter Singer pretende “igualar” todos os seres
vivos. Esse patamar de igualdade refere-se também à adoção de sentimentos de respeito e
preservação, dos humanos para com os não-humanos, garantindo, assim, um convívio
harmonioso entre todos os seres.
Para o ecologismo personalista o ser humano é integrante da natureza, tem lugar e
função própria dentro dela. Sendo o ecologismo personalista entendido como uma relação
harmoniosa de ajuda mútua entre homem e natureza, conforme Silva: “[...] o ecologismo
personalista é um pensamento de inspiração monoteísta que considera a relação entre homem e
natureza como uma relação de colaboração, simbiótica, de cooperação” (SILVA, 1997, p.20).
É uma relação de simbiose, na qual prevalece o interesse humano no reestabelecimento dos
recursos naturais. Mesmo sendo superior aos outros seres, depende do meio em que vive e é
através da própria natureza que ele é capaz de se realizar. O homem transforma o meio em que
vive, de modo que consiga desenvolver suas potencialidades e o que o difere dos outros animais
é sua capacidade de comunicação, pela qual é capaz de comunicar-se com as coisas, com os
outros, com Deus. Além da comunicação, o ser humano possui uma personalidade, própria e
diferente em cada pessoa, é independente e tem liberdade, e através dessa liberdade adquire as
capacidades de conhecimento e transformação da natureza.
O ser humano possui liberdade para cuidar de outros seres, ao mesmo tempo que
depende deles. Tem o dever de cuidar, proteger e administrar, por isso o ser humano é tão
38
precioso, tem capacidade de transformar de maneira ordenada o seu ambiente. Por tudo isso, o
ecologismo personalista assemelha-se com o antropocentrismo, mesmo apresentando algumas
características que o diferencia:
Ocorre que mesmo sendo o personalismo ecologista uma tendência considerada
antropocêntrica, há nele elementos que o diferenciam do antropocentrismo em sentido
estrito e outros elementos que o aproximam do ecocentrismo, sem que ele deixe de
integrar o grande grupo do antropocentrismo. A diferença entre o ecologismo
personalista e o antropocentrismo é que o personalismo vê o ser humano como
guardião da natureza (SILVA, 1997, p.28).
E sendo guardião da natureza, o homem precisa cuidá-la para que a natureza não deixe
de existir, lançando mão da ética ambiental como meio político e social de preservação/
conservação. Conforme corrobora Pelli: [...] A Ética Ambiental emerge como uma ética, acima
de tudo política e social de primeira ordem. Une em suas diretrizes a racionalidade, valores e
práticas sociais objetivas. Seus princípios básicos são: Sustentabilidade, Justiça Social e
Preservação/Conservação” (PELLI, 2015). Assim, o princípio da preservação é um dos
princípios básicos para o exercício da ética ambiental, bem como para a garantia da existência
humana na terra.
Por intermédio do princípio da preservação que idosos exercem a prática da ética
ambiental. Para Leonardo Boff (2004) esse princípio tem o nome de cuidado, a arte de cuidar
dos biomas existentes, o zelo com que se deve tratar o meio em que se vive. Segundo o autor,
“[...] o cuidado serve de crítica à nossa civilização agonizante, e também de princípio inspirador
de um novo paradigma de convivialidade(2004, p.13). Assim, por meio do princípio da
preservação que se absorve o cuidado e zelo para com o meio ambiente, melhorando a qualidade
de vida imediata e futura. Os idosos, por possuírem uma maior experiência de vida, são capazes
de passar esse sentimento e dever de preservação, cuidado e zelo, tanto para indivíduo de
mesma faixa etária quanto para os de faixas etárias diferentes, exercendo assim a ética e
preservação ambiental.
Esse cuidado também é descrito em outras palavras por Larrére e Larrére (1987, p.83),
quando enfatizam que “[...] a culpa não é da natureza, que muitos dos problemas que nos
atingem são obras das nossas ações desenfreadas e sem a preocupação com o amanhã e que o
ser humano é o responsável, não culpado, pelos males que lhes acometem, exatamente por não
prevenir que eles aconteçam.Explicando Larrére e Larrére, temos que entender que todas as
nossas ações trazem consigo reações que muitas vezes são catastróficas e que o uso abusivo e
desenfreado dos recursos naturais é os responsáveis por essas reações da natureza. A partir da
experiência da natureza impulsionada pelo exercício verde como potencial vivência de ética
39
ambiental, idosos experienciam o bem viver e a com-vivência como elementos da vida de
qualidade.
Podemos concluir que a luta para conservar o ambiente e o respeito pela natureza devem
caminhar de mãos dadas com a possibilidade de emancipação social da humanidade. Que
podemos com prática do exercício verde, exercer a ética ambiental e, assim, favorecer e facilitar
a existência de todos os seres na terra. Com o uso e atitudes conscientes de conservação, do
entendimento e aceitação de que todos os seres são de igual importância para a vida o ciclo da
vida e que o homem e na natureza devem se complementar sempre, chega-se a uma vida de
qualidade para todos que habitam o espaço-tempo presente. Os idosos têm um papel importante
nessa perspectiva, por possuírem uma experiência de vida que pode ser compartilhada. Assim,
com a prática do exercício verde por essa parcela da população espera-se despertar o sentimento
de pertença, cuidado, conservação e a prática da ética ambiental em todas as faixas etárias.
40
CAPÍTULO 2
EXERCÍCIO VERDE E OS ASPECTOS ESSENCIAIS DA
COM-VIVÊNCIA
Os valores culturais e as tradições
determinam muito como uma sociedade
encara as pessoas idosas
e o processo de envelhecimento
(WHO, 2005, p.20).
41
2 EXERCÍCIO VERDE E OS ASPECTOS ESSENCIAIS DA COM-VIVÊNCIA
O conceito de saúde desenvolvido no presente estudo não se restringe à ausência de
doenças, mas inclui também a possibilidade da com-vivêncialúdica, ou seja, envolve
elementos de uma vida na qual a felicidade e o prazer são acessíveis e acessados na
cotidianidade. Sobre o conceito de com-vivência:
A proposta de apresentar o termo dessa maneira justifica-se pela necessidade de
enfatizar o caráter humano implícito na expressão, ou seja, enfatizar o “viver com”,
que significa considerar a complexa teia de relações de seres humanos sendo-uns-
com-os-outros-ao-mundo. Importante salientar o caráter dinâmico da expressão,
apresentado especialmente pelo uso do hífen (bastante comum na fenomenologia),
pois homens e mulheres não são no mundo, como objetos estáticos, estão sempre
sendo ao mundo, num movimento constante e transformador (STEVAUX;
RODRIGUES, 2012, p.5).
Considerando, assim, as possibilidades de com-vivênciana natureza, concebida tanto
como o meio ambiente ecologicamente equilibrado, quanto como em sua dimensão virtual (da
forma em que é concebida/imaginada pelo indivíduo), relevando ainda sobre as possibilidades
dessa com-vivênciana potencial melhoria da vida de qualidade e na saúde, destacamos nesse
estudo o exercício verde como meio para a com-vivência pelo idoso.
Importante ressaltar nessa discussão que, apesar de cada ser humano construir um
caminho, uma história de vida particular e única, esses caminhos e histórias nunca são
individuais, são sempre compartilhadas. São trajetórias distintas que possuem algo em
comum, a com-vivência (STEVAUX; RODRIGUES, 2012, p.5).
Sendo a com-vivênciaum fenômeno inerente ao ser-humano, podemos ressaltar a
intencionalidade do viver-comassociada à busca de prazer (intencionalidade lúdica) na
realização do exercício verde, ressaltando a potencialidade da interação e da sociabilização de
indivíduos sendo-uns-com-os-outros em uma experiência compartilhada, na qual os sentidos e
significados são, também, muitas vezes compartilhados. Nessa dissertação destacamos a
possibilidade da orientação à com-vivênciaa partir do exercício verde, evidenciando o bem-
estar e o prazer associados à relação ser humano-natureza, assim como ao compartilhamento
dessa experiência relacional. A com-vivênciaestá mais relacionada à vida de qualidade e ao
sentir-se bem uns-com-os-outros e com-a-natureza; está relacionada às relações estabelecidas
individuais e coletivamente, bem como as relações que transpassam o físico e entram no campo
religioso e espiritual também.
Isso posto, a relação do exercício verde com os aspectos essenciais de com-vivência traz
consigo a historicidade de cada indivíduo e como ele se relaciona com seu exterior. Essa
historicidade se relaciona com seu desejo de tornar-se cada vez melhor, transformando o seu
42
mundo e o mundo à sua volta. É esse desejo coletivo de transformação que fortalece os aspectos
essenciais de com-vivência, tendo a capacidade de potencializar os benefícios do exercício
verde na vida dos idosos. A partir do movimento corporal, o idoso tem a possibilidade de
movimentar o mundo à sua volta e modificar positivamente sua vida e a vida dos que estão ao
seu redor mediante a intencionalidade. Podemos destacar também que por meio da com-
vivênciapode-se desenvolver a sensibilização para o cuidado e conservação do meio ambiente,
bem como ensinar hábitos saudáveis de autocuidado e de vida de qualidade.
Com isso, podemos entender que a prática do exercício verde compõe um fator essencial
para melhorar a com-vivência dos idosos, bem como transformar a maneira como ele se vê no
mundo e como ele se relaciona com os demais. A autonomia trazida com a prática do exercício
verde é capaz de transformar as relações interpessoais, de resgatar o gosto pela vida,
proporcionando independência, potencialmente melhorando como o idoso se sente, como se vê
em relação aos outros e em relação a si mesmo, como se expressa, como se movimenta,
proporcionando uma vida mais longeva e com qualidade na qual as doenças e incapacidades
são postergadas.
Segundo Leda Hecker Lima (2000), estamos em constante mudança e somos
modificados de acordo com o ambiente em que estamos inseridos:
A vida não para; ela é um continnum em todas as direções. Somos mais que nossa
genética, anatomia e psicologia, mas também o produto do ambiente, da sociedade,
da história e da cultura em que estamos inseridos. Somos seres em relação aos outros.
“O eu não existe sem o tu” (LIMA, 2000, p. 17).
Com isso podemos afirmar que a com-vivência é um fator primordial para nossa
evolução individual e coletiva em qualquer fase da vida, tendo ainda mais importância para
idosos, pois além de todos os benefícios ainda diminuem os episódios depressivos de solidão,
muitas vezes experimentados por eles. É nessa fase da vida em que os eventos de isolamento
social mais acontecem e os aspectos sociais de com-vivênciasão de grande importância por
propiciar uma maior interação, socialização e o interesse pela própria vida e pela vida do outro.
E devemos lembrar também que a velhice não é uma etapa da vida que nos torna incapazes ou
limitados, que essa fase deve ser bem aproveitada para se conhecer e conhecer os outros.
Não podemos esquecer que continuamos a ser pessoas reais, capazes de amar,
produzir e criar’. Nossas limitações não nos incapacitam para a vida: velhice não é
doença; é um estágio a que todos querem chegar, caso contrário terão parado no
meio... (LIMA, 2000, p. 114).
Por meio de um envelhecimento saudável e fisicamente ativo teremos idosos mais
conscientes, felizes e produtivos. É ainda por intermédio da com-vivênciaque se pode
43
experimentar o toque, capaz de modificar vidas e até salvá-las. Sendo o toque uma necessidade
biológica e tendo o poder de ser alimento para a saúde, por interveção dele muitos idosos são
retirados do marasmo em que viver e começam a reviver, através do bem-viver que a com-
vivênciaproporciona. É o preocupar-se com o outro, consigo mesmo e com o ambiente em
que vive; é o querer estar bem e feliz para poder fazer o bem e fazer o outro feliz; é o não querer
ser feliz sozinho; é o respeito às diferenças e individualidades, sabendo que isso é muitíssimo
importante e essencial para a coletividade. Um eu-comigo-com-os-outros-com-o-mundo.
Para Stevaux e Rodrigues (2012, p.7), [...] enfatizando os processos de com-vivência
implica em compreender que a atividade humana está ‘encharcada’ de intencionalidade, e essas
se manifestam pelo movimento entre indivíduos que interagem uns-com-os-outros e com-o-
mundo”. Para tanto, exercício verde, aqui caracterizado como exercício realizado com
intencionalidade à interação com a natureza, configura-se com um importante potencializador
dos aspectos essenciais de com-vivênciae proporciona um melhor-viver com interação entre
todas as gerações.
2.1 Idoso: o novo protagonista da sociedade atual
Ao idoso como novo personagem da atual sociedade, garante-se consoante o artigo 10
do Estatuto do Idoso, Lei n.º 10.741, de 1º de outubro (BRASIL, 2003), para além da
Constituição Federal de 1988, que no artigo 230 (BRASIL, 1888), estabelecendo ser obrigação
do Estado e da sociedade o direito à liberdade, especialmente de [...] ir e vir e permanecer nos
logradouros públicos e comunitários” (Inciso I do parágrafo 1º do artigo 10[...], “o direito a
prática de esportes e de diversões” (Inciso IV), “da participação na vida comunitária e familiar”
(Inciso V). Devendo ser propiciada mediante previdências reais assecuratórias, principalmente
através de independência familiar e social, como consequência do direito à liberdade nuclear
assegurada também ao idoso, conforme afirma Martinez (1997, p. 110).
O referido diploma legal cuida de descrever, minuciosamente, esta liberdade ao
assegurar que a decisão sobre o seu ir e vir, sobre quais atividades deseja participar, sobre de
que maneira deseja se fazer presente na cidade em que vive é do próprio idoso, enquanto sujeito
autônomo e dotado de autonomia. Isto significa que a este contingente considerável de pessoas,
uma “nova” população com características peculiares e anseios próprios, o direito a vivenciar a
natureza em sua cidade como forma de expressão do seu modo de vida, a partir da prática do
exercício verde. A partir do reconhecimento dessa relação natureza e cidade enquanto
44
componentes dos direitos dos idosos a viverem os espaços públicos, sobretudo, a cidade em que
se vive.
O exercício verde, no Brasil, pode ser configurado enquanto um direito da pessoa, em
particular da pessoa idosa, sobretudo, porque segundo relatam os documentos da Agenda 21
brasileira7, têm demonstrado que a regulação política deve incorporar a organização da
sociedade e a promoção das liberdades públicas como diretrizes para o enfrentamento do quadro
de exclusão social desse grupo de pessoas e de deterioração ambiental nas cidades. Assim,
segundo Gouvêa (1998, p.7), considerando [...]as relações históricas entre cidade e natureza,
observa-se que as lacunas pelas quais se inseriram os problemas ambientais que atualmente se
encontram no limite evidenciando o conflito entre cultura particularista e cultura
ambientalista.
Envelhecer é um processo natural da vida humana, um direito personalíssimo e a sua
proteção um direito social, assegurado pela Lei n.º 10.741, de 1º de outubro de 2003: o Estatuto
do Idoso. O interesse manifestado pelo Estado, sociedade e família não é recente, visto que em
1994 criou-se a Política Nacional do Idoso (1994). Com o aumento da expectativa de vida e,
consequentemente, da população idosa, tornou-se urgente à criação de políticas públicas e de
planejamento que possam suprir as necessidades de uma população que só faz crescer e que,
em 2025, essa parcela da população deve passar para 32 milhões de pessoas segundo as
projeções do IBGE. Já segundo a OMS em 2050 a população idosa será em torno de 25% da
população mundial, sendo a parcela populacional que mais cresce em todo o mundo, por isso
essa parcela já é considerada uma “nova” população.
Esse aumento alarmante de idosos (que segundo o Estatuto do Idoso é a pessoa que tem
60 anos ou mais e segundo a Política Nacional do Idoso [Lei n.º 8.842/94], que é anterior ao
estatuto, é a pessoa a partir dos 70 anos. Porém, o que vigora como oficial é a partir de 60 anos
a pessoa é considerada idosa no Brasil). O envelhecimento pode (e deve) ser visto e vivenciado
como uma fase em que se tenha vida de qualidade e não apenas qualidade de vida, em que se
possa ter independência por mais tempo e que as doenças e incapacidades se manifestem mais
tardiamente possível. Assim, o idoso pode e deve ser considerado protagonista de sua condição
de vida e, consequentemente, ter um novo papel de destaque na sociedade atual, por isso
7 A Agenda 21 Brasileira pressupõe a tomada de consciência por todos os indivíduos sobre o papel ambiental,
econômico, social e político que desempenham em sua comunidade e exige, portanto, a integração de toda a
sociedade no processo de construção do futuro.
45
atualmente têm-se criado serviços, ambientes e atividades específicas para essa população, que
cresce a passos largos.
Segundo Flávio da Silva Fernandes (2010), a responsabilidade do cuidado com os idosos
não é restrita apenas à família, mas, diz respeito a toda sociedade e é um dever de todos
assegurar uma vida plena e saudável: [...] a lei estabelece recomendações para que as pessoas
idosas sejam entendidas e desfrutem de vida plena e saudável, segura e satisfatória, junto de
suas famílias e na comunidade onde vivem” (POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO, 1994). O
Estatuto do Idoso legitima o direito de “envelhecer”, enquanto assegura outros direitos aos
idosos: [...] o envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social,
nos termos desta Lei e da legislação vigente(BRASIL, 2003). Assim, entende-se como
personalíssimo algo que é próprio do ser humano, algo individual, exclusivo de cada um, ou
seja, mesmo sendo caracterizado por elementos multifatoriais, cada indivíduo tem sua maneira
de envelhecer, assim, cada envelhecimento é único e exclusivo.
Entende-se por direito personalíssimo aquele que é inato da pessoa humana, na sua
individualidade, incomunicável com outras pessoas. São características próprias de
cada um, ao próprio segredo de sua intimidade. Persona, do latim, significa máscara.
A máscara representa a individualidade, os atributos próprios de cada pessoa,
indivisível. Tudo o que é personalíssimo é próprio somente de uma pessoa ou um
grupo com individualidades coincidentes ou características especiais (VILAS BOAS,
2005, p.15).
Segundo Rodrigues et al. (2017), essa melhora na qualidade de vida e, sobretudo, na
vida de qualidade, pode ser possibilitada pela prática de exercício físico, o qual é responsável
pelo acesso ao bem viver, pela melhora nos aspectos essenciais de com-vivência mais
harmoniosa e pelo sentimento de pertença e cuidado que esses adultos ensinam a todos. Assim,
com a com-vivênciaos idosos tornam-se móveis e não estáticos e a vida de qualidade é
sobreposta à qualidade de vida, pois estes se tornam protagonistas da sua vida e da atual
sociedade. E o exercício verde aparece como potencial fomentador da excelente relação
homem-natureza-cidade, pois pode ser realizado em espaços públicos, destinados a essa prática,
como parques, bem como na natureza propriamente dita, como na praia ou em uma trilha.
Acreditamos que com essa prática podemos evitar uma atitude Blasé que Georg Simmel (1997)
tanto analisou em seus escritos e que, segundo o autor, é característica de moradores de
metrópoles que simplesmente perdem o interesse pela vida e por coisas do cotidiano. Pois,
Esta incapacidade de reagir a novos estímulos com as energias adequadas constitui,
na verdade, a atitude blasé que todas as crianças da grande cidade evidenciam quando
comparadas às dos ambientes mais estáveis e mais pacíficos [...] A essência da atitude
blasé encontra-se na indiferença perante as distinções entre as coisas. Não no sentido
46
de que as coisas não são percebidas, como no caso do débil mental, mas antes no
sentido de que não são percepcionadas como significantes (SIMMEL, 1997, p. 37).
Como isso podemos dizer que a atitude blasé hoje em dia estaria mais ligada à depressão
e ao isolamento social, muitas vezes experimentado pelo idoso e que esse tipo de atitude não
está mais condicionada à vida em grandes metrópoles, podem acontecer também em idosos que
vivem em pequenos centros e localidades. Eventos estes (depressão e isolamento social) que
podem e devem ser minimizados ou prevenidos coma adoção de hábitos saudáveis e inserção
do exercício na vida desses idosos.
Defende-se o exercício verde como facilitador da relação humano-natureza-cidade e seu
modo de vida, ou seja, o modo como vivem os idosos na natureza das cidades e nos espaços
criados para a realização de exercícios e de lazer nas cidades. A paisagem urbana deve ser
acessível a todos que possuam ou não posses, para que possam usufruir todas as suas
possibilidades de uso. Porém, muitas vezes essas paisagens urbanas são “construídas” apenas
para obtenção de lucro e ficam condicionadas apenas para uso de quem pode pagar por elas.
Destacamos aqui a possibilidade de interação dos idosos, mediante o exercício verde, e
a relação harmônica natureza-cidade, afirmando que essa interação pode e deve acontecer
também em ambientes urbanos em que essa parcela da população vive. Pois como defendido
nessa dissertação, o exercício verde pode ser praticado também em ambientes naturais urbanos,
aumentando assim as possibilidades de realização e, consequentemente, o número de indivíduos
beneficiados. É exatamente aí que entra a atitude blasé, que Simmel (1997) explica como a
monetarização da economia, onde só quem pode pagar tem o direito de usufruir desses espaços
e desses benefícios, mas que muitas vezes não dão o devido valor a eles e não sentem nenhum
prazer em realizá-los.
O conceito de natureza defendido nessa dissertação vai além do ambiente natural
ecologicamente equilibrado, vai de encontro ao conceito de bem-viver e reconhece que as
experiências virtuais e as concepções de natureza trazidas por cada participante é o que melhor
conceitua o ambiente. Assim, natureza pode ser algo que só existe na cabeça de cada pessoa e
é por meio desse pensamento que ela experimenta sua paixão e seu bem-viver na natureza.
Devemos lembrar também que a vida urbana foi precedida pela vida rural. Então a concepção
de natureza está incutida em todos, sendo a relação natureza-cidade diretamente influencidada
por essa história. Assim afirma Louis Wirth:
Uma vez que a cidade é produto do crescimento e não da criação instantânea, é de
esperar que as suas influências sobre os modos de vida não consigam apagar por
completo os anteriores tipos de associação humana. Em maior ou menor grau,
portanto, a nossa vida social tem a marca de uma anterior sociedade rural (folk
47
society), cujos sinais característicos de organização eram a vida agrícola, a casa
senhorial e a aldeia. Esta influência histórica é reforçada pela circunstância de a
própria população da cidade ser, em grande medida, oriunda do campo, onde persiste
ainda um modo de vida reminiscente desta anterior forma de existência (WIRTH,
1997, p. 47).
O que queremos salientar com isso é que a relação natureza-cidade deve ser vivida
também nos grandes centros urbanos e que essa troca de experiências só irá favorecer o
envelhecimento saudável e possibilitar uma maior interação desses idosos, no meio em que
vivem e com todas as faixas etárias.
Para que seja possível a sociedade acompanhar qualitativamente a longevidade
humana, se faz necessário, em todas as etapas da vida, incluir a temática ‘velhice’ no
cotidiano familiar, escolar e em espaços que promovam o pensar sobre como
envelhecer sem os estereótipos negativos que o envelhecimento e a sociedade
produzem (PORCIUNCULA; PORTO, 2014, p. 6).
Considerando-se a importância do exercício no acesso ao bem viver, sobretudo para os
idosos, destaca-se as potencialidades de maior autonomia, vida de qualidade, indepedência e
ausência ou diminuição de doenças, em que para, além disso, a com-vivênciaharmoniosa
traga sentimentos de territorialidade e cuidado ambiental.
É a com-vivênciaque proporciona o movimento aos seres humanos, caracterizando-
os como seres não estáticos e transformadores dos meios onde vivem. Já sobre territorialidade,
Milton Santos afirma que: [...] o sentido da palavra territorialidade como sinônimo de
pertencer àquilo que nos pertence... esse sentimento de exclusividade e limite ultrapassa a raça
humana e prescinde da existência de Estado” (2001, p. 59). Assim, essa ideia de territorialidade
nos remete ao sentimento de pertença. Esse pertencimento a determinado lugar é o que muitas
vezes é ensinado pelo idoso às outras faixas etárias e a outros idosos. Essa territorialidade é
capaz de estimular experiências com a natureza e a sensibilização ambiental, além de muitos
outros valores que serão cultivamos durante toda a vida.
2.2 Exercício verde, ecomotricidade e suas potencialidades ecológicas
A presente dissertação também levanta a hipótese do exercício verde como um meio
propício a potencial incorporação de preceitos ecológicos ao habitus de movimento de idosos,
haja vista os valores ecosomaestéticos-ambientalmente éticos-ecopolíticos (PAYNE, 2015) que
potencialmente se desenvolvem a partir de experiências na natureza (RODRIGUES, 2017). A
base para essa argumentação se dá a partir da compreensão de que as experiências na natureza
podem motivar transformações na maneira em que indivíduos se relacionam com a natureza,
48
implicando na construção de novos significados a partir da imersão nas experiências na natureza
(ecosomaestética), que podem implicar em reflexões sobre maneiras de estar na/com a natureza
(ética ambiental) e em ações que afetam diretamente a natureza (ecopolítica). Essa
transformação vai ao encontro do sentimento de “pertença”, território proposto por Milton
Santos, no qual o cuidado se expressa e se externaliza:
O território não é apenas o conjunto dos sistemas naturais e de sistemas de coisas
superpostas. O território tem que ser entendido como o território usado, não o
território em si. O território usado é o chão mais a identidade. A identidade é o
sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é o fundamento do
trabalho, o lugar da residência, das trocas materiais e espirituais e do exercício da vida
(SANTOS, 1999, p.08).
Milton Santos descreve também a importância da existência e de todos os sentimentos
importantes para legitima-la: [...] território é o lugar em que desembocam todas as ações, todas
as paixões, todos os poderes, todas as forças, todas as fraquezas, isto é, onde a história do
homem plenamente se realiza a partir das manifestações da sua existência” (1999, p. 07). Nesse
sentido, o presente estudo foca no potencial do exercício verde como generador de
“ecomotricidade” (RODRIGUES, 2017; 2018), compreendido como a intencionalidade à
interação com a natureza, quando essa interação é lúdica (quando o prazer ou a alegria dão
significado à experiência vivida) e ecológica (ecosomaestética-ambientalmente ética-
ecopolítica).
Tema de maior urgência na atualidade, o meio ambiente tornou-se motivo de
preocupação global, sobretudo, porque são vários os estudos que apontam cenários cada vez
mais caóticos como frequentes desastres naturais, a degradação abusiva do meio ambiente, o
consumo sem medida da população são tendências que provocam danos irreversíveis ao meio
ambiente, com consequências diretas à existência humana. Tais fatos estão a fazer com que
pessoas e organizações busquem novos valores e adotem novos paradigmas com relação as suas
condutas no meio ecológico. Diante desses cenários, percebe-se ser o momento para a sociedade
mudar de postura, buscando uma consciência coletiva voltada à promocão de uma conduta ética
ambiental, estandoo exercício verde alinhado com essa premissa.
Para Santos (2006), ao comentar acerca da importância de uma ética ambiental percebe
que o movimento ecológico tem afirmado a necessidade de uma ética que tome princípios
universais de regulamentação da inter-relação do homem com o meio, “pois o ser humano é o
único capaz de afirmar essa diretriz, criando meios de uma relação equilibrada com a natureza,
com ela passa a entender melhor sua atuação e responsabilidade para com os demais seres
vivos” (p.311). No caso de alinhar-se ao exercício verde praticado por idosos, a ética passa a
49
ser também, segundo Boff (2004, p.13), “um estudo extra-social e extrapola os limites
intersociais do homem, surgindo assim uma nova ética diversa da tradicional”. Haja vista que
o exercício verde surge como a vivência estratégica que visa equilibrar a garantia do direito à
saude dos idosos e, bem assim, ele possa “alcançar um máximo de vida ativa, no ambiente em
que está inserido, juntamente com autonomia e independência física, psiquica e social, com o
mínimo impacto ao meio ambiente(ONU, 1982).
Neste contexto, o estudo do tema pode ser justificado por várias razões, dentre elas por
ser um tema do presente e do futuro, conforme World Comission on Environment and
Development (WCED). O exercício verde para idosos é uma área de investigação muito jovem
que está sendo incorporada pouco a pouco na literatura específica e aos aspectos da ética
ambiental, o qual se está a construir sob suporte das ciências naturais, como biologia, ecologia,
geologia, entre outras. Existe grande carência de estudos mais sistematizados sobre exercício
verde e meio ambiente. O problema, portanto, recai na seguinte pergunta: como consagrar a
ética ambiental pela vivência da prática do exercício verde com idosos? Essa pergunta pode (e
deve) ser feita da seguinte forma: como o direito à vivência do exercício verde por idosos pode
promover a cultura da ética ambiental?
A hipótese que essa dissertação buscou confirmar é que a incorporação desse habitus de
movimento possibilitaria uma maior sociabilização entre os praticantes do exercício verde, bem
como incentivaria a sensibilização ambiental e a incorporação de atitudes saudáveis e de
cuidado ambiental. Isto posto, deve-se estimular os idosos a vivências de exercício verde
também pelos benefícios sociais, econômicos e ambientais que essa prática traz consigo:
interação com diversas faixas etárias; diminuição de gastos com medicações e internamentos e
sensibilização para a conservação e vivência da ética ambiental.
50
CAPÍTULO 3
RESULTADOS E DISCUSSÕES
É o momento de termos um novo paradigma,
que perceba os idosos como participantes
ativos de uma sociedade com integração de idade,
contribuintes ativos, e beneficiários do desenvolvimento
(WHO, 2005, p.44).
51
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este capítulo corresponde aos resultados e discussões que foram encontrados por meio
das respostas dos entrevistados e apartir destas, foram criadas categorias e unidades de
significados. As categorias apresentadas foram elaboradas a partir da leitura interpretativa do
corpus da pesquisa. Nesse capítulo, explanaremos sobre cada categoria elaborada, oferecendo
exemplos de unidades de significado que formam a base para a construção das categorias
“Exercício e saúde”, Exercício verde e saúde”, “Exercício verde e a com-vivênciae “Exercício
verde e vida de qualidade”. As unidades de significado apresentadas em cada categoria são
apenas alguns exemplos, considerando a grande quantidade total de unidades destacadas no
estudo. O conjunto completo de unidades de significado destacadas do corpus e ordenadas em
cada categoria são apresentadas como apêndices ao final do trabalho.
Em um panorama geral, a categoria “Exercício e saúde” foi significada a partir do
exercício como promotor da saúde, compreendendo o conceito de saúde desenvolvido nesse
estudo que vai além do conceito de ausência de doença, englobando também aspectos
relacionados à felicidade, com-vivência(com os outros e com o meio), acesso ao lazer, etc.
Nesse sentido, são os aspectos do bem-viver que são enfatizados pelos entrevistados que
legitimam a criação dessa categoria, fatores que justificam a procura pela realização de
exercícios como meio para uma vida de qualidade. A categoria “Exercício verde e saúde” é
significada de maneira semelhante à primeira categoria, também focando o exercício como
promotor de saúde, porém, especificamente quando isso ocorre na relação direta com as
atividades físicas realizadas ao ar livre. Nesse sentido, destaca-se a intencionalidade à saúde
com a interação com a natureza e os benefícios dessa prática para a vida de adultos longevos.
Já a categoria “Exercício verde e com-vivência” é significada pelas relações construídas entre
o exercício verde e os aspectos de com-vivência, ou seja, como através da vivência do exercício
verde as pessoas idosas criam caminhos para a com-vivênciacom outras pessoas e com o
meio ambiente. Por fim, a categoria “Exercício verde e vida de qualidade” é significada pelas
experiências diretamente associadas às possibilidades de uma vida de qualidade proporcionadas
pelas vivências de exercício verde. Essa categoria destaca a importância de uma compreensão
que vá além do conceito de qualidade de vida mais comumente almejado em programas e
políticas de lazer e de desenvolvimento da saúde, tipicamente associado a indicadores altamente
dependentes do desenvolvimento econômico, legitimando o exercício verde como possibilidade
de uma experiência de vida mais autônoma e feliz diante da autorealização de objetivos íntimos
e altamente significativos para o próprio indivíduo.
52
Exercício e saúde
Essa categoria está intimamente ligada ao exercício realizado para a prevenção,
promoção ou reabilitação da saúde, sendo o conceito de saúde compreendido em sentido amplo,
não apenas como a ausência de doenças, mas também abrangendo aspectos relacionados à
felicidade, à com-vivênciacom outros e com o meio ambiente, ao acesso ao lazer, etc. Essa
amplitude de significação à saúde pode ser observada a partir das respostas dos participantes,
sendo o conceito de saúde comumente relacionado com um bem-estar completo que eles
encontram a partir das vivências de exercício:
Quando chega o inverno, as aulas param e muitas vezes eu termino adoecendo por
que fico muito tempo sem fazer física, mas esse ano o professor arrumou esse espaço
aqui e a gente não vai ficar muito tempo sem fazer nada (Unidade 1.2).
Minha vida melhorou bastante depois que comecei aqui no projeto, por que melhorou
minha circulação, dor nos ossos, no joelho, fiquei bem melhor. Até estou até dormindo
melhor e não reclamo mais tanto (Unidade 1.4).
Esse projeto já tem nome de saúde né? Na minha cabeça já é uma saúde completa
mesmo. Por que eu me sinto muito bem, quando tem aula eu acordo mais disposta pra
vir e quando eu chego passo o dia inteiro mais disposta. É uma coisa muito boa pra
mim e creio que pra todos nós que participamos aqui (Unidade 8.1).
É muito importante para a saúde e para desenvolver as articulações (Unidade 11.1).
A relação dessa categoria com o bem-estar total é referenciada pelas melhorias que o
exercício é capaz de trazer para seus praticantes, incluindo melhorias na qualidade do sono,
melhora das dores crônicas, diminuição da irritabilidade e dos episódios depressivos,
socialização, maior disposição no dia a dia, entre outras:
As atividades que a gente faz aqui são boas pra gente e pra nossa saúde, para as dores
que a gente sente né? (Unidade 3.1).
Eu tenho osteoporose, artrite, artrose e gastrite. E pressão alta. Minha vida é muito
melhor depois da atividade física (Unidade 7.4).
Eu tenho depressão e depois que comecei a fazer atividade física aqui, não sinto mais
a tristeza que eu sentia (Unidade 8.5).
Não sinto mais tantas dores, durmo melhor, faço caminhadas aqui e ajudo a melhorar
minhas articulações (Unidade 11.4).
Para, além disso, percebemos nessa categoria como os participantes também
preconizam a afirmação de que o exercício ajuda na diminuição da utilização de medicamentos
e dos episódios de internamentos.
53
Depois que eu estou fazendo aula aqui, diminuíram os remédios que eu tomo, eu não
tomo remédio pra dormir não, só os para as dores da artrite e artrose, mas eu não sinto
mais dores como eu sentia. (Unidade 3.7).
Trouxe muita coisa boa, minha saúde melhorou e eu não vivo mais em médico e nem
reclamando como vivia antes de fazer a física aqui. Fiz os exames das minhas taxas e
todas estão normais (Unidade 5.3).
Antes dessas atividades eu nem saia de casa e quando saia era de muletas. Tudo no
meu corpo doía, eu vivia dopado de tanto remédio e minhas dores não passavam
(Unidade 17.1).
Melhorou muito minha circulação, por que minhas pernas incham muito. Quando
venho pra cá eu me sinto muito bem e nem sinto que estou me esforçando. Durmo
melhor depois das aulas e por incrível que pareça, tomo menos remédios e me
alimento melhor (Unidade 19.3).
Nessa categoria estão inseridos todos os exercícios realizados com intencionalidade
mais especificamente à saúde, que visam melhorar de alguma forma a existência dos
entrevistados, bem como proporcionar vida de qualidade e mais anos de vida.
Depois que comecei a fazer exercícios aqui, até minha disposição para fazer crochê
aumentou. Esse projeto mudou minha vida e minha saúde para melhor (Unidade 16.4).
Eu agradeço a todos aqui do projeto, por que depois dele eu não sinto mais dores e
tenho mais vontade de viver (Unidade 17.4).
Primeiramente Deus, depois esses exercícios, foi o que me curou e me fez voltar a ter
vontade de viver e de sair de casa. Eu já tomei tanto remédio e injeção que vivia mais
morto que vivo e nada adiantava. Exercício físico é vida e para nós idosos, é capaz de
nos dar mais anos de vida (Unidade 17.7).
Essa categoria vem justificar a afirmação de que o exercício físico é também um
importante recurso na criação de políticas públicas de promoção de saúde. Destacamos nesse
sentido as respostas dos entrevistados que enfatizam procurar os exercícios como possibilidade
terapêutica e até curativa para uma melhor vida de qualidade e bem viver.
Melhorou muita coisa né? Antes disso eu só vivia caindo e vivia muito doente e depois
que eu comecei a fazer caminhada do parque e a física aqui, eu melhorei muito né?
(Unidade 4.3).
As atividades que a gente faz aqui me ajudaram a voltar a andar (Unidade 6.2).
Eu voltei a andar, primeiramente agradeço a Deus e depois ao projeto. Era pra eu estar
numa cadeira de rodas e agora eu ando e faço as atividades aqui (Unidade 6.6).
De maneira geral, são os aspectos do bem-viver que são enfatizados pelos entrevistados
que legitimam a criação dessa categoria, fatores que justificam a procura pela realização de
exercícios como meio para uma vida de qualidade.
54
Exercício verde e saúde
Nessa categoria evidenciamos basicamente as mesmas características da categoria
anterior, porém a maior diferença nesta é que o contato direto com a natureza é capaz de
potencializar todos os benefícios que o exercício físico proporciona. Destaca-se a realização do
exercício verde com intencionalidade à saúde e à interação com a natureza, sendo os benefícios
da prática do exercício ampliados e potencializados através dessa interação, possibilitando uma
maior satisfação na sua realização, maximizando os benefícios para a saúde e diminuindo os
efeitos deletérios do envelhecimento.
As atividades que fazemos no parque melhoram nossa saúde, faz bem para meu corpo
e pra minha cabeça. Sempre que tem aula eu acordo mais feliz e disposta por que
venho para o parque sentir esse cheirinho de eucalipto e ficar mais perto da natureza
(unidade 1.1).
Eu não faço mais por que não é possível. Eu faço parte do grupo de terceira idade do
Sesc, faço caminhadas no parque, ginástica no projeto ginástica no parque e se eu
pudesse eu fazia mais coisa por que atividade física só faz bem para nossa saúde e
cabeça (Unidade 2.11).
Ah, eu prefiro aqui no parque. Por que a gente está mais perto da natureza e esse
contato com a natureza melhora ainda mais nossa saúde (Unidade 17.3).
Outro critério muito importante também nessa categoria é a sensação de liberdade e
bem-estar relatada pelos entrevistados. Essa sensação é sentida com a prática do exercício
verde, a melhora da saúde e através uma maior interação com a natureza.
Mas eu prefiro lá no parque e quero que o inverno passe logo pra a gente voltar pra
lá. Eu prefiro que seja feita as aulas lá no parque, por que é um ambiente ao ar livre,
maior e mais espaço e eu respiro melhor por causa desse cheirinho de eucalipto
(Unidade 1.3).
A gente está aqui num local fechado, só por enquanto que passa o inverno, mas se
Deus quiser assim que começar o verão nós vamos voltar pra lá. Por que é lá que a
gente se sente bem, a ginástica no ar livre é muito bom pra saúde e eu escuto muito
isso: que é muito bom pra saúde. E eu gosto também (Unidade 2.4).
Por que a gente já fica fechado em casa o tempo todo né? Mesmo que a gente faça os
exercícios em casa, nunca é igual ao parque (Unidade 10.7).
Prefiro no parque por que é ao ar livre, a questão da natureza, do ambiente. Lá é tudo
de bom. O ar livre que a gente respira. Quando eu entrei na menopausa eu sentia muito
calor e em ambiente fechado eu me sinto mais abafada e com muito calor e isso eu
não sinto lá no parque por ser aberto, gostoso e ao ar livre (Unidade 20.2).
Essa categoria vem corroborar com a afirmação de que o exercício verde melhora a
qualidade do sono, os níveis de vitamina D, melhorando assim a qualidade dos ossos e ainda é
capaz aumentar a disposição dos entrevistados na realização das AVD.
55
As atividades que fazemos no parque melhoram nossa saúde, faz bem para meu corpo
e pra minha cabeça. Sempre que tem aula eu acordo mais feliz e disposta por que
venho para o parque sentir esse cheirinho de eucalipto e ficar mais perto da natureza
(Unidade 1.1).
Lá no parque né? Por que lá a gente esta pertinho da natureza e das plantas, pega um
solzinho durante a aula (Unidade 7.2).
Primeiro me levantou da cama cedo de tão bom que eu acho, eu não me importo de
acordar cedo para ir fazer ginástica (Unidade 12.7).
O cheiro de eucalipto, as plantas, esse ar puro, o solzinho de manhã, tudo isso faz com
que eu viva mais. Acho que vou viver muitos anos, só por que frequento essas aulas
e venho ao parque sempre (Unidade 13.4).
Nessa categoria também destacamos, mediante as respostas dos entrevistados, as
possibilidades curativas e integrativas do exercício verde. Como por meio dessa prática eles
relatam que tiveram sua saúde restaurada ou melhorada, o aumento do autocuidado e da
autoestima também chamam a atenção nessa categoria.
Todo ano tem avaliação e sempre que eles fazem a minha nota é boa e minha saúde
só tem melhorado (Unidade 2.13).
Melhorou tudo na minha vida, saúde, tudo. Eu gosto muito e fico triste quando não
posso vir. Adoro o parque, e ainda faço caminhada (Unidade 7.3).
Eu tenho osteoporose, artrite, artrose e gastrite. E pressão alta. Minha vida é muito
melhor depois da atividade física (Unidade 7.4).
Meus exames nunca mais deram alterados e eu fico pouco doente, até meus exames
de vitamina D deram legais. Aprendi a me cuidar mais depois do projeto e presto mais
atenção em mim (Unidade 13.8).
Também devemos destacar nessa categoria as melhoras e ou diminuição dos eventos
depressivos, das crises de ansiedade relatadas pelos entrevistados. Bem como a melhoria na
vida de qualidade deles, transformando-os assim em indivíduos mais felizes, saudáveis e
independentes.
Aqui é um pedaço do céu na terra, tudo de bom. É saúde e uma vida saudável, né?
(Unidade 6.1).
Também sofro de ansiedade e depois que comecei aqui, não me sinto tão ansioso não.
Respiro melhor e converso com os amigos (Unidade 14.4).
Eu me curei da depressão depois que entrei aqui, minha pressão não é mais alta e eu
nunca mais tive gripe, acho que por causa do ar puro. Eu acordo feliz quando é dia de
vir pra cá e depois da física vou pra casa mais feliz ainda (Unidade 15.4).
Aqui a gente tem mais saúde, tudo de bom, felicidade e mais qualidade de vida. Todas
as atividades que fazemos nos ajudam a viver melhor e a fazer do nosso
envelhecimento um momento para viver bem. As amizades que a gente faz aqui são
maravilhosas. O parque é tudo de bom, exercício é tudo de bom (Unidade 20.1).
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Assim essa categoria justifica nossa afirmação de que a prática do exercício verde com
intencionalidade à saúde é um potencial fomentador de uma velhice fisicamente mais ativa e
saudável, proporcionando autonomia e independência aos idosos. Destacamos também a
sensação de bem estar proporcionada pela realização de atividades em ambientes abertos e que
tenham incidência de luz solar, só reforça a afirmação de que o exercício verde é um possível
potencializador para melhora da saúde, diminuindo assim os efeitos deletérios do
envelhecimento.
Exercício verde e com-vivência
Essa categoria faz referência aos aspectos sociais de com-vivênciaenfatizados pelos
entrevistados quando realizam o exercício verde no parque. Essa com-vivênciadiz respeito
às relações sócio afetivas, interativas e harmônicas que são experimentadas lá no projeto.
Podemos destacar também as relações espirituais e religiosas despertadas com a prática dos
exercícios.
Tão bom ir pra lá e vê aquelas plantas todas, aqueles eucaliptos e encontrar com os
amigos que fiz aqui na física (Unidade 1.5).
Essas atividades me trouxeram só coisas boas, por que a gente arruma mais amigos e
fica na atividade física (Unidade 1.6).
Melhorou muito minha filha, melhorou física e mental também por que a gente se
relaciona né? Eu moro só, sou viúva e vivo sozinha, só vejo alguém em casa quando
chega meus filhos e eu tenho poucos filhos, só tenho três né? (Unidade 2.8).
Eu ter voltado a andar, por que na época que eu comecei a fazer caminhada lá no
parque, eu não tinha forças na perna para caminhar e hoje com a Graça de Deus estou
aqui, senão eu estava numa cadeiras de rodas (Unidade 6.8).
É por intermédio dessa convivência mais harmônica e das relações essenciais de com-
vivência que podemos evidenciar, ainda mais, outros sentimentos de grande magnitude e
importância na vida de todos, principalmente da vida dos idosos. Sentimentos de felicidade,
amizade, companheirismo, ajuda mútua, é o viver-com que traz consigo uma carga enorme de
possibilidades curativas e integrativas.
Lá têm minhas amigas e meus amigos do parque a gente brinca, a gente caminha e
depois tem a ginástica. É muito bom, pra mim é tudo, o parque pra mim é tudo
(Unidade 2.9).
Aqui eu fiz amigos e quando eu não venho pra física eles vão lá na minha casa saber
se estou doente. Aqui na física é muito bom por que no parque a gente fica mais perto
da terra e das plantas. Eu gosto (Unidade 4.4).
57
Os amigos que ganhei aqui vou leva-los para o resto da vida. Somos mais que uma
família (Unidade 7.5).
Além de fazer muitos amigos, a gente festeja tudo lá. Todas as datas comemorativas
a gente festeja lá, até do dia das crianças a gente festeja. Dia do professor, aniversário
de todo mundo é motivo para festa e comemoração. Muito bom! (Unidade 12.9).
Essa categoria sustenta nossa hipótese de que o exercício verde é um possível facilitador
dos aspectos sociais de com-vivênciae possibilitam uma vida mais harmônica, leve e de
caráter integrador. Pois, como observado nas respostas dos entrevistados, o exercício verde é
caracterizado como um potencial fomentador desses aspectos. E o contato com a natureza tem
uma importância ainda maior no combate e diminuição dos eventos depressivos, de insônia e
de solidão, que tanto acometem esses idosos.
E nem me sinto tão só, por que aqui a gente tem amigo, conversa, ri, brinca e a minha
saúde melhorou tudo (Unidade 8.6).
Meus amigos que ganhei aqui, eles me ajudam a viver mais feliz mesmo eu tendo
depressão (Unidade 8.6).
Eu vivo melhor. Durmo melhor, e não tomo mais remédio para dormir. Acordo mais
disposta e feliz, venho fazer as atividades e encontro os amigos e o professor (Unidade
13.6).
Não tenho mais depressão e nem aquela tristeza que sentia quando ficava o tempo
todo sozinha em casa. Fiz amigos aqui, trouxe amigos comigo e hoje sou muito mais
feliz depois do projeto (Unidade 13.7).
É um alívio nos meus dias de solidão, uma alegria poder participar desse projeto e
poder me sentir útil e viva (Unidade 18.1).
É o contato direto com a natureza e seu potencial de transformação, em todas as idades,
e todos os fatores que caracterizam os aspectos essenciais de com-vivênciaque fazem dessa
categoria tão importante. Nela podemos também exemplificar os sentimentos de bem estar, bem
viver, maior disposição para as AVD.
Eu não gosto de ir para academias, por que é muito fechado e acho que é lugar de
gente nova. Aqui a gente faz amigos, cuida da saúde e fica perto da natureza (Unidade
5.1).
Lá a gente fica mais perto da natureza e o cheirinho de eucalipto é maravilhoso
(Unidade 10.8).
E o contato com a natureza lá no parque é muito importante (Unidade 10.11).
Se todos tivessem a oportunidade de fazer atividades aqui no parque, saberiam do que
estou falando: Natureza, verde, paz, sol e amigos, não existe nada melhor (Unidade
12.6).
Melhorou minha circulação, as dores das minhas costas, tudo, tudo, tudo melhora.
Depois que comecei a fazer atividades físicas lá, tenho mais disposição para tudo e
sou mais feliz (Unidade 12.8).
58
Outro fato que vale ressaltar, também, nessa categoria é que durante a coleta de dados
das atividades estavam sendo realizadas num ambiente fechado. Então, perguntamos aos
entrevistados: onde eles preferiam que fossem realizadas as atividades, se no parque ou em
ambiente fechado? Pudemos perceber que o ambiente aberto é a grande preferência dos idosos
por causa de todos os benefícios já expostos aqui.
Mas já no parque é muito melhor, mais livre, mais ar puro e perto da natureza
(Unidade 10.6).
[...] melhor é lá no parque mesmo. Aqui é mais longe e fechado. Lá é aberto, tem as
árvores e tem tudo né, para favorecer mais o ar puro (Unidade 11.2).
Sem duvidas no parque, esse encontro com a natureza é muito bom (Unidade 13.1).
Aqui no parque, por que a gente se sente muito bem e mais vivo né? Eu fui criado no
sítio e isso aqui me lembra muito a minha infância e o quanto era bom, viver ao ar
livre e ter sempre contato com a natureza. No ambiente fechado eu me sinto preso e
não tenho vontade de vir (Unidade 14.2).
Assim, essa categoria justifica exatamente nossa afirmação de que o contato direto com
a natureza, por meio do exercício verde melhora os aspectos essenciais de com-vivênciae
possibilita uma velhice com mais interação social, mais felicidade, autocuidado, mais
harmoniosa e voltada à espiritualidade.
Exercício verde e vida de qualidade
Essa categoria faz referência ao exercício verde e a vida de qualidade possivelmente
possibilitada por ele. Vida de qualidade apresenta grande diferença com qualidade de vida, esta
está mais ligada aos bens materiais, maior poder aquisitivo e muitas vezes não é caracterizada
pela felicidade. Já vida de qualidade reúne vários fatores que vão muito além de bens materiais
e alto poder aquisitivo. Vida de qualidade tem a ver com bem-viver, com-vivência, felicidade
e sentimento de pertença.
Aqui a gente dança, faz amigos, canta, caminha, faz física no chão com o colchonete,
conversa com a natureza e volta pra casa feliz e querendo que tivesse todo dia
(Unidade 1.8).
Lá tem mais espaço e a gente quando termina vai andar no meio daquele parque bonito
ou vai andar mais cedo antes da aula. O parque é bonito demais e cheio de verde.
Parece que Deus tá lá! (Unidade 3.5).
Sem essa ginástica eu não estava fazendo nada disso. Parece que dá outra energia pra
gente depois que a gente faz (Unidade 10.10).
Aqui o que mais gosto de fazer é dançar e conversar com os amigos. Somos uma
família aqui, sabe? Cuidamos da nossa família e cuidamos uns dos outros. Já estou
59
aqui há 8 anos e não penso em deixar de vir não. Só peço a Deus saúde para continuar
aqui (15.1).
Essa categoria se mostrou como a mais importante nesse estudo, pois ela sintetiza o
desejo que todo idoso tem: ter uma velhice tranquila e sadia e que as enfermidades e doenças
próprias dessa etapa da vida se manifestem mais tardiamente possível.
Aqui a gente faz muitas amizades e a gente cuida dos amigos, eu nunca falto e quando
eu falto eles vão na minha casa saber o que aconteceu. Aqui a gente faz amizade,
lembra da infância na fazenda por causa da natureza e melhora a saúde. Eu gosto
muito do parque e esse projeto é tudo pra mim (2.14).
O projeto mudou minha vida e minha saúde e é ainda melhor quando estamos ao ar
livre (6.9).
Mudou muita coisa: eu chego em casa e fico mais esperta. Não sinto mais dor nas
pernas e nem a dormência que eu sentia, eu sinto mais. Continuo fazendo minhas
batalhas de casa, costuro e faço artesanato também (10.9).
Por que velho você sabe se para logo enferruja e adoece mais. Aqui no projeto a gente
tem mais qualidade de vida (Unidade 11.5).
A busca pela vida de qualidade é o que leva muitos idosos a realizar exercícios e
participarem de grupos de convivência; é a busca pela felicidade e pelo bem-viver.
Aqui a gente dança, faz amigos, canta, caminha, faz física no chão com o colchonete,
conversa com a natureza e volta pra casa feliz e querendo que tivesse todo dia
(Unidade 1.8).
Aqui a gente faz muitas amizades e a gente cuida dos amigos, eu nunca falto e quando
eu falto eles vão na minha casa saber o que aconteceu. Aqui a gente faz amizade,
lembra da infância na fazenda por causa da natureza e melhora a saúde. Eu gosto
muito do parque e esse projeto é tudo pra mim (Unidade 2.4).
Aqui a gente dança, caminha, faz ginástica, conversa e brinca. Aqui é onde a gente
esquece as tristezas do dia e até esquece que tá velho. Esse projeto é muito bom e só
faz bem a gente (19.1).
Vida de qualidade com a prática do exercício verde se destaca como a justificativa maior
para a criação de políticas públicas de exercícios físicos para idosos, pois com a adoção dessa
prática possibilitaremos diminuição de vários agravantes na saúde dos idosos e poderemos
proporcionar mais motivos para viver e cuidar da saúde. Além da diminuição dos gastos com
medicações e internamentos.
Mudou muita coisa: eu chego em casa e fico mais esperta. Não sinto mais dor nas
pernas e nem a dormência que eu sentia, eu sinto mais. Continuo fazendo minhas
batalhas de casa, costuro e faço artesanato também (Unidade 10.3).
Eu tenho pressão alta e sempre tomei remédios e não resolvia nada, parecia que eram
de farinha. Aí o médico disse para eu começar a fazer atividade física e depois disso,
tomo o remédio e minha pressão está muito mais controlada que só com remédio e eu
sinto mais disposição e vontade de fazer as coisas em casa. E aqui a gente sempre tem
60
companhia e amigos. Eu gosto muito de vir pra cá e quando não posso vir, fico triste
(Unidade 18.4).
Contribuiu para melhorar cada vez mais, fisicamente, mentalmente, como pessoa
também em termos de educação. Por que depois das atividades físicas aqui no parque
eu passei a cuidar mais da natureza e não jogo mais lixo no chão e me preocupo mais
em cuidar de tudo, para manter tudo limpo para a gente poder usar. Melhora tudo em
todos os sentidos, pelo menos pra mim (Unidade 20.3).
Essa categoria traz elementos mais completos sobre a questão do exercício verde como
possibilidade para uma vida de qualidade, na qual os aspectos essenciais de com-vivênciae
o cuidado com a saúde são os fatores principais dessa busca. Essa categoria também é capaz de
fortalecer a possibilidade do fomento da criação de políticas públicas que incentivem a prática
do exercício verde e que criem espaços propícios a essa prática. Com a criação desses espaços
os gastos públicos com medicações e internamentos deverão ser reduzidos e a população, em
especial a idosa, terá mais vida de qualidade.
61
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É o momento de termos um novo paradigma,
que perceba os idosos como participantes
ativos de uma sociedade com integração de idade,
contribuintes ativos, e beneficiários do desenvolvimento
(WHO, 2005, p.44).
62
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O exercício é a prática considerada mais eficaz para a manutenção de uma vida mais
saudável e fisicamente ativa, pois traz consigo muitos benefícios. Atualmente, tem sido
amplamente prescrito por médicos para serem realizados em todas as idades, principalmente
por idosos, por apresentar um potencial caráter atenuante dos déficits característicos da velhice,
promovendo uma fase de vida mais saudável e feliz. Ao exercício, é dado o poder de
transformar a velhice desvalida em uma velhice mais ativa e na qual a vida de qualidade seja
uma constante, possibilitando mais independência e autonomia aos idosos e diminuindo muitas
das queixas apresentadas por essa parcela da população. O declínio das capacidades físicas e
cognitivas está comumente mais relacionado à inatividade física do que aos efeitos deletérios
do envelhecimento. Com isso, podemos projetar uma relação direta entre a falta de exercícios
e a diminuição da independência e adoecimento dos idosos.
Com o aumento da expectativa de vida, surge a necessidade do oferecimento de serviços
voltados à população idosa e o exercício verde tem se mostrado como uma alternativa
economicamente mais viável, sustentável e ecológica (ecoestética-ambientalmente ética-
ecopolítica). Nessa perspectiva, a diminuição de gastos com medicações e internamentos, o
cuidado com o meio ambiente e consigo mesmo e a adoção de medidas mais sustentáveis, são
alguns dos exemplos positivos adquiridos com a prática do exercício verde.
Caracterizado como minimizador dos efeitos deletérios do envelhecimento, o exercício
verde, compreendido como o exercício com intencionalidade à saúde e interação com a
natureza, mostrou-se como um potencial aliado das práticas integrativas e socializadoras entre
os idosos e as diversas faixas etárias, dos idosos com sua própria saúde e dos idosos com o meio
ambiente. Por meio dos aspectos essenciais de com-vivênciaexperienciados com a realização
do exercício verde, os idosos relatam mudanças comportamentais, benefícios de caráter sociais
(como o aumento do autocuidado e a maior capacidade de interação entre os idosos e com outras
faixas etárias, potencialmente atenuando o isolamento social e os episódios depressivos bem
comuns em idosos) e interações afetivas com o meio ambiente. Sob esta perspectiva, diferentes
referências (OMS/FIMS, 1994-1995; BIANCO, 2003; WHO, 2005) podem ser resgatadas para
corroborar a afirmação de que a prática diária de exercícios verdes é capaz de trazer benefícios
para os idosos, possibilitando uma maior interação e socialização, permitindo assim uma
velhice mais feliz e saudável.
Para além dos aspectos já citados, melhorias nos aspectos de saúde como um todo,
principalmente na diminuição dos efeitos decorrentes das doenças crônicas e, mais
63
especificamente, pelo fato do exercício verde ser um facilitador do resgate da autonomia e
independência nos idosos. Com a prática do exercício verde as benesses observadas vão além
dos aspectos essenciais de com-vivência, perpassando pelos benefícios fisiológicos, a
exemplo de: melhora na qualidade do sono, diminuição dos episódios de quedas, melhoras das
taxas metabólicas, maior produção de vitamina D, além de uma maior sensação de bem estar
por estar realizando atividade num ambiente aberto e que permite o contato direto com a
natureza. A capacidade de realização das AVD, a manutenção da capacidade cognitiva e a
diminuição das dores osseas e articulares também são algumas das possibilidades curativas, de
manutenção e ou de reabilitação conferidas à prática do exercício verde.
Já os fatores essências de com-vivênciaestão ainda mais presentes durante a prática
do exercício verde, fatores como a amizade conquistada e cultivada durantes as atividades, o
autocuidado e o cuidado com o outro (com-vivência com outros); a satisfação em realizar o
exercício em ambientes abertos, a comunhão entre o ser humano e a natureza, o cuidado com o
ambiente em que as atividades são realizadas e o sentimento de pertença e de pertencimento
aquele lugar (com-vivência com o meio). São as relações construídas durante as aulas, durante
as caminhadas e durante todo o processo de autoconhecimento e do conhecimento do outro que
fortalecem nossa afirmação de que a com-vivênciaé amplamente favorecida durante a
realização do exercício verde.
Assim, após o referido estudo, pôde-se afirmar que o exercício verde é potencialmente
capaz de conferir ao idoso a autonomia e a independência que possivelmente perdeu com o
passar dos anos, pelas limitações impostas pela inatividade, sedentarismo e por doenças
decorrentes da senilidade. Por associação, uma consequência realista é uma velhice mais feliz,
saudável e fisicamente mais ativa, além da incorporação de hábitos ecológicos que podem ainda
ser passados a gerações mais novas. Em uma perspectiva ampla, podemos fazer a relação do
exercício verde com importantes pilares da sustentabilidade: o ambiental, com perspectivas de
conservação do meio ambiente; o social, através dos aspectos essenciais de com-vivênciaque
emergem e são reproduzidos a partir do exercício verde; e o econômico, a partir da relação
direta do exercício verde com a diminuição de gastos com medicações e internamentos.
As entrevistas realizadas com os idosos que participam do Projeto Saúde no Parque dão
sustentação às afirmações dessa análise conclusiva. As categorias criadas a partir da análise dos
dados responderam nossas questões de pesquisa e nos permitiram afirmar que muitos idosos
vão à procura do exercício por acreditar no seu potencial poder de melhorar a saúde (categoria
Exercício e saúde); entendem que quando o exercício é realizado em um ambiente que
permite o contato com natureza, essa prática é mais favorecida ou facilitada em sua realização
64
(categoria Exercício verde e saúde); que a vivência de exercícios em contato com a natureza
favorece as relações socioafetivas e os aspectos essenciais de com-vivência(categoria
Exercício verde e com-vivência); por fim, que o exercício verde possibilita o
desenvolvimento de qualidades que estão relacionadas a um melhor-viver, no sentido de uma
vida de qualidade (categoria Exercício verde e vida de qualidade).
Ao finalizar a pesquisa reconhecemos seus limites, sendo a análise conclusiva
circunscrita a um recorte espaço-temporal específico. Nesse sentido, análises relacionais
considerando outros contextos geo-culturais/históricos precisam ser realizadas com a devida
atenção às particularidades específicas desses contextos. Destacando-se tais limites, destacamos
os resultados do estudo como referência importante para comparação com outros estudos
similares, assim como seu potencial generativo para suporte de instâncias práticas, tal como o
fomento para a criação de políticas públicas que favoreçam a elaboração de projetos que
atendam a população idosa que cresce a passos largos em âmbito global. Nessa perspectiva,
destaca-se toda a discussão levantada no trabalho, orientando tais políticas não só a projetos
que foquem na saúde como ausência de doenças, mas na vida plena do idoso, envolvendo
qualidades de uma vida alegre, prazerosa e de relações afetivas com os outros e com a natureza.
65
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66
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71
APÊNDICES
72
APÊNDICE 1
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
CAAE: 92394618.5.0000.5546
Você está sendo convidado(a) para participar como voluntário(a) em uma pesquisa.
Após ser esclarecido(a) sobre as informações da pesquisa, apresentadas a seguir, caso aceite
fazer parte do estudo, preencha as duas vias do termo com todos os dados requisitados. Uma
via ficará com o(a) entrevistado(a) e a outra com o(a) pesquisador(a) responsável.
Desde logo, fica garantido o sigilo das informações. Em caso de recusa você não será
penalizado(a) de forma alguma. Reconhecendo que a participação na pesquisa oferece aos(as)
voluntários(as) riscos de constrangimento, caso aceite participar da pesquisa estará
contribuindo para a melhor compreensão das relações ser humano-natureza, especialmente as
que se desenvolvem por meio do exercício verde e suas possibilidades interventivas nos
idosos.
Se depois de consentir em sua participação o Sr(a) desistir de continuar participando,
tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa sem
nenhum prejuízo a sua pessoa. O(a) Sr(a) não terá nenhuma despesa e também não receberá
nenhuma remuneração.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:
Título do Projeto: EXERCÍCIO VERDE E ENVELHECIMENTO RELAÇÕES DO IDOSO
E EXPERIÊNCIAS LÚDICAS NA NATUREZA.
Pesquisador Responsável: Profª. Leidjane Florentino Rodrigues
Telefone para contato: (87) 99961-9185
O objetivo da pesquisa é analisar as possibilidades interventivas do exercício verde nos
aspectos físicos, sociais e de saúde mental, nos idosos.
A coleta de dados será realizada a partir de entrevistas realizadas através de uma pergunta
aberta, onde serão gravadas as falas dos (as) participantes, preservando assim suas imagens e
identidades. Essas respostas serão transcritas, posteriormente, pelo pesquisador a partir das
respostas orais dos envolvidos e serão utilizadas para divulgação dos resultados da pesquisa. O
73
(a) entrevistado(a) pode escolher entre ter ou não seu nome divulgado no resultado final da
pesquisa.
Eu, __________________________________________, RG nº _____________________
declaro compreender as informações dispostas nesse termo de consentimento e concordo em
participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.
Ou
Eu, __________________________________________, RG nº _______________________,
responsável legal por ____________________________________, RG nº
_____________________, declaro compreender as informações dispostas nesse termo de
consentimento e concordo com a sua participação, como voluntário, no projeto de pesquisa
acima descrito.
Caso deseje que seu nome seja divulgado no resultado final da pesquisa marque aqui
Caso deseje que seu nome não seja divulgado no resultado final da pesquisa marque aqui
_____________________, _____ de ____________ de _______
(Local)
(Dia)
(Mês)
(Ano)
_______________________________________
____A_s_s_in_at_u_ra_d_o_s_uj_ei_to_o_u_s_eu__re_sp_o_n__v_el_le_g_a_l ___
Assinatura do pesquisador
74
APÊNDICE 2
TRANSCRIÇÃO DE ENTREVISTAS DE CAMPO
(Com marcação de unidades de significado)
ENTREVISTA 1
Nome: Maria José dos Santos (mulher; 65 anos)
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
As atividades que fazemos no parque melhoram nossa saúde, faz bem para meu corpo e pra
minha cabeça. Sempre que tem aula eu acordo mais feliz e disposta por que venho para o Parque
sentir esse cheirinho de eucalipto e ficar mais perto da natureza. (1.1)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
Quando chega o inverno, as aulas param e muitas vezes eu termino adoecendo porque fico
muito tempo sem fazer física, mas esse ano o professor arrumou esse espaço aqui e a gente não
vai ficar muito tempo sem fazer nada. (1.2) Mais eu prefiro lá no parque e quero que o inverno
passe logo pra a gente voltar pra lá. Eu prefiro que seja feita as aulas lá no parque, porque é um
ambiente ao ar livre, maior e mais espaço e eu respiro melhor por causa desse cheirinho de
eucalipto.(1.3)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Minha vida melhorou bastante depois que comecei aqui no projeto, porque melhorou minha
circulação, dor nos ossos, no joelho, fiquei bem melhor. Até estou até dormindo melhor e não
reclamo mais tanto.(1.4) Tão bom ir pra lá e vê aquelas plantas todas, aqueles eucaliptos e
encontrar com os amigos que fiz aqui na física.(1.5) Essas atividades me trouxeram só coisas
boas, por que a gente arruma mais amigos e fica na atividade física.(1.6)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Tem uns treze (13) anos que eu faço a física aqui e só me aconteceram coisas boas depois disso
aqui.(1.7) Aqui a gente dança, faz amigos, canta, caminha, faz física no chão com o colchonete,
conversa com a natureza e volta pra casa feliz e querendo que tivesse todo dia.(1.8)
ENTREVISTA 2
Nome: Moça Holanda (mulher; 91 anos de idade).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
É muito bom esse projeto, só de ouvir o nome do projeto eu já sinto felicidade e saúde. (2.1)
Eu sou a mais velha da turma e já caminho no parque há uns 30 anos e depois que comecei essa
ginástica estou cada vez me sentindo melhor. (2.2) Aquele cheirinho de eucalipto aquilo é muito
bom, aquilo é tudo, aquilo já tem um nome: Saúde no parque! (2.3) É bom, eu já tenho saudade.
A gente está aqui num local fechado, só por enquanto que passa o inverno, mas se Deus quiser
assim que começar o verão nós vamos voltar pra lá. Porque é lá que a gente se sente bem, a
ginástica no ar livre é muito boa pra saúde e eu escuto muito isso: que é muito bom pra saúde.
75
E eu gosto também. (2.4) E mesmo têm meus amigos os caminhantes do parque quando têm as
caminhadas do parque eu participo. E eu me sinto muito bem no Parque, me sinto em casa. (2.5)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
Eu prefiro que seja feita lá no parque mesmo, prefiro sim. Gosto muito do ambiente aberto,
logo eu nasci e me criei em fazenda né? Aí a natureza é tudo né minha filha? Quando a gente
nasce e se cria em fazenda, oh que saudade! Tenho muita saudade, saudade mesmo. Porque é
muito bom a gente acordar de manhã ouvindo o berro dos bezerros, aquele cheirinho de terra e
do gado é muito gostoso. Eu tenho muito saudade. (2.6) Estou no projeto saúde no parque desde
que iniciou, tem muito mais que 15 anos. Entra ano e sai ano, entre e sai enfermeiros e
professores e eu estou lá firme e forte. (2.7)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Melhorou muito minha filha, melhorou física e mental também porque a gente se relaciona né?
Eu moro só, sou viúva e vivo sozinha, só vejo alguém em casa quando chegam meus filhos e
eu tenho poucos filhos, só tenho três né? (2.8) Me levanto de manhã umas 5h, ajeito minha
mesinha e deixo a mesa posta, como uma frutinha e vou embora para o parque. Lá tem minhas
amigas e meus amigos do parque a gente brinca, a gente caminha e depois tem a ginástica. É
muito bom, pra mim é tudo, o parque pra mim é tudo. (2.9) Melhorou muito, melhorou minha
circulação. Meus movimentos, porque já pensou eu com essa idade fazer o que eu faço? Onde
as minhas filhas não fazem o que faço e nem as minhas netas. (2.10) Elas sempre dizem: Oh
mamãe, eu só queria ter a coragem de fazer o que a senhora faz. E eu digo que não tem por que
não quer, porque é só se levantar da cama e querer. Dizer eu vou levantar e fazer e vou fazer
mesmo! Afinal querer é poder e querendo a gente faz tudo! Eu não faço mais porque não é
possível. Eu faço parte do grupo de terceira idade do Sesc, faço caminhadas no Parque, ginástica
no projeto ginástica no Parque e se eu pudesse eu fazia mais coisa porque atividade física só
faz bem para nossa saúde e cabeça. (2.11)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Quando eu começo a dançar eu não paro e sempre que tem quadrilha junina eu danço, dança
mulher com mulher porque lá não tem muitos homens e os homens que tem são casados. São
mais de 130 componentes e todas as festas me marcam de verdade. (2.12) Todo ano tem
avaliação e sempre que eles fazem a minha nota é boa e minha saúde só tem melhorado. (2.13)
Aqui a gente faz muitas amizades e a gente cuida dos amigos, eu nunca falto e quando eu falto
eles vão na minha casa saber o que aconteceu. Aqui a gente faz amizade, lembra da infância na
fazenda por causa da natureza e melhora a saúde. Eu gosto muito do Parque e esse projeto é
tudo pra mim. (2.14)
ENTREVISTA 3
Nome: Quitéria de Lira da Silva (Mulher; 62 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
As atividades que a gente faz aqui são boas pra gente e pra nossa saúde, para as dores que a
gente sente né? (3.1) Fazer atividade física é muito importante pra nossa saúde.(3.2) Faz tempo
76
que eu faço física aqui, desde a professora Cícera e nunca quis deixar de fazer porque eu me
sinto muito bem quando venho e sinto que diminuíram minhas dores do corpo todo. (3.3)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
Eu prefiro que seja feita a física lá no Parque, porque aqui não tem a natureza que tem no
Parque, mas a gente só tá aqui por causa das chuvas, (3.4) mas desde que a gente tá aqui, não
chove mais. Lá tem mais espaço e a gente quando termina vai andar no meio daquele Parque
bonito ou vai andar mais cedo antes da aula. O Parque é bonito demais e cheio de verde. Parece
que Deus tá lá! (3.5)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Os benefícios que eu percebi foi que minhas dores melhoraram muito depois que eu estou
fazendo aula, eu durmo melhor, aliás, durmo até demais. (3.6) Depois que eu estou fazendo
aula aqui, diminuíram os remédios que eu tomo, eu não tomo remédio pra dormir não, só os
para as dores da artrite e artrose, mas eu não sinto mais dores como eu sentia. (3.7)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
O que me marcou muito foi a saída da professora Cícera e depois entrou esse outro professor
que é muito bom também e os amigos que eu fiz aqui, porque a gente faz muitos amigos aqui e
se sente muito bem. (3.8)
ENTREVISTA 4
Nome: Jorge Vicente da Silva (Homem; 82 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Lá no Parque eu faço caminhada logo cedinho e depois faço a física com o professor e os amigos
que eu ganhei aqui. Gosto porque é pertinho da minha casa e eu venho todo dia pra caminhar.
(4.1)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
Por que como estava chovendo o professor disse que a aula agora ia ser aqui né? Mas eu prefiro
que seja no parque por que é mais perto pra mim e porque no Parque eu posso caminhar lá e
vejo a natureza de lá. (4.2) Aqui é mais longe de onde eu moro.
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO,
TROUXE PARA SUA VIDA?
Melhorou muita coisa né? Antes disso eu só vivia caindo e vivia muito doente e depois que eu
comecei a fazer caminhada do Parque e a física aqui, eu melhorei muito né? (4.3)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Aqui eu fiz amigos e quando eu não venho pra física eles vão lá na minha casa saber se estou
doente. Aqui na física é muito bom porque no Parque a gente fica mais perto da terra e das
plantas. Eu gosto! (4.4)
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ENTREVISTA 5
Nome: Francisca de Fátima Souza Araújo (Mulher; 62 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Gosto quando tem dança e quando eu consigo fazer os exercícios todos. Eu não gosto de ir para
academias, porque é muito fechado e acho que é lugar de gente nova. Aqui a gente faz amigos,
cuida da saúde e fica perto da natureza. (5.1)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
No parque é melhor pelo ar puro e pelo contato com a natureza. Mas aqui fica mais perto do
meu trabalho, e fica mais fácil pra eu vir. Lá no Parque o ar é mais puro por conta das árvores.
(5.2)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO,
TROUXE PARA SUA VIDA?
Trouxe muita coisa boa, minha saúde melhorou e eu não vivo mais em médico e nem
reclamando como vivia antes de fazer a física aqui. Fiz os exames das minhas taxas e todas
estão normais. (5.3)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
A troca da professora foi algo que me marcou muito, porque eu passei por todos os professores
que já passaram lá. (5.4) Mas todos sempre foram bons e sempre nos trataram com respeito e
cuidado.
ENTREVISTA 6
Nome: Maria José de Freitas (Mulher; 63 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO
SAÚDE NO PARQUE.
Aqui é um pedaço do céu na terra, tudo de bom. É saúde e uma vida saudável, né? (6.1) Quando
eu comecei não andava antes e só vivia acidentada, só vivia com as pernas inchadas e não tinha
forças pra caminhar. As atividades que a gente faz aqui me ajudaram a voltar a andar. (6.2)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
Lá no Parque, por lá é ao ar livre e a gente sente aquele cheirinho de eucalipto, aquela delicinha
né? E é assim, um ambiente saudável que a gente fica a vontade. Aqui não, aqui já muda a
respiração né? (6.3) A gente sente muito calor aqui e o Parque, eu digo a todo mundo que é um
pedacinho do céu. (6.4) Porque com a graça de Deus eu estou aqui e andando, né? (6.5)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Eu voltei a andar, primeiramente agradeço a Deus e depois ao projeto. Era pra eu estar numa
cadeira de rodas e agora eu ando e faço as atividades aqui. (6.6) Eu comecei fazendo
caminhadas e até hoje. Vinte anos que eu faço caminhas e atividades físicas. (6.7)
78
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Eu ter voltado a andar, porque na época que eu comecei a fazer caminhada lá no Parque, eu não
tinha forças na perna para caminhar e hoje com a Graça de Deus estou aqui, senão eu estava
numa cadeiras de rodas. (6.8) O projeto mudou minha vida e minha saúde e é ainda melhor
quando estamos ao ar livre. (6.9)
ENTREVISTA 7
Nome: Maria José Aurora de Lira Martins (Mulher; 80 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Eu acho maravilhoso, gosto muito. Adoro. Eu já participo há 14 anos e minha vida mudou muito
depois que eu comecei a participar dessas atividades. (7.1)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
Lá no Parque né? Porque lá a gente esta pertinho da natureza e das plantas, pega um solzinho
durante a aula. (7.2) E aqui tem muito degrau e eu sofro do joelho. Tenho o joelho doente e não
gosto muito daqui, mas vamos voltar para o parque depois do inverno.
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Melhorou tudo na minha vida, saúde, tudo. Eu gosto muito e fico triste quando não posso vir.
Adoro o Parque, e ainda faço caminhada. (7.3)
Eu tenho osteoporose, artrite, artrose e gastrite. E pressão alta. Minha vida é muito melhor
depois da atividade física. (7.4)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Os amigos que ganhei aqui vou levá-los para o resto da vida. Somos mais que uma família.
(7.5)
ENTREVISTA 8
Nome: Josete Oliveira Moura (Mulher; 72 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Esse projeto já tem nome de saúde né? Na minha cabeça já é uma saúde completa mesmo. Por
que eu me sinto muito bem, quando tem aula eu acordo mais disposta pra vir e quando eu chego
passo o dia inteiro mais disposta. É uma coisa muito boa pra mim e creio que pra todos nós que
participamos aqui. (8.1) Já tem 10 anos que eu estou aqui.
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
No Parque, porque lá a gente fica ao ar livre né? (8.2) E outra, com aquelas vegetações aquilo
ajuda muita gente (8.3) e aqui, eu agradeço muito a Deus por que o professor arrumou esse
lugar, por que a gente ia ficar parado o inverno todo. Porque começou a chover muito e a gente
79
ia parar, porque não dava pra a gente vir e não conseguir fazer. E a gente ficou muito triste, né?
E aí a gente pensou: Vamos se movimentar pra não parar. Aí de repente ele chegou dando a
notícia que tinha arrumado esse salão e foi muito bom. Eu mesma fiquei muito feliz, porque a
gente não ia parar de fazer nossa atividade física.
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Lá no parque a gente fica mais livre, parece que fica com a cabeça mais aberta ne? (8.4) Eu
tenho depressão e depois que comecei a fazer atividade física aqui, não sinto mais a tristeza que
eu sentia. (8.5) E nem me sinto tão só, porque aqui a gente tem amigo, conversa, ri, brinca e a
minha saúde melhorou tudo. (8.6)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Meus amigos que ganhei aqui, eles me ajudam a viver mais feliz mesmo eu tendo depressão.
(8.7)
ENTREVISTA 9
Nome: Mariazinha Costa (Mulher; 85 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Eu faço caminhada e quando faço caminhada, me sinto outra mulher. Tudo o que é bom a gente
vive aqui. (9.1) Já faço atividades aqui há 14 anos.
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
No Parque, por que lá é livre e a gente se sente tão bem. (9.2) Porque eu olho a natureza e fico
mais perto dela né? (9.3) A gente se sente mais disposta e quando chega em casa faz tudo, é
outra mulher. (9.4)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Depois que eu comecei aqui eu me sinto mais disposta, porque antes eu dormia demais de dia
e não dormia de noite. (9.5) Não sinto mais tantas dores e consigo andar melhor. (9.6) Respiro
o ar puro e vivo feliz. (9.7)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Quando a professora Cícera saiu, a gente ficou triste e isso me marcou muito.
ENTREVISTA 10
Nome: Luzinete Florentino dos Santos (Mulher; 80 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Aqui somos uma família, fizeram a maior surpresa pra mim de 80 anos. Graças a Deus! (10.1)
Fico muito feliz, porque eu mesmo desde que eu faço saúde no Parque, eu sou outra mulher.
(10.2) Eu não perco tempo, nos dias de ir para parque quando é 5h da manhã já estou de pé.
80
(10.3) Deixo café feito, arrumo as coisas e venho embora toda satisfeita. (10.4) Eu estava
ansiosa, porque tem um mês e meio que eu não vinha, por que um carro estava dando ré e bateu
em mim e machucou muito a minha perna. Mas, graças a Deus não quebrou nada e eu consegui
voltar para fazer a atividade física.
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
No Parque, porque aqui é só, graças a Deus, no tempo do inverno. (10.5). Porque toda vez que
o inverno chegava a gente ficava sem fazer e esse ano o professor arrumou esse lugar. Mas já
no Parque é muito melhor, mais livre, mais ar puro e perto da natureza. (10.6) Porque a gente
já fica fechado em casa o tempo todo né? Mesmo que a gente faça os exercícios em casa, nunca
é igual ao parque. (10.7) Lá a gente fica mais perto da natureza e o cheirinho de eucalipto é
maravilhoso. (10.8)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Mudou muita coisa: eu chego em casa e fico mais esperta. Não sinto mais dor nas pernas e nem
a dormência que eu sentia, eu sinto mais. Continuo fazendo minhas batalhas de casa, costuro e
faço artesanato também. (10.9) Sem essa ginástica eu não estava fazendo nada disso. Parece
que dá outra energia pra gente depois que a gente faz. (10.10) Já estou aqui há 13 anos. E o
contato com a natureza lá no parque é muito importante. (10.11) Eu chego sempre mais cedo
que o professor e ainda dou 2 ou 3 voltas caminhando antes. Tenho outra vida, graças a Deus e
ao projeto. (10.12)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
A surpresa que fizeram pra mim, no meu aniversário de 80 anos. Eu não esperava nunca, eu
fiquei tão feliz tão feliz que me tremia toda. Esses amigos que a gente tem aqui, já fazem parte
da nossa vida. (10.13)
ENTREVISTA 11
Nome: Juraci de Souza Ângelo (Mulher; 72 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Aqui é muito divertido, é muita gente. É muito importante para a saúde e para desenvolver as
articulações. (11.1) Muito bom, muito bom mesmo.
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
Aqui a gente agradece muito pelo imóvel que cederam, mas melhor é lá no Parque mesmo.
Aqui é mais longe e fechado. Lá é aberto, tem as árvores e tem tudo né, para favorecer mais o
ar puro. (11.2) Aqui está bom por que chovendo não podemos fazer lá no Parque né?
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Já estou aqui no projeto há mais de 14 anos e minha saúde melhorou muito. (11.3) Não sinto
mais tantas dores, durmo melhor, faço caminhadas aqui e ajudo a melhorar minhas articulações.
81
(11.4) Porque velho você sabe, se para logo enferruja e adoece mais. Aqui no projeto a gente
tem mais qualidade de vida. (11.5)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Quando a professora Cícera saiu, a gente ficou muito triste, porque todo muito gostava muito
dela. Tinha tanta gente fazendo a física com a gente. Mas o professor também é um dez e nós
gostamos muito dele. São amizades que a gente faz aqui né? (11.6)
ENTREVISTA 12
Nome: Hilda Rodrigues Florentino (Mulher; 74 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Ali é bom demais, já tem uns 10 anos que eu participo, desde o tempo de Cícera que eu faço
atividades físicas lá. (12.1) Muito bom, gostoso porque além do cheiro de eucaliptos tem o sol
que nos aquece muito e melhora nossa saúde. É bom demais, muito bom! (12.2)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
Lá no Parque é claro, é ótimo lá porque a gente fica em contato com a natureza, sente aquele
cheiro gostoso e toma banho de sol. (12.3) Muito aberto e espaçoso. (12.4) Quando o inverno
chega e temos que sair do Parque, por causa das chuvas, eu vou pouco para o outro lugar. Não
me sinto tão bem lá, quanto me sinto no Parque. (12.5) Se todos tivessem a oportunidade de
fazer atividades aqui no Parque, saberiam do que estou falando: Natureza, verde, paz, sol e
amigos, não existe nada melhor. (12.6)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Primeiro me levantou da cama cedo de tão bom que eu acho, eu não me importo de acordar
cedo para ir fazer ginástica. (12.7) Melhorou minha circulação, as dores das minhas costas,
tudo, tudo, tudo melhora. Depois que comecei a fazer atividades físicas lá, tenho mais
disposição para tudo e sou mais feliz. (12.8)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Além de fazer muitos amigos, a gente festeja tudo lá. Todas as datas comemorativas a gente
festeja lá, até do dia das crianças a gente festeja. Dia do professor, aniversário de todo mundo
é motivo para festa e comemoração. Muito bom! (12.9)
ENTREVISTA 13
Nome: Maria Lea F. dos Santos (Mulher, 64 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Aqui a gente vive melhor e se diverte. Todas as atividades que vivenciamos aqui nos
proporcionam mais qualidade de vida e fazem da nossa vida, uma vida melhor. (13.1)
82
participo há mais de 8 anos e depois que comecei aqui, minha vida mudou muito. Eu tenho mais
saúde e sou mais feliz. (13.2)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
Sem duvidas no Parque, esse encontro com a natureza é muito bom. (13.3) O cheiro de
eucalipto, as plantas, esse ar puro, o solzinho de manhã, tudo isso faz com que eu viva mais.
Acho que vou viver muitos anos, só por que frequento essas aulas e venho ao Parque sempre.
(13.4) No ambiente fechado a gente só vai quando esta chovendo muito, para não ter que ficar
sem fazer nada. Mas eu prefiro aqui no Parque, prefiro sim! (13.5)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Eu vivo melhor. Durmo melhor, e não tomo mais remédio para dormir. Acordo mais disposta
e feliz, venho fazer as atividades e encontro os amigos e o professor. (13.6) Não tenho mais
depressão e nem aquela tristeza que sentia, quando ficava o tempo todo sozinha em casa. Fiz
amigos aqui, trouxe amigos comigo e hoje sou muito mais feliz depois do projeto. (13.7) Meus
exames nunca mais deram alterados e eu fico pouco doente, até meus exames de vitamina D
deram legais. Aprendi a me cuidar mais depois do projeto e presto mais atenção em mim. (13.8)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Ah, a saída pra professora Cícera. Mas o que eu falo todo dia em casa é que eu agradeço a Deus
pelos amigos que ganhei aqui. Aqui a gente faz amizade e um cuida do outro também. Depois
desse projeto, eu nunca mais fui sozinha. (13.9)
ENTREVISTA 14
Nome: João Henrique Rodrigues de Lima (Homem; 72 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Atividades que fazem bem para o corpo e para a alma. Estou há pouco tempo fazendo atividades
aqui, mas já pude sentir tudo de bom que é estar aqui. (14.1)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
Aqui no Parque, porque a gente se sente muito bem e mais vivo né? Eu fui criado no sítio e isso
aqui me lembra muito a minha infância e o quanto era bom, viver ao ar livre e ter sempre contato
com a natureza. No ambiente fechado eu me sinto preso e não tenho vontade de vir. (14.2)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Benefícios mentais e físicos. Não sinto mais tanta dor na minha perna doente e durmo muito
melhor. (14.3) Também sofro de ansiedade e depois que comecei aqui, não me sinto tão ansioso
não. Respiro melhor e converso com os amigos. (14.4)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
O que me marca sempre aqui são os amigos que fizemos e que levamos pra vida. (14.5)
83
ENTREVISTA 15
Nome: Josuel Correia da Silva (Homem; 66 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Aqui o que mais gosto de fazer é dançar e conversar com os amigos. Somos uma família aqui,
sabe? Cuidamos da nossa família e cuidamos uns dos outros. Já estou aqui há 8 anos e não
penso em deixar de vir não. Só peço a Deus saúde para continuar aqui. (15.1)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
No Parque, aqui em Garanhuns não tem lugar melhor para fazer a física. Perto de casa, cheio
de árvores, cheirinho de eucalipto, ar puro e cheio de amigos e pessoas de bem. (15.2) Não
quero mais nada! Só vou para o lugar fechado para não ficar sem fazer a física, porque se não
fosse isso, eu nem iria. (15.3)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Eu me curei da depressão depois que entrei aqui, minha pressão não é mais alta e eu nunca mais
tive gripe, acho que por causa do ar puro. Eu acordo feliz quando é dia de vir pra cá e depois
da física vou pra casa mais feliz ainda. (15.4)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
O jeito que cada amigo e o professor me tratam, eles me tratam com muito importância e
carinho. Eu não sou mais triste e depressivo como eu era antes. Esse projeto é bom demais e
nos faz um bem danado. (15.5)
ENTREVISTA 16
Nome: Maria José Bezerra da Silva (Mulher; 66 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Uma alegria poder participar desse projeto e poder melhorar minha saúde através dele. Isso aqui
nos traz mais qualidade de vida e prolonga nossos dias. (16.1)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
É melhor no parque, porque é aberto né? Pra você respirar é bem melhor porque tem os
eucaliptos que tem lá né, ao ar livre a gente se cansa menos. (16.2)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Eu sentia muita dor no pescoço, nos braços, nas pernas e nas mãos por causa do crochê e
melhorou tudo, hoje em dia eu não sinto mais dor nenhuma, depois que comecei os exercícios.
(16.3)
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FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Depois que comecei a fazer exercícios aqui, até minha disposição para fazer crochê aumentou.
Esse projeto mudou minha vida e minha saúde para melhor. (16.4)
ENTREVISTA 17
Nome: Cícero Damásio de Oliveira (Homem; 69 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Antes dessas atividades eu nem saia de casa e quando saia era de muletas. Tudo no meu corpo
doía, eu vivia dopado de tanto remédio e minhas dores não passavam. (17.1) Depois que
comecei a vir para o projeto, eu nem sei mais direito o que é dor. Minha vida mudou muito e a
minha saúde melhorou 100%. (17.2)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
Ah, eu prefiro aqui no Parque. Porque a gente está mais perto da natureza e esse contato com a
natureza melhora ainda mais nossa saúde. (17.3) Eu agradeço a todos aqui do projeto, por que
depois dele eu não sinto mais dores e tenho mais vontade de viver. (17.4)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Olhe minha filha, eu não andava e quando andava era me arrastando com uma muleta. Eu sentia
tanta dor nas pernas e nas costas que eu pedia pra morrer e pensava que nunca ia ficar bom.
(17.5) Eu não estou dizendo que nunca mais senti dor não, eu estou dizendo que minha vida
melhorou muito e que minhas dores só aparecem muito raras e eu ando como se nunca tivesse
sentido dor e como se nunca tivesse tomado aquele tanto de remédio. (17.6) Primeiramente
Deus, depois esses exercícios, foi o que me curou e me fez voltar a ter vontade de viver e de
sair de casa. Eu já tomei tanto remédio e injeção que vivia mais morto que vivo e nada
adiantava. Exercício físico é vida e para nós idosos, é capaz de nos dar mais anos de vida. (17.7)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Fizeram uma festa surpresa aqui no parque no meu aniversário, isso eu nunca vou esquecer.
Aqui a gente se sente bem, feliz, amado e vivo! (17.8)
ENTREVISTA 18
Nome: Gercina Regina da Silva Sales (Mulher, 79 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
É um alívio nos meus dias de solidão, uma alegria poder participar desse projeto e poder me
sentir útil e viva. (18.1)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
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No Parque, porque a gente sente o ar puro, o calor do sol e o cheiro das plantas. Esse Parque é
bom demais. (18.2) Só vamos para o lugar fechado quando esta no inverno e não podemos fazer
aqui no Parque por causa da chuva, para a gente não ficar doente né. (18.3)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Eu tenho pressão alta e sempre tomei remédios e não resolvia nada, parecia que eram de farinha.
Aí o médico disse para eu começar a fazer atividade física e depois disso, tomo o remédio e
minha pressão está muito mais controlada que só com remédio e eu sinto mais disposição e
vontade de fazer as coisas em casa. E aqui a gente sempre tem companhia e amigos. Eu gosto
muito de vir pra cá e quando não posso vir, fico triste. (18.4)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Quando eu fiquei sem vir, porque estava com a pressão muito alta, meus amigos e o professor
foram na minha casa, saber por que eu não estava mais indo para o projeto. Eu me senti
importante e amada. (18.5)
ENTREVISTA 19
Nome: José Ramos Sobrinho (Homem; 69 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
Aqui a gente dança, caminha, faz ginástica, conversa e brinca. Aqui é onde a gente esquece as
tristezas do dia e até esquece que tá velho. Esse projeto é muito bom e só faz bem a gente. (19.1)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
Aqui no Parque, porque aqui a gente fica livre e acho que faz mais bem fazer ginástica aqui, dá
mais resultados. Aqui a gente encontra muita gente, que às vezes só vem caminhar e faz muitas
amizades. Além de ser na natureza né? Ficar perto da natureza faz muito bem. (19.2)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Melhorou muito minha circulação, porque minhas pernas incham muito. Quando venho pra cá
eu me sinto muito bem e nem sinto que estou me esforçando. Durmo melhor depois das aulas
e por incrível que pareça, tomo menos remédios e me alimento melhor. (19.3)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Quando a professora Cícera saiu, a gente ficou muito triste. Mas todos os professores que
chegam para trabalhar aqui são especiais, bons e queridos também. (19.4)
ENTREVISTA 20
Nome: Vera Araújo Cavalcante da Silva (Mulher; 65 anos).
FALE SOBRE AS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ VIVENCIA NO PROJETO SAÚDE
NO PARQUE.
86
Aqui a gente tem mais saúde, tudo de bom, felicidade e mais qualidade de vida. Todas as
atividades que fazemos nos ajudam a viver melhor e a fazer do nosso envelhecimento um
momento para viver bem. As amizades que a gente faz aqui são maravilhosas. O Parque é tudo
de bom, exercício é tudo de bom. (20.1)
VOCÊ PREFERE QUE A AULA SEJA FEITA NO PARQUE OU AQUI, NESSE AMBIENTE
FECHADO?
Prefiro no Parque porque é ao ar livre, a questão da natureza, do ambiente. Lá é tudo de bom.
O ar livre que a gente respira. Quando eu entrei na menopausa eu sentia muito calor e em
ambiente fechado eu me sinto mais abafada e com muito calor e isso eu não sinto lá no Parque
por ser aberto, gostoso e ao ar livre. (20.2)
QUAIS OS BENEFÍCIOS QUE A ATIVIDADE FÍSICA REALIZADA NO PROJETO
TROUXE PARA SUA VIDA?
Eu sempre gostei de fazer atividades físicas, sempre tive boas referências na minha escola onde
tive um professor muito bom. Contribuiu para melhorar cada vez mais, fisicamente,
mentalmente, como pessoa também em termos de educação. Porque depois das atividades
físicas aqui no Parque eu passei a cuidar mais da natureza e não jogo mais lixo no chão e me
preocupo mais em cuidar de tudo, para manter tudo limpo para a gente poder usar. Melhora
tudo em todos os sentidos, pelo menos pra mim. (20.3)
FALE SOBRE ALGO QUE ACONTECEU NAS ATIVIDADES FÍSICAS QUE VOCÊ
VIVENCIA NO PROJETO QUE LHE MARCOU DE ALGUMA MANEIRA.
Uma vez eu quebrei o pé e a turma toda foi me visitar em casa e até flores levaram. Isso é por
causa da amizade que a gente faz e cultiva aqui no projeto. (20.4)
87
APÊNDICE 3
UNIDADES DE SIGNIFICADO CORPUS COMPLETO
ENTREVISTA 1
Nome: Maria José dos Santos (mulher; 65 anos).
1.1 As atividades que fazemos no parque melhoram nossa saúde, faz bem para meu corpo e
pra minha cabeça. Sempre que tem aula eu acordo mais feliz e disposta porque venho
para o Parque sentir esse cheirinho de eucalipto e ficar mais perto da natureza.
1.2 Quando chega o inverno, as aulas param e muitas vezes eu termino adoecendo porque
fico muito tempo sem fazer física, mas esse ano o professor arrumou esse espaço aqui e
a gente não vai ficar muito tempo sem fazer nada.
1.3 Mais eu prefiro lá no Parque e quero que o inverno passe logo pra a gente voltar pra lá.
Eu prefiro que seja feita as aulas lá no Parque, porque é um ambiente ao ar livre, maior
e mais espaço e eu respiro melhor por causa desse cheirinho de eucalipto.
1.4 Minha vida melhorou bastante depois que comecei aqui no projeto, porque melhorou
minha circulação, dor nos ossos, no joelho, fiquei bem melhor. Até estou até dormindo
melhor e não reclamo mais tanto.
1.5 Tão bom ir pra lá e vê aquelas plantas todas, aqueles eucaliptos e encontrar com os
amigos que fiz aqui na física.
1.6 Essas atividades me trouxeram só coisas boas, porque a gente arruma mais amigos e fica
na atividade física.
1.7 Tem uns treze (13) anos que eu faço a física aqui e só me aconteceram coisas boas depois
disso aqui
1.8 Aqui a gente dança, faz amigos, canta, caminha, faz física no chão com o colchonete,
conversa com a natureza e volta pra casa feliz e querendo que tivesse todo dia.
ENTREVISTA 2
Nome: Moça Holanda (mulher; 91 anos de idade).
2.1 [...] só de ouvir o nome do projeto eu já sinto felicidade e saúde.
2.2 Eu sou a mais velha da turma e já caminho no Parque há uns 30 anos e depois que comecei
essa ginástica estou cada vez me sentindo melhor
2.3 Aquele cheirinho de eucalipto aquilo é muito bom, aquilo é tudo, aquilo já tem um nome:
Saúde no Parque!
2.4 A gente está aqui num local fechado, só por enquanto que passa o inverno, mas se Deus
quiser assim que começar o verão nós vamos voltar pra lá. Porque é lá que a gente se sente
bem, a ginástica no ar livre é muito bom pra saúde e eu escuto muito isso: que é muito bom
pra saúde. E eu gosto também.
2.5 E eu me sinto muito bem no Parque, me sinto em casa.
2.6 Gosto muito do ambiente aberto, logo eu nasci e me criei em fazenda, né? Ai a natureza é
tudo né minha filha? Quando a gente nasce e se cria em fazenda, oh que saudade! Tenho
muita saudade, saudade mesmo.
Porque é muito bom a gente acordar de manhã ouvindo o berro dos bezerros, aquele
cheirinho de terra e do gado é muito gostoso. Eu tenho muito saudade.
2.7 Estou no projeto saúde no Parque desde que iniciou, tem muito mais que 15 anos. Entra ano
e sai ano, entre e sai enfermeiros e professores e eu estou lá firme e forte.
88
2.8 Melhorou muito minha filha, melhorou física e mental também porque a gente se relaciona
né? Eu moro só, sou viúva e vivo sozinha, só vejo alguém em casa quando chega meus
filhos e eu tenho poucos filhos, só tenho três né?
2.9 Lá têm minhas amigas e meus amigos do parque a gente brinca, a gente caminha e depois
tem a ginástica. É muito bom, pra mim é tudo, o parque pra mim é tudo.
2.10Melhorou muito, melhorou minha circulação. Meus movimentos, porque já pensou eu com
essa idade fazer o que eu faço? Onde as minhas filhas não fazem o que faço e nem as
minhas netas.
2.11 Eu não faço mais por que não é possível. Eu faço parte do grupo de
terceira idade do Sesc, faço caminhadas no Parque, ginástica no projeto ginástica no Parque
e se eu pudesse eu fazia mais coisa porque atividade física só faz bem para nossa saúde e
cabeça.
2.12 Quando eu começo a dançar eu não paro e sempre que tem quadrilha junina eu danço,
dança mulher com mulher porque lá não tem muitos homens e os homens que tem são
casados. São mais de 130 componentes e todas as festas me marcam de verdade.
2.13 Todo ano tem avaliação e sempre que eles fazem a minha nota é boa e minha saúde só tem
melhorado.
2.14 Aqui a gente faz muitas amizades e a gente cuida dos amigos, eu nunca falto e quando eu
falto eles vão na minha casa saber o que aconteceu. Aqui a gente faz amizade, lembra da
infância na fazenda por causa da natureza e melhora a saúde. Eu gosto muito do Parque
e esse projeto é tudo pra mim.
ENTREVISTA 3
Nome: Quitéria de Lira da Silva (Mulher; 62 anos).
3.1 As atividades que a gente faz aqui são boas pra gente e pra nossa saúde, para as dores que
a gente sente né?
3.2 Fazer atividade física é muito importante pra nossa saúde.
3.3 [...] nunca quis deixar de fazer porque eu me sinto muito bem quando venho e sinto que
diminuíram minhas dores do corpo todo.
3.4 Eu prefiro que seja feita a física lá no Parque, porque aqui não tem a natureza que tem no
Parque, mas a gente só tá aqui por causa das chuvas
3.5 Lá tem mais espaço e a gente quando termina vai andar no meio daquele Parque bonito ou
vai andar mais cedo antes da aula. O Parque é bonito demais e cheio de verde. Parece que
Deus tá lá!
3.6 Os benefícios que eu percebi foi que minhas dores melhoraram muito depois que eu estou
fazendo aula, eu durmo melhor, aliás, durmo até demais.
3.7 Depois que eu estou fazendo aula aqui, diminuíram os remédios que eu tomo, eu não tomo
remédio pra dormir não, só os para as dores da artrite e artrose, mas eu não sinto mais dores
como eu sentia.
3.8 O que me marcou muito foi a saída da professora Cícera e depois entrou esse outro professor
que é muito bom também e os amigos que eu fiz aqui, porque a gente faz muitos amigos
aqui e se sente muito bem.
ENTREVISTA 4
Nome: Jorge Vicente da Silva (Homem; 82 anos).
4.1 Gosto, porque é pertinho da minha casa e eu venho todo dia pra caminhar.
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4.2 Mas eu prefiro que seja no Parque por que é mais perto pra mim e porque no Parque eu
posso caminhar lá e vejo a natureza de lá.
4.3 Melhorou muita coisa né? Antes disso eu só vivia caindo e vivia muito doente e depois que
eu comecei a fazer caminhada do Parque e a física aqui, eu melhorei muito né?
4.4 Aqui eu fiz amigos e quando eu não venho pra física eles vão lá na minha casa saber se
estou doente. Aqui na física é muito bom porque no Parque a gente fica mais perto da terra
e das plantas. Eu gosto!
ENTREVISTA 5
Nome: Francisca de Fátima Souza Araújo (Mulher; 62 anos).
5.1 Eu não gosto de ir para academias, porque é muito fechado e acho que é lugar de gente
nova. Aqui a gente faz amigos, cuida da saúde e fica perto da natureza.
5.2 No Parque é melhor pelo ar puro e pelo contato com a natureza. [...] Lá no Parque o ar é
mais puro por conta das árvores.
5.3 Trouxe muita coisa boa, minha saúde melhorou e eu não vivo mais em médico e nem
reclamando como vivia antes de fazer a física aqui. Fiz os exames das minhas taxas e todas
estão normais.
5.4 A troca da professora foi algo que me marcou muito, porque eu passei por todos os
professores que já passaram lá.
ENTREVISTA 6
Nome: Maria José de Freitas (Mulher; 63 anos).
6.1 Aqui é um pedaço do céu na terra, tudo de bom. É saúde e uma vida saudável, né?
6.2 As atividades que a gente faz aqui me ajudaram a voltar a andar.
6.3 Lá no Parque, por lá é ao ar livre e a gente sente aquele cheirinho de eucalipto, aquela
delicinha né? E é assim, um ambiente saudável que a gente fica a vontade. Aqui não, aqui
já muda a respiração né?
6.4 A gente sente muito calor aqui e o Parque, eu digo a todo mundo que é um pedacinho do
céu.
6.5 Porque com a graça de Deus eu estou aqui e andando, né?
6.6 Eu voltei a andar, primeiramente agradeço a Deus e depois ao projeto. Era pra eu estar numa
cadeira de rodas e agora eu ando e faço as atividades aqui.
6.7 Eu comecei fazendo caminhadas e até hoje. Vinte anos que eu faço caminhas e atividades
físicas.
6.8 Eu ter voltado a andar, porque na época que eu comecei a fazer caminhada lá no Parque, eu
não tinha forças na perna para caminhar e hoje com a Graça de Deus estou aqui, senão eu
estava numa cadeiras de rodas.
6.9 O projeto mudou minha vida e minha saúde e é ainda melhor quando estamos ao ar livre.
ENTREVISTA 7
Nome: Maria José Aurora de Lira Martins (Mulher; 80 anos).
7.1 Eu acho maravilhoso, gosto muito. Adoro. Eu já participo há 14 anos e minha vida mudou
muito depois que eu comecei a participar dessas atividades.
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7.2 Lá no Parque né? Porque lá a gente esta pertinho da natureza e das plantas, pega um solzinho
durante a aula.
7.3 Melhorou tudo na minha vida, saúde, tudo. Eu gosto muito e fico triste quando não posso
vir. Adoro o parque, e ainda faço caminhada.
7.4 Eu tenho osteoporose, artrite, artrose e gastrite. E pressão alta. Minha vida é muito melhor
depois da atividade física.
7.5 Os amigos que ganhei aqui vou leva-los para o resto da vida. Somos mais que uma família.
ENTREVISTA 8
Nome: Josete Oliveira Moura (Mulher; 72 anos).
8.1 Esse projeto já tem nome de saúde, né? Na minha cabeça já é uma saúde completa mesmo.
Por que eu me sinto muito bem, quando tem aula eu acordo mais disposta pra vir e quando
eu chego passo o dia inteiro mais disposta. É uma coisa muito boa pra mim e creio que pra
todos nós que participamos aqui.
8.2 No Parque, por que lá a gente fica ao ar livre né?
8.3 E outra, com aquelas vegetações aquilo ajuda muita gente
8.4 Lá no Parque a gente fica mais livre, parece que fica com a cabeça mais aberta né
8.5 Eu tenho depressão e depois que comecei a fazer atividade física aqui, não sinto mais a
tristeza que eu sentia.
8.6 E nem me sinto tão só, porque aqui a gente tem amigo, conversa, ri, brinca e a minha saúde
melhorou tudo.
8.7 Meus amigos que ganhei aqui, eles me ajudam a viver mais feliz mesmo eu tendo depressão.
ENTREVISTA 9
Nome: Mariazinha Costa (Mulher; 85 anos).
9.1 Eu faço caminhada e quando faço caminhada, me sinto outra mulher. Tudo o que é bom a
gente vive aqui.
9.2 No Parque, por que lá é livre e a gente se sente tão bem.
9.3 Porque eu olho a natureza e fico mais perto dela né?
9.4 A gente se sente mais disposta e quando chega em casa faz tudo, é outra mulher.
9.5 Depois que eu comecei aqui eu me sinto mais disposta, porque antes eu dormia demais de
dia e não dormia de noite.
9.6 Não sinto mais tantas dores e consigo andar melhor.
9.7 Respiro o ar puro e vivo feliz.
ENTREVISTA 10
Nome: Luzinete Florentino dos Santos (Mulher; 80 anos).
10.1 Aqui somos uma família, fizeram a maior surpresa pra mim de 80 anos. Graças a Deus!
10.2 Fico muito feliz, porque eu mesmo desde que eu faço saúde no Parque, eu sou outra
mulher.
10.3 Eu não perco tempo, nos dias de ir para o Parque quando é 5h da manhã já estou de pé.
10.4 Deixo café feito, arrumo as coisas e venho embora toda satisfeita.
10.5 No Parque, porque aqui é só, graças a Deus, no tempo do inverno.
10.6 Mas já no Parque é muito melhor, mais livre, mais ar puro e perto da natureza.
91
10.7 Porque a gente já fica fechado em casa o tempo todo né? Mesmo que a gente faça os
exercícios em casa, nunca é igual ao Parque.
10.8 Lá a gente fica mais perto da natureza e o cheirinho de eucalipto é maravilhoso.
10.9 Mudou muita coisa: eu chego em casa e fico mais esperta. Não sinto mais dor nas pernas
e nem a dormência que eu sentia, eu sinto mais. Continuo fazendo minhas batalhas de
casa, costuro e faço artesanato também.
10.10 Sem essa ginástica eu não estava fazendo nada disso. Parece que dá outra energia pra
gente depois que a gente faz.
10.11 E o contato com a natureza lá no Parque é muito importante.
10.12 Tenho outra vida, graças a Deus e ao projeto.
10.13 A surpresa que fizeram pra mim, no meu aniversário de 80 anos. Eu não esperava nunca,
eu fiquei tão feliz tão feliz que me tremia toda. Esses amigos que a gente tem aqui, já
fazem parte da nossa vida.
ENTREVISTA 11
Nome: Juraci de Souza Ângelo (Mulher; 72 anos).
11.1 É muito importante para a saúde e para desenvolver as articulações.
11.2 [...] melhor é lá no parque mesmo. Aqui é mais longe e fechado. Lá é aberto, tem as árvores
e tem tudo né, para favorecer mais o ar puro.
11.3 Já estou aqui no projeto há mais de 14 anos e minha saúde melhorou muito.
11.4 Não sinto mais tantas dores, durmo melhor, faço caminhadas aqui e ajudo a melhorar
minhas articulações.
11.5 Porque velho você sabe, se para logo enferruja e adoece mais. Aqui no projeto a gente
tem mais qualidade de vida.
11.6 São amizades que a gente faz aqui né?
ENTREVISTA 12
Nome: Hilda Rodrigues Florentino (Mulher; 74 anos).
12.1 Ali é bom demais já tem uns 10 anos que eu participo, desde o tempo de Cícera que eu
faço atividades físicas lá.
12.2 Muito bom, gostoso porque além do cheiro de eucaliptos tem o sol que nos aquece muito
e melhora nossa saúde. É bom demais, muito bom!
12.3 Lá no Parque é claro, é ótimo lá por que a gente fica em contato com a natureza, sente
aquele cheiro gostoso e toma banho de sol.
12.4 Muito aberto e espaçoso.
12.5 Quando o inverno chega e temos que sair do Parque, por causa das chuvas, eu vou pouco
para o outro lugar. Não me sinto tão bem lá, quanto me sinto no Parque.
12.6 Se todos tivessem a oportunidade de fazer atividades aqui no Parque, saberiam do que
estou falando: Natureza, verde, paz, sol e amigos, não existe nada melhor.
12.7 Primeiro me levantou da cama cedo de tão bom que eu acho, eu não me importo de acordar
cedo para ir fazer ginástica.
12.8 Melhorou minha circulação, as dores das minhas costas, tudo, tudo, tudo melhora. Depois
que comecei a fazer atividades físicas lá, tenho mais disposição para tudo e sou mais feliz.
12.9 Além de fazer muitos amigos, a gente festeja tudo lá. Todas as datas comemorativas a
gente festeja lá, até do dia das crianças a gente festeja. Dia do professor, aniversário de
todo mundo é motivo para festa e comemoração. Muito bom!
92
ENTREVISTA 13
Nome: Maria Lea F. dos Santos (Mulher, 64 anos).
13.1 Aqui a gente vive melhor e se diverte. Todas as atividades que vivenciamos aqui nos
proporcionam mais qualidade de vida e fazem da nossa vida, uma vida melhor.
13.2 [...]depois que comecei aqui, minha vida mudou muito. Eu tenho mais saúde e sou mais
feliz.
13.3 Sem duvidas no Parque, esse encontro com a natureza é muito bom.
13.4 O cheiro de eucalipto, as plantas, esse ar puro, o solzinho de manhã, tudo isso faz com que
eu viva mais. Acho que vou viver muitos anos, só porque frequento essas aulas e venho
ao Parque sempre.
13.5 No ambiente fechado a gente só vai quando esta chovendo muito, para não ter que ficar
sem fazer nada. Mas eu prefiro aqui no Parque, prefiro sim!
13.6 Eu vivo melhor. Durmo melhor, e não tomo mais remédio para dormir. Acordo mais
disposta e feliz, venho fazer as atividades e encontro os amigos e o professor.
13.7 Não tenho mais depressão e nem aquela tristeza que sentia quando ficava o tempo todo
sozinha em casa. Fiz amigos aqui, trouxe amigos comigo e hoje sou muito mais feliz
depois do projeto.
13.8 Meus exames nunca mais deram alterados e eu fico pouco doente, até meus exames de
vitamina D deram legais. Aprendi a me cuidar mais depois do projeto e presto mais
atenção em mim.
13.9 [...] eu agradeço a Deus pelos amigos que ganhei aqui. Aqui a gente faz amizade e um
cuida do outro também. Depois desse projeto, eu nunca mais fui sozinha.
ENTREVISTA 14
Nome: João Henrique Rodrigues de Lima (Homem; 73 anos).
14.1 Atividades que fazem bem para o corpo e para a alma. Estou há pouco tempo fazendo
atividades aqui, mas já pude sentir tudo de bom que é estar aqui.
14.2 Aqui no Parque, porque a gente se sente muito bem e mais vivo né? Eu fui criado no sítio
e isso aqui me lembra muito a minha infância e o quanto era bom, viver ao ar livre e ter
sempre contato com a natureza. No ambiente fechado eu me sinto preso e não tenho
vontade de vir.
14.3 Benefícios metais e físicos. Não sinto mais tanta dor na minha perna doente e durmo muito
melhor.
14.4 Também sofro de ansiedade e depois que comecei aqui, não me sinto tão ansioso não.
Respiro melhor e converso com os amigos.
14.5 O que me marca sempre aqui são os amigos que fizemos e que levamos pra vida.
ENTREVISTA 15
Nome: Josuel Correia da Silva (Homem; 66 anos).
15.1 Aqui o que mais gosto de fazer é dançar e conversar com os amigos. Somos uma família
aqui, sabe? Cuidamos da nossa família e cuidamos uns dos outros. Já estou aqui há 8 anos
e não penso em deixar de vir não. Só peço a Deus saúde para continuar aqui.
15.2 No Parque, aqui em Garanhuns não tem lugar melhor para fazer a física. Perto de casa,
cheio de árvores, cheirinho de eucalipto, ar puro e cheio de amigos e pessoas de bem.
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15.3 Não quero mais nada! Só vou para o lugar fechado para não ficar sem fazer a física, por
que se não fosse isso, eu nem iria.
15.4 Eu me curei da depressão depois que entrei aqui, minha pressão não é mais alta e eu nunca
mais tive gripe, acho que por causa do ar puro. Eu acordo feliz quando é dia de vir pra cá
e depois da física vou pra casa mais feliz ainda.
15.5 O jeito que cada amigo e o professor me trata, eles me tratam com muito importância e
carinho. Eu não sou mais triste e depressivo como eu era antes. Esse projeto é bom demais
e nos faz um bem danado.
ENTREVISTA 16
Nome: Maria José Bezerra da Silva (Mulher; 66 anos).
16.1 Uma alegria poder participar desse projeto e poder melhorar minha saúde através dele.
Isso aqui nos traz mais qualidade de vida e prolonga nossos dias.
16.2 É melhor no parque, por que é aberto né? Pra você respirar é bem melhor por que tem os
eucaliptos que tem lá né, ao ar livre a gente se cansa menos.
16.3 Eu sentia muita dor no pescoço, nos braços, nas pernas e nas mãos por causa do crochê e
melhorou tudo, hoje em dia eu não sinto mais dor nenhuma, depois que comecei os
exercícios.
16.4 Depois que comecei a fazer exercícios aqui, até minha disposição para fazer crochê
aumentou. Esse projeto mudou minha vida e minha saúde para melhor.
ENTREVISTA 17
Nome: Cícero Damásio de Oliveira (Homem; 69 anos).
17.1 Antes dessas atividades eu nem saia de casa e quando saia era de muletas. Tudo no meu
corpo doía, eu vivia dopado de tanto remédio e minhas dores não passavam.
17.2 Depois que comecei a vir para o projeto, eu nem sei mais direito o que é dor. Minha vida
mudou muito e a minha saúde melhorou 100%.
17.3 Ah, eu prefiro aqui no parque. Por que a gente está mais perto da natureza e esse contato
com a natureza melhora ainda mais nossa saúde.
17.4 Eu agradeço a todos aqui do projeto, por que depois dele eu não sinto mais dores e tenho
mais vontade de viver.
17.5 Olhe minha filha, eu não andava e quando andava era me arrastando com uma muleta. Eu
sentia tanta dor nas pernas e nas costas que eu pedia pra morrer e pensava que nunca ia
ficar bom.
17.6 Eu não estou dizendo que nunca mais senti dor não, eu estou dizendo que minha vida
melhorou muito e que minhas dores só aparecem muito raras e eu ando como se nunca
tivesse sentido dor e como se nunca tivesse tomado aquele tanto de remédio.
17.7 Primeiramente Deus, depois esses exercícios, foi o que me curou e me fez voltar a ter
vontade de viver e de sair de casa. Eu já tomei tanto remédio e injeção que vivia mais
morto que vivo e nada adiantava. Exercício físico é vida e para nós idosos, é capaz de nos
dar mais anos de vida.
17.8 Fizeram uma festa surpresa aqui no Parque no meu aniversário, isso eu nunca vou
esquecer. Aqui a gente se sente bem, feliz, amado e vivo!
ENTREVISTA 18
94
Nome: Gercina Regina da Silva Sales (Mulher, 79 anos).
18.1 É um alívio nos meus dias de solidão, uma alegria poder participar desse projeto e poder
me sentir útil e viva.
18.2 No Parque, porque a gente sente o ar puro, o calor do sol e o cheiro das plantas. Esse
Parque é bom demais.
18.3 Só vamos para o lugar fechado quando esta no inverno e não podemos fazer aqui no Parque
por causa da chuva, para a gente não ficar doente né.
18.4 Eu tenho pressão alta e sempre tomei remédios e não resolvia nada, parecia que eram de
farinha. Aí o médico disse para eu começar a fazer atividade física e depois disso, tomo
o remédio e minha pressão está muito mais controlada que só com remédio e eu sinto
mais disposição e vontade de fazer as coisas em casa. E aqui a gente sempre tem
companhia e amigos. Eu gosto muito de vir pra cá e quando não posso vir, fico triste.
18.5 Quando eu fiquei sem vir, por que estava com a pressão muito alta, meus amigos e o
professor foram na minha casa, saber porque eu não estava mais indo para o projeto. Eu
me senti importante e amada.
ENTREVISTA 19
Nome: José Ramos Sobrinho (Homem; 69 anos).
19.1 Aqui a gente dança, caminha, faz ginástica, conversa e brinca. Aqui é onde a gente esquece
as tristezas do dia e até esquece que tá velho. Esse projeto é muito bom e só faz bem a
gente.
19.2 Aqui no Parque, por que aqui a gente fica livre e acho que faz mais bem fazer ginástica
aqui, dá mais resultados. Aqui a gente encontra muita gente, que às vezes só vem
caminhar e faz muitas amizades. Além de ser na natureza né? Ficar perto da natureza faz
muito bem.
19.3 Melhorou muito minha circulação, porque minhas pernas incham muito. Quando venho
pra cá eu me sinto muito bem e nem sinto que estou me esforçando. Durmo melhor depois
das aulas e por incrível que pareça, tomo menos remédios e me alimento melhor.
19.4 Quando a professora Cícera saiu, a gente ficou muito triste. Mas todos os professores que
chegam para trabalhar aqui são especiais, bons e queridos também.
ENTREVISTA 20
Nome: Vera Araújo Cavalcante da Silva (Mulher; 65 anos).
20.1 Aqui a gente tem mais saúde, tudo de bom, felicidade e mais qualidade de vida. Todas as
atividades que fazemos nos ajudam a viver melhor e a fazer do nosso envelhecimento um
momento para viver bem. As amizades que a gente faz aqui são maravilhosas. O Parque
é tudo de bom, exercício é tudo de bom.
20.2 Prefiro no Parque porque é ao ar livre, a questão da natureza, do ambiente. Lá é tudo de
bom. O ar livre que a gente respira. Quando eu entrei na menopausa eu sentia muito calor
e em ambiente fechado eu me sinto mais abafada e com muito calor e isso eu não sinto lá
no Parque por ser aberto, gostoso e ao ar livre.
20.3 Contribuiu para melhorar cada vez mais, fisicamente, mentalmente, como pessoa também
em termos de educação. Porque depois das atividades físicas aqui no Parque eu passei a
cuidar mais da natureza e não jogo mais lixo no chão e me preocupo mais em cuidar de
95
tudo, para manter tudo limpo para a gente poder usar. Melhora tudo em todos os sentidos,
pelo menos pra mim.
20.4 Uma vez eu quebrei o pé e a turma toda foi me visitar em casa e até flores levaram. Isso é
por causa da amizade que a gente faz e cultiva aqui no projeto.
96
APÊNDICE 4
PRÉ-CATEGORIZAÇÃO
ENTREVISTA 1
Nome: Maria José dos Santos (mulher; 65 anos).
1.1 As atividades que fazemos no parque melhoram nossa saúde, faz bem para meu corpo e pra
minha cabeça. Sempre que tem aula eu acordo mais feliz e disposta por que venho para o
Parque sentir esse cheirinho de eucalipto e ficar mais perto da natureza. [Exercício verde e
saúde]
1.2 Quando chega o inverno, as aulas param e muitas vezes eu termino adoecendo porque fico
muito tempo sem fazer física, mas esse ano o professor arrumou esse espaço aqui e a gente
não vai ficar muito tempo sem fazer nada. [Exercício e saúde]
1.3 Mais eu prefiro lá no Parque e quero que o inverno passe logo pra a gente voltar pra lá. Eu
prefiro que seja feita as aulas lá no Parque, porque é um ambiente ao ar livre, maior e mais
espaço e eu respiro melhor por causa desse cheirinho de eucalipto. [Exercício verde e saúde]
1.4 Minha vida melhorou bastante depois que comecei aqui no projeto, porque melhorou minha
circulação, dor nos ossos, no joelho, fiquei bem melhor. Até estou até dormindo melhor e
não reclamo mais tanto. [Exercício e saúde]
1.5 Tão bom ir pra lá e vê aquelas plantas todas, aqueles eucaliptos e encontrar com os amigos
que fiz aqui na física. [Exercício verde e com-vivência]
1.6 Essas atividades me trouxeram só coisas boas, porque a gente arruma mais amigos e fica na
atividade física. [Exercício verde e com-vivência]
1.7 Tem uns treze (13) anos que eu faço a física aqui e só me aconteceram coisas boas depois
disso aqui [Exercício verde e vida de qualidade]
1.8 Aqui a gente dança, faz amigos, canta, caminha, faz física no chão com o colchonete,
conversa com a natureza e volta pra casa feliz e querendo que tivesse todo dia. [Exercício
verde e vida de qualidade]
ENTREVISTA 2
Nome: Moça Holanda (mulher; 91 anos de idade).
2.1 [...] só de ouvir o nome do projeto eu já sinto felicidade e saúde. [Exercício verde e vida de
qualidade]
2.2 Eu sou a mais velha da turma e já caminho no Parque há uns 30 anos e depois que comecei
essa ginástica estou cada vez me sentindo melhor. [Exercício verde e saúde]
2.3 Aquele cheirinho de eucalipto aquilo é muito bom, aquilo é tudo, aquilo já tem um nome:
Saúde no Parque! [Exercício verde e saúde]
97
2.4 A gente está aqui num local fechado, só por enquanto que passa o inverno, mas se Deus
quiser assim que começar o verão nós vamos voltar pra lá. Porque é lá que a gente se sente
bem, a ginástica no ar livre é muito bom pra saúde e eu escuto muito isso: que é muito bom
pra saúde. E eu gosto também. [Exercício verde e saúde]
2.5 E eu me sinto muito bem no Parque, me sinto em casa. [Exercício verde e vida de qualidade]
2.6 Gosto muito do ambiente aberto, logo eu nasci e me criei em fazenda né? Ai a natureza é
tudo né minha filha? Quando a gente nasce e se cria em fazenda, oh que saudade! Tenho
muita saudade, saudade mesmo.
Porque é muito bom a gente acordar de manhã ouvindo o berro dos bezerros, aquele
cheirinho de terra e do gado é muito gostoso. Eu tenho muito saudade. [Exercício verde e
vida de qualidade]
2.7 Estou no projeto saúde no Parque desde que iniciou, tem muito mais que 15 anos. Entra ano
e sai ano, entre e sai enfermeiros e professores e eu estou lá firme e forte. [Exercício verde
e com-vivência]
2.8 Melhorou muito minha filha, melhorou física e mental também porque a gente se relaciona
né? Eu moro só, sou viúva e vivo sozinha, só vejo alguém em casa quando chega meus
filhos e eu tenho poucos filhos, só tenho três né? [Exercício verde e com-vivência]
2.9 Lá têm minhas amigas e meus amigos do parque a gente brinca, a gente caminha e depois
tem a ginástica. É muito bom, pra mim é tudo, o Parque pra mim é tudo. [Exercício verde
e com-vivência]
2.10Melhorou muito, melhorou minha circulação. Meus movimentos, porque já pensou eu com
essa idade fazer o que eu faço? Onde as minhas filhas não fazem o que faço e nem as
minhas netas. [Exercício e saúde]
2.11 Eu não faço mais por que não é possível. Eu faço parte do grupo de terceira idade do Sesc,
faço caminhadas no parque, ginástica no projeto ginástica no Parque e se eu pudesse eu
fazia mais coisa por que atividade física só faz bem para nossa saúde e cabeça. [Exercício
verde e saúde]
2.12 Quando eu começo a dançar eu não paro e sempre que tem quadrilha junina eu danço,
dança mulher com mulher por que lá não tem muitos homens e os homens que tem são
casados. São mais de 130 componentes e todas as festas me marcam de verdade.
[Exercício verde e com-vivência]
2.13 Todo ano tem avaliação e sempre que eles fazem a minha nota é boa e minha saúde só tem
melhorado. [Exercício verde e saúde]
2.14 Aqui a gente faz muitas amizades e a gente cuida dos amigos, eu nunca falto e quando eu
falto eles vão na minha casa saber o que aconteceu. Aqui a gente faz amizade, lembra da
infância na fazenda por causa da natureza e melhora a saúde. Eu gosto muito do Parque
e esse projeto é tudo pra mim. [Exercício verde e vida de qualidade]
ENTREVISTA 3
Nome: Quitéria de Lira da Silva (Mulher; 62 anos).
3.1 As atividades que a gente faz aqui são boas pra gente e pra nossa saúde, para as dores que
a gente sente né? [Exercício e saúde]
3.2 Fazer atividade física é muito importante pra nossa saúde. [Exercício e saúde]
3.3 [...] nunca quis deixar de fazer por que eu me sinto muito bem quando venho e sinto que
diminuíram minhas dores do corpo todo. [Exercício e saúde]
3.4 Eu prefiro que seja feita a física lá no Parque, porque aqui não tem a natureza que tem no
Parque, mas a gente só tá aqui por causa das chuvas. [Exercício verde e vida de qualidade]
98
3.5 Lá tem mais espaço e a gente quando termina vai andar no meio daquele Parque bonito ou
vai andar mais cedo antes da aula. O Parque é bonito demais e cheio de verde. Parece que
Deus tá lá! [Exercício verde e vida de qualidade]
3.6 Os benefícios que eu percebi foi que minhas dores melhoraram muito depois que eu estou
fazendo aula, eu durmo melhor, aliás, durmo até demais. [Exercício e saúde]
3.7 Depois que eu estou fazendo aula aqui, diminuíram os remédios que eu tomo, eu não tomo
remédio pra dormir não, só os para as dores da artrite e artrose, mas eu não sinto mais dores
como eu sentia. [Exercício e saúde]
3.8 O que me marcou muito foi a saída da professora Cícera e depois entrou esse outro professor
que é muito bom também e os amigos que eu fiz aqui, porque a gente faz muitos amigos
aqui e se sente muito bem. [Exercício verde e com-vivência]
ENTREVISTA 4
Nome: Jorge Vicente da Silva (Homem; 82 anos).
4.1 Gosto, porque é pertinho da minha casa e eu venho todo dia pra caminhar. [Exercício e
saúde]
4.2 Mas eu prefiro que seja no Parque porque é mais perto pra mim e porque no Parque eu posso
caminhar lá e vejo a natureza de lá. [Exercício verde e com-vivência]
4.3 Melhorou muita coisa né? Antes disso eu só vivia caindo e vivia muito doente e depois que
eu comecei a fazer caminhada do Parque e a física aqui, eu melhorei muito né? [Exercício
e saúde]
4.4 Aqui eu fiz amigos e quando eu não venho pra física eles vão lá na minha casa saber se
estou doente. Aqui na física é muito bom porque no Parque a gente fica mais perto da terra
e das plantas. Eu gosto! [Exercício verde e com-vivência]
ENTREVISTA 5
Nome: Francisca de Fátima Souza Araújo (Mulher; 62 anos).
5.1 Eu não gosto de ir para academias, porque é muito fechado e acho que é lugar de gente
nova. Aqui a gente faz amigos, cuida da saúde e fica perto da natureza. [Exercício verde e
com-vivência]
5.2 No parque é melhor pelo ar puro e pelo contato com a natureza. [...] Lá no Parque o ar é
mais puro por conta das árvores. [Exercício verde e vida de qualidade]
5.3 Trouxe muita coisa boa, minha saúde melhorou e eu não vivo mais em médico e nem
reclamando como vivia antes de fazer a física aqui. Fiz os exames das minhas taxas e todas
estão normais. [Exercício e saúde]
5.4 A troca da professora foi algo que me marcou muito, por que eu passei por todos os
professores que já passaram lá. [Exercício verde e com-vivência]
ENTREVISTA 6
Nome: Maria José de Freitas (Mulher; 63 anos).
6.1 Aqui é um pedaço do céu na terra, tudo de bom. É saúde e uma vida saudável, né? [Exercício
verde e saúde]
6.2 As atividades que a gente faz aqui me ajudaram a voltar a andar. [Exercício e saúde]
99
6.3 Lá no Parque, por lá é ao ar livre e a gente sente aquele cheirinho de eucalipto, aquela
delicinha né? E é assim, um ambiente saudável que a gente fica a vontade. Aqui não, aqui
já muda a respiração né? [Exercício verde e com-vivência]
6.4 A gente sente muito calor aqui e o Parque, eu digo a todo mundo que é um pedacinho do
céu. [Exercício verde e vida de qualidade]
6.5 Porque com a graça de Deus eu estou aqui e andando, né? [Exercício e saúde]
6.6 Eu voltei a andar, primeiramente agradeço a Deus e depois ao projeto. Era pra eu estar numa
cadeira de rodas e agora eu ando e faço as atividades aqui. [Exercício e saúde]
6.7 Eu comecei fazendo caminhadas e até hoje. Vinte anos que eu faço caminhas e atividades
físicas. [Exercício e saúde]
6.8 Eu ter voltado a andar, porque na época que eu comecei a fazer caminhada lá no Parque, eu
não tinha forças na perna para caminhar e hoje com a Graça de Deus estou aqui, senão eu
estava numa cadeiras de rodas. [Exercício e com-vivência]
6.9 O projeto mudou minha vida e minha saúde e é ainda melhor quando estamos ao ar livre.
[Exercício verde e vida de qualidade]
ENTREVISTA 7
Nome: Maria José Aurora de Lira Martins (Mulher; 80 anos).
7.1 Eu acho maravilhoso, gosto muito. Adoro. Eu já participo há 14 anos e minha vida mudou
muito depois que eu comecei a participar dessas atividades. [Exercício e saúde]
7.2 Lá no Parque né? Por que lá a gente esta pertinho da natureza e das plantas, pega um
solzinho durante a aula. [Exercício verde e saúde]
7.3 Melhorou tudo na minha vida, saúde, tudo. Eu gosto muito e fico triste quando não posso
vir. Adoro o Parque, e ainda faço caminhada. [Exercício verde e saúde]
7.4 Eu tenho osteoporose, artrite, artrose e gastrite. E pressão alta. Minha vida é muito melhor
depois da atividade física. [Exercício e saúde]
7.5 Os amigos que ganhei aqui vou leva-los para o resto da vida. Somos mais que uma família.
[Exercício verde e com-vivência]
ENTREVISTA 8
Nome: Josete Oliveira Moura (Mulher; 72 anos).
8.1 Esse projeto já tem nome de saúde né? Na minha cabeça já é uma saúde completa mesmo.
Porque eu me sinto muito bem, quando tem aula eu acordo mais disposta pra vir e quando
eu chego passo o dia inteiro mais disposta. É uma coisa muito boa pra mim e creio que pra
todos nós que participamos aqui. [Exercício e saúde]
8.2 No Parque, por que lá a gente fica ao ar livre né? [Exercício verde e com-vivência]
8.3 E outra, com aquelas vegetações aquilo ajuda muita gente. [Exercício verde e com-vivência]
8.4 Lá no Parque a gente fica mais livre, parece que fica com a cabeça mais aberta né. [Exercício
verde e vida de qualidade]
8.5 Eu tenho depressão e depois que comecei a fazer atividade física aqui, não sinto mais a
tristeza que eu sentia. [Exercício e saúde]
8.6 E nem me sinto tão só, por que aqui a gente tem amigo, conversa, ri, brinca e a minha saúde
melhorou tudo. [Exercício verde e com-vivência]
8.7 Meus amigos que ganhei aqui, eles me ajudam a viver mais feliz mesmo eu tendo depressão.
[Exercício verde e com-vivência]
100
ENTREVISTA 9
Nome: Mariazinha Costa (Mulher; 85 anos).
9.1 Eu faço caminhada e quando faço caminhada, me sinto outra mulher. Tudo o que é bom a
gente vive aqui. [Exercício e saúde]
9.2 No parque, por que lá é livre e a gente se sente tão bem. [Exercício verde e saúde]
9.3 Porque eu olho a natureza e fico mais perto dela né? [Exercício verde e com-vivência]
9.4 A gente se sente mais disposta e quando chega em casa faz tudo, é outra mulher. [Exercício
e saúde]
9.5 Depois que eu comecei aqui eu me sinto mais disposta, porque antes eu dormia demais de
dia e não dormia de noite. [Exercício verde e vida de qualidade]
9.6 Não sinto mais tantas dores e consigo andar melhor. [Exercício e saúde]
9.7 Respiro o ar puro e vivo feliz. [Exercício verde e vida de qualidade]
ENTREVISTA 10
Nome: Luzinete Florentino dos Santos (Mulher; 80 anos).
10.1 Aqui somos uma família, fizeram a maior surpresa pra mim de 80 anos. Graças a Deus!
[Exercício verde e com-vivência]
10.2 Fico muito feliz, porque eu mesmo desde que eu faço saúde no Parque, eu sou outra
mulher. [Exercício verde e vida de qualidade]
10.3 Eu não perco tempo, nos dias de ir para parque quando é 5h da manhã já estou de pé.
[Exercício verde e saúde]
10.4 Deixo café feito, arrumo as coisas e venho embora toda satisfeita. [Exercício verde e saúde]
10.5 No Parque, porque aqui é só, graças a Deus, no tempo do inverno. [Exercício verde e
saúde]
10.6 Mas já no parque é muito melhor, mais livre, mais ar puro e perto da natureza. [Exercício
verde e com-vivência]
10.7 Porque a gente já fica fechado em casa o tempo todo né? Mesmo que a gente faça os
exercícios em casa, nunca é igual ao Parque. [Exercício verde e saúde]
10.8 Lá a gente fica mais perto da natureza e o cheirinho de eucalipto é maravilhoso. [Exercício
verde e com-vivência]
10.9 Mudou muita coisa: eu chego em casa e fico mais esperta. Não sinto mais dor nas pernas
e nem a dormência que eu sentia, eu sinto mais. Continuo fazendo minhas batalhas de
casa, costuro e faço artesanato também. [Exercício verde e vida de qualidade]
10.10 Sem essa ginástica eu não estava fazendo nada disso. Parece que dá outra energia pra
gente depois que a gente faz. [Exercício e vida de qualidade]
10.11 E o contato com a natureza lá no Parque é muito importante. [Exercício verde e com-
vivência]
10.12 Tenho outra vida, graças a Deus e ao projeto. [Exercício verde e vida de qualidade]
10.13 A surpresa que fizeram pra mim, no meu aniversário de 80 anos. Eu não esperava nunca,
eu fiquei tão feliz tão feliz que me tremia toda. Esses amigos que a gente tem aqui, já
fazem parte da nossa vida. [Exercício verde e com-vivência]
ENTREVISTA 11
Nome: Juraci de Souza Ângelo (Mulher; 72 anos).
101
11.1 É muito importante para a saúde e para desenvolver as articulações. [Exercício e saúde]
11.2 [...] melhor é lá no Parque mesmo. Aqui é mais longe e fechado. Lá é aberto, tem as árvores
e tem tudo, né, para favorecer mais o ar puro. [Exercício verde e com-vivência]
11.3 Já estou aqui no projeto há mais de 14 anos e minha saúde melhorou muito. [Exercício e
saúde]
11.4 Não sinto mais tantas dores, durmo melhor, faço caminhadas aqui e ajudo a melhorar
minhas articulações. [Exercício e saúde]
11.5 Por que velho você sabe, se para, logo enferruja e adoece mais. Aqui no projeto a gente
tem mais qualidade de vida. [Exercício verde e vida de qualidade]
11.6 São amizades que a gente faz aqui né? [Exercício verde e com-vivência]
ENTREVISTA 12
Nome: Hilda Rodrigues Florentino (Mulher; 74 anos).
12.1 Ali é bom demais, já tem uns 10 anos que eu participo, desde o tempo de Cícera que eu
faço atividades físicas lá. [Exercício verde e com-vivência]
1.9 Muito bom, gostoso porque além do cheiro de eucaliptos tem o sol que nos aquece muito
e melhora nossa saúde. É bom demais, muito bom! [Exercício verde e com-vivência]
12.3 Lá no Parque é claro, é ótimo lá porque a gente fica em contato com a natureza, sente
aquele cheiro gostoso e toma banho de sol. [Exercício verde e com-vivência]
12.4 Muito aberto e espaçoso. [Exercício verde e com-vivência]
12.5 Quando o inverno chega e temos que sair do Parque, por causa das chuvas, eu vou pouco
para o outro lugar. Não me sinto tão bem lá, quanto me sinto no parque. [Exercício verde
e com-vivência]
12.6 Se todos tivessem a oportunidade de fazer atividades aqui no parque, saberiam do que
estou falando: Natureza, verde, paz, sol e amigos, não existe nada melhor. [Exercício
verde e com-vivência]
12.7 Primeiro me levantou da cama cedo de tão bom que eu acho, eu não me importo de acordar
cedo para ir fazer ginástica. [Exercício verde e saúde]
12.8 Melhorou minha circulação, as dores das minhas costas, tudo, tudo, tudo melhora. Depois
que comecei a fazer atividades físicas lá, tenho mais disposição para tudo e sou mais feliz.
[Exercício e com-vivência]
12.9 Além de fazer muitos amigos, a gente festeja tudo lá. Todas as datas comemorativas a
gente festeja lá, até do dia das crianças a gente festeja. Dia do professor, aniversário de
todo mundo é motivo para festa e comemoração. Muito bom! [Exercício verde e com-
vivência]
ENTREVISTA 13
Nome: Maria Lea F. dos Santos (Mulher, 64 anos).
13.1 Aqui a gente vive melhor e se diverte. Todas as atividades que vivenciamos aqui nos
proporcionam mais qualidade de vida e fazem da nossa vida, uma vida melhor. [Exercício
e saúde]
13.2 [...] depois que comecei aqui, minha vida mudou muito. Eu tenho mais saúde e sou mais
feliz. [Exercício e saúde]
13.3 Sem duvidas no Parque, esse encontro com a natureza é muito bom. [Exercício verde e
com-vivência]
102
13.4 O cheiro de eucalipto, as plantas, esse ar puro, o solzinho de manhã, tudo isso faz com que
eu viva mais. Acho que vou viver muitos anos, só porque frequento essas aulas e venho
ao parque sempre. [Exercício verde e saúde]
13.5 No ambiente fechado a gente só vai quando esta chovendo muito, para não ter que ficar
sem fazer nada. Mas eu prefiro aqui no parque, prefiro sim! [Exercício verde e saúde]
13.6 Eu vivo melhor. Durmo melhor, e não tomo mais remédio para dormir. Acordo mais
disposta e feliz, venho fazer as atividades e encontro os amigos e o professor. [Exercício
verde e com-vivência]
13.7 Não tenho mais depressão e nem aquela tristeza que sentia quando ficava o tempo todo
sozinha em casa. Fiz amigos aqui, trouxe amigos comigo e hoje sou muito mais feliz
depois do projeto. [Exercício verde e com-vivência]
13.8 Meus exames nunca mais deram alterados e eu fico pouco doente, até meus exames de
vitamina D deram legais. Aprendi a me cuidar mais depois do projeto e presto mais
atenção em mim. [Exercício verde e saúde]
13.9 [...] eu agradeço a Deus pelos amigos que ganhei aqui. Aqui a gente faz amizade e um
cuida do outro também. Depois desse projeto, eu nunca mais fui sozinha. [Exercício verde
e com-vivência]
ENTREVISTA 14
Nome: João Henrique Rodrigues de Lima (Homem; 72 anos).
14.1 Atividades que fazem bem para o corpo e para a alma. Estou há pouco tempo fazendo
atividades aqui, mas já pude sentir tudo de bom que é estar aqui. [Exercício e saúde]
14.2 Aqui no parque, porque a gente se sente muito bem e mais vivo né? Eu fui criado no sítio
e isso aqui me lembra muito a minha infância e o quanto era bom, viver ao ar livre e ter
sempre contato com a natureza. No ambiente fechado eu me sinto preso e não tenho
vontade de vir. [Exercício verde e com-vivência]
14.3 Benefícios mentais e físicos. Não sinto mais tanta dor na minha perna doente e durmo
muito melhor. [Exercício e saúde]
14.4 Também sofro de ansiedade e depois que comecei aqui, não me sinto tão ansioso não.
Respiro melhor e converso com os amigos. [Exercício verde e saúde]
14.5 O que me marca sempre aqui são os amigos que fizemos e que levamos pra vida. [Exercício
verde e com-vivência]
ENTREVISTA 15
Nome: Josuel Correia da Silva (Homem; 66 anos).
15.1 Aqui o que mais gosto de fazer é dançar e conversar com os amigos. Somos uma família
aqui, sabe? Cuidamos da nossa família e cuidamos uns dos outros. Já estou aqui há 8 anos
e não penso em deixar de vir não. Só peço a Deus saúde para continuar aqui. [Exercício
verde e com-vivência]
15.2 No Parque, aqui em Garanhuns não tem lugar melhor para fazer a física. Perto de casa,
cheio de árvores, cheirinho de eucalipto, ar puro e cheio de amigos e pessoas de bem.
[Exercício verde e com-vivência]
15.3 Não quero mais nada! Só vou para o lugar fechado para não ficar sem fazer a física, por
que se não fosse isso, eu nem iria. [Exercício verde e com-vivência]
103
15.4 Eu me curei da depressão depois que entrei aqui, minha pressão não é mais alta e eu nunca
mais tive gripe, acho que por causa do ar puro. Eu acordo feliz quando é dia de vir pra cá
e depois da física vou pra casa mais feliz ainda. [Exercício verde e saúde]
15.5 O jeito que cada amigo e o professor me trata, eles me tratam com muito importância e
carinho. Eu não sou mais triste e depressivo como eu era antes. Esse projeto é bom demais
e nos faz um bem danado. [Exercício verde e com-vivência]
ENTREVISTA 16
Nome: Maria José Bezerra da Silva (Mulher; 66 anos).
16.1 Uma alegria poder participar desse projeto e poder melhorar minha saúde através dele.
Isso aqui nos traz mais qualidade de vida e prolonga nossos dias. [Exercício e saúde]
16.2 É melhor no Parque, por que é aberto né? Pra você respirar é bem melhor porque tem os
eucaliptos que tem lá né, ao ar livre a gente se cansa menos. [Exercício verde e com-
vivência]
16.3 Eu sentia muita dor no pescoço, nos braços, nas pernas e nas mãos por causa do crochê e
melhorou tudo, hoje em dia eu não sinto mais dor nenhuma, depois que comecei os
exercícios. [Exercício e saúde]
16.4 Depois que comecei a fazer exercícios aqui, até minha disposição para fazer crochê
aumentou. Esse projeto mudou minha vida e minha saúde para melhor. [Exercício e
saúde]
ENTREVISTA 17
Nome: Cícero Damásio de Oliveira (Homem; 69 anos).
17.1 Antes dessas atividades eu nem saia de casa e quando saia era de muletas. Tudo no meu
corpo doía, eu vivia dopado de tanto remédio e minhas dores não passavam. [Exercício e
saúde]
17.2 Depois que comecei a vir para o projeto, eu nem sei mais direito o que é dor. Minha vida
mudou muito e a minha saúde melhorou 100%. [Exercício e saúde]
17.3 Ah, eu prefiro aqui no Parque. Porque a gente está mais perto da natureza e esse contato
com a natureza melhora ainda mais nossa saúde. [Exercício verde e saúde]
17.4 Eu agradeço a todos aqui do projeto, por que depois dele eu não sinto mais dores e tenho
mais vontade de viver. [Exercício e saúde]
17.5 Olhe minha filha, eu não andava e quando andava era me arrastando com uma muleta. Eu
sentia tanta dor nas pernas e nas costas que eu pedia pra morrer e pensava que nunca ia
ficar bom. [Exercício e saúde]
17.6 Eu não estou dizendo que nunca mais senti dor não, eu estou dizendo que minha vida
melhorou muito e que minhas dores só aparecem muito raras e eu ando como se nunca
tivesse sentido dor e como se nunca tivesse tomado aquele tanto de remédio. [Exercício
e saúde]
17.7 Primeiramente Deus, depois esses exercícios, foi o que me curou e me fez voltar a ter
vontade de viver e de sair de casa. Eu já tomei tanto remédio e injeção que vivia mais
morto que vivo e nada adiantava. Exercício físico é vida e para nós idosos, é capaz de nos
dar mais anos de vida. [Exercício e saúde]
17.8 Fizeram uma festa surpresa aqui no parque no meu aniversário, isso eu nunca vou esquecer.
Aqui a gente se sente bem, feliz, amado e vivo! [Exercício verde e com-vivência]
104
ENTREVISTA 18
Nome: Gercina Regina da Silva Sales (Mulher, 79 anos).
18.1 É um alívio nos meus dias de solidão, uma alegria poder participar desse projeto e poder
me sentir útil e viva. [Exercício verde e com-vivência]
18.2 No Parque, porque a gente sente o ar puro, o calor do sol e o cheiro das plantas. Esse
Parque é bom demais. [Exercício verde e com-vivência]
18.3 Só vamos para o lugar fechado quando está no inverno e não podemos fazer aqui no Parque
por causa da chuva, para a gente não ficar doente né. [Exercício e saúde]
18.4 Eu tenho pressão alta e sempre tomei remédios e não resolvia nada, parecia que eram de
farinha. Aí o médico disse para eu começar a fazer atividade física e depois disso, tomo
o remédio e minha pressão está muito mais controlada que só com remédio e eu sinto
mais disposição e vontade de fazer as coisas em casa. E aqui a gente sempre tem
companhia e amigos. Eu gosto muito de vir pra cá e quando não posso vir, fico triste.
[Exercício verde e vida de qualidade]
18.5 Quando eu fiquei sem vir, porque estava com a pressão muito alta, meus amigos e o
professor foram na minha casa, saber porque eu não estava mais indo para o projeto. Eu
me senti importante e amada. [Exercício verde e com-vivência]
ENTREVISTA 19
Nome: José Ramos Sobrinho (Homem; 69 anos).
19.1 Aqui a gente dança, caminha, faz ginástica, conversa e brinca. Aqui é onde a gente esquece
as tristezas do dia e até esquece que tá velho. Esse projeto é muito bom e só faz bem a
gente. [Exercício verde e vida de qualidade]
19.2 Aqui no Parque, porque aqui a gente fica livre e acho que faz mais bem fazer ginástica
aqui, dá mais resultados. Aqui a gente encontra muita gente, que às vezes só vem
caminhar e faz muitas amizades. Além de ser na natureza né? Ficar perto da natureza faz
muito bem. [Exercício verde e com-vivência]
19.3 Melhorou muito minha circulação, porque minhas pernas incham muito. Quando venho
pra cá eu me sinto muito bem e nem sinto que estou me esforçando. Durmo melhor depois
das aulas e por incrível que pareça, tomo menos remédios e me alimento melhor.
[Exercício e saúde]
19.4 Quando a professora Cícera saiu, a gente ficou muito triste. Mas todos os professores que
chegam para trabalhar aqui são especiais, bons e queridos também. [Exercício verde e
com-vivência]
ENTREVISTA 20
Nome: Vera Araújo Cavalcante da Silva (Mulher; 65 anos).
20.1 Aqui a gente tem mais saúde, tudo de bom, felicidade e mais qualidade de vida. Todas as
atividades que fazemos nos ajudam a viver melhor e a fazer do nosso envelhecimento um
momento para viver bem. As amizades que a gente faz aqui são maravilhosas. O Parque
é tudo de bom, exercício é tudo de bom. [Exercício verde e saúde]
20.2 Prefiro no Parque porque é ao ar livre, a questão da natureza, do ambiente. Lá é tudo de
bom. O ar livre que a gente respira. Quando eu entrei na menopausa eu sentia muito calor
105
e em ambiente fechado eu me sinto mais abafada e com muito calor e isso eu não sinto lá
no Parque por ser aberto, gostoso e ao ar livre. [Exercício verde e saúde]
20.3 Contribuiu para melhorar cada vez mais, fisicamente, mentalmente, como pessoa também
em termos de educação. Porque depois das atividades físicas aqui no Parque eu passei a
cuidar mais da natureza e não jogo mais lixo no chão e me preocupo mais em cuidar de
tudo, para manter tudo limpo para a gente poder usar. Melhora tudo em todos os sentidos,
pelo menos pra mim. [Exercício verde e vida de qualidade]
20.4 Uma vez eu quebrei o pé e a turma toda foi me visitar em casa e até flores levaram. Isso é
por causa da amizade que a gente faz e cultiva aqui no projeto. [Exercício verde e com-
vivência]
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APÊNDICE 5
CATEGORIZAÇÃO (FINAL)
EXERCÍCIO E SAÚDE
1.2 Quando chega o inverno, as aulas param e muitas vezes eu termino adoecendo por que fico
muito tempo sem fazer física, mas esse ano o professor arrumou esse espaço aqui e a gente não
vai ficar muito tempo sem fazer nada.
1.4 Minha vida melhorou bastante depois que comecei aqui no projeto, porque melhorou minha
circulação, dor nos ossos, no joelho, fiquei bem melhor. Até estou até dormindo melhor e não
reclamo mais tanto.
2.10 Melhorou muito, melhorou minha circulação. Meus movimentos, porque já pensou eu com
essa idade fazer o que eu faço? Onde as minhas filhas não fazem o que faço e nem as minhas
netas.
3.1 As atividades que a gente faz aqui são boas pra gente e pra nossa saúde, para as dores que
a gente sente né?
3.2 Fazer atividade física é muito importante pra nossa saúde.
3.3 [...] nunca quis deixar de fazer porque eu me sinto muito bem quando venho e sinto que
diminuíram minhas dores do corpo todo.
3.6 Os benefícios que eu percebi foi que minhas dores melhoraram muito depois que eu estou
fazendo aula, eu durmo melhor, aliás, durmo até demais.
3.7 Depois que eu estou fazendo aula aqui, diminuíram os remédios que eu tomo, eu não tomo
remédio pra dormir não, só os para as dores da artrite e artrose, mas eu não sinto mais dores
como eu sentia.
4.1 Gosto, por que é pertinho da minha casa e eu venho todo dia pra caminhar.
4.3 Melhorou muita coisa, né? Antes disso eu só vivia caindo e vivia muito doente e depois que
eu comecei a fazer caminhada do Parque e a física aqui, eu melhorei muito né?
5.3 Trouxe muita coisa boa, minha saúde melhorou e eu não vivo mais em médico e nem
reclamando como vivia antes de fazer a física aqui. Fiz os exames das minhas taxas e todas
estão normais.
6.2 As atividades que a gente faz aqui me ajudaram a voltar a andar.
6.6 Eu voltei a andar, primeiramente agradeço a Deus e depois ao projeto. Era pra eu estar numa
cadeira de rodas e agora eu ando e faço as atividades aqui.
6.7 Eu comecei fazendo caminhadas e até hoje. Vinte anos que eu faço caminhas e atividades
físicas.
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7.1 Eu acho maravilhoso, gosto muito. Adoro. Eu já participo há 14 anos e minha vida mudou
muito depois que eu comecei a participar dessas atividades.
7.4 Eu tenho osteoporose, artrite, artrose e gastrite. E pressão alta. Minha vida é muito melhor
depois da atividade física.
8.1 Esse projeto já tem nome de saúde né? Na minha cabeça, já é uma saúde completa mesmo.
Porque eu me sinto muito bem, quando tem aula eu acordo mais disposta pra vir e quando eu
chego passo o dia inteiro mais disposta. É uma coisa muito boa pra mim e creio que pra todos
nós que participamos aqui.
8.5 Eu tenho depressão e depois que comecei a fazer atividade física aqui, não sinto mais a
tristeza que eu sentia.
9.1 Eu faço caminhada e quando faço caminhada, me sinto outra mulher. Tudo o que é bom, a
gente vive aqui.
9.4 A gente se sente mais disposta e quando chega em casa faz tudo, é outra mulher.
11.1 É muito importante para a saúde e para desenvolver as articulações.
11.3 Já estou aqui no projeto há mais de 14 anos e minha saúde melhorou muito.
11.4 Não sinto mais tantas dores, durmo melhor, faço caminhadas aqui e ajudo a melhorar
minhas articulações.
13.1 Aqui a gente vive melhor e se diverte. Todas as atividades que vivenciamos aqui nos
proporcionam mais qualidade de vida e fazem da nossa vida, uma vida melhor.
13.2 [...] depois que comecei aqui, minha vida mudou muito. Eu tenho mais saúde e sou mais
feliz.
14.1 Atividades que fazem bem para o corpo e para a alma. Estou há pouco tempo fazendo
atividades aqui, mas já pude sentir tudo de bom que é estar aqui.
14.3 Benefícios mentais e físicos. Não sinto mais tanta dor na minha perna doente e durmo
muito melhor.
14.4 Também sofro de ansiedade e depois que comecei aqui, não me sinto tão ansioso não.
Respiro melhor e converso com os amigos.
16.1 Uma alegria poder participar desse projeto e poder melhorar minha saúde através dele.
Isso aqui nos traz mais qualidade de vida e prolonga nossos dias.
16.3 Eu sentia muita dor no pescoço, nos braços, nas pernas e nas mãos por causa do crochê e
melhorou tudo, hoje em dia eu não sinto mais dor nenhuma, depois que comecei os exercícios.
16.4 Depois que comecei a fazer exercícios aqui, até minha disposição para fazer crochê
aumentou. Esse projeto mudou minha vida e minha saúde para melhor.
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17.1 Antes dessas atividades eu nem saia de casa e quando saia era de muletas. Tudo no meu
corpo doía, eu vivia dopado de tanto remédio e minhas dores não passavam.
17.2 Depois que comecei a vir para o projeto, eu nem sei mais direito o que é dor. Minha vida
mudou muito e a minha saúde melhorou 100%.
17.4 Eu agradeço a todos aqui do projeto, porque depois dele eu não sinto mais dores e tenho
mais vontade de viver.
17.5 Olhe minha filha, eu não andava e quando andava era me arrastando com uma muleta. Eu
sentia tanta dor nas pernas e nas costas que eu pedia pra morrer e pensava que nunca ia ficar
bom.
17.6 Eu não estou dizendo que nunca mais senti dor não, eu estou dizendo que minha vida
melhorou muito e que minhas dores só aparecem muito raras e eu ando como se nunca tivesse
sentido dor e como se nunca tivesse tomado aquele tanto de remédio.
17.7 Primeiramente Deus, depois esses exercícios, foi o que me curou e me fez voltar a ter
vontade de viver e de sair de casa. Eu já tomei tanto remédio e injeção que vivia mais morto
que vivo e nada adiantava. Exercício físico é vida e para nós idosos, é capaz de nos dar mais
anos de vida.
18.3 Só vamos para o lugar fechado quando esta no inverno e não podemos fazer aqui no Parque
por causa da chuva, para a gente não ficar doente né.
19.3 Melhorou muito minha circulação, porque minhas pernas incham muito. Quando venho
pra cá eu me sinto muito bem e nem sinto que estou me esforçando. Durmo melhor depois das
aulas e por incrível que pareça, tomo menos remédios e me alimento melhor.
EXERCÍCIO VERDE E SAÚDE
1.1 As atividades que fazemos no parque melhoram nossa saúde, faz bem para meu corpo e pra
minha cabeça. Sempre que tem aula eu acordo mais feliz e disposta por que venho para o Parque
sentir esse cheirinho de eucalipto e ficar mais perto da natureza.
1.3 Mais eu prefiro lá no Parque e quero que o inverno passe logo pra a gente voltar pra lá. Eu
prefiro que seja feita as aulas lá no Parque, porque é um ambiente ao ar livre, maior e mais
espaço e eu respiro melhor por causa desse cheirinho de eucalipto.
2.2 Eu sou a mais velha da turma e já caminho no Parque há uns 30 anos e depois que comecei
essa ginástica estou cada vez me sentindo melhor.
2.3 Aquele cheirinho de eucalipto aquilo é muito bom, aquilo é tudo, aquilo já tem um nome:
Saúde no Parque!
2.4 A gente está aqui num local fechado, só por enquanto que passa o inverno, mas se Deus
quiser assim que começar o verão nós vamos voltar pra lá. Porque é lá que a gente se sente bem,
a ginástica no ar livre é muito bom pra saúde e eu escuto muito isso: que é muito bom pra saúde.
E eu gosto também.
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2.11 Eu não faço mais porque não é possível. Eu faço parte do grupo de terceira idade do Sesc,
faço caminhadas no Parque, ginástica no projeto ginástica no Parque e se eu pudesse eu fazia
mais coisa porque atividade física só faz bem para nossa saúde e cabeça.
2.13 Todo ano tem avaliação e sempre que eles fazem a minha nota é boa e minha saúde só tem
melhorado.
6.1 Aqui é um pedaço do céu na terra, tudo de bom. É saúde e uma vida saudável, né?
7.2 Lá no Parque né? Por que lá a gente esta pertinho da natureza e das plantas, pega um
solzinho durante a aula.
7.3 Melhorou tudo na minha vida, saúde, tudo. Eu gosto muito e fico triste quando não posso
vir. Adoro o Parque, e ainda faço caminhada.
7.4 Eu tenho osteoporose, artrite, artrose e gastrite. E pressão alta. Minha vida é muito melhor
depois da atividade física.
9.2 No parque, porque lá é livre e a gente se sente tão bem.
10.3 Eu não perco tempo, nos dias de ir para Parque quando é 5h da manhã já estou de pé.
10.4 Deixo café feito, arrumo as coisas e venho embora toda satisfeita.
10.5 No Parque, por que aqui é só, graças a Deus, no tempo do inverno.
10.7 Porque a gente já fica fechado em casa o tempo todo, né? Mesmo que a gente faça os
exercícios em casa, nunca é igual ao Parque.
12.7 Primeiro me levantou da cama cedo de tão bom que eu acho, eu não me importo de acordar
cedo para ir fazer ginástica.
13.4 O cheiro de eucalipto, as plantas, esse ar puro, o solzinho de manhã, tudo isso faz com que
eu viva mais. Acho que vou viver muitos anos, só porque frequento essas aulas e venho ao
Parque sempre.
13.5 No ambiente fechado a gente só vai quando esta chovendo muito, para não ter que ficar
sem fazer nada. Mas eu prefiro aqui no Parque, prefiro sim!
13.8 Meus exames nunca mais deram alterados e eu fico pouco doente, até meus exames de
vitamina D deram legais. Aprendi a me cuidar mais depois do projeto e presto mais atenção em
mim.
14.4 Também sofro de ansiedade e depois que comecei aqui, não me sinto tão ansioso não.
Respiro melhor e converso com os amigos.
15.4 Eu me curei da depressão depois que entrei aqui, minha pressão não é mais alta e eu nunca
mais tive gripe, acho que por causa do ar puro. Eu acordo feliz quando é dia de vir pra cá e
depois da física vou pra casa mais feliz ainda.
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17.3 Ah, eu prefiro aqui no parque. Porque a gente está mais perto da natureza e esse contato
com a natureza melhora ainda mais nossa saúde.
20.1 Aqui a gente tem mais saúde, tudo de bom, felicidade e mais qualidade de vida. Todas as
atividades que fazemos nos ajudam a viver melhor e a fazer do nosso envelhecimento um
momento para viver bem. As amizades que a gente faz aqui são maravilhosas. O Parque é tudo
de bom, exercício é tudo de bom.
20.2 Prefiro no Parque porque é ao ar livre, a questão da natureza, do ambiente. Lá é tudo de
bom. O ar livre que a gente respira. Quando eu entrei na menopausa eu sentia muito calor e em
ambiente fechado eu me sinto mais abafada e com muito calor e isso eu não sinto lá no parque
por ser aberto, gostoso e ao ar livre.
EXERCÍCIO VERDE E COM-VIVÊNCIA
1.5 Tão bom ir pra lá e vê aquelas plantas todas, aqueles eucaliptos e encontrar com os amigos
que fiz aqui na física.
1.6 Essas atividades me trouxeram só coisas boas, porque a gente arruma mais amigos e fica na
atividade física.
2.7 Estou no projeto saúde no Parque desde que iniciou, tem muito mais que 15 anos. Entra ano
e sai ano, entre e sai enfermeiros e professores e eu estou lá firme e forte.
2.8 Melhorou muito minha filha, melhorou física e mental também porque a gente se relaciona,
né? Eu moro só, sou viúva e vivo sozinha, só vejo alguém em casa quando chega meus filhos e
eu tenho poucos filhos, só tenho três, né?
2.9 Lá têm minhas amigas e meus amigos do Parque a gente brinca, a gente caminha e depois
tem a ginástica. É muito bom, pra mim é tudo, o Parque pra mim é tudo.
2.12 Quando eu começo a dançar eu não paro e sempre que tem quadrilha junina eu danço,
dança mulher com mulher por que lá não tem muitos homens e os homens que tem são casados.
São mais de 130 componentes e todas as festas me marcam de verdade.
3.8 O que me marcou muito foi a saída da professora Cícera e depois entrou esse outro professor
que é muito bom, também, e os amigos que eu fiz aqui, porque a gente faz muitos amigos aqui
e se sente muito bem.
4.2 Mas eu prefiro que seja no Parque por que é mais perto pra mim e por que no Parque eu
posso caminhar lá e vejo a natureza de lá.
4.4 Aqui eu fiz amigos e quando eu não venho pra física eles vão lá na minha casa saber se
estou doente. Aqui na física é muito bom porque no parque a gente fica mais perto da terra e
das plantas. Eu gosto!
5.1 Eu não gosto de ir para academias, porque é muito fechado e acho que é lugar de gente
nova. Aqui a gente faz amigos, cuida da saúde e fica perto da natureza.
111
5.4 A troca da professora foi algo que me marcou muito, por que eu passei por todos os
professores que já passaram lá.
6.3 Lá no parque, por lá é ao ar livre e a gente sente aquele cheirinho de eucalipto, aquela
delicinha né? E é assim, um ambiente saudável que a gente fica a vontade. Aqui não, aqui já
muda a respiração né?
6.8 Eu ter voltado a andar, por que na época que eu comecei a fazer caminhada lá no parque,
eu não tinha forças na perna para caminhar e hoje com a Graça de Deus estou aqui, senão eu
estava numa cadeiras de rodas.
7.5 Os amigos que ganhei aqui, vou leva-los para o resto da vida. Somos mais que uma família.
8.2 No Parque, porque lá a gente fica ao ar livre né?
8.3 E outra, com aquelas vegetações aquilo ajuda muita gente.
8.6 E nem me sinto tão só, porque aqui a gente tem amigo, conversa, ri, brinca e a minha saúde
melhorou tudo.
8.7 Meus amigos que ganhei aqui, eles me ajudam a viver mais feliz mesmo eu tendo depressão.
9.3 Porque eu olho a natureza e fico mais perto dela né?
10.1 Aqui somos uma família, fizeram a maior surpresa pra mim de 80 anos. Graças a Deus!
10.6 Mas já no Parque é muito melhor, mais livre, mais ar puro e perto da natureza.
10.8 Lá a gente fica mais perto da natureza e o cheirinho de eucalipto é maravilhoso.
10.11 E o contato com a natureza lá no Parque é muito importante.
10.13 A surpresa que fizeram pra mim, no meu aniversário de 80 anos. Eu não esperava nunca,
eu fiquei tão feliz tão feliz que me tremia toda. Esses amigos que a gente tem aqui, já fazem
parte da nossa vida.
11.2 [...] melhor é lá no Parque mesmo. Aqui é mais longe e fechado. Lá é aberto, tem as árvores
e tem tudo né, para favorecer mais o ar puro.
11.6 São amizades que a gente faz aqui né?
12.1 Ali é bom demais, já tem uns 10 anos que eu participo, desde o tempo de Cícera que eu
faço atividades físicas lá.
12.2 Muito bom, gostoso porque além do cheiro de eucaliptos tem o sol que nos aquece muito
e melhora nossa saúde. É bom demais, muito bom!
12.3 Lá no Parque é claro, é ótimo lá por que a gente fica em contato com a natureza, sente
aquele cheiro gostoso e toma banho de sol.
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12.4 Muito aberto e espaçoso.
12.5 Quando o inverno chega e temos que sair do parque, por causa das chuvas, eu vou pouco
para o outro lugar. Não me sinto tão bem lá, quanto me sinto no Parque.
12.6 Se todos tivessem a oportunidade de fazer atividades aqui no Parque, saberiam do que
estou falando: Natureza, verde, paz, sol e amigos, não existe nada melhor.
12.8 Melhorou minha circulação, as dores das minhas costas, tudo, tudo, tudo melhora. Depois
que comecei a fazer atividades físicas lá, tenho mais disposição para tudo e sou mais feliz.
12.9 Além de fazer muitos amigos, a gente festeja tudo lá. Todas as datas comemorativas a
gente festeja lá, até do dia das crianças a gente festeja. Dia do professor, aniversário de todo
mundo é motivo para festa e comemoração. Muito bom!
13.3 Sem duvidas no Parque, esse encontro com a natureza é muito bom.
13.6 Eu vivo melhor. Durmo melhor, e não tomo mais remédio para dormir. Acordo mais
disposta e feliz, venho fazer as atividades e encontro os amigos e o professor.
13.7 Não tenho mais depressão e nem aquela tristeza que sentia quando ficava o tempo todo
sozinha em casa. Fiz amigos aqui, trouxe amigos comigo e hoje sou muito mais feliz depois do
projeto.
13.9 [...] eu agradeço a Deus pelos amigos que ganhei aqui. Aqui a gente faz amizade e um
cuida do outro também. Depois desse projeto, eu nunca mais fui sozinha.
14.2 Aqui no parque, porque a gente se sente muito bem e mais vivo né? Eu fui criado no sítio
e isso aqui me lembra muito a minha infância e o quanto era bom, viver ao ar livre e ter sempre
contato com a natureza. No ambiente fechado, eu me sinto preso e não tenho vontade de vir.
14.5 O que me marca sempre aqui são os amigos que fizemos e que levamos pra vida.
15.1 Aqui o que mais gosto de fazer é dançar e conversar com os amigos. Somos uma família
aqui, sabe? Cuidamos da nossa família e cuidamos uns dos outros. Já estou aqui há 8 anos e não
penso em deixar de vir não. Só peço a Deus saúde para continuar aqui.
15.2 No Parque, aqui em Garanhuns não tem lugar melhor para fazer a física. Perto de casa,
cheio de árvores, cheirinho de eucalipto, ar puro e cheio de amigos e pessoas de bem.
15.3 Não quero mais nada! Só vou para o lugar fechado para não ficar sem fazer a física, por
que se não fosse isso, eu nem iria.
15.5 O jeito que cada amigo e o professor me tratam, eles me tratam com muito importância e
carinho. Eu não sou mais triste e depressivo como eu era antes. Esse projeto é bom demais e
nos faz um bem danado.
16.2 É melhor no parque, porque é aberto né? Pra você respirar é bem melhor porque tem os
eucaliptos que tem lá né, ao ar livre a gente se cansa menos.
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17.8 Fizeram uma festa surpresa aqui no Parque no meu aniversário, isso eu nunca vou
esquecer. Aqui a gente se sente bem, feliz, amado e vivo!
18.1 É um alívio nos meus dias de solidão, uma alegria poder participar desse projeto e poder
me sentir útil e viva.
18.2 No Parque, por que a gente sente o ar puro, o calor do sol e o cheiro das plantas. Esse
Parque é bom demais.
18.5 Quando eu fiquei sem vir, por que estava com a pressão muito alta, meus amigos e o
professor foram na minha casa, saber por que eu não estava mais indo para o projeto. Eu me
senti importante e amada.
19.2 Aqui no Parque, porque aqui a gente fica livre e acho que faz mais bem fazer ginástica
aqui, dá mais resultados. Aqui a gente encontra muita gente, que às vezes só vem caminhar e
faz muitas amizades. Além de ser na natureza né? Ficar perto da natureza faz muito bem.
19.4 Quando a professora Cícera saiu, a gente ficou muito triste. Mas todos os professores que
chegam para trabalhar aqui são especiais, bons e queridos também.
20.4 Uma vez eu quebrei o pé e a turma toda foi me visitar em casa e até flores levaram. Isso é
por causa da amizade que a gente faz e cultiva aqui no projeto.
EXERCÍCIO VERDE E VIDA DE QUALIDADE
1.7 Tem uns treze (13) anos que eu faço a física aqui e só me aconteceram coisas boas depois
disso aqui
1.8 Aqui a gente dança, faz amigos, canta, caminha, faz física no chão com o colchonete,
conversa com a natureza e volta pra casa feliz e querendo que tivesse todo dia.
2.1 [...] só de ouvir o nome do projeto eu já sinto felicidade e saúde.
2.5 E eu me sinto muito bem no Parque, me sinto em casa.
2.6 Gosto muito do ambiente aberto, logo eu nasci e me criei em fazenda né? Ai a natureza é
tudo né minha filha? Quando a gente nasce e se cria em fazenda, oh que saudade! Tenho muita
saudade, saudade mesmo.
Por ue é muito bom a gente acordar de manhã ouvindo o berro dos bezerros, aquele cheirinho
de terra e do gado é muito gostoso. Eu tenho muito saudade.
2.14 Aqui a gente faz muitas amizades e a gente cuida dos amigos, eu nunca falto e quando eu
falto eles vão na minha casa saber o que aconteceu. Aqui a gente faz amizade, lembra da
infância na fazenda por causa da natureza e melhora a saúde. Eu gosto muito do Parque e esse
projeto é tudo pra mim.
3.4 Eu prefiro que seja feita a física lá no Parque, por que aqui não tem a natureza que tem no
Parque, mas a gente só tá aqui por causa das chuvas.
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3.5 Lá tem mais espaço e a gente quando termina vai andar no meio daquele Parque bonito ou
vai andar mais cedo antes da aula. O Parque é bonito demais e cheio de verde. Parece que Deus
tá lá!
5.2 No Parque é melhor pelo ar puro e pelo contato com a natureza. [...] Lá no Parque o ar é
mais puro por conta das árvores.
6.4 A gente sente muito calor aqui e o Parque, eu digo a todo mundo que é um pedacinho do
céu.
6.9 O projeto mudou minha vida e minha saúde e é ainda melhor quando estamos ao ar livre.
8.4 Lá no Parque a gente fica mais livre, parece que fica com a cabeça mais aberta né.
9.5 Depois que eu comecei aqui eu me sinto mais disposta, porque antes eu dormia demais de
dia e não dormia de noite.
9.7 Respiro o ar puro e vivo feliz.
10.2 Fico muito feliz, porque eu mesmo desde que eu faço saúde no Parque, eu sou outra
mulher.
10.9 Mudou muita coisa: eu chego em casa e fico mais esperta. Não sinto mais dor nas pernas
e nem a dormência que eu sentia, eu sinto mais. Continuo fazendo minhas batalhas de casa,
costuro e faço artesanato também.
10.10 Sem essa ginástica eu não estava fazendo nada disso. Parece que dá outra energia pra
gente depois que a gente faz.
10.12 Tenho outra vida, graças a Deus e ao projeto.
11.5 Porque velho você sabe se para logo enferruja e adoece mais. Aqui no projeto a gente tem
mais qualidade de vida.
18.4 Eu tenho pressão alta e sempre tomei remédios e não resolvia nada, parecia que eram de
farinha. Aí o médico disse para eu começar a fazer atividade física e depois disso, tomo o
remédio e minha pressão está muito mais controlada que só com remédio e eu sinto mais
disposição e vontade de fazer as coisas em casa. E aqui a gente sempre tem companhia e amigos.
Eu gosto muito de vir pra cá e quando não posso vir, fico triste.
19.1 Aqui a gente dança, caminha, faz ginástica, conversa e brinca. Aqui é onde a gente esquece
as tristezas do dia e até esquece que tá velho. Esse projeto é muito bom e só faz bem a gente.
20.3 Contribuiu para melhorar cada vez mais, fisicamente, mentalmente, como pessoa também
em termos de educação. Porque depois das atividades físicas aqui no Parque eu passei a cuidar
mais da natureza e não jogo mais lixo no chão e me preocupo mais em cuidar de tudo, para
manter tudo limpo para a gente poder usar. Melhora tudo em todos os sentidos, pelo menos pra
mim.